terça-feira, 16 de junho de 2009

AINDA A GRIPE SUÍNA

DO ESTARDALHAÇO À VACINA
Jaime Leitão

Pouco tempo depois de a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter elevado a gripe suína à categoria de pandemia, lançando um alerta mundial, o laboratório suíço Novartis anunciou que está pronto para produzir a vacina contra o vírus dessa gripe. E outros também vêm apontando na mesma direção.
A pergunta a fazer é: será que a OMS não estava acompanhando as pesquisas dos laboratórios para prever que a gripe suína não atingiria níveis terríveis de mortalidade, como aconteceu em outras épocas com a gripe espanhola e a gripe asiática?
Ou será que é necessário fazer bastante barulho para que os laboratórios se empenhem ao máximo para chegar rápido a uma vacina? Algo de muito estranho aconteceu em relação a esse fato.
No Brasil, o Instituto Butantã anunciou que iniciará a produção da vacina em outubro, ao preço de R$ 12,50 a dose. Aqui também, o Instituto Adolf Lutz veiculou que isolou o vírus da gripe e que deverá produzir em breve a sua vacina.
Não será por falta de vacina que contrairemos a gripe suína. O que causa estranheza é que uma gripe descoberta há pouco tempo, há cerca de dois meses, com os primeiros casos surgidos no México, já possa ser combatida tão rapidamente, sem o período necessário de pesquisas que é exigido para que uma vacina contra qualquer doença seja produzida em escala industrial.
Por que não chegaram até hoje a uma vacina contra a dengue, por exemplo? Será que é tão complicado assim? Ou está faltando um barulho maior por parte da mídia e a OMS soltar um alarme mais veemente?
Muitas vezes penso que algumas doenças são mantidas sem cura definitiva para que os laboratórios lucrem com remédios que obrigam o paciente a se tratar por um longo período ou, até, pela vida inteira.
A chegada repentina da gripe suína, o barulho em torno dela, e o anúncio da vacina para daqui a dois ou três meses, tudo isso me faz refletir sobre a mecânica que rege a doença, o tratamento e a cura. É claro que há laboratórios sérios, como cientistas que se debruçam de corpo e alma para encontrar a solução para um mal que afeta a humanidade. Mas o fator financeiro, o lucro, deve pesar em muitos casos. Se a saúde estivesse em primeiro lugar, os remédios não poderiam custar menos e ter efeitos mais duradouros? É uma pergunta que não consigo responder, mas que continua martelando. O difícil é saber com exatidão a resposta.
As mortes causadas pela gripe suína no mundo ocorreram em escala bem menor do que ocorre com uma gripe comum. Então, para que tanto pânico? Com toda a tecnologia que existe nos dias de hoje, não dá para imaginar que uma gripe, seja ela de que cepa for, provoque tantas mortes como as que se verificaram em épocas de outras pandemias.
A gripe suína veio do nada. Parecia estratégia de marketing para lançar um produto. Eu disse parecia, não que seja. Estou longe de fazer essa afirmação. Mas que foi estranho foi.

QUESTÕES:
1-Comente o artigo acima.

2-Você concorda com a tese de que os laboratórios poderiam agilizar as pesquisas e chegar mais rápido à cura de algumas doenças?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A PANDEMIA E A VACINA

2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um cientista que disseminava uma doença e depois pesquisava a vacina para a mesma, esperando a ordem do laboratório para o qual trabalhava.

3-Escreva uma carta argumentativa a um jornal comentando sobre a gripe suína.

Nenhum comentário: