O BANQUEIRO
Certa tarde, um famoso banqueiro ia para casa em sua limousine quando viu dois homens à beira da estrada, comendo grama. Ordenou ao seu motorista que parasse e, saindo, perguntou a um deles:
- Porque vocês estão comendo grama ?
- Não temos dinheiro para comida. - disse o pobre homem - Por isso temos que comer grama.
- Bem, então venham a minha casa e eu lhes darei de comer - disse o banqueiro.
- Obrigado, mas tenho mulher e dois filhos comigo. Estão ali, debaixo daquela árvore.
- Que venham também - disse novamente o banqueiro.
E, voltando-se para o outro homem, disse-lhe:
- Você também pode vir.
O homem, com uma voz muito sumida disse:
- Mas, senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo!
- Pois que venham também. - respondeu o banqueiro. E entraram todos no enorme e luxuoso carro.
Uma vez a caminho, um dos homens olhou timidamente o banqueiro e disse:
- O senhor é muito bom. Obrigado por nos levar a todos.
O banqueiro respondeu:
- Meu caro, não tenha vergonha, fico muito feliz por fazê-lo! Vocês vão ficar encantados com a minha casa... A grama está com mais de 20 centímetros de altura !
Moral da história:
Quando você achar que um banqueiro (ou banco) está lhe ajudando, não se iluda!....
QUESTÕES:
1-Comente a anedota.
2-Crie uma outra moral para a história.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa em terceira pessoa, com narrador-onisciente, que relate a vida de um banqueiro imaginário. Não esqueça o conflito.
2-Escreva uma crônica a partir da anedota.
3-Escreva uma carta a um jornal criticando a especulação e os juros excessivos cobrados pela maioria dos bancos.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
domingo, 28 de junho de 2009
A EDUCAÇÃO EM PAUTA
Fonte:
Folha de São Paulo
Painel do Leitor
28-6-2009
Educação
"Estive no interior do Ceará, onde visitei um grupo escolar com quatro salas de aula e cerca de 80 a 100 alunos. Com tantos políticos prometendo um piso salarial mínimo para os professores, pensei que tudo estava bem, mas, na verdade, a maioria dos professores são bolsistas que recebem bem menos que o piso salarial. Existem alunos que na quinta série do antigo primário ainda não sabem ler. A verdade é que os senhores prefeitos estão admitindo bolsistas e estagiários no lugar de professores qualificados e experientes. A qualidade da educação diminui, e o piso salarial está sendo razão para os professores formados serem afastados de suas funções. Denúncia como esta tem o objetivo de questionar os cidadãos sobre a qualidade que está sendo oferecida e sobre a educação que queremos para os nossos filhos. Ou fiscalizamos os nossos municípios, ou teremos em alguns anos situações irreparáveis na educação."
PAULO ROBERTO GIRÃO LESSA (Fortaleza, CE)
QUESTÕES:
1-Comente esse fato grave de afastamento de professores qualificados para a contratação de bolsistas e estagiários.
2-Será que já não estamos viendo situações irreparáveis na educação?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1- Escreva uma dissertação que tenha como tema: Para educar, é necessário ser um educador. A educação não pode ser praticada tendo como base o improviso.
2-Escreva uma narrativa, com narrador-onisciente, que tenha como protagonista um menino de 12 anos que está na escola desde os 7, mas ainda não consegue compreender o que lê.
3-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Muitas faculdades e universidades particulares estão demitindo os doutores e admitindo quem tem especialização ou só graduação para pagar menos. Quais as consequências desse fato para o futuro profissional de quem se forma nessas escolas?
4-Escreva uma carta a um amigo defendendo ou criticando o ensino a distância, dependendo do seu ponto de vista.
5-Escreva uma crônica que tenha no seu decorrer esse trecho: "Se os governantes neste país levassem a educação a sério..." Ou, se você pensar de maneira oposta: "Até que enfim o governo no Brasil está levando a educação a sério.
Folha de São Paulo
Painel do Leitor
28-6-2009
Educação
"Estive no interior do Ceará, onde visitei um grupo escolar com quatro salas de aula e cerca de 80 a 100 alunos. Com tantos políticos prometendo um piso salarial mínimo para os professores, pensei que tudo estava bem, mas, na verdade, a maioria dos professores são bolsistas que recebem bem menos que o piso salarial. Existem alunos que na quinta série do antigo primário ainda não sabem ler. A verdade é que os senhores prefeitos estão admitindo bolsistas e estagiários no lugar de professores qualificados e experientes. A qualidade da educação diminui, e o piso salarial está sendo razão para os professores formados serem afastados de suas funções. Denúncia como esta tem o objetivo de questionar os cidadãos sobre a qualidade que está sendo oferecida e sobre a educação que queremos para os nossos filhos. Ou fiscalizamos os nossos municípios, ou teremos em alguns anos situações irreparáveis na educação."
PAULO ROBERTO GIRÃO LESSA (Fortaleza, CE)
QUESTÕES:
1-Comente esse fato grave de afastamento de professores qualificados para a contratação de bolsistas e estagiários.
2-Será que já não estamos viendo situações irreparáveis na educação?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1- Escreva uma dissertação que tenha como tema: Para educar, é necessário ser um educador. A educação não pode ser praticada tendo como base o improviso.
2-Escreva uma narrativa, com narrador-onisciente, que tenha como protagonista um menino de 12 anos que está na escola desde os 7, mas ainda não consegue compreender o que lê.
3-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Muitas faculdades e universidades particulares estão demitindo os doutores e admitindo quem tem especialização ou só graduação para pagar menos. Quais as consequências desse fato para o futuro profissional de quem se forma nessas escolas?
4-Escreva uma carta a um amigo defendendo ou criticando o ensino a distância, dependendo do seu ponto de vista.
5-Escreva uma crônica que tenha no seu decorrer esse trecho: "Se os governantes neste país levassem a educação a sério..." Ou, se você pensar de maneira oposta: "Até que enfim o governo no Brasil está levando a educação a sério.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
LEIA, PENSE E ESCREVA
Uma floresta está sendo dizimada em uma velocidade três vezes maior do que aquela que vem sendo utilizada para a reposição da mesma. Caem mil árvores por dia e são plantadas um pouco mais de 300. Além da derrubada das árvores, há fatores externos comprometendo o futuro da floresta, que é a poluição do ar e o aquecimento global, o segundo sendo consequência direta do primeiro fator. Como evitar que essa floresta vire deserto em algumas décadas?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva um texto argumentativo de no máximo vinte linhas apresentando uma solução para o problema.
2-Escreva uma crônica que tenha como título: O Deserto de ideias é o pior de todos.
3-Escreva um e-mail ao diretor de uma empresa poluidora protestando contra a sua ação devastadora, apesar dos mil empregos diretos que gera.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva um texto argumentativo de no máximo vinte linhas apresentando uma solução para o problema.
2-Escreva uma crônica que tenha como título: O Deserto de ideias é o pior de todos.
3-Escreva um e-mail ao diretor de uma empresa poluidora protestando contra a sua ação devastadora, apesar dos mil empregos diretos que gera.
terça-feira, 23 de junho de 2009
FAÇA A LEITURA E ESCREVA
Um empresário oferece a um vereador mala cheia de dinheiro para que ele vote um projeto do seu interesse. É o único vereador incorruptível da Câmara de Corruptópolis. Ele resiste, mas nesse momento começa o seu inferno.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-A partir dessa cena, escreva uma narrativa.
2-A partir da mesma situação, escreva um texto dissertativo.
3-Escreva uma carta a um vereador, de nome inventado, criticando a sua atuação na Câmara, lamentando o fato de você ter votado nele.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-A partir dessa cena, escreva uma narrativa.
2-A partir da mesma situação, escreva um texto dissertativo.
3-Escreva uma carta a um vereador, de nome inventado, criticando a sua atuação na Câmara, lamentando o fato de você ter votado nele.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
LEIA E INTERPRETE
Um homem chega a uma biblioteca e para diante da bibliotecária com uma arma na mão. Exige que ela lhe entregue uma determinada obra que ele irá queimar porque vai contra os seus princípios.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-A partir dessa situação insólita, continue a narrativa. Adapte o início para a sua linguagem.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Por que certos livros causam indignação a determinadas pessoas?
3-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um ladrão de livros.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-A partir dessa situação insólita, continue a narrativa. Adapte o início para a sua linguagem.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Por que certos livros causam indignação a determinadas pessoas?
3-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um ladrão de livros.
domingo, 21 de junho de 2009
LEIA ESTA SITUAÇÃO
Situação:
Várias pessoas esperam pelo dentista na sala de espera do consultório. De repente, aparece a secretária avisando a todos que a esposa do dentista ligou dizendo que ele não irá trabalhar hoje porque está doente.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que comece a partir desse fato. Desenvolva um conflito.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A ANGÚSTIA DA ESPERA
3-Escreva uma carta a um amigo amiga, namorado ou namorada pedindo para que pare de se atrasar quando vocês marcam algum compromisso.
Várias pessoas esperam pelo dentista na sala de espera do consultório. De repente, aparece a secretária avisando a todos que a esposa do dentista ligou dizendo que ele não irá trabalhar hoje porque está doente.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que comece a partir desse fato. Desenvolva um conflito.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A ANGÚSTIA DA ESPERA
3-Escreva uma carta a um amigo amiga, namorado ou namorada pedindo para que pare de se atrasar quando vocês marcam algum compromisso.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
LEIA A CHARGE
QUESTÔES:
1-O que o homem está varrendo?
2-E o cachorro com o rabo?
3-Relacione as duas imagens.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa em que o protagonista, depois de guardar durante anos milhares de dólares no colchão, percebe que a sua fortuna não vale quase nada. O tempo em que se passa a história deve estar em um futuro não muito distante.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O dólar no contexto da crise.
3-Escreva uma crônica que tenha como título: O dólar já era.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
LEIA E INTERPRETE O CARTUM
Esse cartum foi o primeiro colocado no Segundo Salão Internacional Pátio Brasil de Humor sobre Meio Ambiente, do Distrito Federal. O seu autor é o cartunista espanhol, Omar Alberto Figueiroa Turcios, de Madri.
Fonte: site www.irancartoon.com
QUESTÕES:
1-Qual é a primeira leitura que você faz desse cartum?
2-E qual seria uma leitura mais aprofundada?
PROPOSTAS TEMÁTICAS;
1-Escreva uma narrativa que se passe daqui a algumas décadas, em uma metrópole, em que não há praticamente nenhuma área verde.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A CIVILIZAÇÃO DO CONCRETO
3-Escreva uma carta argumentativa endereçada a alguém que viveu no passado, contando a ele o que é viver em uma época tão poluída e com tão pouco apreço à natureza.
terça-feira, 16 de junho de 2009
AINDA A GRIPE SUÍNA
DO ESTARDALHAÇO À VACINA
Jaime Leitão
Pouco tempo depois de a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter elevado a gripe suína à categoria de pandemia, lançando um alerta mundial, o laboratório suíço Novartis anunciou que está pronto para produzir a vacina contra o vírus dessa gripe. E outros também vêm apontando na mesma direção.
A pergunta a fazer é: será que a OMS não estava acompanhando as pesquisas dos laboratórios para prever que a gripe suína não atingiria níveis terríveis de mortalidade, como aconteceu em outras épocas com a gripe espanhola e a gripe asiática?
Ou será que é necessário fazer bastante barulho para que os laboratórios se empenhem ao máximo para chegar rápido a uma vacina? Algo de muito estranho aconteceu em relação a esse fato.
No Brasil, o Instituto Butantã anunciou que iniciará a produção da vacina em outubro, ao preço de R$ 12,50 a dose. Aqui também, o Instituto Adolf Lutz veiculou que isolou o vírus da gripe e que deverá produzir em breve a sua vacina.
Não será por falta de vacina que contrairemos a gripe suína. O que causa estranheza é que uma gripe descoberta há pouco tempo, há cerca de dois meses, com os primeiros casos surgidos no México, já possa ser combatida tão rapidamente, sem o período necessário de pesquisas que é exigido para que uma vacina contra qualquer doença seja produzida em escala industrial.
Por que não chegaram até hoje a uma vacina contra a dengue, por exemplo? Será que é tão complicado assim? Ou está faltando um barulho maior por parte da mídia e a OMS soltar um alarme mais veemente?
Muitas vezes penso que algumas doenças são mantidas sem cura definitiva para que os laboratórios lucrem com remédios que obrigam o paciente a se tratar por um longo período ou, até, pela vida inteira.
A chegada repentina da gripe suína, o barulho em torno dela, e o anúncio da vacina para daqui a dois ou três meses, tudo isso me faz refletir sobre a mecânica que rege a doença, o tratamento e a cura. É claro que há laboratórios sérios, como cientistas que se debruçam de corpo e alma para encontrar a solução para um mal que afeta a humanidade. Mas o fator financeiro, o lucro, deve pesar em muitos casos. Se a saúde estivesse em primeiro lugar, os remédios não poderiam custar menos e ter efeitos mais duradouros? É uma pergunta que não consigo responder, mas que continua martelando. O difícil é saber com exatidão a resposta.
As mortes causadas pela gripe suína no mundo ocorreram em escala bem menor do que ocorre com uma gripe comum. Então, para que tanto pânico? Com toda a tecnologia que existe nos dias de hoje, não dá para imaginar que uma gripe, seja ela de que cepa for, provoque tantas mortes como as que se verificaram em épocas de outras pandemias.
A gripe suína veio do nada. Parecia estratégia de marketing para lançar um produto. Eu disse parecia, não que seja. Estou longe de fazer essa afirmação. Mas que foi estranho foi.
QUESTÕES:
1-Comente o artigo acima.
2-Você concorda com a tese de que os laboratórios poderiam agilizar as pesquisas e chegar mais rápido à cura de algumas doenças?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A PANDEMIA E A VACINA
2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um cientista que disseminava uma doença e depois pesquisava a vacina para a mesma, esperando a ordem do laboratório para o qual trabalhava.
3-Escreva uma carta argumentativa a um jornal comentando sobre a gripe suína.
Jaime Leitão
Pouco tempo depois de a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter elevado a gripe suína à categoria de pandemia, lançando um alerta mundial, o laboratório suíço Novartis anunciou que está pronto para produzir a vacina contra o vírus dessa gripe. E outros também vêm apontando na mesma direção.
A pergunta a fazer é: será que a OMS não estava acompanhando as pesquisas dos laboratórios para prever que a gripe suína não atingiria níveis terríveis de mortalidade, como aconteceu em outras épocas com a gripe espanhola e a gripe asiática?
Ou será que é necessário fazer bastante barulho para que os laboratórios se empenhem ao máximo para chegar rápido a uma vacina? Algo de muito estranho aconteceu em relação a esse fato.
No Brasil, o Instituto Butantã anunciou que iniciará a produção da vacina em outubro, ao preço de R$ 12,50 a dose. Aqui também, o Instituto Adolf Lutz veiculou que isolou o vírus da gripe e que deverá produzir em breve a sua vacina.
Não será por falta de vacina que contrairemos a gripe suína. O que causa estranheza é que uma gripe descoberta há pouco tempo, há cerca de dois meses, com os primeiros casos surgidos no México, já possa ser combatida tão rapidamente, sem o período necessário de pesquisas que é exigido para que uma vacina contra qualquer doença seja produzida em escala industrial.
Por que não chegaram até hoje a uma vacina contra a dengue, por exemplo? Será que é tão complicado assim? Ou está faltando um barulho maior por parte da mídia e a OMS soltar um alarme mais veemente?
Muitas vezes penso que algumas doenças são mantidas sem cura definitiva para que os laboratórios lucrem com remédios que obrigam o paciente a se tratar por um longo período ou, até, pela vida inteira.
A chegada repentina da gripe suína, o barulho em torno dela, e o anúncio da vacina para daqui a dois ou três meses, tudo isso me faz refletir sobre a mecânica que rege a doença, o tratamento e a cura. É claro que há laboratórios sérios, como cientistas que se debruçam de corpo e alma para encontrar a solução para um mal que afeta a humanidade. Mas o fator financeiro, o lucro, deve pesar em muitos casos. Se a saúde estivesse em primeiro lugar, os remédios não poderiam custar menos e ter efeitos mais duradouros? É uma pergunta que não consigo responder, mas que continua martelando. O difícil é saber com exatidão a resposta.
As mortes causadas pela gripe suína no mundo ocorreram em escala bem menor do que ocorre com uma gripe comum. Então, para que tanto pânico? Com toda a tecnologia que existe nos dias de hoje, não dá para imaginar que uma gripe, seja ela de que cepa for, provoque tantas mortes como as que se verificaram em épocas de outras pandemias.
A gripe suína veio do nada. Parecia estratégia de marketing para lançar um produto. Eu disse parecia, não que seja. Estou longe de fazer essa afirmação. Mas que foi estranho foi.
QUESTÕES:
1-Comente o artigo acima.
2-Você concorda com a tese de que os laboratórios poderiam agilizar as pesquisas e chegar mais rápido à cura de algumas doenças?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A PANDEMIA E A VACINA
2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um cientista que disseminava uma doença e depois pesquisava a vacina para a mesma, esperando a ordem do laboratório para o qual trabalhava.
3-Escreva uma carta argumentativa a um jornal comentando sobre a gripe suína.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
POLICIAIS CRIAM BLOGUES
Fonte: TV Bandeirantes
Colocado no Youtube por Ricardo Gama.
QUESTÕES:
1-Na sua opinião, um policial tem direito de expressar em um blog?
2-Como explicar esse fenômeno de tantos policiais estarem fazendo blog?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narração em que o protagonista é um policial contando uma história incrível que viveu.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema a pergunta: O Direito de se expressar deve ser garantido a todos, independente da profissão que exercem?
3-Escreva uma carta argumentativa, na qual um policial relata a um amigo a perseguição que sofreu dentro e fora da Polícia por ter criado um blog.
domingo, 14 de junho de 2009
O ETERNO CONFLITO ENTRE RELIGIÃO E CIÊNCIA
Fonte: Folha de São Paulo
São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009
+ Marcelo Gleiser
Anjos e demônios da ciência
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No filme, os cientistas são inocentes e os cardeais são sábios
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Como não podia deixar de ser, hoje escrevo sobre o filme "Anjos e Demônios", baseado no romance homônimo de Dan Brown.
Para os leitores que não tiveram a oportunidade de assistir ao filme ou ler o livro, a narrativa trata de um complô para assassinar a cúpula da Igreja Católica durante a escolha de um novo papa. Uma bomba extremamente poderosa foi escondida em algum lugar da famosa basílica de São Pedro, no Vaticano, e irá explodir, a menos que nosso herói, o professor de Harvard especialista na interpretação de símbolos Robert Langdon (Tom Hanks), consiga desvendar uma série de mistérios e pistas.
A bomba, e aqui entra o tema principal do filme, é um artefato que usa uma amostra de antimatéria criada pelos cientistas do Cern, o centro europeu de física de partículas, a casa do LHC, o gigantesco colisor de partículas que deverá entrar em funcionamento em alguns meses. O filme retrata o conflito entre os magistérios que supostamente disputam o domínio da sociedade: a religião e a ciência.
A cena inicial se passa no templo da ciência, onde os seus sacerdotes, os cientistas do Cern, preparam-se para acionar a maior máquina já construída na história. A bela física italiana Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) e seu colega, um padre físico (vejam que essa união não é impossível), planejam isolar um pouco de antimatéria.
O ponto é que antimatéria é extremamente rara: o Universo é composto quase exclusivamente de matéria, os átomos formados de partículas elementares como elétrons e quarks (componentes dos prótons e nêutrons). Ainda bem. Partículas de matéria desintegram-se imediatamente quando entram em contato com partículas de antimatéria, transformando-se em raios gama, uma forma de radiação eletromagnética de altíssima energia. Se você apertasse a mão da sua antipessoa, o Brasil desapareceria em instantes.
A bomba que ameaça destruir o Vaticano é feita de antimatéria, roubada do experimento no Cern. No livro, fica claro que a intenção dos físicos é recriar o Big Bang, o momento da criação, transformando mistério em ciência. O padre físico quer provar que Deus existe; os cientistas, que a ciência explica até mesmo o mistério da criação sem a necessidade de interferências sobrenaturais. No meio tempo, a liderança da Igreja Católica pode desaparecer do mapa: o fim da religião pelas mãos da ciência.
Não vou contar o que acontece no filme, para não estragar a surpresa.
Mesmo que o enredo não faça muito sentido do ponto de vista científico, Dan Brown consegue trazer o conflito entre ciência e religião ao grande público, o que acho notável.
Infelizmente, no filme vemos uma tendência a manter estereótipos que me parecem injustos. Existe uma aura de inocência nos cientistas e de sapiência nos cardeais, como se cientistas fossem imaturos e irresponsáveis perante a autoridade moral da igreja.
O templo da ciência parece um brinquedo perante o majestoso templo da igreja. (E, em termos de beleza, não há mesmo o que comparar. Mas a questão aqui é a função de cada um.)
Mas o que define a sociedade moderna? Os "brinquedos" digitais da ciência ou a moral ancestral da religião?
A sabedoria e a moralidade não são província exclusiva da religião. Muitas pessoas sábias e altamente morais não são religiosas. Todos sabem que matar é errado (mesmo que as religiões se esqueçam disso com frequência), e a maioria sabe que devemos amar o nosso próximo. Os desafios que enfrentaremos ao longo deste século, do aquecimento global à crise de energia, serão resolvidos nos templos da ciência e não nos belos templos da religião.
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MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo"
QUESTÕES:
1-Comente o artigo de Marcelo Gleiser.
2-E se você assistiu, comente o filme "Anjos e Demônios".
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema a questão: Dá para imaginar um mundo só com ciência, sem religião?
2-Escreva uma narração que tenha como protagonista um ateu tentando provar que Deus não existe.
3-Escreva uma carta a Marcelo Gleiser criticando algumas das suas colocações neste artigo.
São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009
+ Marcelo Gleiser
Anjos e demônios da ciência
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No filme, os cientistas são inocentes e os cardeais são sábios
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Como não podia deixar de ser, hoje escrevo sobre o filme "Anjos e Demônios", baseado no romance homônimo de Dan Brown.
Para os leitores que não tiveram a oportunidade de assistir ao filme ou ler o livro, a narrativa trata de um complô para assassinar a cúpula da Igreja Católica durante a escolha de um novo papa. Uma bomba extremamente poderosa foi escondida em algum lugar da famosa basílica de São Pedro, no Vaticano, e irá explodir, a menos que nosso herói, o professor de Harvard especialista na interpretação de símbolos Robert Langdon (Tom Hanks), consiga desvendar uma série de mistérios e pistas.
A bomba, e aqui entra o tema principal do filme, é um artefato que usa uma amostra de antimatéria criada pelos cientistas do Cern, o centro europeu de física de partículas, a casa do LHC, o gigantesco colisor de partículas que deverá entrar em funcionamento em alguns meses. O filme retrata o conflito entre os magistérios que supostamente disputam o domínio da sociedade: a religião e a ciência.
A cena inicial se passa no templo da ciência, onde os seus sacerdotes, os cientistas do Cern, preparam-se para acionar a maior máquina já construída na história. A bela física italiana Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) e seu colega, um padre físico (vejam que essa união não é impossível), planejam isolar um pouco de antimatéria.
O ponto é que antimatéria é extremamente rara: o Universo é composto quase exclusivamente de matéria, os átomos formados de partículas elementares como elétrons e quarks (componentes dos prótons e nêutrons). Ainda bem. Partículas de matéria desintegram-se imediatamente quando entram em contato com partículas de antimatéria, transformando-se em raios gama, uma forma de radiação eletromagnética de altíssima energia. Se você apertasse a mão da sua antipessoa, o Brasil desapareceria em instantes.
A bomba que ameaça destruir o Vaticano é feita de antimatéria, roubada do experimento no Cern. No livro, fica claro que a intenção dos físicos é recriar o Big Bang, o momento da criação, transformando mistério em ciência. O padre físico quer provar que Deus existe; os cientistas, que a ciência explica até mesmo o mistério da criação sem a necessidade de interferências sobrenaturais. No meio tempo, a liderança da Igreja Católica pode desaparecer do mapa: o fim da religião pelas mãos da ciência.
Não vou contar o que acontece no filme, para não estragar a surpresa.
Mesmo que o enredo não faça muito sentido do ponto de vista científico, Dan Brown consegue trazer o conflito entre ciência e religião ao grande público, o que acho notável.
Infelizmente, no filme vemos uma tendência a manter estereótipos que me parecem injustos. Existe uma aura de inocência nos cientistas e de sapiência nos cardeais, como se cientistas fossem imaturos e irresponsáveis perante a autoridade moral da igreja.
O templo da ciência parece um brinquedo perante o majestoso templo da igreja. (E, em termos de beleza, não há mesmo o que comparar. Mas a questão aqui é a função de cada um.)
Mas o que define a sociedade moderna? Os "brinquedos" digitais da ciência ou a moral ancestral da religião?
A sabedoria e a moralidade não são província exclusiva da religião. Muitas pessoas sábias e altamente morais não são religiosas. Todos sabem que matar é errado (mesmo que as religiões se esqueçam disso com frequência), e a maioria sabe que devemos amar o nosso próximo. Os desafios que enfrentaremos ao longo deste século, do aquecimento global à crise de energia, serão resolvidos nos templos da ciência e não nos belos templos da religião.
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MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo"
QUESTÕES:
1-Comente o artigo de Marcelo Gleiser.
2-E se você assistiu, comente o filme "Anjos e Demônios".
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema a questão: Dá para imaginar um mundo só com ciência, sem religião?
2-Escreva uma narração que tenha como protagonista um ateu tentando provar que Deus não existe.
3-Escreva uma carta a Marcelo Gleiser criticando algumas das suas colocações neste artigo.
sábado, 13 de junho de 2009
O PAPEL DA ESCOLA
Fonte: Folha de São Paulo
Equilíbrio
São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009
Rosely Sayão
Autoridade e medo
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[...] MUITAS ESCOLAS EVITAM DESAGRADAR A SEUS ALUNOS; MAS EDUCAR NÃO IMPLICA, NECESSARIAMENTE, DESAGRADAR?
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Uma notícia publicada em jornais chamou a atenção de uma leitora. O Tribunal de Justiça do Rio decidiu que uma menina receberá aproximadamente R$ 7.000 de indenização por ter sido retirada da sala de aula em dia de prova. O motivo?
Estava sem uniforme. O que a leitora questiona é se a Justiça não está desqualificando a autoridade da escola e, dessa maneira, acentuando ainda mais as já existentes atitudes de desrespeito ao espaço escolar.
Ela tem uma filha que cursa a 6ª série em uma escola em que o diretor vai implantar o uso do uniforme. O problema é que os alunos não aceitam a ideia e o diretor aguarda a adesão deles à proposta, já que não quer fazer uma imposição. E nossa leitora reclama porque, para ela, algumas coisas devem ser, simplesmente, acatadas.
Para ela, o uso do uniforme é um desses casos, já que os alunos realizam um verdadeiro desfile de moda na escola por conta do consumismo. A reflexão de nossa leitora é a respeito do enfraquecimento da autoridade da família e da escola.
Em primeiro lugar, vamos lembrar que muitas atitudes de transgressão que os alunos cometem na escola são provocadas pela própria instituição. No caso da aluna que receberá a indenização, por exemplo, a explicação dada para não usar o uniforme é que não havia um disponível no tamanho dela.
No caso da escola que a filha de nossa leitora frequenta, apesar de o uso ser obrigatório segundo o caderno de normas e procedimentos distribuído no início do ano, a própria escola abriu o precedente, já que não havia uniforme para todos. Depois de um tempo indo às aulas com roupas casuais, os alunos não aceitam a mudança.
Pode haver ou não uma boa justificativa para o uso do uniforme. Uma delas é a citada pela leitora: evitar que os alunos usem e abusem das roupas para excluir colegas, zombar deles, fazer desfiles de grifes. Mas não basta decretar o uso e esperar que todos respeitem a norma. É preciso trabalhar para que ela seja cumprida.
Acontece que as escolas guardam a ideia obsoleta de que a punição é a melhor medida em educação. Quando alunos comparecem sem uniforme, são impedidos de frequentar as aulas. Mas, se o objetivo da escola é que o aluno aprenda e se, para tanto, precisa estar nas aulas, tal medida é equivocada. Por que não deixar algumas peças na secretaria e emprestá-las aos que vão sem uniforme? Essa e outras medidas podem ter caráter educativo.
Muitas escolas evitam, também, desagradar a seus alunos.
Ora, mas educar não implica, necessariamente, desagradar?
A criança quer brincar, mas precisa estudar; quer se distrair, mas precisa aprender a se concentrar; quer atenção exclusiva, mas precisa conviver e compartilhar; quer dormir, mas precisa acordar etc.
Inicialmente, a criança permite ser educada por medo de deixar de ser amada pelos pais.
Mas, pelo jeito, hoje o medo é dos adultos: os pais temem perder o amor dos filhos, as escolas temem perder seus alunos...
Com medo, não dá mesmo para exercer a autoridade e, sem ela, não dá para educar.
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ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)
rosely.sayao@grupofolha.com.br
blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
QUESTÕES:
1-Comente o artigo de Rosely Sayão.
2-Você concorda com o Tribunal de Justiça do Rio, que decidiu que a menina retirada da sala de aula em dia de prova irá receber uma indenização?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O Papel da Escola na Educação do Aluno.
2-Escreva uma narrativa em que o protagonista é um aluno que desobedece praticamente todas as normas da escola e recebe para isso o apoio dos seus pais.
3-Escreva uma carta a um colega pedindo a ele que se comporte melhor na sala de aula.
Equilíbrio
São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009
Rosely Sayão
Autoridade e medo
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[...] MUITAS ESCOLAS EVITAM DESAGRADAR A SEUS ALUNOS; MAS EDUCAR NÃO IMPLICA, NECESSARIAMENTE, DESAGRADAR?
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Uma notícia publicada em jornais chamou a atenção de uma leitora. O Tribunal de Justiça do Rio decidiu que uma menina receberá aproximadamente R$ 7.000 de indenização por ter sido retirada da sala de aula em dia de prova. O motivo?
Estava sem uniforme. O que a leitora questiona é se a Justiça não está desqualificando a autoridade da escola e, dessa maneira, acentuando ainda mais as já existentes atitudes de desrespeito ao espaço escolar.
Ela tem uma filha que cursa a 6ª série em uma escola em que o diretor vai implantar o uso do uniforme. O problema é que os alunos não aceitam a ideia e o diretor aguarda a adesão deles à proposta, já que não quer fazer uma imposição. E nossa leitora reclama porque, para ela, algumas coisas devem ser, simplesmente, acatadas.
Para ela, o uso do uniforme é um desses casos, já que os alunos realizam um verdadeiro desfile de moda na escola por conta do consumismo. A reflexão de nossa leitora é a respeito do enfraquecimento da autoridade da família e da escola.
Em primeiro lugar, vamos lembrar que muitas atitudes de transgressão que os alunos cometem na escola são provocadas pela própria instituição. No caso da aluna que receberá a indenização, por exemplo, a explicação dada para não usar o uniforme é que não havia um disponível no tamanho dela.
No caso da escola que a filha de nossa leitora frequenta, apesar de o uso ser obrigatório segundo o caderno de normas e procedimentos distribuído no início do ano, a própria escola abriu o precedente, já que não havia uniforme para todos. Depois de um tempo indo às aulas com roupas casuais, os alunos não aceitam a mudança.
Pode haver ou não uma boa justificativa para o uso do uniforme. Uma delas é a citada pela leitora: evitar que os alunos usem e abusem das roupas para excluir colegas, zombar deles, fazer desfiles de grifes. Mas não basta decretar o uso e esperar que todos respeitem a norma. É preciso trabalhar para que ela seja cumprida.
Acontece que as escolas guardam a ideia obsoleta de que a punição é a melhor medida em educação. Quando alunos comparecem sem uniforme, são impedidos de frequentar as aulas. Mas, se o objetivo da escola é que o aluno aprenda e se, para tanto, precisa estar nas aulas, tal medida é equivocada. Por que não deixar algumas peças na secretaria e emprestá-las aos que vão sem uniforme? Essa e outras medidas podem ter caráter educativo.
Muitas escolas evitam, também, desagradar a seus alunos.
Ora, mas educar não implica, necessariamente, desagradar?
A criança quer brincar, mas precisa estudar; quer se distrair, mas precisa aprender a se concentrar; quer atenção exclusiva, mas precisa conviver e compartilhar; quer dormir, mas precisa acordar etc.
Inicialmente, a criança permite ser educada por medo de deixar de ser amada pelos pais.
Mas, pelo jeito, hoje o medo é dos adultos: os pais temem perder o amor dos filhos, as escolas temem perder seus alunos...
Com medo, não dá mesmo para exercer a autoridade e, sem ela, não dá para educar.
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ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)
rosely.sayao@grupofolha.com.br
blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
QUESTÕES:
1-Comente o artigo de Rosely Sayão.
2-Você concorda com o Tribunal de Justiça do Rio, que decidiu que a menina retirada da sala de aula em dia de prova irá receber uma indenização?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O Papel da Escola na Educação do Aluno.
2-Escreva uma narrativa em que o protagonista é um aluno que desobedece praticamente todas as normas da escola e recebe para isso o apoio dos seus pais.
3-Escreva uma carta a um colega pedindo a ele que se comporte melhor na sala de aula.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
CONFRONTO NA USP
Fonte:Folha de São Paulo
11-06-2009
PAINEL DO LEITOR
USP
"A truculência da PM dentro do campus da USP é signo de uma atitude não menos violenta: o desprezo ao diálogo perpetrado pela reitora Suely Vilela. Se antes havia alguma dúvida, que se leia com atenção a reportagem feita por Laura Capriglione ("USP atribui confronto a ação de grupo radical", ontem).
Procurada dez vezes pela jornalista desde o dia 2, a reitora desdenhou esta Folha, tal como o fez com os funcionários e professores da universidade." A universidade é o local do conflito de ideias e de propostas, da negociação, do exercício da razão e do esclarecimento.
A conclusão é óbvia: a reitora está no lugar errado."
HAROLDO SOUZA DE ARRUDA , aluno da pedagogia da USP (São Paulo, SP)
"Sou estudante da Escola Politécnica da USP e gostaria de esclarecer um ponto muito importante que a imprensa deixa de citar.
Os poucos alunos em greve são dos cursos de humanas. Nos outros cursos, continuamos a ter aulas normalmente. A greve de menos de 10% de estudantes não reflete o pensamento da maioria e dificulta quem quer estudar.
Eu apoio a presença da PM para garantir a funcionalidade do campus, pois há mais de 30 dias estamos tendo aula com carros de som, com o volume no máximo, passando ao lado de nossas classes e com grevistas entrando em nossas salas procurando pessoas para aderir ao movimento. Pessoas que dependem de benefícios do campus, como o bandejão, o ônibus circular ou até mesmo os laboratórios, não podem usá-los pois há piquetes.
Acho extremamente importante o papel dos estudantes no passado, em movimentos como o das Diretas Já, mas é impressionante que ainda existam pessoas que não saíram da década de 70 e querem lutar contra algo que não mais existe."
VICTOR NOGUEIRA DOS SANTOS (São Paulo, SP)
"É um absurdo, inaceitável e sem nenhuma justificativa a ação da tropa de choque da polícia na USP.
Agredir violentamente estudantes, professores e funcionários da universidade nos faz relembrar cenas do período trágico da ditadura militar, que envergonha o nosso país. Concordemos ou não com a reivindicação dos manifestantes, não podemos admitir essa violência contra uma manifestação pacífica.
A universidade e o governo do Estado devem, de forma competente e civilizada, prezar pelo diálogo, e não pelo confronto de forma covarde. Talvez isso justifique a ineficiência da polícia em impedir o assalto por parte de 35 ladrões a uma agência bancária em São Paulo; os policiais chegaram atrasados a um assalto que durou cerca de 40 minutos.
Estavam preocupados com a universidade."
CRISTIANO MELO (Ribeirão Preto, SP)
QUESTÕES:
1-Comente a carta de Haroldo Souza de Arruda, aluno de Pedagogia.
2-Comente a carta de Victor Nogueira dos Santos, aluno da Politécnica.
3-Comente a carta de Cristiano Melo.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Como resolver conflitos dentro da universidade?
2-Escreva uma narrativa em que um estudante agredido por policiais, durante manifestação na universidade, conta os fatos a partir da sua ótica.
3-Escreva uma carta argumentativa a um dos leitores da Folha, discordando da opinião que ele expressou no seu texto.
11-06-2009
PAINEL DO LEITOR
USP
"A truculência da PM dentro do campus da USP é signo de uma atitude não menos violenta: o desprezo ao diálogo perpetrado pela reitora Suely Vilela. Se antes havia alguma dúvida, que se leia com atenção a reportagem feita por Laura Capriglione ("USP atribui confronto a ação de grupo radical", ontem).
Procurada dez vezes pela jornalista desde o dia 2, a reitora desdenhou esta Folha, tal como o fez com os funcionários e professores da universidade." A universidade é o local do conflito de ideias e de propostas, da negociação, do exercício da razão e do esclarecimento.
A conclusão é óbvia: a reitora está no lugar errado."
HAROLDO SOUZA DE ARRUDA , aluno da pedagogia da USP (São Paulo, SP)
"Sou estudante da Escola Politécnica da USP e gostaria de esclarecer um ponto muito importante que a imprensa deixa de citar.
Os poucos alunos em greve são dos cursos de humanas. Nos outros cursos, continuamos a ter aulas normalmente. A greve de menos de 10% de estudantes não reflete o pensamento da maioria e dificulta quem quer estudar.
Eu apoio a presença da PM para garantir a funcionalidade do campus, pois há mais de 30 dias estamos tendo aula com carros de som, com o volume no máximo, passando ao lado de nossas classes e com grevistas entrando em nossas salas procurando pessoas para aderir ao movimento. Pessoas que dependem de benefícios do campus, como o bandejão, o ônibus circular ou até mesmo os laboratórios, não podem usá-los pois há piquetes.
Acho extremamente importante o papel dos estudantes no passado, em movimentos como o das Diretas Já, mas é impressionante que ainda existam pessoas que não saíram da década de 70 e querem lutar contra algo que não mais existe."
VICTOR NOGUEIRA DOS SANTOS (São Paulo, SP)
"É um absurdo, inaceitável e sem nenhuma justificativa a ação da tropa de choque da polícia na USP.
Agredir violentamente estudantes, professores e funcionários da universidade nos faz relembrar cenas do período trágico da ditadura militar, que envergonha o nosso país. Concordemos ou não com a reivindicação dos manifestantes, não podemos admitir essa violência contra uma manifestação pacífica.
A universidade e o governo do Estado devem, de forma competente e civilizada, prezar pelo diálogo, e não pelo confronto de forma covarde. Talvez isso justifique a ineficiência da polícia em impedir o assalto por parte de 35 ladrões a uma agência bancária em São Paulo; os policiais chegaram atrasados a um assalto que durou cerca de 40 minutos.
Estavam preocupados com a universidade."
CRISTIANO MELO (Ribeirão Preto, SP)
QUESTÕES:
1-Comente a carta de Haroldo Souza de Arruda, aluno de Pedagogia.
2-Comente a carta de Victor Nogueira dos Santos, aluno da Politécnica.
3-Comente a carta de Cristiano Melo.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Como resolver conflitos dentro da universidade?
2-Escreva uma narrativa em que um estudante agredido por policiais, durante manifestação na universidade, conta os fatos a partir da sua ótica.
3-Escreva uma carta argumentativa a um dos leitores da Folha, discordando da opinião que ele expressou no seu texto.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
PRAZER E FELICIDADE
Domingo, Junho 07, 2009
DANUZA LEÃO
Pequenos prazeres da vida
Fonte: FOLHA DE S PAULO
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Quando telefona aquele amigo que você adora, e diz "vou já para aí". E, quando chega, te dá um grande abraço
--------------------------------------------------------------------------------
A VIDA nos dá muitos prazeres, ah, isso dá. Dos mais simples aos mais sofisticados, dos singelos até aqueles que você batalha uma vida inteira para conseguir; no tema, é claro que dinheiro ajuda, e quem disser que não, está mentindo.
Um dia, em pleno Taiti, uma milionária surtou e começou a gritar "pra que dinheiro? As melhores coisas do mundo, como esse céu, esse sol, esse mar, não custam nada"; aí, alguém deu logo o troco: "É, mas para chegar aqui você gastou US$ 6.000 de passagem e seu hotel custa US$ 850 por dia". Foi um silêncio total.
Mas existem prazeres que não custam nada. Quando telefona aquele amigo que você adora, e diz "vou já para aí, estou louco para te ver". E, quando chega, te dá um grande abraço e diz que você está mais bonita do que nunca, tem melhor?
E quando seu filho liga e diz "estou com saudades", sem nenhuma segunda intenção -descolar uma grana, por exemplo-, tem alguma coisa que faça seu coração mais feliz?
Existem ainda outros tipos de prazeres que não custam nada, e que também são maravilhosos, como estar rodeada de pessoas felizes. Convenhamos: ser feliz sozinha não tem tanta graça, bom mesmo seria saber que o mundo inteiro está feliz -mas aí já é meio difícil.
Mas há também alguns prazeres que são de uma mesquinhez horrenda: quando entra na festa a ex do seu atual, por quem ele ainda baba, sem perceber que a pestana postiça do olho esquerdo está caindo; tem melhor? Avisar, nem pensar: é um prazer legítimo, e Deus, se fosse mulher, compreendia e perdoava.
Gente que estuda com sacrifício e um dia consegue se formar -emprego depois é outra história-, não é o máximo? E gente que luta com um monte de concorrentes e consegue vencer, seja no esporte, seja no trabalho? Sim, porque o importante não é competir e sim vencer, quem não sabe?
Existem coisas muito boas na vida -umas importantes, outras bem bobas. Um copo de cerveja gelada tomada de um gole só, numa tarde de calor; cheiro do carro novo; a empregada nova, quando você percebe que ela acertou com o tempero; o resultado do exame que diz que sua saúde está ótima; são sensações maravilhosas, de tão boas.
Mas tem uma coisa idiota, que para mim é das melhores: é quando eu estaciono meu carro numa rua e aparece, vindo das trevas, o flanelinha, já com o polegar para o alto. De medo que ele arranhe o carro, eu, com ódio, retribuo com o mesmo gesto: está selado o contrato.
Duas horas depois, eu volto, não vejo ninguém, e quando vou saindo de fininho, rezando para ele não aparecer, ouço um assovio: é ele, o flanelinha, correndo pela rua para me alcançar.
Tudo bem, R$ 2 não vão me fazer mais pobre, mas é uma delícia, quando dá tempo de escapar.
Quando me acontece, eu me sinto a mulher mais feliz do mundo.
QUESTÕES:
1-Comente a crônica de Danuza Leão.
2-De qual trecho você gostou mais? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma crônica que tenha como tema: Os pequenos prazeres da vida.
2-Escreva uma crônica que tenha como tema: Os grandes prazeres da vida.
3-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem, depois de ser milionário e perder tudo, descobre um pequeno prazer que o deixa extremamente feliz.
4-Escreva uma carta a Danuza Leão criticando ou elogiando a sua crônica.
5-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Felicidade pode não estar tão longe.
DANUZA LEÃO
Pequenos prazeres da vida
Fonte: FOLHA DE S PAULO
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Quando telefona aquele amigo que você adora, e diz "vou já para aí". E, quando chega, te dá um grande abraço
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A VIDA nos dá muitos prazeres, ah, isso dá. Dos mais simples aos mais sofisticados, dos singelos até aqueles que você batalha uma vida inteira para conseguir; no tema, é claro que dinheiro ajuda, e quem disser que não, está mentindo.
Um dia, em pleno Taiti, uma milionária surtou e começou a gritar "pra que dinheiro? As melhores coisas do mundo, como esse céu, esse sol, esse mar, não custam nada"; aí, alguém deu logo o troco: "É, mas para chegar aqui você gastou US$ 6.000 de passagem e seu hotel custa US$ 850 por dia". Foi um silêncio total.
Mas existem prazeres que não custam nada. Quando telefona aquele amigo que você adora, e diz "vou já para aí, estou louco para te ver". E, quando chega, te dá um grande abraço e diz que você está mais bonita do que nunca, tem melhor?
E quando seu filho liga e diz "estou com saudades", sem nenhuma segunda intenção -descolar uma grana, por exemplo-, tem alguma coisa que faça seu coração mais feliz?
Existem ainda outros tipos de prazeres que não custam nada, e que também são maravilhosos, como estar rodeada de pessoas felizes. Convenhamos: ser feliz sozinha não tem tanta graça, bom mesmo seria saber que o mundo inteiro está feliz -mas aí já é meio difícil.
Mas há também alguns prazeres que são de uma mesquinhez horrenda: quando entra na festa a ex do seu atual, por quem ele ainda baba, sem perceber que a pestana postiça do olho esquerdo está caindo; tem melhor? Avisar, nem pensar: é um prazer legítimo, e Deus, se fosse mulher, compreendia e perdoava.
Gente que estuda com sacrifício e um dia consegue se formar -emprego depois é outra história-, não é o máximo? E gente que luta com um monte de concorrentes e consegue vencer, seja no esporte, seja no trabalho? Sim, porque o importante não é competir e sim vencer, quem não sabe?
Existem coisas muito boas na vida -umas importantes, outras bem bobas. Um copo de cerveja gelada tomada de um gole só, numa tarde de calor; cheiro do carro novo; a empregada nova, quando você percebe que ela acertou com o tempero; o resultado do exame que diz que sua saúde está ótima; são sensações maravilhosas, de tão boas.
Mas tem uma coisa idiota, que para mim é das melhores: é quando eu estaciono meu carro numa rua e aparece, vindo das trevas, o flanelinha, já com o polegar para o alto. De medo que ele arranhe o carro, eu, com ódio, retribuo com o mesmo gesto: está selado o contrato.
Duas horas depois, eu volto, não vejo ninguém, e quando vou saindo de fininho, rezando para ele não aparecer, ouço um assovio: é ele, o flanelinha, correndo pela rua para me alcançar.
Tudo bem, R$ 2 não vão me fazer mais pobre, mas é uma delícia, quando dá tempo de escapar.
Quando me acontece, eu me sinto a mulher mais feliz do mundo.
QUESTÕES:
1-Comente a crônica de Danuza Leão.
2-De qual trecho você gostou mais? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma crônica que tenha como tema: Os pequenos prazeres da vida.
2-Escreva uma crônica que tenha como tema: Os grandes prazeres da vida.
3-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem, depois de ser milionário e perder tudo, descobre um pequeno prazer que o deixa extremamente feliz.
4-Escreva uma carta a Danuza Leão criticando ou elogiando a sua crônica.
5-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Felicidade pode não estar tão longe.
domingo, 7 de junho de 2009
A FÍSICA E UMA DE SUAS QUESTÕES FUNDAMENTAIS
São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009
Fonte: Folha de São Paulo
+ Marcelo Gleiser
Expansão do Universo
--------------------------------------------------------------------------------
Não existe um lado de fora, o que ocorre é que mais espaço vai sendo criado
--------------------------------------------------------------------------------
Pelas minhas contas, essa é a coluna número 600. Acho que a ocasião merece ser celebrada.
Como são vocês, meus leitores, que mantêm a coluna viva, resolvi escrever sobre um tema que, com frequência, recebo pedidos para abordar de novo: a expansão do Universo.
Dentre as perguntas mais comuns, aqui vão duas das mais populares: se o Universo está em expansão, o que existe do "lado de fora"? Mais Universo? A outra: se o Universo está em expansão, onde fica o centro? Somos nós o centro de tudo? (Deixo outras perguntas para futuras colunas.)
Para começar, o que significa dizer que o Universo está em expansão? Quando ouvimos isso, a imagem que imediatamente vem à mente é a de uma bomba explodindo: do centro da explosão, pedaços de matéria voam em todas as direções.
Essa imagem intuitiva -sem dúvida inspirada pelo nome "Big Bang", dado ao evento que marca a origem do Universo- não tem nada a ver com a expansão cósmica! E causa muita confusão. Quando uma bomba explode, os pedaços voam pelo espaço, se distanciando uns dos outros cada vez mais. O espaço, palco onde ocorreu a explosão (e todos os outros fenômenos naturais), permanece fixo.
Com o Universo, a situação é completamente diferente. O espaço não é mais rígido. É ele que estica com a expansão, como se fosse uma tira elástica. Imagine, então, uma tira elástica bem larga, onde você distribui uma porção de moedas, que são as galáxias.
Esse é o nosso modelo do Universo, em duas dimensões. (A banda elástica tem duas direções, norte-sul e leste-oeste. O espaço em que vivemos tem três, as duas e uma para cima e para baixo. Mas é mais fácil visualizar as coisas só em duas dimensões.) No Universo-elástico, a expansão do espaço equivale ao estiramento da tira elástica. E o que ocorre?
As moedas (galáxias) são carregadas pela expansão da tira elástica. Elas não "voam" como pedaços de dinamite, mas pegam carona no espaço que vai estirando cada vez mais. À medida que isso ocorre, as galáxias vão se distanciando. A expansão do universo é uma expansão do espaço.
O que nos leva à primeira pergunta.
O que existe do "lado de fora"? A resposta é talvez surpreendente: não existe um lado de fora; mais espaço vai sendo criado à medida que a expansão vai ocorrendo. Vamos imaginar que nossa tira elástica é um balão de aniversário, uma esfera. No nosso Universo reduzido a duas dimensões, vivemos na superfície desse balão, em uma das moedas-galáxia, como amebas bidimensionais.
No balão, todos os pontos são equivalentes. O que vemos durante a expansão? Em 1929, Edwin Hubble (cujo nome foi dado ao nosso querido telescópio) mostrou que as galáxias se afastam umas das outras com velocidades que crescem com a distância.
Voltando ao balão, cada galáxia verá a mesma coisa, as outras galáxias se afastando. O balão vai esticando e crescendo, as galáxias vão se afastando e mais espaço vai aparecendo entre elas. Nesse Universo-balão, não existe um "lado de fora"; só existe o balão.
Isso é difícil de visualizar porque sempre insistimos de ver o balão de longe, "de cima", de uma terceira dimensão. Para digerir isso, temos que imaginar que vivemos na superfície do balão, como amebas bidimensionais. Nada de pular pra cima!
Podemos agora responder à segunda pergunta: no balão, todos os pontos são equivalentes; a população de amebas de cada galáxia verá as outras se afastando dela e se achará o centro de tudo. A expansão do Universo não tem um centro; é a mais plena democracia geométrica, onde nenhum ponto é mais importante do que os outros.
--------------------------------------------------------------------------------
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Harmonia do Mundo"
QUESTÕES:
1-Resuma em três linhas a tese defendida por Marcelo Gleiser neste artigo.
2-Você concorda com ela? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que tenha como narrador-personagem, em uma narrativa fantástica, alguém que conta a experiência terrível de ver os seus espaços familiares: o local de trabalho, o centro da cidade, o banco, o shopping ficando a cada dia mais distantes. Pense em um desfecho surpreendente.
2-Escreva uma narrativa que tenha como narrador-personagem alguém que vive uma experiência inversa: a cidade em que ele vive está encolhendo, também a sua casa, o seu quarto, a rua, o local de trabalho, etc.
3-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Expansão do Universo.
Fonte: Folha de São Paulo
+ Marcelo Gleiser
Expansão do Universo
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Não existe um lado de fora, o que ocorre é que mais espaço vai sendo criado
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Pelas minhas contas, essa é a coluna número 600. Acho que a ocasião merece ser celebrada.
Como são vocês, meus leitores, que mantêm a coluna viva, resolvi escrever sobre um tema que, com frequência, recebo pedidos para abordar de novo: a expansão do Universo.
Dentre as perguntas mais comuns, aqui vão duas das mais populares: se o Universo está em expansão, o que existe do "lado de fora"? Mais Universo? A outra: se o Universo está em expansão, onde fica o centro? Somos nós o centro de tudo? (Deixo outras perguntas para futuras colunas.)
Para começar, o que significa dizer que o Universo está em expansão? Quando ouvimos isso, a imagem que imediatamente vem à mente é a de uma bomba explodindo: do centro da explosão, pedaços de matéria voam em todas as direções.
Essa imagem intuitiva -sem dúvida inspirada pelo nome "Big Bang", dado ao evento que marca a origem do Universo- não tem nada a ver com a expansão cósmica! E causa muita confusão. Quando uma bomba explode, os pedaços voam pelo espaço, se distanciando uns dos outros cada vez mais. O espaço, palco onde ocorreu a explosão (e todos os outros fenômenos naturais), permanece fixo.
Com o Universo, a situação é completamente diferente. O espaço não é mais rígido. É ele que estica com a expansão, como se fosse uma tira elástica. Imagine, então, uma tira elástica bem larga, onde você distribui uma porção de moedas, que são as galáxias.
Esse é o nosso modelo do Universo, em duas dimensões. (A banda elástica tem duas direções, norte-sul e leste-oeste. O espaço em que vivemos tem três, as duas e uma para cima e para baixo. Mas é mais fácil visualizar as coisas só em duas dimensões.) No Universo-elástico, a expansão do espaço equivale ao estiramento da tira elástica. E o que ocorre?
As moedas (galáxias) são carregadas pela expansão da tira elástica. Elas não "voam" como pedaços de dinamite, mas pegam carona no espaço que vai estirando cada vez mais. À medida que isso ocorre, as galáxias vão se distanciando. A expansão do universo é uma expansão do espaço.
O que nos leva à primeira pergunta.
O que existe do "lado de fora"? A resposta é talvez surpreendente: não existe um lado de fora; mais espaço vai sendo criado à medida que a expansão vai ocorrendo. Vamos imaginar que nossa tira elástica é um balão de aniversário, uma esfera. No nosso Universo reduzido a duas dimensões, vivemos na superfície desse balão, em uma das moedas-galáxia, como amebas bidimensionais.
No balão, todos os pontos são equivalentes. O que vemos durante a expansão? Em 1929, Edwin Hubble (cujo nome foi dado ao nosso querido telescópio) mostrou que as galáxias se afastam umas das outras com velocidades que crescem com a distância.
Voltando ao balão, cada galáxia verá a mesma coisa, as outras galáxias se afastando. O balão vai esticando e crescendo, as galáxias vão se afastando e mais espaço vai aparecendo entre elas. Nesse Universo-balão, não existe um "lado de fora"; só existe o balão.
Isso é difícil de visualizar porque sempre insistimos de ver o balão de longe, "de cima", de uma terceira dimensão. Para digerir isso, temos que imaginar que vivemos na superfície do balão, como amebas bidimensionais. Nada de pular pra cima!
Podemos agora responder à segunda pergunta: no balão, todos os pontos são equivalentes; a população de amebas de cada galáxia verá as outras se afastando dela e se achará o centro de tudo. A expansão do Universo não tem um centro; é a mais plena democracia geométrica, onde nenhum ponto é mais importante do que os outros.
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MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Harmonia do Mundo"
QUESTÕES:
1-Resuma em três linhas a tese defendida por Marcelo Gleiser neste artigo.
2-Você concorda com ela? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que tenha como narrador-personagem, em uma narrativa fantástica, alguém que conta a experiência terrível de ver os seus espaços familiares: o local de trabalho, o centro da cidade, o banco, o shopping ficando a cada dia mais distantes. Pense em um desfecho surpreendente.
2-Escreva uma narrativa que tenha como narrador-personagem alguém que vive uma experiência inversa: a cidade em que ele vive está encolhendo, também a sua casa, o seu quarto, a rua, o local de trabalho, etc.
3-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Expansão do Universo.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
O GOVERNO E A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA
Fonte; Folha de São Paulo
São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009
ONGs atacam "desmonte" ambiental no governo Lula
No Dia do Meio Ambiente, 23 entidades criticam medidas do Executivo e do Legislativo
Paulo Barreto, da ONG Imazon, diz que presidente "no fundo não liga para a área ambiental" e tem interesse eleitoral em obras
A atriz Christiane Torloni entrega a Lula manifesto que pede o fim da devastação da Amazônia; documento tem cerca de 1,1 mi de assinaturas
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A atual tentativa de "desmonte" da legislação ambiental brasileira não permite a comemoração deste Dia Mundial do Meio Ambiente. A opinião é de 23 entidades ambientais de peso. Em nota divulgada ontem, elas afirmam que este é um momento de preocupação e pesar.
O motivo da inquietação são as medidas do Executivo e do Legislativo, já aprovadas ou em processo de aprovação, que "demonstram claramente que a lógica do crescimento econômico a qualquer custo vem solapando o compromisso de construir um modelo de desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente adequado e economicamente sustentável".
Os problemas mais graves começaram em novembro do ano passado, afirmam. O governou criou um decreto que elas dizem pôr em risco a maior parte das cavernas brasileiras e baixou impostos para a produção de carros sem exigir a melhora nos padrões de consumo de combustível (diferentemente do que fez o presidente dos EUA, Barack Obama).
Para as entidades, porém, a situação mais grave refere-se à medida provisória 458, que trata da regularização fundiária na Amazônia e foi aprovada anteontem pelo Senado.
A medida irá permitir que 67,4 milhões de hectares de terras públicas da União na Amazônia -equivalente aos territórios de Alemanha e Itália somados- sejam doados ou vendidos sem licitação, até o limite de 1.500 hectares.
"A título de regularizar as posses de pequenos agricultores ocupantes de terras públicas federais na Amazônia, [a medida] abriu a possibilidade de legalizar a situação de uma grande quantidade de grileiros, incentivando o assalto ao patrimônio público, a concentração fundiária e o avanço do desmatamento ilegal", afirma a nota.
Para Paulo Barreto, do Imazon, a regularização é necessária. Entretanto, diz, a medida aprovada, em vez de beneficiar somente a população carente, gerará inúmeras distorções.
Segundo ele, a tentativa de desmontar a legislação ocorre em parte porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "no fundo não liga para a área ambiental" e também, porque tem interesse eleitoral em acelerar obras -e os controles ambientais atrapalharam o processo.
As entidades também reclamam que há um ano não são criadas novas unidades de conservação. Há várias propostas paradas na Casa Civil.
QUESTÕES:
1-Comente a entrega de mais de um milhão de assinaturas, pela atriz Cristiane Torloni, pedindo o fim da devastação da Amazônia.
2-Como você analisa a postura de Lula em relação ao meio ambiente?
PROPOSTAS TEMÁTICAS;
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A postura do governo em relação ao meio ambiente.
2-Escreva uma narrativa, que se passe daqui a cem anos, e que tenha como cenário uma Amazônia devastada, com cidades crescendo ao longo de um grande deserto.
3-Escreva uma carta ao presidente Lula pedindo a ele que tome uma atitude séria em relação a impedir que continue a devastação da Amazônia.
São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009
ONGs atacam "desmonte" ambiental no governo Lula
No Dia do Meio Ambiente, 23 entidades criticam medidas do Executivo e do Legislativo
Paulo Barreto, da ONG Imazon, diz que presidente "no fundo não liga para a área ambiental" e tem interesse eleitoral em obras
A atriz Christiane Torloni entrega a Lula manifesto que pede o fim da devastação da Amazônia; documento tem cerca de 1,1 mi de assinaturas
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A atual tentativa de "desmonte" da legislação ambiental brasileira não permite a comemoração deste Dia Mundial do Meio Ambiente. A opinião é de 23 entidades ambientais de peso. Em nota divulgada ontem, elas afirmam que este é um momento de preocupação e pesar.
O motivo da inquietação são as medidas do Executivo e do Legislativo, já aprovadas ou em processo de aprovação, que "demonstram claramente que a lógica do crescimento econômico a qualquer custo vem solapando o compromisso de construir um modelo de desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente adequado e economicamente sustentável".
Os problemas mais graves começaram em novembro do ano passado, afirmam. O governou criou um decreto que elas dizem pôr em risco a maior parte das cavernas brasileiras e baixou impostos para a produção de carros sem exigir a melhora nos padrões de consumo de combustível (diferentemente do que fez o presidente dos EUA, Barack Obama).
Para as entidades, porém, a situação mais grave refere-se à medida provisória 458, que trata da regularização fundiária na Amazônia e foi aprovada anteontem pelo Senado.
A medida irá permitir que 67,4 milhões de hectares de terras públicas da União na Amazônia -equivalente aos territórios de Alemanha e Itália somados- sejam doados ou vendidos sem licitação, até o limite de 1.500 hectares.
"A título de regularizar as posses de pequenos agricultores ocupantes de terras públicas federais na Amazônia, [a medida] abriu a possibilidade de legalizar a situação de uma grande quantidade de grileiros, incentivando o assalto ao patrimônio público, a concentração fundiária e o avanço do desmatamento ilegal", afirma a nota.
Para Paulo Barreto, do Imazon, a regularização é necessária. Entretanto, diz, a medida aprovada, em vez de beneficiar somente a população carente, gerará inúmeras distorções.
Segundo ele, a tentativa de desmontar a legislação ocorre em parte porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "no fundo não liga para a área ambiental" e também, porque tem interesse eleitoral em acelerar obras -e os controles ambientais atrapalharam o processo.
As entidades também reclamam que há um ano não são criadas novas unidades de conservação. Há várias propostas paradas na Casa Civil.
QUESTÕES:
1-Comente a entrega de mais de um milhão de assinaturas, pela atriz Cristiane Torloni, pedindo o fim da devastação da Amazônia.
2-Como você analisa a postura de Lula em relação ao meio ambiente?
PROPOSTAS TEMÁTICAS;
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A postura do governo em relação ao meio ambiente.
2-Escreva uma narrativa, que se passe daqui a cem anos, e que tenha como cenário uma Amazônia devastada, com cidades crescendo ao longo de um grande deserto.
3-Escreva uma carta ao presidente Lula pedindo a ele que tome uma atitude séria em relação a impedir que continue a devastação da Amazônia.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
O submundo carcerário e o submundo da corrupção
Fonte: Folha de São Paulo
Editorial
São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009
Submundo carcerário
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Solução para problemas do sistema prisional, como precariedade e déficit de vagas, deve ser prioridade dos governos
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O SISTEMA prisional é uma "vergonha para o país". A frase, do diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Airton Michels, apenas rubrica o que é de conhecimento generalizado. O déficit de vagas ultrapassa os 160 mil -ao todo, segundo o Depen, são cerca de 440 mil presos no país.
Amontoados em instalações precárias, para dizer o menos, muitos detentos se veem submetidos ainda a injustiças pelo próprio poder público. Estima-se em 9.000 o número de pessoas que já cumpriram suas penas e continuam encarceradas. O Ministério da Justiça avalia que 30% da população carcerária esteja cumprindo prisão preventiva -e não são raros os casos de reclusão superior aos 81 dias de tempo máximo da modalidade.
Números do Estado de São Paulo indicam aumento do déficit de vagas. Os presídios do Estado já abrigam 56% mais presos do que permite sua capacidade. O período coincide com o da elevação da ocorrência de homicídios dolosos em SP, após sete anos em queda.
Em todo o país, dados negativos vêm à tona. No Rio Grande do Sul, um juiz se negou a mandar criminosos para o cárcere, alegando superlotação. No Espírito Santo, denúncias de precariedade e prática de maus-tratos motivaram a interdição de uma unidade. No fim de 2007, descobriu-se no Pará uma adolescente de 15 anos presa com 20 homens em uma cela.
Nada disso se coaduna com o tratamento a ser dispensado pelo Estado na sua obrigação de manter reclusos os bandidos que oferecem risco à sociedade. Problemas políticos e administrativos concorrem para que a maioria desses locais se transforme em ambientes de animalização.
Há iniciativas positivas, como os mutirões do Conselho Nacional de Justiça, para tirar das prisões aqueles que já poderiam tê-las deixado. É necessário ainda insistir na ampliação dos serviços de advocacia gratuita, como as Defensorias Públicas, e perseguir modos mais eficientes de gerir unidades prisionais.
A experiência paulista do início da década de 1990 mostrou bons resultados na entrega a entidades civis da gestão de certo perfil de presídios. Outro exemplo a ser seguido, dado por sucessivos governos estaduais de São Paulo, é que construção e reforma de penitenciárias têm de se tornar rotina administrativa.
Se a segurança pública melhorar como se espera, a demanda por celas -num país em que a polícia elucida, quando muito, 25% dos homicídios- não vai parar de crescer.
QUESTÕES:
1-Comente o editorial da Folha "Submundo carcerário."
2-Comente a frase do diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) que afirmou: "O sistema prisional é uma vergonha para o país."
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O sistema prisional brasileiro.
2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um presidiário, que após roubar vinte reais de um bar, quando era adolescente, nunca mais saiu da prisão.
3-Escreva uma carta ao presidente da República comentando a opinião do diretor-geral do Depen e pedindo a ele providências urgentes para melhorar o sistema prisional.
4-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O submundo da corrupção.
5-Escreva uma crônica ou uma dissertação que relacione o excessivo número de presos no Brasil, com a impunidade e com a falta de uma educação mais efetiva para crianças e adolescentes que previna que muitos deles sejam cooptados pelo crime organizado.
Editorial
São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009
Submundo carcerário
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Solução para problemas do sistema prisional, como precariedade e déficit de vagas, deve ser prioridade dos governos
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O SISTEMA prisional é uma "vergonha para o país". A frase, do diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Airton Michels, apenas rubrica o que é de conhecimento generalizado. O déficit de vagas ultrapassa os 160 mil -ao todo, segundo o Depen, são cerca de 440 mil presos no país.
Amontoados em instalações precárias, para dizer o menos, muitos detentos se veem submetidos ainda a injustiças pelo próprio poder público. Estima-se em 9.000 o número de pessoas que já cumpriram suas penas e continuam encarceradas. O Ministério da Justiça avalia que 30% da população carcerária esteja cumprindo prisão preventiva -e não são raros os casos de reclusão superior aos 81 dias de tempo máximo da modalidade.
Números do Estado de São Paulo indicam aumento do déficit de vagas. Os presídios do Estado já abrigam 56% mais presos do que permite sua capacidade. O período coincide com o da elevação da ocorrência de homicídios dolosos em SP, após sete anos em queda.
Em todo o país, dados negativos vêm à tona. No Rio Grande do Sul, um juiz se negou a mandar criminosos para o cárcere, alegando superlotação. No Espírito Santo, denúncias de precariedade e prática de maus-tratos motivaram a interdição de uma unidade. No fim de 2007, descobriu-se no Pará uma adolescente de 15 anos presa com 20 homens em uma cela.
Nada disso se coaduna com o tratamento a ser dispensado pelo Estado na sua obrigação de manter reclusos os bandidos que oferecem risco à sociedade. Problemas políticos e administrativos concorrem para que a maioria desses locais se transforme em ambientes de animalização.
Há iniciativas positivas, como os mutirões do Conselho Nacional de Justiça, para tirar das prisões aqueles que já poderiam tê-las deixado. É necessário ainda insistir na ampliação dos serviços de advocacia gratuita, como as Defensorias Públicas, e perseguir modos mais eficientes de gerir unidades prisionais.
A experiência paulista do início da década de 1990 mostrou bons resultados na entrega a entidades civis da gestão de certo perfil de presídios. Outro exemplo a ser seguido, dado por sucessivos governos estaduais de São Paulo, é que construção e reforma de penitenciárias têm de se tornar rotina administrativa.
Se a segurança pública melhorar como se espera, a demanda por celas -num país em que a polícia elucida, quando muito, 25% dos homicídios- não vai parar de crescer.
QUESTÕES:
1-Comente o editorial da Folha "Submundo carcerário."
2-Comente a frase do diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) que afirmou: "O sistema prisional é uma vergonha para o país."
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O sistema prisional brasileiro.
2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um presidiário, que após roubar vinte reais de um bar, quando era adolescente, nunca mais saiu da prisão.
3-Escreva uma carta ao presidente da República comentando a opinião do diretor-geral do Depen e pedindo a ele providências urgentes para melhorar o sistema prisional.
4-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O submundo da corrupção.
5-Escreva uma crônica ou uma dissertação que relacione o excessivo número de presos no Brasil, com a impunidade e com a falta de uma educação mais efetiva para crianças e adolescentes que previna que muitos deles sejam cooptados pelo crime organizado.
terça-feira, 2 de junho de 2009
A PROPAGANDA QUE LEVA VOCÊ NA CONVERSA
Fonte:Folha de S.Paulo
São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009
Editorial
Propaganda enganosa
A PUBLICIDADE oficial, em todos os níveis da administração, não raro é empregada em benefício pessoal do ocupante do cargo. Sob a desculpa de prestar contas à população e divulgar iniciativas de interesse público, serve de ordinário ao propósito de lustrar a imagem do governante.
Não é outra a razão para tais gastos aumentarem em período pré-eleitoral, como agora, a mais de um ano do próximo pleito. O presidente Lula apenas dá continuidade à tradição. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) prevê gastar em 2009 R$ 155 milhões, 26% mais que o orçado para 2008.
A fatia da Secom, porém, representa só 10,6% do gasto total com publicidade das administrações direta e indireta: a fatura toda foi de R$ 1 bilhão em 2008, dentro da média do governo Lula e próxima da observada nos cinco últimos anos de FHC (R$ 957 milhões, em valores corrigidos).
Na trilha do aumento segue também o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com dispêndio total de R$ 227 milhões (mais 44%) neste ano. O prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), que não se declara candidato em 2010, deu salto de 134%, para R$ 79 milhões.
Lula inova, no entanto, ao pulverizar esse dispêndio posto sob controle direto do Planalto por iniciativa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas que terminou por beneficiar seu sucessor (antes, campanhas de interesse da Presidência eram encomendadas a ministérios ou estatais). Desde o primeiro ano do governo Lula, multiplicou-se por mais de dez o número de veículos regados com o maná presidencial: de 499 em 2003 a 5.297 em 2008.
É mais que óbvio o poder de alavancagem eleitoral da distribuição entre veículos locais e regionais. Quanto menor o órgão de imprensa e mais afastado dos mercados competitivos, tanto mais vulnerável à dependência de anúncios estatais.
Pulverizar ou concentrar o gasto, por outro lado, constitui só uma estratégia. O absurdo está na existência dessa verba para autopromoção. Enquanto o contribuinte não reagir, seu dinheiro continuará a ser desperdiçado para ludibriá-lo, ainda que a pretexto de esclarecê-lo.
QUESTÔES:
1- Você concorda com a tese do editorial da Folha de hoje, que afirma que a propaganda oficial é enganosa? Justifique.
2-Dê exemplo de uma propaganda enganosa de um empresa privada.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A propaganda enganosa: como se defender dela?
2-Escreva uma narrativa em que o protagonista tem uma agência de publicidade especializada em propaganda enganosa.
3-Escreva uma carta a uma empresa reclamando de um produto que você comprou levado por uma propaganda enganosa.
São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009
Editorial
Propaganda enganosa
A PUBLICIDADE oficial, em todos os níveis da administração, não raro é empregada em benefício pessoal do ocupante do cargo. Sob a desculpa de prestar contas à população e divulgar iniciativas de interesse público, serve de ordinário ao propósito de lustrar a imagem do governante.
Não é outra a razão para tais gastos aumentarem em período pré-eleitoral, como agora, a mais de um ano do próximo pleito. O presidente Lula apenas dá continuidade à tradição. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) prevê gastar em 2009 R$ 155 milhões, 26% mais que o orçado para 2008.
A fatia da Secom, porém, representa só 10,6% do gasto total com publicidade das administrações direta e indireta: a fatura toda foi de R$ 1 bilhão em 2008, dentro da média do governo Lula e próxima da observada nos cinco últimos anos de FHC (R$ 957 milhões, em valores corrigidos).
Na trilha do aumento segue também o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com dispêndio total de R$ 227 milhões (mais 44%) neste ano. O prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), que não se declara candidato em 2010, deu salto de 134%, para R$ 79 milhões.
Lula inova, no entanto, ao pulverizar esse dispêndio posto sob controle direto do Planalto por iniciativa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas que terminou por beneficiar seu sucessor (antes, campanhas de interesse da Presidência eram encomendadas a ministérios ou estatais). Desde o primeiro ano do governo Lula, multiplicou-se por mais de dez o número de veículos regados com o maná presidencial: de 499 em 2003 a 5.297 em 2008.
É mais que óbvio o poder de alavancagem eleitoral da distribuição entre veículos locais e regionais. Quanto menor o órgão de imprensa e mais afastado dos mercados competitivos, tanto mais vulnerável à dependência de anúncios estatais.
Pulverizar ou concentrar o gasto, por outro lado, constitui só uma estratégia. O absurdo está na existência dessa verba para autopromoção. Enquanto o contribuinte não reagir, seu dinheiro continuará a ser desperdiçado para ludibriá-lo, ainda que a pretexto de esclarecê-lo.
QUESTÔES:
1- Você concorda com a tese do editorial da Folha de hoje, que afirma que a propaganda oficial é enganosa? Justifique.
2-Dê exemplo de uma propaganda enganosa de um empresa privada.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A propaganda enganosa: como se defender dela?
2-Escreva uma narrativa em que o protagonista tem uma agência de publicidade especializada em propaganda enganosa.
3-Escreva uma carta a uma empresa reclamando de um produto que você comprou levado por uma propaganda enganosa.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
MATA ATLÂNTICA EM EXTINÇÃO
Fonte: Isto É
Editorial
Será o fim da Mata Atlântica?
Um dramático alerta foi lançado na semana passada a partir de dados colhidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Fundação SOS Mata Atlântica. Os especialistas constataram que, no atual ritmo de desmatamento das florestas no Brasil, restam apenas 40 anos de sobrevivência para a Mata Atlântica. Inaceitável, assustadora, essa possibilidade também é reforçada pelo crescente impacto do aquecimento global.
As projeções estão lá no Atlas dos Remanescentes Florestais, divulgado pelas duas instituições. Por ele é possível verificar que o ritmo de destruição avança à proporção de 34 mil hectares por ano desde 2000. Estados como Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão hoje com menos de 10% de floresta remanescente de sua cobertura original. Em números percentuais cada um tem, respectivamente 8,38%, 9,68% e 7,31%.
Na situação mais dramática está o Estado de Goiás, onde a devastação corre solta, e o percentual de mata remanescente é de pouco mais de 3,5%. É algo lamentável para um país que quando foi colonizado pelos portugueses em 1500 apresentava todo o seu litoral recoberto pela Mata Atlântica. Agora só restam 7,9% do total. O Brasil ainda é tido como o pulmão do mundo dada a sua biodiversidade. Mas os recursos não são infindáveis. Se nada for feito, com a completa participação da sociedade, as consequências para a sobrevivência humana em todo o planeta serão imensuráveis. Já neste momento dezenas de espécies animais, nativas do Brasil, estão entrando em extinção, como mostra a reportagem que começa à página 91.
É um triste revés a se registrar justamente quando o mundo comemora a Semana do Meio Ambiente e Ecologia. Mas essas datas servem, didaticamente, para despertar a consciência sobre o valor dessa riqueza e para, quem sabe, motivar um mutirão geral pelo resgate ecológico. Somente interrompendo esse processo de devastação poderemos sonhar com um amanhã para os nossos filhos, netos e futuras gerações. Depende também de você.
Carlos José Marques, diretor editorial
QUESTÕES:
1-Responda à questão colocada no título do editorial da Isto É desta semana: Será o fim da Mata Atlântica?
2-Como explicar tamanha devastação em reserva ecológica tão importante para todos nós?
PROPOSTAS TEMÁTICAS
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A MATA ATLÂNTICA RESISTIRÀ À SANHA DESTRUIDORA DOS MADEIREIROS E DOS ESPECULADORES IMOBILIÁRIOS?
2-Escreva uma narrativa que tenha como personagem principal um defensor da Mata Atlântica que é perseguido por madeireiros.
3-Escreva uma carta ao presidente da república, pedindo a ele que faça alguma coisa para salvar a Mata Atlântica.
Editorial
Será o fim da Mata Atlântica?
Um dramático alerta foi lançado na semana passada a partir de dados colhidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Fundação SOS Mata Atlântica. Os especialistas constataram que, no atual ritmo de desmatamento das florestas no Brasil, restam apenas 40 anos de sobrevivência para a Mata Atlântica. Inaceitável, assustadora, essa possibilidade também é reforçada pelo crescente impacto do aquecimento global.
As projeções estão lá no Atlas dos Remanescentes Florestais, divulgado pelas duas instituições. Por ele é possível verificar que o ritmo de destruição avança à proporção de 34 mil hectares por ano desde 2000. Estados como Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão hoje com menos de 10% de floresta remanescente de sua cobertura original. Em números percentuais cada um tem, respectivamente 8,38%, 9,68% e 7,31%.
Na situação mais dramática está o Estado de Goiás, onde a devastação corre solta, e o percentual de mata remanescente é de pouco mais de 3,5%. É algo lamentável para um país que quando foi colonizado pelos portugueses em 1500 apresentava todo o seu litoral recoberto pela Mata Atlântica. Agora só restam 7,9% do total. O Brasil ainda é tido como o pulmão do mundo dada a sua biodiversidade. Mas os recursos não são infindáveis. Se nada for feito, com a completa participação da sociedade, as consequências para a sobrevivência humana em todo o planeta serão imensuráveis. Já neste momento dezenas de espécies animais, nativas do Brasil, estão entrando em extinção, como mostra a reportagem que começa à página 91.
É um triste revés a se registrar justamente quando o mundo comemora a Semana do Meio Ambiente e Ecologia. Mas essas datas servem, didaticamente, para despertar a consciência sobre o valor dessa riqueza e para, quem sabe, motivar um mutirão geral pelo resgate ecológico. Somente interrompendo esse processo de devastação poderemos sonhar com um amanhã para os nossos filhos, netos e futuras gerações. Depende também de você.
Carlos José Marques, diretor editorial
QUESTÕES:
1-Responda à questão colocada no título do editorial da Isto É desta semana: Será o fim da Mata Atlântica?
2-Como explicar tamanha devastação em reserva ecológica tão importante para todos nós?
PROPOSTAS TEMÁTICAS
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A MATA ATLÂNTICA RESISTIRÀ À SANHA DESTRUIDORA DOS MADEIREIROS E DOS ESPECULADORES IMOBILIÁRIOS?
2-Escreva uma narrativa que tenha como personagem principal um defensor da Mata Atlântica que é perseguido por madeireiros.
3-Escreva uma carta ao presidente da república, pedindo a ele que faça alguma coisa para salvar a Mata Atlântica.
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