domingo, 28 de fevereiro de 2010

MERGULHE NO POEMA DE JORGE LUÍS BORGES

Foto extraída do site: animais.com.sapo.pt

O OUTRO TIGRE

Ele irá por sua selva e sua manhã
E deixará seu rastro na lodosa
Margem de um rio cujo nome ignora
(Em seu mundo não há nomes nem passado,
E não há futuro, só um instante certo).

Jorge Luís Borges (1899-1986) é considerado o maior escritor argentino de todos os tempos.

Propostas temáticas:

1-Narração que tenha como narrador-personagem o próprio tigre.

2-Dissertação a partir do verso: "E não há futuro, só um instante certo."

3-Dissertação: A selva do homem é diferente da selva do tigre.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

OS ESPAÇOS EM NOSSAS VIDAS

“Os lugares são bons e ai de quem não tenha o seu, congênito e natural. Mas os lugares nos aprisionam, são raízes que amarram a vontade da asa”.
Mia Couto, poeta moçambicano

Propostas temáticas:

1-Narração: O narrador-personagem se sente aprisionado em um apartamento pequeno e aos poucos vai melhorando de vida e comprando casas maiores, até ir morar sozinho em uma casa de trinta cômodos. Acaba sendo aprisionado pela solidão, que se mostra muito maior na casa gigantesca.
2-Dissertação: É possível romper com as raízes e voar rumo a um espaço de extrema liberdade?
3-Carta ao marido comunicando a ele a sua necessidade de viver sozinha para descobrir a própria identidade. Não significa necessariamente um rompimento definitivo, mas a busca de um espaço para respirar mais livremente.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O DOPING CADA VEZ MAIS SOFISTICADO

O DOPING GENÉTICO
JAIME LEITÃO

Os atletas, pelo menos grande parte deles, utilizam todos os seus recursos para vencer. Seria normal agir dessa forma se os recursos procurados não fossem lesivos à saúde e às regras de civilidade e de respeito aos adversários. Mas o doping, usado por atletas de todas as categorias, principalmente os de ponta, cada vez mais se sofistica e está invadindo o terreno da genética.
O bioeticista Mark Frankel, da Associação Americana para o Avanço da Ciência, afirmou em entrevista à “Folha” no domingo último que o doping genético deverá ser usado na Olimpíada de 2016, no Rio.
Esse doping é feito utilizando-se a geneterapia, que consiste em inserir com a ajuda de um vírus genes normais no lugar de genes defeituosos em portadores de doenças genéticas. O problema é o mau uso dessa técnica para melhorar o desempenho artificialmente -usando um trecho de DNA, que leve à fabricação de hormônios com o objetivo de turbinar os músculos, ou outro que provoque um aumento também artificial dos glóbulos vermelhos.
Há dois problemas aí: o primeiro é transformar a Olimpíada e outras competições em uma disputa de atletas “bombados”, artificiais, robôs, que ganharão medalhas sem merecê-las. Em segundo, esse tratamento em pessoas saudáveis poderá causar doenças graves e até a morte dos atletas. Para Frankel, a Olimpíada do Rio, em 2016, corre sério risco de ficar marcada por esse tipo de doping. Já há atletas procurando cientistas buscando tratamentos experimentais para melhorar o rendimento. Aí é que entra o doping genético , que ainda não pode ser detectado em nenhum tipo de exame.
Os cientistas éticos correm contra o relógio para evitar que na Olimpíada de Londres, em 2012, e, principalmente, na Olimpíada do Rio, em 2016, essa nova modalidade de doping seja utilizada em larga escala. Tudo indica que será usada, mas o objetivo dos cientistas é fiscalizar duramente e punir os “dopados genéticos” para não estragar o brilho da competição.
Enquanto isso, os cientistas não-éticos, muito mais interessados nos resultados das suas pesquisas do que em saber em que utiliza as novas descobertas e para que fins, abrem um espaço perigoso para que o esporte se transforme em uma disputa de atletas artificiais ao extremo, com músculos fabricados em laboratório e um rendimento que será mérito do cientista e não do atleta. Será a ficção científica entrando na realidade de forma assustadora. É um excelente tema para um filme hollywoodiano. Uma Olimpíada de atletas com genes modificados artificialmente, explodindo durante uma corrida como se fossem bombas humanas.
Quem garante que na última Olimpíada de Pequim alguns atletas já não utilizaram o doping genético? A beleza do esporte reside no esforço de cada um, não no uso de recursos estranhos e criminosos.

Propostas temáticas:

1-Narração: O narrador-personagem conta do seu arrependimento de ter dopado geneticamente muitos atletas, causando problemas de saúde sérios em vários deles.

2-Dissertação: O futuro do esporte ameaçado pelo doping genético.

3-Crônica: Só faltava essa: doping genético.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

AS ARMADILHAS TELEFÔNICAS

VOCÊ FOI SELECIONADO?
JAIME LEITÃO

Se você foi selecionado para receber um presente, a partir de uma ligação telefônica, tome cuidado. Está cada vez mais comum receber telefonemas de pessoas que dizem, do outro lado da linha que, depois de uma análise minuciosa do seu cadastro, você foi selecionado entre milhares de pessoas para receber um cartão de crédito sem anuidade. E se você diz que não tem interesse, a interlocutora pergunta o motivo, já que você está entre os escolhidos pelo sistema que examina cuidadosamente o seu histórico bancário e se há alguma pendência no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Quando você reafirma a sua falta de interesse , já que possui um outro cartão, a interlocutora diz um obrigado e um passe bem lacônico e salvador.
Ultimamente tenho recebido ligações que me oferecem uma verba para fazer um curso técnico de reciclagem em qualquer área,que virá de recursos que estão disponíveis para eu utilizar da que eu considerar a melhor. E ela me explica que esses recursos vêm de empresas e do governo que estão financiando quem tenha interesse em se qualificar para preencher vagas ociosas nos mais diversos setores.
Tudo muito vago. Quando afirmo que não estou me qualificando atualmente para assumir essas vagas em alguma empresa, já que sou professor há trinta anos e não pretendo mudar de área, ela me oferece um curso de inglês, de alemão ou de mandarim. Quando demonstro de novo não querer receber essa gentileza, nem me aprofundar no assunto, ela me diz que posso repassar o curso para um filho, sobrinho, primo, amigo. É a maravilha da distribuição de verbas. Verbas para todos, para que os brasileiros se qualifiquem em qualquer área para no futuro todos se encaixarem nas empresas, e a relação vagas-empregos chegar a um ponto de equilíbrio como nunca houve.
Até parece que estamos voltando à época da ditadura, do milagre brasileiro. O milagre voltou, estamos todos querendo ser escolhidos para a novidade que irão nos oferecer na próxima ligação: título de sócio-proprietário de um resort em uma praia deserta, que deixará de ser deserta depois que todos os selecionados para fazerem parte dessa sociedade forem escolhidos; assinatura grátis de uma revista que será lançada no ano que vem, tendo que pagar só a entrada, que equivale a dois anos de assinatura; cursos e mais cursos à distância, com desconto de 80%.
Os nossos nomes estão rodando em arquivos virtuais que se cruzam e que são vendidos para aqueles que preparam os mais ardilosos planos para nos conquistar, para nos oferecer cartões com todas as vantagens possíveis e impossíveis, que são as que convencem mais. E o incrível é que muita gente se acredita escolhido, selecionado, e ainda agradece por passar a fazer parte desse mundo fechado daqueles que crêem em tudo, principalmente no inacreditável e no inverossímil.

Propostas temáticas:

1-Narração: o narrador-personagem conta como foi vítima de um golpe telefônico.
2-Dissertação: O perigo dos golpes telefônicos.
3-Crônica: Presentes milagrosos? Tô fora.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

DOIS MODOS DE AGIR OPOSTOS

LENTIDÃO E AGILIDADE
JAIME LEITÃO

Ao pensarmos nas palavras lentidão e morosidade, já nos vem uma sensação de moleza, tédio e dá vontade de bocejar aquele bocejo longo. O nosso organismo parece que se prepara para não agir diante dessa idéia. Já a palavra agilidade nos mobiliza, nos põe em movimento, em ação.
O que desencadeou a abordagem desse tema hoje foi a declaração do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que afirmou na cerimônia de abertura dos trabalhos do Poder legislativo em 2010 que a morosidade da Justiça é um mito.
Senhor ministro, com todo respeito, a nossa Justiça é ágil então? Só se a palavra ágil mudou completamente de significado. Como explicar os milhares de processos engavetados há anos, esperando julgamento em todas as instâncias? A Justiça no Brasil é tartaruga sim, com artrite e outras ites. Pode ser que, a partir de agora, com a informatização que está sendo posta em prática, a Justiça finalmente caminhe em passos mais rápidos. Mas para que isso aconteça é necessário mudar no Legislativo leis que abrem espaços para apelações quase sem fim.
A palavra lentidão também me faz lembrar fila de banco. Já deixei de ter conta em alguns bancos por causa da fila lerda, põe lerda nisso. Com as leis que existem obrigando as filas a andar mais rápido, o problema persiste na maioria dos bancos. Eu só conheço um que é ágil. Não vou dizer qual é aqui porque não faço propaganda neste espaço.
Mais lentidão? Do Poder Público para resolver problemas em setores como a saúde, por exemplo. São feitos concursos para contratar médicos, as vagas não são preenchidas em várias cidades por causa do baixo salário. Se o problema é esse, é necessário aumentar os salários. Algumas prefeituras terceirizam o serviço, que nem sempre é garantia de melhor atendimento, mas pode representar custo muito mais alto do que se o médico fosse contratado diretamente, ganhando um salário maior. Falta agilidade para resolver questões antigas e mais do que sabidas, mas se insiste em manter o problema vigorando, deixando a vida de quem depende desses serviços em situação deplorável.
Agilidade do Poder Público pressupõe solução, resultado. Morosidade está ligada à ideia de burocracia, de procrastinação, de enrolação. Se há algo a ser resolvido, que se resolva . Nenhum discurso e nenhuma desculpa tamparão um buraco na rua. Só asfalto de boa qualidade é que fará esse serviço. Porque se for de má qualidade, o buraco voltará com a próxima chuva, daqui a pouco.
Lentidão no Brasil não é mito não. Gostaria muito que fosse, mas, infelizmente, é a mais pura realidade e serve para que muitos representantes nossos se escondam em argumentos que falam em falta de recursos para adiar por um tempo indeterminado o que espera para ser resolvido em um futuro breve, com data marcada: dia, mês e ano, não em um futuro remoto.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: A lentidão que emperra o país em muitos setores.
2-Narração: O narrador-personagem conta como a lentidão da Justiça lhe causou uma série de danos.
3-Carta ao presidente do STF Gilmar Mendes questionando a afirmação dele de que a lentidão da Justiça não passa de mito.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A AÇÃO DA JUSTIÇA

A PRISÃO DE ARRUDA
JAIME LEITÃO

Ao contrário do que teria afirmado o presidente Lula , em notícia na “Folha” na edição de ontem, a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, agora afastado, decidida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a pedido da Procuradoria Geral da República , é boa para o país e para a política. Lula negou em seguida que tenha falado isso , mas, tenha dito ou não, a verdade é que não dá mais para pôr panos quentes em escândalos que extravasam e exibem um governador, deputados e assessores recebendo dinheiro da forma mais deslavada possível. Todos devem ser tratados de forma igual, independente do cargo que ocupam.
Tudo veio à tona em novembro de 2009, quando o Ministério Público Federal e a PF deflagraram a Operação Caixa de Pandora, para apurar suposto caixa dois no governo de Arruda. O que se descobriu foi algo assombroso: o ex-secretário Durval Barbosa gravou o governador recebendo R$ 50 mil e deputados guardando notas em bolsos e meias, com a maior naturalidade.
O que mais chocou foi a desculpa de que toda aquela dinheirama era para comprar panetones para a população carente. Depois disso, o que se viu foram protestos e mais protestos, que incluíam quase sempre farta distribuição de panetone.
A cada dia que passava, sem que nada de concreto acontecesse contra os envolvidos nessa trama sórdida, mais posavam de vítimas, como se houvesse um complô contra eles. E estudantes que protestavam eram violentamente repelidos pela polícia, a mando do governador.
Mesmo com tanto barulho gerado pela distribuição de dinheiro, o governador e os deputados continuavam encenando uma normalidade que não havia. Um novo flagrante ,que pegou com a mão na massa o conselheiro do metrô do Distrito Federal Antônio Bento da Silva, entregando R$ 200 mil para Edson Sombra, testemunha do mensalão de Brasília, enveredou a administração de Arruda em um labirinto insustentável.Em um país em que os políticos são colocados numa condição privilegiada, quando se trata de cumprir o que determina a lei, a prisão do governador afastado José Roberto Arruda e de outros envolvidos tem um significado emblemático. Que não seja um fato isolado, mas represente um novo ciclo na democracia brasileira, que faça com que aqueles que lidam com o dinheiro público ajam com mais seriedade, não pensando em levar vantagem, como tem sido tantas vezes.
Se nada acontecesse aos envolvidos no escândalo de Brasília, a democracia brasileira estaria seriamente comprometida e, com ela, todas as instituições que têm a obrigação de preservar a dignidade do País e, por conseqüência, a nossa.
É insuportável ouvir e ver declarações de políticos acusados de desvios de dinheiro público posando de bons moços, como se receber propinas fosse o correto, não o contrário. O País respira hoje um pouco mais aliviado.
Propostas temáticas:

1-Dissertação: O significado para o País da prisão do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

2-Narração: Um desempregado, confundido com um ladrão, ficou preso por um ano e conta como foram os seus dias na cadeia.

3-Crônica: Político preso no Brasil ainda é uma raridade.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PROFESSORAS OU MONSTROS?
JAIME LEITÃO

Imagens terríveis foram exibidas ontem no Jornal Hoje, da Rede Globo. Professoras de uma creche em São José do Rio Preto apareceram agredindo várias crianças, entre um e dois anos, com sopapos, empurrões e outras modalidades de violência. As três professoras, flagradas na câmera que permaneceu instalada lá durante vinte dias, devido a denúncias de funcionários, foram demitidas por justa causa, mas precisam receber punições mais severas, já que agiram como monstros não como professoras.
Crianças ficam em creche para brincar, ser bem tratadas, bem alimentadas, preenchendo o vazio representado pela ausência dos pais, que estão trabalhando e confiaram à creche a guarda de seus filhos. A diretora, que afirmou desconhecer as cenas de tortura lá ocorridas, pecou pelo menos por omissão e também não pode ser isentada de responsabilidade.
É comum pessoas sem nenhuma formação pedagógica para lidar com crianças alugar casas ou mesmo utilizar imóveis de sua propriedade para transformar em creches ou em casas de repouso para idosos. Só que o foco primeiro não deve ser o lucro, mas o cuidado com seres humanos que estão sob os cuidados dessas pessoas.
É necessário fiscalizar as creches, sejam privadas ou públicas, para verificar a higiene, a qualidade dos alimentos e, principalmente, o tratamento que as crianças recebem. Volta e meia vemos cenas de crianças sendo agredidas por babás na própria casa, idosos abandonados em camas de asilos, em condições terríveis. De que adianta termos um Estatuto do Idoso e um da Criança e do Adolescente, com garantias de respeito a ambos, se na prática isso não é muitas vezes seguido?
Há creches e casas de idosos que funcionam sem autorização. Cada administração municipal tem a obrigação de investigar e monitorar quantas são essas casas e como são administradas. Denunciar maus-tratos também é dever de todo cidadão.
Saber que crianças e idosos são tratados com a maior negligência é motivo de sobra para cobrar das autoridades providências urgentes. Quando crianças não são colocadas em creches, por falta de vagas nas públicas, ou de recursos, nas particulares, ficam à mercê de irmãos mais velhos ou de padrastos que são capazes de cometer violência dentro de casa.
As imagens de São José do Rio Preto deveriam servir de alerta para que cenas cruéis como essa nunca mais se repitam. E se as “professoras” permanecerem impunes, isso representará um estímulo para que novas monstruosidades aconteçam.
Uma sociedade perversa é aquela que não combate a monstruosidade de seus membros na raiz. As crianças agredidas de São José do Rio Preto necessitam de atendimento psicológico que minimize o trauma que sofreram. É tão perverso agredir as crianças quanto negar a elas retaguarda em forma de tratamento.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: Para cuidar de crianças em uma creche, é necessário ter formação.

2-Dissertação: Por que a educação pública no Brasil deixa tanto a desejar?

3-Narração: O narrador-personagem é a mãe de uma das crianças que era espancada em uma creche.

4-Crônica: Crianças ainda são muito maltratadas neste país.

5-Dissertação: Para tratar de idosos em uma clínica ou casa de repouso, é necessário ter formação.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CARNAVAL DE IDEIAS

A mente humana é carnavalizada, nela cabem os mais variados pensamentos e sentimentos. Depende de cada um de nós escolher a comissão de frente que abra o samba das nossas ideias, para que possamos ir em um ritmo alegre, dinâmico, evitando que se perca a unidade e tudo fique fragmentado na avenida, com carros alegóricos chocando-se uns com os outros, comprometendo a evolução e um trabalho de muitos anos de construção e de busca.
Jaime Leitão

Propostas temáticas:
1-Dissertação: A mente carnavalizada.
2-Narração: O narrador-personagem volta à infância, em "flashbacks", e descobre como o carnaval naquela época e a falta dele, em sentido figurado, no presente, têm relação com a sua mudança de comportamento, de alegre a amargo, no decorrer dos anos.
3-Crônica: Um carnaval dentro de mim.
4-Dissertação: Carnavalizar a vida para fugir da rotina que esmaga.
5-Carta a um amigo ou amiga, fazendo um convite para uma viagem durante o carnaval bem longe da folia.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

FRASE INTRIGANTE

"Em algum lugar, algo incrível espera para ser conhecido."
Carl Sagan (1934-1996), astrônomo norte-americano.

Propostas temáticas:

1-Narração: O narrador-personagem chega a um lugar completamente estranho e surpreendente, da maneira mais inusitada possível. Como ele chegou lá? Que lugar é esse? E o que aconteceu de extraordinário que modificou tanto a vida do narrador?

2-Dissertação: "Estamos tão envolvidos na nossa rotina alienante, que não vemos o extraordinário que passa diante de nós e que poderia nos transformar profundamente."
JL

3-Poema que tenha como tema: O lugar mais incrível do universo.

FRASES PROVOCATIVAS

"A vida é muito mais variada, anárquica e imprevisível do que sonham os ideólogos."
Paulo Francis (1930-1997), jornalista e escritor.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: Os ideólogos não passam de chatos e pretensiosos que, na primeira oportunidade, negam na prática toda a ideologia que vociferaram antes de assumir o poder. JL

2-Narração: O narrador-personagem, que sempre se disse um revolucionário, quando assumiu o poder negou tudo o que pregou em seus comícios e discursos."

3-Crônica: Quem nunca muda de opinião é múmia ou estátua. JL

FRASE REFLEXIVA

"Se a maioria de nós valorizasse mais a comida, a alegria e a música do que o vil ouro, viveríamos num mundo melhor."
John Ronald Tolkien (1892-1973), filósofo e escritor inglês.

Propostas temáticas:

1-Dissertação a partir da frase do filósofo John Tolkien.

2-Carta a um amigo com poucos recursos financeiros, mas alegre e feliz, perguntando a ele o segredo desse estado de espírito. O autor da carta pertence a uma família com grandes posses, mas que vive sempre envolvida em conflitos.

3-Crônica: Como viver em um mundo mais divertido?

TARIFA MUITO CARA

Manchete da Folha de São Paulo de hoje trouxe: " Tarifa de celular é a segunda maior do mundo. "

Comentário meu: somos vice-campeões mundiais em tarifa de celular. Grande vantagem. Perdemos só da África do Sul e pagamos mais de 4 vezes acima do que pagam os norte-americanos. Que luxo!

Propostas temáticas:

1-Dissertação: A nossa internet é uma das mais caras do mundo, a tarifa de celular é a segunda mais cara. Por que temos que pagar tanto para termos acesso à tecnologia?

2-Narração: O narrador-personagem conta o seu drama: desempregado, não conseguiu pagar conta de luz, de água, de internet e de celular, ficando completamente ilhado com a família na sua casa sem tecnologia e sem energia.

3-Crônica: Pagamos altos impostos e, em consequência disso, também pagamos tarifas muito altas para aliviar as operadoras, que afirmam não conseguir pagar tantos impostos sem repassar ao consumidor. O título da crônica é: Quem nos alivia?

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A OBRA DE ARTE MAIS CARA DO MUNDO

Na semana passada, a escultura O Homem Caminhando I, do suíço Alberto Giacometti, foi arrematada por 104,3 milhões de dólares, em Londres. É o mais alto preço já pago por uma obra de arte num leilão. O recorde anterior pertencia a uma tela de Pablo Picasso,Menino com Cachimbo, vendida por 104,1 milhões de dólares em Nova York, em 2004.
Fonte: revista Veja
Foto: Emmanuel Dunand/ AFP

Propostas temáticas:

1-Dissertação: O valor da arte. Analise o valor da arte como expressão do artista e como valor no mercado, chegando a níveis surpreendentes.

2-Narração: O narrador-personagem conta que fazia desenhos e os vendia em uma praça, se maiores pretensões. Um dia foi descoberto por um dono de galeria, que o transformou em um artista famoso. O conflito desse artista reside na sua dificuldade de lidar com a fama.

3-Crônica: Utilize esta frase no decorrer da crônica: Há tantos bons artistas que nunca conseguem vender os seus quadros e esculturas.

O QUE É GASTAR BEM?

GASTAR BEM
JAIME LEITÃO

Eu estava pensando agora: o que é gastar bem? Começo agora a refletir sobre o tema. Gastar bem é usufruir dos recursos que possuímos sem assumir dívidas que não poderão ser cumpridas. Na teoria, parece fácil. Na prática, muita gente se enrola, ou por gastar demais, sem planejar, ou porque despesas inesperadas são assumidas ao longo do mês, e por não estarem programadas, complicam o orçamento.
Gastar bem não é gastar muito, mas gastar com responsabilidade. O cartão de crédito nesse sentido é uma tentação que pode nos levar a gastar mal. Ultimamente, muitas pessoas vêm preferindo utilizar o cartão de débito. A despesa cai na conta automaticamente e o impacto é sentido na hora, não no mês seguinte, com um montante maior do que se esperava por falta de se organizar.
Essa idéia de gastar bem tem relação também com as prioridades. Gastar com educação, saúde, lazer são investimentos que valem a pena. Porque nos trazem benefícios a curto, a médio e a longo prazo. Já ir no piloto automático comprando tudo que vemos pela frente para combater o tédio é gastar mal, com conseqüências desastrosas. Quantas roupas são adquiridas e nunca saem do armário. Muitos não resistem a esse impulso. Já há até tratamento para essa compulsão que causa sensações desagradáveis e um sentimento de culpa em quem preenche as suas angústias e carências enchendo as sacolas de compras.
Quando vamos a um bom restaurante, comemos bem, tomamos um bom vinho, com uma companhia agradável, gastamos bem. E não vamos repetir essa extravagância sempre. Se for possível, colocá-la na nossa programação mensal ou bimestral, sem nos enforcarmos no final do mês, compensa. Mesma coisa viagem. Dentro do possível, é bom demais porque nos renova.
Há quem invista muito no patrimônio, compre muitos imóveis e que, na hora de viajar ou de ir a um restaurante, não vai porque o dinheiro está praticamente todo investido.
Penso que quem gasta dessa forma, sem separar uma parte para o seu prazer, também está gastando mal, só vendo um lado: está garantindo o futuro, mas como fica o presente? O presente está aqui e não pode ser negligenciado. Temos que gastá-lo bem na sua efemeridade.
Chego finalmente ao governo. Geralmente o governo gasta muito mal. Contrata funcionários de confiança demais, incha a máquina e confunde as prioridades, investindo muito em marketing, propaganda, em megaeventos e pouco naquilo que poderia fazer a diferença e melhorar a vida da população. Quando chegará o dia em que as administrações públicas gastarão de forma racional, com resultados visíveis?E o tempo? Gastar bem o tempo significa utilizá-lo produzindo, mas também aproveitando-o para as mais diversificadas atividades. Saber lidar com o tempo é o nosso grande desafio, talvez o mais difícil de todos.
Bom domingo.
Gastando o tempo da melhor maneira.

Propostas temáticas:

1-Narração que tenha como título: O homem que gastou mal o tempo.

2-Dissertação: O que é gastar o tempo da melhor maneira?

3-Narração: O narrador-personagem conta como foi a sua experiência de ganhar mais de 20 milhões de reais na loteria e de gastar tudo em poucos meses. Trabalhe o conflito do personagem.

4-Crônica: A vida nos traz gastos e desgastes permanentes.

5-Carta: Escreva uma carta como se fosse uma mulher escrevendo ao ex-marido pedindo desculpas por ter gasto uma fortuna em cartões de crédito e tê-lo levado à ruína.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

FRASE REVELADORA

"Vou ficar sentada no plenário fazendo o quê? O plenário e nada é a mesma coisa".
Marina Maggessi, deputada federal do PPS, justificando as suas 53 faltas ao Congresso no ano passado.

Propostas temáticas:

1-Dissertação a partir da afirmação da deputada Marina Magressi: "O plenário e nada é a mesma coisa."

2-Narração: O protagonista é um deputado que conta para um amigo como é divertido exercer esse cargo.

3-Carta endereçada à deputada Marina Magressi condenando as faltas da deputada e questionando por que ela não renuncia ou, pelo menos, não tenta valorizar um pouco a função que exerce.

FRASE POLÊMICA

"A vida militar se reveste de características que podem não se enquadrar com os homossexuais. A tropa não obedece indivíduos desse tipo."
Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, general, ao ser sabatinado no Senado para o preenchimento de vaga do Supremo Tribunal Militar.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: Homossexuais devem ser admitidos nas Forças Armadas?

2-Narração: O protagonista conta as humilhações que sofreu nas Forças Armadas por ser homossexual.

3-Crônica: Homssexuais nas Forças Armadas? Qual é o problema?

BOLSAS EM QUEDA

A ECONOMIA TREME
JAIME LEITÃO

O terreno no qual está assentada a economia mundial é muito fofo e treme ao menor sinal de instabilidade em qualquer ponto do planeta. Não existe economia sólida a ponto de não sofrer abalos. Bastou os especuladores lançarem no mercado dúvidas sobre as economias da Grécia, da Espanha e de Portugal, que as principais Bolsas do planeta caíram sensivelmente na quinta-feira e ontem. E isso provocou um pânico geral.
Depois de uma pneumonia, como foi a crise econômica de 2009, qualquer tosse ou resfriado assusta e já contamina todo o sistema. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) não fugiu à regra e sofreu com quedas fortes nas suas ações, principalmente na quinta, quando caiu 4,73%.
Outro fator desencadeador dessa turbulência generalizada foram informações desencontradas sobre as taxas de emprego nos Estados Unidos. A economia norte-americana dá uma tremida, o reflexo chega rápido aqui e a outros países conectados com investidores internacionais que, quando sentem que a crise está no ar, deixam de investir nas economias consideradas saudáveis, como a nossa.
Ainda não dá para avaliar o tamanho da perda para as empresas nacionais, mas ela não foi pequena. Se irá continuar a crescer, tudo dependerá do movimento do mercado de ações nos próximos dias e semanas.
O pavor gerado pela possibilidade de os governos da Grécia, Portugal e Espanha não cumprirem os seus compromissos de austeridade fiscal causa uma sensação de insegurança que respinga em todos os países.
Para piorar um pouco a situação, o anúncio da inflação de janeiro, bem maior do que a dezembro de 2009, coloca o Banco Central em alerta e aguçando a sua voracidade para aumentar os juros. Com o aumento dos mesmos, que também poderá ocorrer nos principais países da Europa, o crescimento econômico global sofrerá uma freada imprópria, já que a fase indicava aceleração. Desacelerar de repente, sem usar cinto de segurança, pode provocar acidentes com ferimentos graves de difícil cicatrização.
A economia se parece o clima deste verão, sujeita à instabilidade, com trovoadas e inundações, em diversos lugares. Ainda é necessário avaliar o que pesará mais, o período de poucas nuvens ou de chuvas que derrubam árvores, encostas e soterram casas e moradores.
O momento não é de pessimismo nem de otimismo inconseqüente, mas de acompanhamento atento dos próximos passos e movimentos das Bolsas, torcendo para que a especulação não tome o lugar do bom senso e não provoque estragos que poderão ser evitados.
As Bolsas precisam de fôlego, não dá para se manter com tão pouco ar, o que sufocará os investimentos e impedirá o crescimento dos negócios e do emprego. Com retração no mercado, tudo retrai: os empregos, os salários, as oportunidades. Que a semana comece com ânimo novo, não com o desânimo dos últimos dias.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: A economia mundial em estado de alerta.

2-Narração: O narrador-personagem conta como ficou a sua vida depois da crise econômica de 2009, após ter perdido milhões de reais em ações na Bolsa.

3-Crônica: Outra crise de novo? Ou será a mesma?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O GOVERNO GASTA BEM?

BILHÕES E MAIS BILHÕES
JAIME LEITÃO

Chegou ao fim a novela da compra dos 36 aviões de caça pelo governo brasileiro. A empresa francesa Dassault abaixou o preço em 2 bilhões, de 8, 2 para 6, 2, assim mesmo o preço dos aviões ficou 1 bi e 700 mi acima dos caças suecos, que foram recomendados pela FAB (Força Aérea Brasileira) ao governo, que não acatou o parecer técnico.
Se os aviões são para uso da FAB, seria normal que os suecos fossem adquiridos, se são mais baratos e melhores. Na lógica que analisa a relação custo/benefício é perfeito esse raciocínio, mas há outros interesses, políticos, estratégicos e mercadológicos, que se sobrepõem à técnica e ao preço.
O governo já havia decidido há um ano pelos caças franceses. Depois de toda a pressão da opinião pública, é que foram apresentadas as propostas das empresas norte-americana e sueca. Mas tudo pró-forma. Estenderam a novela, mas o desfecho era mais do que conhecido: os franceses iriam ser os escolhidos. E foram. O final foi feliz para a França, para a Dassault, para Lula e para o ministro da Defesa Nelson Jobim, já para o país e a sua complexa realidade, tudo indica que não.
Há várias perguntas a serem feitas em relação ao negócio: Para que comprar de uma vez tantos caças? E por que colocar outros interesses acima da relação qualidade/preço?
Não bastassem os bilhões para a compra dos caças, leio agora que dos R$ 5,342 bilhões que serão gastos com construções e reformas de estádios para a Copa de 2014 no Brasil, 94% serão bancados pelo Poder Público, o que representa quase 5 bi. Mas não foi o próprio presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Ricardo Teixeira que afirmou há dois anos que a Copa de 14 seria o Mundial da iniciativa privada? Por que mudou? E também há dois anos a previsão dos gastos de reforma dos estádios era bem menor do que o orçamento de 2010. Houve uma alta de 167% no cálculo dos gastos. Que salto absurdo esse. Não houve nenhuma inflação que justificasse tamanho reajuste. Calcularam errado antes? Outra pergunta a ser feita: até 2014, para quanto irão subir essas despesas?O problema de gastos de tantos bilhões nos caças e nas arenas para a Copa é que outras obras essenciais deverão ser mais uma vez prejudicadas. Saúde, educação, segurança ficam mais uma vez em segundo ou terceiro plano.
A nossa segurança nas fronteiras ficará teoricamente garantida, com aviões de última ou penúltima geração, mas a interna, da falta de estrutura das polícias para combater o crime organizado, essa ficará para mais tarde. Ou não? Espero que não, mas bilhões não dão em árvore, que possam aparecer de uma hora para outra para nos livrar de todas as nossas carências.
Leio sobre assaltos que não param, hospitais com falta de médicos, escolas com falta de professores, mas a reforma dos estádios e os caças estão garantidos. Viva o desenvolvimento! Somos um país que avança cada vez mais.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: O governo gasta bem?

2-Narração: O narrador-personagem gastou muito mal a sua fortuna. Mostre no texto as consequências.

3-Crônica: Se o governo utilizasse os seus recursos melhor... (continue o texto)

4-Carta ao presidente Lula, pedindo que ele utilize melhor os recursos.

5-Dissertação: O desperdício no Brasil está em praticamente todos os lugares.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O TROTE VIOLENTO

SELVAGENS URBANOS
JAIME LEITÃO

Selvagens só deveriam ser encontrados na selva. A própria palavra nos remete a essa idéia. Mas hoje é mais fácil encontrar selvagens no espaço urbano do que na selva.
Pelo menos é o que parece pelos acontecimentos que temos observado.
Assaltantes em cidades dos mais variados portes, além de roubar, costumam agredir as vítimas com selvageria. É isso. Coisa de selvagem, mas nunca moraram na selva.
Hoje, vi na televisão um relato de mais uma cena praticada pelos selvagens urbanos. Um estudante que acabou de ingressar no curso de veterinária da Unicastelo, em Fernandópolis, foi selvagemente forçado a beber cerveja, cachaça e álcool combustível, além de ser estapeado pelos veteranos . Entrou em coma alcoólico e ficou traumatizado de uma tal forma que dificilmente terá condições psicológicas de estudar nessa universidade.
Alguns dias antes, um estudante de 15 anos, que havia sido aprovado para entrar no Colégio Naval em Angra dos Reis, foi, segundo os seus familiares, submetido a trotes violentos, tanto físicos quanto psicológicos, que provocaram o seu internamento em um hospital psiquiátrico. A denúncia é que veteranos e oficiais teriam participado desses maus-tratos. Trotes em escolas militares não são novidade. Há até estudos antropológicos e teses sobre o tema, mas eles continuam a ocorrer.
Entra fevereiro, as aulas têm início em muitas universidades e, com elas, começam as temporadas de trotes imbecis, primários, que consistem em obrigar os calouros a rolar na lama, a nadar mesmo sem saber, a tomar banho de óleo e a beber cachaça e até álcool para veículos.
Muitas universidades proibiram o trote selvagem, primitivo, e adotaram o trote cultural e solidário, mas enquanto os praticantes dessa ação sórdida não forem punidos com a expulsão e um processo-crime, os veteranos de várias faculdades romperão o cerco e continuarão agredindo quem deveria ser recebido da melhor maneira porque esse período representa uma mudança significativa na vida desses estudantes.
É um ritual de passagem, mas que tenha brincadeiras, encenações, espetáculos de mímica, gincanas criativas, para marcar positivamente esse momento. Chega de suportar violência gratuita. Como confiar no futuro em profissionais que agem como se fossem trogloditas, dispostos a até a matar, por brincadeirinha? Se algo mais grave acontecer, dirão ao delegado: “Estávamos só nos divertindo um pouco, doutor.”Diversão com prejuízo da saúde física e mental alheia não é diversão, mas agressão e, num nível mais agudo, tentativa de homicídio, o que prevê pena de prisão. Pelo menos isso deveria acontecer se as leis no nosso País fossem realmente cumpridas. Infelizmente, impunidade é uma palavra que circula livre no Brasil, principalmente quando envolve pessoas endinheiradas.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: O trote troglodita.

2-Narração: O narrador-personagem conta as humilhações e violências que sofreu logo que chegou à faculdade no primeiro dia de aula.

3-Carta argumentativa: ao reitor da universidade em que o seu filho acabou de ingressar, protestando contra o trote violento a que ele foi submetido. Use a máscara, identificando-se como a mãe do aluno.

4-Crônica: Trote poderia ser um evento mais criativo e interessante.

5-Dissertação: Impunidade para quem tem uma condição econômica privilegiada.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O USO DA BURKA

Mulheres iranianas com burka Fonte:
blog http://www.operationitch.files.wordpress.com/


A Burka - liberdade e opressão
O uso da Burka, ou traje similar, está em vias de ser proibido em alguns lugares públicos em França. A Turquia, país de maioria islamica, proíbe-o em qualquer local público.Em Portugal parece não haver legislação sobre a matéria. Porém, muitos dos que dizem condenar veementemente o uso daqueles trajes, estão contra a legislação francesa que visa limitar o seu uso. Ou seja, são contra o uso da Burka porque representa uma violência sobre as mulheres, mas não reconhecem ao estado o direito de o proibir, porque viola a liberdade individual de a usar.Isto é um sofisma. Se se considera violência obrigar as mulheres a usar Burka, o que acontece em alguns países, ao permitir o seu uso dentro das suas fronteiras, os países democráticos estão a fechar os olhos à opressão que está na sua génese. A Burka é um símbolo de opressão, não de liberdade. Isto é insofismável.A dar razão aos que entendem que os países democráticos não podem proibir o uso da Burka, legitimam-se os que obrigam as mulheres a usá-la.


A Burka - liberdade e opressão
O uso da Burka, ou traje similar, está em vias de ser proibido em alguns lugares públicos em França. A Turquia, país de maioria islamica, proíbe-o em qualquer local público.Em Portugal parece não haver legislação sobre a matéria. Porém, muitos dos que dizem condenar veementemente o uso daqueles trajes, estão contra a legislação francesa que visa limitar o seu uso. Ou seja, são contra o uso da Burka porque representa uma violência sobre as mulheres, mas não reconhecem ao estado o direito de o proibir, porque viola a liberdade individual de a usar.Isto é um sofisma. Se se considera violência obrigar as mulheres a usar Burka, o que acontece em alguns países, ao permitir o seu uso dentro das suas fronteiras, os países democráticos estão a fechar os olhos à opressão que está na sua génese. A Burka é um símbolo de opressão, não de liberdade. Isto é insofismável.A dar razão aos que entendem que os países democráticos não podem proibir o uso da Burka, legitimam-se os que obrigam as mulheres a usá-la.
José Ferreira Marques
Portugal
1 de fevereiro de 2010
http://www.formaeconteudo.blogspot.com/


Propostas temáticas:
1-Dissertação: O uso da burka deve ser proibido em locais públicos?
2-Crônica: A burka e o celular.
3-Dissertação: Toda mudança em uma cultura deve acontecer de dentro para fora, não de fora para dentro.

UMA RFLEXÃO SOBRE O FANATISMO

Os fanáticos por política, religião, esporte, vaidade, consumo são seres que abrem mão da própria identidade para assumir uma outra; é como fugir de si mesmo e se refugiar em um porto aparentemente seguro, mas cheio de armadilhas.

(Jaime Leitão)

1-Dissertação: A armadilha do fanatismo.

2-Narração: O narrador-personagem conta como se tornou presa fácil do fanatismo e como se livrou dele.

3-Crônica: Os fanáticos são seres perigosos.

4-Poema-narrativo: O fanático.

5-Depoimento: Já fui fanático. Ou, se preferir, o tema: Eu, fanático?

LEIA A FRASE E ESCREVA UM TEXTO COM BASE NELA

"A natureza humana é como uma cebola. As camadas externas são fáceis de mudar. Mas as internas não."
Jerome Kagan, psicólogo norte-americano, em entrevista à revista "Veja" desta semana.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: O ser humano fala em mudar sempre, mas dificilmente muda.

2-Narração: O narrador-personagem termina a narrativa com a frase: "Nunca pensei que fosse passar por tamanha mudança, eu que sempre fui tão rigoroso em todos os sentidos."

3-Crônica que tenha como título: As cebolas

4-Carta a um amigo pedindo que ele mude o seu comportamento antes que todos o abandonem por não aguentá-lo mais.

5-Poema que tenha como tema: Mudanças.

A CRISE AINDA NÃO ACABOU

REFLEXOS DA CRISE
JAIME LEITÃO

Uma crise econômica, como a que atacou o mundo no ano passado, não passa sem deixar rastros de destruição significativos. É como um terremoto. As suas conseqüências são sentidas durante anos ou décadas.
Pode parecer um exagero essa afirmação, já que os líderes de vários países, incluindo Lula, declararam o fim da crise e, no caso específico do nosso presidente, que a mesma não passou aqui de uma marolinha.
O presidente do Banco Mundial Robert Zoellick, que participou no último final de semana da reunião de cúpula anual da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, afirmou que espera que estejamos entrando em um período de recuperação mundial, mas ressaltou: "Estimamos que 64 milhões de pessoas em todo o mundo entrarão na faixa de extrema pobreza devido à crise."
É necessário fazer uma leitura cuidadosa dessa afirmação. São 64 milhões de habitantes dos países pobres ou em desenvolvimento que, por terem perdido o emprego no período da crise, padecerão de fome e de outras carências neste ano. Ele não se referiu aos milhões de pessoas que já vivem nessas condições há bastante tempo e que não receberam dos governos dos seus países nem dos países ricos recursos para que saíssem dessa situação desesperadora.
Zoellick disse que o banco utilizará o seu esquema de subsídios diretos para “mitigar a pobreza.” Que isso seja feito de fato: é intolerável ler nos noticiários informações sobre índices de crescimento econômico para 2010 e 2011, deixando em último plano, esquecido, o crescimento da pobreza no mundo, como se esses dados não fossem importantes e devessem ser esquecidos.
Crescimento econômico só é completo e faz sentido se vier acompanhado de crescimento do padrão de vida da população como um todo. Se uma parte melhora de vida, justamente aquela que está no topo da pirâmide, isso não significa que quem está na fatia mais embaixo melhorou de vida também. Geralmente ocorre o contrário, como deixou claro o presidente do Banco Mundial, não um contestador do sistema econômico, mas um dos seus maiores representantes em termos mundiais.
Ler os indicadores econômicos de forma simplista, sem relacioná-los com uma realidade maior, é reduzir o mundo ao eixo da prosperidade, excluindo o eixo daqueles que vivem na mais extrema pobreza. Se essa análise tivesse sido feita há décadas ou há séculos, e transformada em ação, talvez a miséria no mundo hoje fosse bem menor. E não acredito na visão daqueles que afirmam que querer debelar a miséria não passa de utopia. Esse é um argumento cômodo e sórdido para manter tudo como está.
É claro que a miséria não é combatida de maneira instantânea, mas pode diminuir sensivelmente em algumas décadas, se houver vontade e determinação para que isso aconteça.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: A crise econômica tem um tempo de duração muito maior entre as classes mais pobres.

2-Dissertação: Os índices de crescimento econômico mascaram os índices de crescimento da miséria.

3-Narração: O narrador-personagem conta o seu drama de viver crise diária para conseguir alimento para a sua família.

4-Crônica: Desde que nasci, só ouço falar em crise.

5-Poema: Palavras em crise

1 ANO DO LEITURAS E PROPOSTAS

O "Leituras e Propostas" completa hoje um ano. Agradeço a todos que aqui visitam e, em especial, aos seguidores.
Prometo torná-lo cada vez mais dinâmico, inserindo propostas temáticas variadas, além das mais de 600 aqui já postadas, que proporcionem reflexão a partir da leitura e o exercício permanente da escrita.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CACHORRO OU GATO?




PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Narrativa: O narrador-personagem acorda determinada manhã convencido de que é um cachorro, não mais um homem. Trabalhe esse fato absurdo de forma criativa, instigante.

2-Narrativa: O narrador-personagem troca os nomes dos objetos e dos seres, mas aos poucos consegue comunicar-se com as pessoas, apesar da resistência e do preconceito que sofre principalmente na infância.

3-Crônica: Ser um animal racional ou irracional, eis a questão.

4-Dissertação: Reflexões sobre o sentido do ser.

5-Carta um homem reclamando do péssimo tratamento que recebe dele. Assinado: um cão.

ASSISTA AO VÍDEO E FAÇA UMA LEITURA DELE



PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Narrativa: O narrador-personagem sente que, por algum motivo ou vários, perdeu o vínculo com a sua cidade natal, a qual amava muito. Trabalhe bem o conflito.

2-Dissertação: A cidade em que nascemos pode ser considerada a nossa primeira pátria?

3- Crônica: O que é ser cidadão do mundo?

4-Carta a um amigo contando da sua solidão por ter escolhido viver em um país com uma cultura totalmente diferente daquela com que estava acostumado no país onde nasceu.

DA REALIDADE PARA A LÍNGUA

CÁRIE EM DENTE DE HIPOPÓTAMO

JAIME LEITÃO


A notícia está no site da BBC Brasil: “Dentista trata cárie de hipopótamo sem anestesia.” O meu primeiro pensamento veio instantâneo: o dentista foi engolido pelo hipopótamo. Não há nada de exagerado nesse meu raciocínio. Felizmente, o tratamento foi feito e o dentista continua vivo e preparado para tratar dentes de jacaré e outros bichos no futuro.

O fato relatado foi: “Um hipopótamo de quase três toneladas foi submetido a um tratamento dentário sem uso de anestesia na última quarta-feira no zoológico Santa Fé, em Medellín, na Colômbia.

O hipopótamo chamado Orion danificou um dos dentes incisivos do maxilar inferior em outubro do ano passado, ao morder uma coluna de metal. A lesão não era grave, mas apresentava riscos de inflamação e infecção a longo prazo, podendo até vir a causar a morte do animal.”

Os hipopótamos, apesar do tamanho e da ferocidade, são animais sensíveis e podem morrer asfixiados se tomarem anestesia. Para não haver nenhum acidente, o tratador de Orion, Jorge Aguirre, durante três meses ensinou o animal a abrir a boca e mantê-la aberta durante períodos de dez minutos. Foram aulas de paciência e coragem. Isso possibilitou que a cárie fosse tratada em várias etapas. E o detalhe é que quem colocou a mão e a cabeça dentro da boca do hipopótamo foi o tratador e não o dentista, que ficou só orientando Aguirre para que fizesse tudo certo.

Esse acontecimento, que não deixa de ser extraordinário, poderia também se transformar em uma expressão que permaneça viva na oralidade, na linguagem que usamos nas nossas conversas nas mais variadas ocasiões.

Por exemplo, quando alguém está sempre armando encrenca, poderíamos dizer que está procurando cárie em dente de hipopótamo, que é uma confusão das maiores. Ainda mais se o animal não for treinado como esse hipopótamo do zoológico de Medellín.Tem gente que procura não só cárie em dente de hipopótamo, mas faz cócegas em leão para ver se ele reage. Ou, ainda, abraça tamanduá para ver se ele aperta.

Podemos usar metáforas, criar expressões as mais variadas para nos comunicarmos com pessoas que, sem o mínimo de humor, podem se tocar com o nosso humor. E temos o recurso de extraí-las tanto da imaginação quanto de fatos reais, que mais parecem ficção. Realidade e ficção não param de se tocar e é possível aproveitar isso para inventar textos, expressões e tornar as nossas relações mais leves, principalmente em uma situação de conflito.

Muitas expressões surgiram de pessoas simples, anônimas, que têm uma imaginação incomum. A criatividade existe em todos nós e pode ser acionada na hora que quisermos. Basta nos abrirmos para ela.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Dissertação: A LINGUAGEM ORAL E POPULAR PODE SER CRIATIVA.

2-Narrativa: No decorrer da narração, insira a expressão "cárie em dente de hipopótamo.

3-Narrativa: Um veterinário relata um fato grave que ocorreu no início da sua vida profissional que o fez abandonar a profissão e partir para outro ramo de atividade. Narre em primeira pessoa. Detalhe bem o conflito.

4-Crônica: Certas expressões nos confundem e nos deixam em situações constrangedoras. Explore essa ideia, utilizando diálogos ou não.

5-Narrativa: O espaço da narrativa é um zoológico. Narre em primeira ou em terceira pessoa.