quinta-feira, 11 de junho de 2009

CONFRONTO NA USP

Fonte:Folha de São Paulo
11-06-2009
PAINEL DO LEITOR

USP
"A truculência da PM dentro do campus da USP é signo de uma atitude não menos violenta: o desprezo ao diálogo perpetrado pela reitora Suely Vilela. Se antes havia alguma dúvida, que se leia com atenção a reportagem feita por Laura Capriglione ("USP atribui confronto a ação de grupo radical", ontem).
Procurada dez vezes pela jornalista desde o dia 2, a reitora desdenhou esta Folha, tal como o fez com os funcionários e professores da universidade." A universidade é o local do conflito de ideias e de propostas, da negociação, do exercício da razão e do esclarecimento.
A conclusão é óbvia: a reitora está no lugar errado."
HAROLDO SOUZA DE ARRUDA , aluno da pedagogia da USP (São Paulo, SP)



"Sou estudante da Escola Politécnica da USP e gostaria de esclarecer um ponto muito importante que a imprensa deixa de citar.
Os poucos alunos em greve são dos cursos de humanas. Nos outros cursos, continuamos a ter aulas normalmente. A greve de menos de 10% de estudantes não reflete o pensamento da maioria e dificulta quem quer estudar.
Eu apoio a presença da PM para garantir a funcionalidade do campus, pois há mais de 30 dias estamos tendo aula com carros de som, com o volume no máximo, passando ao lado de nossas classes e com grevistas entrando em nossas salas procurando pessoas para aderir ao movimento. Pessoas que dependem de benefícios do campus, como o bandejão, o ônibus circular ou até mesmo os laboratórios, não podem usá-los pois há piquetes.
Acho extremamente importante o papel dos estudantes no passado, em movimentos como o das Diretas Já, mas é impressionante que ainda existam pessoas que não saíram da década de 70 e querem lutar contra algo que não mais existe."
VICTOR NOGUEIRA DOS SANTOS (São Paulo, SP)



"É um absurdo, inaceitável e sem nenhuma justificativa a ação da tropa de choque da polícia na USP.
Agredir violentamente estudantes, professores e funcionários da universidade nos faz relembrar cenas do período trágico da ditadura militar, que envergonha o nosso país. Concordemos ou não com a reivindicação dos manifestantes, não podemos admitir essa violência contra uma manifestação pacífica.
A universidade e o governo do Estado devem, de forma competente e civilizada, prezar pelo diálogo, e não pelo confronto de forma covarde. Talvez isso justifique a ineficiência da polícia em impedir o assalto por parte de 35 ladrões a uma agência bancária em São Paulo; os policiais chegaram atrasados a um assalto que durou cerca de 40 minutos.
Estavam preocupados com a universidade."
CRISTIANO MELO (Ribeirão Preto, SP)

QUESTÕES:

1-Comente a carta de Haroldo Souza de Arruda, aluno de Pedagogia.

2-Comente a carta de Victor Nogueira dos Santos, aluno da Politécnica.

3-Comente a carta de Cristiano Melo.


PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Como resolver conflitos dentro da universidade?

2-Escreva uma narrativa em que um estudante agredido por policiais, durante manifestação na universidade, conta os fatos a partir da sua ótica.

3-Escreva uma carta argumentativa a um dos leitores da Folha, discordando da opinião que ele expressou no seu texto.

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