quinta-feira, 30 de julho de 2009

O PERIGO DO LIXO TÓXICO

Fonte; Folha online
30/07/2009
Jovens com deformações por contato com lixo tóxico ganham processo no Reino Unido
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da Efe, em Londres

Um grupo de 18 jovens que nasceram com deformações em seus corpos --e que atribuem o problema à exposição de suas mães a lixo tóxico durante a gravidez-- ganharam um processo contra a prefeitura da cidade industrial de Corby, no centro da Inglaterra, na quarta-feira (29).

Os jovens, cuja idade varia entre 9 e 22 anos, processaram a cidade de Corby com o argumento de que os defeitos que têm nas mãos e nos pés se devem ao fato de que suas mães sofreram os efeitos de um "coquetel atmosférico de materiais tóxicos".

Stephen Hird -29.jul.09/Reuters

Jovens com deformações posam com os pais no Reino Unido; juiz inglês considerou que as anomalias ocorreram devido a lixo tóxico
Os afetados, que apresentaram o caso ao Superior Tribunal de Londres, vinculam suas deformidades à mudança do lixo de uma antiga fábrica da produtora de aço British Steel, que fechou nos anos 80, para uma pedreira próxima.

As mães declaram que viviam ou visitaram Corby e algumas descreveram essa cidade como "poeirenta" ou "suja".

Embora a Prefeitura negue as acusações, o juiz do caso, Robert Akenhead, deu hoje a razão aos afetados ao ressaltar que "a poluição afetou as mulheres grávidas".

Após a divulgação do veredicto, os familiares manifestaram sua alegria, entre eles Audrey Bartfield, mãe de Dylan, de 13 anos, que nasceu com uma deformação na perna direita.

"Estou louca de felicidade. Sabíamos que tínhamos razão", disse Audrey, enquanto seu filho se declarou "muito feliz".

Chris Mallender, porta-voz da prefeitura de Corby, disse sentir-se "surpreso e decepcionado" com a decisão judicial e destacou que a instituição ainda acredita que "não há ligação alguma" entre o nascimento das crianças com deformações e o lixo tóxico.

QUESTÕES:
1-Comente a notícia.

2-Comente a expressão "coquetel atmosférico de materiais tóxicos".

3-Na sua opinião, uma prefeitura de uma cidade brasileira seria punida por permitir que empresas poluidoras fossem instaladas em sua cidade, se fossem comprovados danos à saúde dos trabalhadores?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que se passe em uma cidade contaminada por lixo tóxico. O protagonista é a primeira vítima de uma doença desconhecida que começa a atacar os moradores.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Indústrias poluidoras representam um grande risco para a saúde das pessoas e o meio ambiente.

3-Escreva uma crônica que tenha como título ou: QUEM VIVE NO LUXO PRODUZ MUITO LIXO.

domingo, 26 de julho de 2009

O PAPEL DO CIDADÃO NA MORALIZAÇÃO DA POLÍTICA

Fontes: O Estado de São Paulo e Jornal da Cidade, de Sergipe
26-7-2009

MELHORAR É POSSÍVEL!

Dora Kramer

O enunciado é conhecido: político não nasce em Marte nem dá em árvore. Se dispõe de mandato, está no Legislativo ou no Executivo, chegou lá por escolha do eleitorado. Em grande parte, votantes com experiência de 27 anos no ramo, sem contar os praticantes da era anterior ao regime militar. Portanto, se escorar na teoria Pelé (brasileiro não sabe votar) ou culpar a ditadura não exime ninguém da responsabilidade pela qualidade da escolha.

O período autoritário alimentou o analfabetismo político, interditou o surgimento de novas lideranças, afastou a política da sociedade, atrasou brutalmente o processo? Verdade. A mudança da capital do Rio para Brasília isolou os políticos num mundo à parte? Até certo ponto. Governos estaduais, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais estão “perto do povo” e nem por isso são centros de referência em termos de espírito público, boa conduta e consciência ética.

Na maioria dos casos, são instituições muito menos fiscalizadas e mais dadas a vários tipos de vícios insanáveis que aquelas localizadas na Praça dos Três Poderes e ao longo da Esplanada dos Ministérios.

Mudanças na legislação eleitoral e partidária, a chamada reforma política tal como é hoje concebida é a salvação da pátria? Nada mais falso. Se lei sozinha desse jeito em alguma coisa, o Brasil, com a forte vocação jurídica expressa numa Constituição extremamente detalhista, seria o paraíso da legalidade e da moralidade, no sentido de respeito à ética.

Menos de 30 anos corridos de democracia é muito pouco tempo face a quase um século de intermitências institucionais? Certamente, mas é essa a nossa condição e com ela é preciso lidar.

Muitas coisas são novas no Brasil e, no entanto, a sociedade aprendeu rapidamente a atuar dentro das novas regras. A adaptação à estabilidade monetária é a prova. O brasileiro incorporou o conceito e com isso consolidou um padrão de comportamento.

Não é, portanto, absurdo pensar que o cidadão possa fazer o mesmo na política: obrigar o agente público a se adaptar a um novo modelo de conduta. Como qualquer outro mercado, o eleitoral também é regido pela lei da oferta e da procura. Se há grande volume mercadoria podre em circulação na política, é porque há aceitação do produto.

Quando a neta do senador José Sarney telefona para o pai pedindo interferência para empregar o namorado na “vaga da família” no Senado, não age diferente de uma imensidão de brasileiros que compartilha da tese de que é bobo quem não tira vantagem de uma oportunidade favorável.

Tal tipo de atitude se manifesta no cotidiano das pessoas. Pobres, remediadas, ricas, cada uma de acordo com suas possibilidades e capacidades, raramente deixa passar a chance de obter um benefício, mesmo ao arrepio da boa ética.

Se o político depois de eleito pratica o fisiologismo em parceria com quem tem o poder de beneficiá-lo, se não for parlamentar “de opinião”, para se eleger é obrigado a ceder à sanha fisiológica de seus pretensos eleitores.

Mas, digamos que por força de uma hipotética e irrealista tomada de consciência coletiva ou por ação de um líder que se dispusesse a organizar o ambiente e conduzir um projeto de depuração cultural, o eleitor mudasse.

Mas mudasse de verdade, revogando a lei de Gérson nas pequenas coisas do dia a dia. Que passasse a incorporar o valor do caráter entre suas exigências eleitorais, buscando em cada candidato o mérito e não a capacidade de auferir proveitos.

Convertesse toda essa indignação à deriva em energia transformadora e dissesse: agora chega de gente de quinta. Olhasse para um deputado que se lixa para a opinião pública e sem cerimônia se orgulha da tolerância obtida em sua província, e se sentisse realmente ofendido.

Não desapareceriam os malfeitores. Mas, da mesma forma como hoje não há mais quem ouse sair defendendo que um pouquinho de inflação tem lá sua serventia, diminuiria a quantidade de políticos dispostos a abraçar a causa da transgressão de resultados.

Não precisam ser candidatos a santos. Basta apenas que renunciem às orgias de desfaçatez e se conduzam dentro dos marcos normais da civilidade, do respeito ao próximo e do acatamento das regras universais das pessoas que se pretendem razoavelmente sérias.

Político identifica a direção do vento, mede a força das marés e, quando se trata de ganhar votos, não contraria a natureza. Imposto num patamar mais escrupuloso de demandas, a consequência natural é que a escolha recaia sobre políticos que se enquadrem à nova filosofia.

Os que não se enquadram são naturalmente expelidos, rebaixados de importância ou acabam mudando por absoluta falta de aceitação de mercadoria podre no mercado eleitoral. Simples? Complicadíssimo.

Mas, o bom é sempre difícil, o ótimo quase impossível e o excelente é o motor da humanidade na busca da construção de um mundo cada vez melhor.

QUESTÕES:

1-Comente o artigo de Dora Kramer.

2-Qual é o papel do cidadão no processo de moralização da política?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um cidadão que resolve liderar uma campanha de moralização política no país.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O QUE É NECESSÁRIO PARA ALIJAR DA POLÍTICA OS MAUS GESTORES?

3-Escreva uma crônica que tenha como tema: Chega de ratazanas e raposas na política.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

FAZER UMA NOVA ARQUITETURA NO MUNDO

Fonte: Folha de São Paulo

São Paulo, sexta-feira, 24 de julho de 2009

TENDÊNCIAS/DEBATES

Por uma nova arquitetura global
FLÁVIA PIOVESAN


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Em uma arena cada vez mais complexa, fundamental é avançar na afirmação da justiça global nos campos social, econômico e político
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O S PAÍSES ricos decidiram expandir a cúpula do G8 (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia) para incluir as economias emergentes, transformando-o em G14 (com a adição de Brasil, Índia, China, África do Sul, México e Egito), com vistas a fortalecer a "governança global".
No dizer de Sarkozy: "Parece pouco razoável tratar das mais importantes questões internacionais sem a África, a América Latina e a China". Para Obama, é inadmissível enfrentar os desafios globais "sem a representação adequada de continentes inteiros como a África e a América Latina nos fóruns internacionais". Atualmente, cerca de 80% da população mundial vive em países em desenvolvimento. Dois deles -Índia e China- totalizam quase um um terço da população mundial.
Contudo, os 15% mais ricos concentram 85% da renda mundial, enquanto os 85% mais pobres detêm apenas 15%, sendo a pobreza a principal causa mortis do mundo. O próprio FMI, na voz de Michel Camdessus, já advertiu que "a pobreza é uma ameaça sistêmica fundamental à estabilidade em um mundo que se globaliza".
Instaura-se um círculo vicioso em que a desigualdade econômica fomenta a desigualdade política no exercício do poder no plano internacional e vice-versa. Atente-se para o fato de que 48% do poder de voto no FMI concentra-se em sete Estados (EUA, Japão, França, Reino Unido, Arábia Saudita, China e Rússia) e, no Banco Mundial, 46% do poder de voto concentra-se nesses mesmos Estados.
Há que fortalecer a democratização, a transparência e a "accountability" dessas instituições, ecoando a voz dos países em desenvolvimento. Esse mesmo imperativo é lançado à ONU, criada em 1945, na geopolítica do pós-guerra, da qual participavam em média 60 Estados -hoje a ordem internacional conta com quase 200.
Daí a necessidade de revitalizar o papel das Nações Unidas e assegurar aos seus órgãos (principalmente ao Conselho de Segurança) maiores legitimidade e representatividade.
Além de ter de assegurar espaços decisórios mais democráticos, a agenda internacional enfrenta um desafio central: garantir o direito ao desenvolvimento, em sua dimensão nacional e internacional, o que envolve: a) a proteção às necessidades básicas de justiça social; b) o componente democrático na formulação e implementação de políticas públicas; e c) a adoção de políticas nacionais, bem como de cooperação internacional.
Observa Thomas Pogge que, "em 2000, os países ricos gastaram cerca de US$ 4,650 bilhões em assistência ao desenvolvimento aos países pobres. Contudo, venderam aos países em desenvolvimento aproximadamente US$ 25,438 bilhões em armamentos -o que representa 69% do total do comércio internacional de armas. Os maiores vendedores de armas são: EUA (com mais de 50% das vendas), Rússia, França, Alemanha e Reino Unido".
No mesmo sentido, afirma Amartya Sen: "Os principais vendedores de armamentos no mercado global são os países do G8, responsáveis por 84% da venda de armas no período de 1998 a 2003. (...) Os EUA, sozinhos, foram responsáveis pela venda de metade das armas comercializadas no mercado global, e dois terços dessas exportações foram direcionadas aos países em desenvolvimento".
Esses desafios se inserem em um momento estratégico, marcado não apenas pela reinvenção da arquitetura internacional mas também por uma política renovada no campo das relações internacionais por parte da única superpotência mundial.
Se a era Bush adotou como vértice uma política internacional guiada pelo unilateralismo extremo, pelo direito da força e pelo "hard power", a era Obama aponta a uma política internacional guiada pelo "clever power", a propiciar o multilateralismo e o diálogo intercultural, transitando da ideia do "choque civilizatório" para a ideia do "diálogo civilizatório".
Desenvolvimento, segurança, democracia e direitos humanos são termos inderdependentes e inter-relacionados. Em uma arena cada vez mais complexa, fundamental é avançar na afirmação da justiça global nos campos social, econômico e político, a compor uma nova arquitetura capaz de responder aos desafios da agenda contemporânea, da nova dinâmica de poder no âmbito internacional e da necessária transformação das organizações internacionais, em um crescente quadro de responsabilidades compartilhadas.

FLÁVIA PIOVESAN, 40, doutora em direito constitucional e direitos humanos e professora dos programas de pós-graduação da PUC-SP e da PUC-PR, é procuradora do Estado de São Paulo e membro da Força Tarefa da ONU (UN high level task force) para a Implementação do Direito ao Desenvolvimento.


Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

QUESTÕES:

1-Comente esse conceito de nova arquitetura global, presente no artigo.

2-Como você descreve a velha arquitetura global?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um líder revolucionário, que age muito mais do que fala, e as resistências às suas atitudes.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: É possível conceber uma nova arquitetura global?

3-Escreva uma carta á Flávia Piovesan levantando os pontos principais do seu artigo.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

EM DISCUSSÃO A VIOLÊNCIA NOS GAMES

Fonte: Folha de São Paulo

22-07-2009


5 milhões de mortos
Matança acontece em batalhas virtuais no game Battlefield 1943

THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Somente em seu primeiro dia, a Segunda Guerra Mundial deixou aproximadamente 5 milhões de mortos.
O número devastador, porém, se deu em batalhas virtuais, ambientadas em Battlefield 1943, game que virou mania nas redes on-line do PlayStation 3 e do Xbox 360.
A procura nas primeiras 24 horas de jogatina, há cerca de 15 dias, foi tanta que os servidores chegaram a ficar fora do ar, problema que já foi corrigido.
Feito sob medida para o multijogador, Battlefield 1943 promove combates em solo, nos céus e no mar.

Guerreiros
O jogo está à venda apenas via download, por US$ 15, e parece fazer milagres com seus 500 Mbytes, já que suporta 24 participantes simultâneos. A edição para computador chega ainda em 2009.
O jogador, antes de tudo, deve escolher seu soldado entre três classes: o rifleman, que carrega um rifle bom para tiroteios em média distância; o infantry, que tem uma metralhadora para confrontos mais próximos; e o scout, que é o atirador de elite.
Qualquer um deles carrega ainda explosivos e conta com munição ilimitada.
Mas o que faz de Battlefield 1943 um jogo cheio de alternativas é a possibilidade de usar veículos, de jipes a aviões. Com isso, o trabalho em equipe ganha dimensões fundamentais para determinar a vitória.

Cenários da guerra
O game traz três mapas: Wake Island, Guadalcanal e Iwo Jima, mas novos cenários devem ser liberados.
O mapa Coral Sea, por exemplo, já foi liberado para down- load gratuito, em uma brincadeira da produtora Dice -os jogadores precisaram atingir um certo número de mortes virtuais para conseguir o mimo.
Nos bastidores, Battlefield 1943 também funciona bem, permitindo ao jogador organizar as partidas de forma rápida e prática. Há ainda um sistema de ranking que registra os feitos dos soldados virtuais.
Nos Estados Unidos, o jogo foi classificado para pessoas a partir de 13 anos -o que significa que, mesmo com todas essas mortes, a violência não é considerada exagerada.
Sendo fã da série ou um novato, Battlefield 1943 é uma das formas mais práticas de se divertir com uma experiência multijogador nos consoles de alta definição.

QUESTÕES:

1-Comente a matéria da "Folha" sobre a matança desse novo game.

2-Os games, na sua opinião, podem levar a um comportamento violento, como no caso desse "Guerreiros"?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa em que o protagonista desenvolve um comportamento violento depois de ficar jogando game pelo menos oito horas por dia.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Presença dos games na vida dos jovens de hoje.

3-Escreva uma carta a um amigo contando a ele a sua experiência com os games.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O PRESIDENTE E A SUA DOUTRINA

Fonte: Folha de São Paulo

São Paulo, segunda-feira, 20 de julho de 2009



VAGUINALDO MARINHEIRO

DOUTRINA LULA

SÃO PAULO - Presidentes norte-americanos ajudaram a moldar o mundo em que vivemos hoje com o que ficou conhecido como suas doutrinas. No século 19, houve a doutrina Monroe, contra o colonialismo na América. No 20, a doutrina Truman, que definiu a Guerra Fria e a disputa com os comunistas. Neste século, foi a vez da doutrina Bush.
Ela tratava da luta contra o terrorismo e dividia o mundo entre os bons (as vítimas) e os maus (o eixo do mal), que mereciam bombas.
Sua frase-síntese era: quem não está comigo está contra mim.
Agora, ouve-se por aqui, de forma muito jocosa, sobre a "doutrina Lula". Não se trata de diretrizes de política externa, mas da forma adotada pelo presidente para garantir a tal governabilidade e perpetuar os seus no centro do poder.
Na doutrina Lula, tudo é um pouco embaralhado. O bem e o mal inexistem. Na verdade existem, mas mudam de lado de acordo com as conveniências. O demônio de 20 anos atrás (Collor) vira o companheiro de agora, com direito a abraços públicos e agradecimentos.
Ela não tem uma frase-síntese, mas todo um raciocínio. É mais ou menos assim: quem não está comigo, não está porque não quer. Se quiser vir para o meu lado, estou de braços abertos e pronto a oferecer meu apoio e toda a minha popularidade numa disputa eleitoral. Ou minha defesa, em caso de você ser pego com a boca na botija.
A doutrina Bush teve um efeito devastador para o presidente dos EUA. Ele terminou o governo como um pato manco, como definem os americanos -com a popularidade no chão e sendo evitado por candidatos que temiam perder voto caso associassem seus nomes ao dele.
Já Lula, ao que tudo indica, terminará o mandato como um pato supersônico: hiperpopular e desejado por todos os candidatos. É uma pena que com tal cacife não reveja essa sua doutrina e seja mais seletivo em suas relações.

vmarinheiro@uol.com.br

QUESTÕES:

1-Comente o artigo de Vaguinaldo Marinheiro sobre a doutrina Lula.

2-Você concorda com a afirmação de Vaguinaldo de que Lula terminará o mandato como "um pato supersônico: hiperpopular e desejado por todos os candidatos"?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O governo Lula.

2-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta a sua convivência com o presidente Lula, nos tempos de sindicato, e como ele vê o presidente hoje.

3-Escreva uma carta ao presidente Lula comentando o seu governo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

LEIA A RUA DA SUA CASA

Faça uma leitura de onde você mora.

Há quantas árvores na calçada da sua casa?

Quantos postes?

Quantas casas?

Como é o trânsito?

O que mais lhe chama atenção?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narração que tenha como protagonista um personagem que tem com a rua da casa em que mora uma ligação misteriosa.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A casa, a rua, a cidade, o país, o planeta.

3-Escreva uma carta a um amigo relatando a ele como você se sente hoje morando na casa em que mora. Levante vários aspectos: a casa em si, a sua relação com os familiares, a rua, a cidade, abordando o convívio, a segurança, o trânsito e o que mais considerar importante.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

LEIA E INTERPRETE O CARTUM ABAIXO


Fonte: www.cartoon.ru

QUESTÕES:

1-Qual é a primeira leitura que você faz desse cartum?

2-Faça uma análise mais aprofundada.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um homem que vive a sua vida em função da televisão, confundindo realidade com ficção.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Para que serve a televisão?

3-Escreva uma crônica que tenha como título: Overdose de televisão.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ASSISTA E FAÇA UMA LEITURA DESTE FILME DO FESTIVAL ANIMA MUNDI 2009



Questões:

1-Faça um leitura do significado e das ideias presentes nesse filme japonês de animação.

2-E como você analisa as imagens e as cores presentes nessa obra?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Utilizando uma escrita bem livre, sem pontuação, escreva um texto em dois ou três minutos colocando as suas sensações e emoções em relação ao filme.

2-Escreva uma narrativa em que o protagonista da narrativa assume a condição de um personagem vegetal ou animal e passa a perceber muito perto de si a grande destruição que vem sendo cometida contra a natureza.

3-Escreva uma dissertação que tenha como tema a questão: O homem é um ser racional?

terça-feira, 14 de julho de 2009

O PALAVRÃO COMO RECURSO PARA ALIVIAR A DOR E O ESTRESSE

Fonte: BBC www.bbcbrasil.com

Falar palavrão pode aliviar dor física, diz estudo

Falar palavrões ajuda a diminuir sensação de dor, diz estudo
Falar palavrões pode ajudar a diminuir a sensação de dor física, segundo um estudo da Escola de Psicologia da Universidade de Keele, na Inglaterra, publicado pela revista especializada NeuroReport.

No estudo, liderado pelo psicólogo Richard Stephens, 64 voluntários colocaram suas mãos em baldes de água cheios de gelo, enquanto falavam um palavrão escolhido por eles.

Em seguida, os mesmos voluntários deveriam repetir a experiência, mas em vez de dizer palavrões, deveriam escolher uma palavra normalmente usada para descrever uma mesa.

Enquanto falavam palavrões, os voluntários suportaram a dor por 40 segundos a mais, em média. Seu relato também demonstrou que eles sentiram menos dor enquanto falavam palavrões.

O batimento cardíaco dos voluntários também foi medido durante a experiência e se mostrou mais acelerado quando eles falavam palavrões.

Os cientistas acreditam que o aumento do ritmo de batimentos cardíacos pode indicar um aumento da agressividade, que, por sua vez, diminuiria a sensação de dor.

Para os cientistas, no passado isso teria sido útil para que nossos ancestrais, em situação de risco, suportassem mais a dor para fugir ou lutar contra um possível agressor.

O que está claro é que falar palavrões provoca não apenas uma resposta emocional, mas também uma resposta física, o que pode explicar por que a prática de falar palavrões existe há séculos e persiste até hoje, afirma o estudo.

"(A prática de) Falar palavrões existe há séculos e é quase um fenômeno linguístico humano universal", diz Stephens.

"Ela mexe com o centro emocional do cérebro e parece crescer no lado direito do cérebro, enquanto que a maior parte da produção linguística ocorre do lado esquerdo. Nossa pesquisa mostra uma razão potencial para o surgimento dos palavrões, e porque eles persistem até hoje."

Um estudo anterior, da Universidade de Norwich, mostrou que o uso de palavrões ajuda a diminuir o estresse no ambiente de trabalho.

QUESTÕES:

1-Comente a notícia acima.

2-Você utiliza o palavrão como recurso para aliviar uma dor ou uma tensão?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O Palavrão é válido em algumas circunstâncias?

2-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta uma situação embaraçosa que viveu por ter dito um palavrão na hora errada, fora de contexto.

3-Escreva uma crônica que tenha como título: A defesa do palavrão.

domingo, 12 de julho de 2009

EM FOCO A CPI DA PETROBRAS

Fonte: Folha de São Paulo

São Paulo, domingo, 12 de julho de 2009



Editorial

Enfim, a CPI
AGORA QUE o Senado decidiu instalar a CPI da Petrobras, depois de uma injustificável protelação da base governista, é fundamental que as investigações se desenvolvam com foco, transparência e o mínimo de autonomia.
Não se trata de tarefa trivial. A julgar pelo noticiário mais recente, a presença tentacular da estatal dotou o governo de um arsenal de informações capaz de amaciar o discurso dos próprios senadores que vão investigá-la.
O dinheiro destinado pela Petrobras à Fundação José Sarney, no Maranhão, é só o exemplo mais recente da barafunda de interesses que une o caixa da estatal a partidos, parlamentares e interesses corporativos. As maiores empreiteiras do país têm negócios com a Petrobras.
Ao menos 22 ex-sindicalistas, a maioria ligada ao Partido dos Trabalhadores, ocupam postos estratégicos da Petrobras, da Transpetro e da Petros, o fundo de pensão da estatal.
Eles comandam não só contratos de centenas de milhões de reais como também financiam projetos sociais e culturais de prefeituras e ONGs em mais de mil cidades em todo o país.
Já o PMDB, de José Sarney e Renan Calheiros, detém cargos vitais na estatal e na Agência Nacional do Petróleo, órgão que também é objeto da CPI que deverá ser instalada nesta terça-feira. A proliferação de contratos milionários da estatal pelos mais diferentes cantos do país não deixa de atender, também, a interesses de políticos da oposição.
Diante desse verdadeiro consórcio, é impossível que a CPI venha a cumprir todos os objetivos a que se propõe -sobretudo porque a base aliada vai controlar a presidência e a relatoria da comissão. Dada a profusão de indícios de irregularidades, o contribuinte sairá ganhando se apenas 10% das denúncias forem investigadas com seriedade.

QUESTÕES:
1-Dá para confiar na seriedade da CPI da Petrobras, em um Senado minado por tantas denúncias?
2-Você concorda com a conclusão do texto, que afirma: "Dada a profusão de indícios de irregularidades, o contribuinte sairá ganhando se apenas 10% das denúncias forem investigadas com seriedade?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um político que considera a corrupção o fato mais normal que existe e faz campanha entre os seus pares para que ela aumente cada vez mais. Pense em um antagonista que irá combater o protagonista. A narrativa poderá ser em primeira ou terceira pessoa.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A CPI da Petrobras no Senado poderá contribuir para recuperar a credibilidade perdida daquela Casa?

3-Escreva uma carta ao jornal "Folha de São Paulo" comentando o editorial acima.

sábado, 11 de julho de 2009

ESPETÁCULO DE CRUELDADE

Fonte: Folha de São paulo

São Paulo, sábado, 11 de julho de 2009


ACIDENTE

Touro mata espanhol durante festa folclórica em Pamplona
DA REDAÇÃO

Um espanhol de 27 anos morreu ontem após ser golpeado por um touro durante a tradicional Festa de São Firmino, em Pamplona, no norte da Espanha. Ele participava de um "encierro", ritual em que as pessoas provocam e correm junto a touros soltos nas ruas.
O espanhol, que teve o pescoço e o pulmão perfurados pelos chifres do touro, morreu logo depois de chegar ao hospital. Morador da região de Madri, ele foi o 15º a morrer durante o evento desde 1922. O último fora um americano de 22 anos, golpeado no estômago em 1995.
O "encierro" de ontem foi o mais violento desde o início dos festejos, na última segunda-feira, e deixou pelo menos outros nove feridos. Segundo os organizadores do evento, um dos touros que foi solto se perdeu dos outros animais e passou a atacar com mais violência.
Realizada há cerca de 400 anos, a Festa de São Firmino promove touradas e atividades folclóricas, como os "encierros", durante nove dias e atrai milhares de turistas.

QUESTÕES:
1-Comente a Festa de São Firmino.

2- Qual é a sua opinião sobre as touradas e os rodeios?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A tradição justifica qualquer violência cometida contra as touros nos mais diversos eventos?

2-Escreva uma narrativa em que um participante da Festa de São Firmino conta a sua experiência de participar da corrida, depois de ser ferido e de ver um amigo morrer atacado por um touro.

3-Utilize a imaginação para escrever uma carta como se você fosse um touro ferido após a corrida em São Firmino, pedindo ao primeiro-ministro da Espanha José Luís Zapatero que proíba definitivamente as touradas e as corridas.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

ESTRATÉGIAS PARA SALVAR O PLANETA

Fonte: Folha de São Paulo

São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009


Cúpula promete corte para limitar aquecimento a 2°C
Meta de reduzir emissões em 50% até 2050, porém, é ocultada em documento

Lula e Obama dizem querer chegar a acordo mútuo para tentar estimular consenso global; novo tratado deve ser assinado em dezembro


CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A ÁQUILA

As 17 maiores economias do mundo, também os maiores poluidores, salvaram parcialmente a face das negociações climáticas, ao colocar no papel a meta de conter em no máximo 2° Celsius o aumento da temperatura global em relação aos níveis da era pré-industrial. É o teto que uma ampla base de cientistas considera o máximo para evitar consequências catastróficas para o planeta.
"É um avanço", diz o principal negociador brasileiro para a discussão da mudança climática, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.
Mesmo com esse teto, diz Machado, ainda haverá impactos importantes, mas obviamente eles serão menos catastróficos do que aqueles que se seguiriam a uma elevação maior da temperatura.
Para ficar no limite de 2°C, seria preciso reduzir à metade, até 2050, o nível de emissões de gases causadores do efeito estufa, que gera o aquecimento global, em relação a 1990, calcula o embaixador brasileiro. Mesmo assim, ressalva, é um cálculo "com um grau apenas razoável de confiabilidade".
Ou seja, há "níveis elevados de incerteza mas cravar 2°C é um número-guia positivo", acha Figueiredo Machado.

Quem reduz quanto
O problema é que não houve acordo nas várias cúpulas de Áquila em torno de quem deve reduzir quanto as suas emissões para que se contenha o aumento da temperatura nesse "número-guia positivo".
Por isso, o comunicado final da cúpula do MEF (Major Economies Forum ou Fórum das Grandes Economias) ficou sem qualquer número, exceto os 2°.
Sumiu o número que havia sido aprovado na véspera pelo G8 (50% de redução das emissões até 2050, sobre os níveis de 1990). Sumiu porque, se constasse do texto, começaria a contagem regressiva para que os países emergentes também adotassem reduções substanciais, para as quais ainda não estão preparados.
No final, ficou apenas o compromisso de os países desenvolvidos "assumirem a liderança" na adoção de "reduções agregadas e individuais no médio prazo, consistentes com nossos ambiciosos objetivos de longo prazo".
"Médio prazo" é a palavra-chave da divergência entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento: "Sem haver também uma meta de médio prazo, o longo prazo perde credibilidade", diz o embaixador Figueiredo Machado.
Emenda: "Se não ficar claro o esforço que se deve fazer agora, parece que se está empurrando o problema com a barriga".
Qual é a proposta do Brasil e de muitos outros emergentes para o médio prazo, ou seja, para 2020? Que os países desenvolvidos reduzam em 40% suas emissões em relação aos níveis de 1990. E os países em desenvolvimento, como o Brasil? Não há um número, mas há um conceito: "Um desvio substancial em relação ao padrão habitual [de emissão de gases]", responde Figueiredo Machado.
O conceito foi expressamente assumido na declaração final do MEF, claro que sem mencionar números. O único número que apareceu até agora para quantificar o "desvio substancial" é de um estudo da União Europeia: de 15% a 30% menos de emissões. Implicaria um custo econômico significativo, diz o governo brasileiro.

Juntos em Copenhague
Os presidentes Barack Obama e Luiz Inácio Lula da Silva trataram da mudança climática em um cordial encontro de meia hora. Deixaram de lado as nítidas divergências entre os dois países para enfatizar o desejo de cooperarem para chegar à decisiva cúpula de Copenhague, em dezembro, com uma posição conjunta, aberta à adesão de outros países.
Obama deixou claro a Lula que enfrentará dificuldades no Congresso para conseguir aprovar a legislação recentemente enviada e que prevê um amplo leque de opções para limpeza ambiental.
Lula não repetiu ante Obama o que dissera na véspera: "os países ricos querem que os países em desenvolvimento assumam a redução da poluição".

QUESTÕES:
1-Dá para confiar no acordo firmado entre os participantes da Reunião de Cúpula, em Áquila, na Itália, de diminuir a emissão de gases poluentes na atmosfera, controlando a aquecimento global?

2-E Lula parece realmente interessado em controlar a emissão desses gases aqui no Brasil?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Entre o discurso ea prática de combater o aquecimento global, há um fosso de tamanho incalculável.

2-Escreva uma narrativa que se passe daqui a cinquenta anos e que tenha como protagonista um personagem que conta como é o mundo nessa época. Não deixe de lado o conflito.

3-Escreva uma carta a um jornal comentando a Reunião de Cúpula em Áquila.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

GASTRONOMIA BRASILEIRA

Fonte: Folha de São Paulo
Folha Ilustrada
São Paulo, quinta-feira, 09 de julho de 2009


COMIDA

A nova cozinha brasilera
Ao explorarem sabores e ingredientes do país, chefs e restaurantes de São Paulo protagonizam uma onda de modernidade que abre perspectivas inéditas para a gastronomia brasileira; veja onde provar essa nova cozinha

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

No começo, era um chef mais ousado aqui, outro ali; e na cola deles, mais meia dúzia que se comparava em atrevimento, mas não em talento. Era um tempo -não muito longe, de 20 anos para cá- em que os melhores cozinheiros do Brasil eram franceses ou italianos.
As coisas mudaram. A cozinha brasileira vive uma nova fase, hoje já bem nítida. Restaurantes e chefs protagonizam uma onda de modernidade que abre perspectivas inéditas para a gastronomia do país.
É claro que o chef-símbolo disso é Alex Atala, do D.O.M. É claro também que para muita gente "aquilo não é comida" nem aquele é grande cozinheiro, apenas marketing. Reações normais diante da inovação.
Mas para os curiosos em perscrutar os novos destinos para a gastronomia brasileira, Atala e sua geração representam um horizonte promissor.
O que tem de novo essa nova onda? A ousadia técnica, a experimentação? O melhor é que a resposta é: não. O que tem de novo é a assunção de uma originalidade brasileira, baseada na exploração de sabores e ingredientes do país combinada com a curiosidade de tatear novas fronteiras de gosto e de técnica.
Peixes da Amazônia, farinhas de vários cantos, queijos de rincões delimitados, temperos, raízes e frutos de nomes estranhos e sabores reveladores, passam a ser manipulados com sábia desfaçatez, sejam cozidos em vácuo a baixa temperatura, batidos no calor de máquinas espanholas ou simplesmente esmagados em prosaicos purês.
Não é a primeira vez que os ingredientes do país são assimilados de forma criativa. Nem é a primeira vez que surgem chefs criativos. Recapitulando.
No começo dessa história recente, a cozinha brasileira começou a respirar diferente, nos anos 80, quando jovens chefs egressos da França e das lições da nouvelle cuisine francesa chegaram ao Brasil. Claude Troisgros e Laurent Suaudeau praticaram a cozinha de seus mestres, mas procurando se virar com os ingredientes que tinham às mãos. E com isso redimiram mandioquinha, maracujá, banana, jabuticaba. Mas era ainda uma cozinha francesa. Só que com produtos brasileiros, o que não deixou de ser um avanço num país em que os principais cozinheiros mal e mal valorizavam as cozinhas regionais e seus produtos.
Agora é diferente. São os chefs brasileiros que olham para o Brasil. E com olhos modernos, não de nostalgia. Claro, aqueles que preservam as tradições regionais têm enorme importância para a manutenção do patrimônio cultural gastronômico. Assim como, em outro extremo, há chefs de grande talento que fazem uma cozinha moderna sem se ater ao celeiro brasileiro.
Todos têm grande valor. A novidade, porém, está naqueles que usam os potenciais dos nossos produtos e tradições para criar algo de novo, apoiando-se nos ensinamentos que a cozinha moderna e de vanguarda vem legando ao mundo.
E aqui há chefs que começaram resgatando tradições antigas e hoje praticam também uma cozinha moderna -como Mara Salles, do Tordesilhas. Outros que beberam diretamente na fonte da vanguarda espanhola, sem, no entanto, se reduzir a imitá-la -caso de Helena Rizzo (que comanda, com o espanhol Daniel Redondo, o Maní) e de Felipe Ribenboim (que dirige, com Gabriel Broide, a cozinha do Dois).
Em comum há o fato de que não correspondem mais ao velho padrão do cozinheiro brasileiro -o nordestino iletrado, talentoso mas inculto- e são oriundos de uma classe média urbana e mais culta. Contra a pasteurização da globalização, as culturas do mundo reagem se auto-afirmando. O Brasil dos rincões, da cozinha regional perpetrada por talentos naïfs, cede lugar a um Brasil mais urbano e aberto para o mundo -mas ainda assim, Brasil.

Cozinha sincopada
Essa nova cozinha faz lembrar um movimento da cultura brasileira que se impôs ao mundo: o da criação da bossa nova. Sua base foi uma música de raiz brasileira -o samba-, praticada em sua origem popular, e que músicos cultos de classe média urbana combinaram com influências de fora (como o jazz) para fazer algo original mas de ginga brasileira.
E a nova cozinha? Tem raízes brasileiras, nas referências às receitas regionais e produtos locais, praticadas por cozinheiros de origem popular; e que agora chefs cultos de classe média urbana combinaram com influências de fora (francesa e espanhola) para fazer algo original e de sabor brasileiro...

QUESTÕES:

1-Comente o artigo de Josimar Melo sobre a nova cozinha brasileira.

2-Como você define a autêntica comida brasileira?

PROPOSTAS TEMÁTICAS;

1-Escreva uma narrativa em que o protagonista seja um cozinheiro maluco, que faz as misturas mais incríveis. Nem sempre dá certo.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A gastronomia tem relação com a tradição e a cultura de um povo.

3-Escreva uma carta ao seu pai explicando para ele por que você resolveu prestar faculdade de formação de chef de cozinha depois de cursar um ano de medicina.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

TÍTULOS FALSOS

Fonte: Folha de São Paulo

08 de julho de 2009



ELIO GASPARI

Lula tem razão: não confie nos doutores

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Dilma Rousseff teve um momento-Maradona e ajeitou o seu currículo com a "mão de Deus"
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LOGO NO GOVERNO de um presidente que chegou ao Planalto sem diploma de curso secundário e gosta de ironizar canudos, descobriu-se que dois de seus ministros ostentaram títulos universitários maquiados. A repórter Malu Gaspar revelou que, ao contrário do que informava o Itamaraty, o chanceler Celso Amorim jamais teve título de doutor em ciências políticas e econômicas pela London School of Economics. Pior: a biografia oficial de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, candidata à Presidência da República, informava que ela é "mestre em teoria econômica" e doutoranda em economia monetária e financeira pela Unicamp. A Plataforma Lattes, do CNPq, registrou que ela obteve o mestrado com uma dissertação sobre "Modelo Energético do Rio Grande do Sul". Falso. O repórter Luiz Maklouf Carvalho revelou que, segundo a Unicamp, não há registro de matrícula de Dilma Rousseff no seu curso de mestrado. Só ela tem a senha que permite mexer nos dados da página com seu currículo no Lattes.
Dilma e Amorim não preencheram o requisito essencial para obtenção do título de doutor, que é a apresentação de uma tese. Uma pessoa só é "doutorando" enquanto cursa o programa de doutorado ou enquanto cumpre o prazo de carência para a entrega da tese. Depois disso, volta a ser "uma pessoa qualquer". Há 1,1 milhão de acadêmicos cadastrados no Lattes. Se nesse universo de professores ficam impunes coisas desse tipo, será difícil um mestre condenar aluno que comprou trabalhos na internet.
A ministra Dilma tem uma relação agreste com a realidade. Em março do ano passado ela sustentou que a Casa Civil não organizara um dossiê de despesas pessoais de Fernando Henrique Cardoso na Presidência. Tudo não passava de um "banco de dados". Um mês antes, num jantar com 30 empresários, ela informara que o governo estava colecionando contas incriminatórias do tucanato.
Lidando com um período sofrido de sua juventude, ela disse que, durante a ditadura, "muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... e presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião".
Presos e condenados por crime de opinião foram o historiador Caio Prado Júnior e o deputado Chico Pinto, Dilma Rousseff militou em duas organizações que, programaticamente, defendiam a luta armada para instalar um "Governo Popular Revolucionário" (Colina, abril de 1968) ou um "Governo Revolucionário dos Trabalhadores, expressão da Ditadura do Proletariado" (VAR-Palmares, setembro de 1969). Dilma nega que tenha participado de ações armadas, ou mesmo planejado assaltos. Até hoje não pareceu um mísero fato que a desminta, mas o Colina, que ela ajudou a organizar, matou um major alemão pensando que fosse um oficial boliviano e assaltou pelo menos três bancos. Seria injusto obrigar a ministra a carregar a mochila dos ideais de seus vint'anos. Até porque, no limite, merecem mais respeito os jovens que assumiram riscos e pegaram em armas do que oficiais, agentes do Estado, que torturaram e assassinaram prisioneiros. Ainda assim, é um péssimo prenúncio ver uma ministra-candidata que maquia currículo, bem como o propósito de sua militância. As pessoas preferem acreditar nas outras.

QUESTÕES:

1-Comente o artigo de Elio Gaspari.

2-Você considera graves esses fatos?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema a pergunta: Qual é a diferença entre alguém comprar um diploma falso e um ministro colocar no seu currículo em uma entidade considerada séria um título que não existe?

2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um personagem que comprou um diploma falso de médico.

3-Escreva uma carta a um amigo confessando a ele que você tem preguiça de estudar e resolveu comprar um diploma falso, pedindo a opinião dele em relação a essa sua ideia.

terça-feira, 7 de julho de 2009

PARA DRIBLAR A LEI, VALE TUDO

Fonte: Folha de Sâo Paulo
7-7-2009
Cigarro eletrônico pode driblar lei antifumo
Dispositivo libera nicotina, mas solta apenas vapor d'água, segundo fabricante; Anvisa abriu consulta sobre proibição

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O dispositivo tem as mesmas dimensões e formato de um cigarro, libera uma cortina de fumaça nas baforadas e acende uma ponta em brasa. Parece, mas não é. A invenção chinesa, batizada de cigarro eletrônico, abre uma brecha na lei antifumo paulista -que entra em vigor exatamente daqui a um mês- e pode driblar a fiscalização da Vigilância Sanitária.
O mecanismo funciona assim: a ponteira contém um cartucho recarregável, preenchido com refis de propileno glicol, nicotina e substâncias aromatizantes. Quando o fumante inala, o fluxo de ar é detectado, e um nebulizador injeta gotículas do propileno glicol no fluxo de ar, vaporizando a nicotina.
O processo gera uma névoa -para simular a fumaça do cigarro comum-, que é inalada pelo usuário. Segundo o fabricante, a fumaça liberada é, na verdade, apenas vapor d'água.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) abriu consulta pública sobre resolução que proíbe o consumo e a venda do cigarro eletrônico no país. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) é contra a liberação.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) também já se disse contrária porque não há estudos que comprovem a versão do fabricante chinês de que o produto não exala as substâncias cancerígenas do cigarro.
"A nicotina não é um produto inócuo que pode ser distribuído para todo mundo", diz André Luís, da Anvisa. "Não há nada que prove que ele não tem nenhuma outra substância tóxica além da nicotina", afirma Cristina Perez, técnica do Inca.
Hoje, por não ter registro, o produto é proibido no país, mas já chegou a São Paulo pelo mercado negro. E já está à venda na internet e em tabacarias.
A lei aprovada em São Paulo proíbe "o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco", em locais públicos fechados, como bares e restaurantes. Não faz menção a esse novo dispositivo eletrônico nem à nicotina em si.
A Secretaria da Justiça, que fiscalizará a lei, diz aguardar que a Anvisa decida se autoriza ou não a venda do produto.

QUESTÕES:

1-Comente essa nova invenção.

2-Qual é a sua opinião sobre a proibição do fumo em locais públicos?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta a sua luta para deixar de fumar. Desenvolva bem o conflito.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Os direitos do fumante devem se sobrepor aos direitos do cidadão?

3-Escreva uma carta contando a um amigo sobre uma invenção sua e pedindo a opinião dele sobre ela.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

ARANHA ESTÁ VIRANDO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO


Foto de aranha caranguejeira
Fonte da foto: www.farm3.static.flick.com

Fonte: Folhateen
Folha de São Paulo
6-7-2009

CIÊNCIA

"Cachorro" de oito patas
Colecionadores teen compram aranhas pela internet, mesmo sabendo que esse hobby é crime ambiental

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Oito patas peludas e dois ferrões afiados na boca. Essa descrição sozinha já pode ser o suficiente para, no mínimo, arrepiar.
Mas há jovens que, em vez de entrarem em pânico diante de uma aranha caranguejeira, têm tanto interesse por esse animal que chegam a criá-lo em casa como bichinho de estimação.
As caranguejeiras costumam ser as preferidas dos criadores porque são maiores, mais longevas e não letais (veja mais detalhes no quadro ao lado).
O problema é que criar aranhas sem fins científicos é um crime ambiental, assim como manter em casa qualquer outro animal silvestre cuja criação não esteja regulamentada. A lei estipula, inclusive, multa de R$ 500 por animal apreendido.
Longe de desconhecerem a ilegalidade de seu hobby, esses jovens encontram na internet uma maneira de exercê-lo sem grandes complicações.
Em comunidades do Orkut, como "Criadores de Aranhas" (2.615 usuários) e "Amantes das Aranhas" (3.436), eles trocam dicas de como criar os aracnídeos e comercializam animais. Vendedores, escondidos sob perfis falsos no site, anunciam a torto e a direito espécie, idade, tamanho e preço para quem estiver interessado.
Foi o caso de Ben*, 16, que comprou uma Brachypelma albopilosum (espécie nativa da América Central) e duas Ephebopus murinus (típica do Norte do Brasil). Pagou cerca de R$ 60 por cada uma e as recebeu em menos de dois dias em uma caixinha, por Sedex. "Elas estavam muito sadias", conta.

Ilegalidade
Procurados pelo Folhateen, muitos jovens se disseram revoltados com a criminalização de seu hobby. Mas não estão preocupados com os possíveis desdobramentos da infração.
"É extremamente ofensivo pensar que podemos ser taxados de bandidos por criar animais que a maioria das pessoas mata", revolta-se Peter*, 18, que tem em casa uma Avicularia versicolor -espécie azul por que pagou cerca de R$ 300.
A razão para a pouca cautela com a lei é que esses adolescentes sabem que é pouco provável que venham a ser punidos.
Álvaro Palharini, chefe da Divisão de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente da Polícia Federal, não faz pouco caso da infração, mas pondera: "Não há sentido em movimentar recursos para investigar os criadores, nossa preocupação é com a captura e a venda".
Essa é também a posição do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), segundo Antonio Ganme, chefe da fiscalização do órgão em São Paulo.
"Queremos pegar os "peixes grandes'", explica, referindo-se a quem tenta revender os animais para o exterior.
Uma aranha que, no momento de sua captura, rende cerca de R$ 1, pode ser vendida para fora do país por mais de R$ 500, estima Ganme.

Beleza única
Entre os motivos apontados pelos entrevistados para essa escolha inusitada de animal de estimação estão a estética das aranhas e o fato de serem exóticas. "Eles querem ser descolados, e é uma maneira de obter status", diz Paulo Goldoni, biólogo do Instituto Butantan.
No caso de Mary Jane*, 16, ser alérgica a outros animais e morar em um apartamento ajudaram a incentivá-la a criar uma aranha. "Depois vi que são animais fantásticos, com uma beleza única", aponta.
A criação de um bicho desses é simples. As caranguejeiras vivem em aquários com terra no fundo e se alimentam uma vez por mês de alimentos vivos, como grilos e baratas. Um pote com água resolve a sede.
Apesar de ser desaconselhado nas comunidades on-line, pegar os bichinhos nas mãos é mania entre criadores. "No começo é apavorante, mas depois vira uma sensação ótima", conta Norman*, 18. "Os pelos fazem cócegas!", completa.
Em uma dessas ocasiões, o garoto foi picado pelo animal. Diferentemente do que aconteceu com o Homem-Aranha, porém, ele não ganhou poderes aracnídeos. Foi ao médico, tratou da ferida, e logo os dois furos na pele desapareceram.

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* Todos os nomes foram trocados por personagens dos gibis do Homem-Aranha

QUESTÕES:

1-O que você acha dessa ideia de criar aranhas como animal de estimação?

2-O que leva um adolescente a criar animais tão exóticos?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem tem aranhas de estimação.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: É aceitável transformar animais silvestres em bichinhos de estimação?

3-Escreva uma carta endereçada a um amigo contando a ele da sua nova paixão que é criar aranhas em casa. Conte na carta a reação dos seus pais.

domingo, 5 de julho de 2009

LEIA ESTE ARTIGO DE FERREIRA GULLAR

Fonte: Folha de São Paulo
São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

FERREIRA GULLAR

Um modo novo de encher a barriga

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Ter filhos se tornou, no Brasil do Lula, um modo fácil de aumentar a renda familiar
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CARISMA, CAPACIDADE de conquistar a confiança e o voto do eleitor é uma coisa; capacidade de governar, administrar, é outra. Esse é um dos percalços do regime democrático: a possibilidade de eleger-se um candidato carismático, que ganha a simpatia do eleitor, mas que não é um administrador competente ou não é honesto ou não tem gosto pela tarefa administrativa. Dependendo de alguns fatores conjunturais ou da habilidade desse personagem, pode ele se manter no poder por anos a fio, fazendo da preservação de sua imagem e da confiança do eleitor, sua tarefa precípua. Caso as circunstâncias o favoreçam, essa capacidade inescrupulosa de manipular a boa fé do povão pode gerar consequências altamente negativas para a sociedade, que terá sérias dificuldades para evitá-lo.
Esse tipo de líder surge, com maior frequência, em países onde a desigualdade social é mais acentuada, o que propicia o uso de medidas assistencialistas e demagógicas, que lhe garantem a popularidade e os votos. Certamente, atender a necessidades vitais da população carente tem seu lado positivo, desde que seja feito em caráter emergencial, seguido de medidas visando inserir o cidadão no mercado de trabalho, em vez de mantê-lo como um indigente que vive às custas do governo.
Como essa reconquista da autonomia do desempregado não interessa ao líder populista, a tendência é ampliar e manter os programas assistencialistas como investimento a fundo perdido, em prejuízo do crescimento econômico, da ampliação do mercado de trabalho e do progresso social.
O programa assistencialista, como toda intervenção no processo social, pode ter aspectos positivos e negativos. Os positivos, sabemos quais são; os negativos, às vezes, nos surpreendem, ainda que, se nos detemos a refletir, veremos que são quase inevitáveis. Tomemos como exemplo o programa Bolsa Família, que nasceu para servir politicamente ao presidente Lula. Isso ficou evidente, desde o início, quando ele mandou fundir os programas Bolsa Alimentação e Bolsa Escola, para fazer de conta que um programa novo estava sendo criado pelo seu governo.
Pouco lhe importou o fato de que a fusão dos dois programas, com objetivos essencialmente diferentes, prejudicaria a execução de ambos e dificultaria sua fiscalização. O resultado previsível não se fez esperar: parentes de prefeitos, de vereadores e deputados passaram a receber os benefícios a que não tinham direito nem deles necessitavam. Mas a coisa não parou aí: a engenhosidade popular pôs-se logo a serviço dos oportunistas. Hoje, à exceção talvez do governo, todo mundo sabe o que ocorre com o Bolsa Família, que abrange nada menos de 40 milhões de pessoas.
Inventaram-se os mais diversos modos de burlar as normas que o regem, chegando-se ao ponto de, quando o beneficiado pelo programa consegue um emprego, pede ao patrão que não lhe assine a carteira de trabalho, para que possa, assim, fazer de conta que continua desempregado. Vejam vocês a que leva esse tipo de ajuda demagógica, quando sabemos que ter a sua carteira de trabalho assinada pelo patrão sempre foi uma aspiração de todo trabalhador. A carteira assinada é imprescindível para comprovar o tempo de serviço e garantir a aposentadoria.
Aqueles, porém, que abrem mão disso, estão certos de que o Bolsa Família os sustentará pelo resto da vida, sendo, portanto, desnecessário aposentar-se. É como se já estivessem aposentados, uma vez que ganham sem trabalhar.
Um conhecido meu, que cria algumas cabeças de gado, contou-me que o vaqueiro de sua fazenda separou-se aparentemente da mulher (com quem tinha três filhos) para que ela pudesse receber a ajuda do Bolsa Família, como mãe solteira e sem emprego.
Ao mesmo tempo, embora já tivesse decidido não ter mais filhos, além dos que já tinham, mudaram de ideia e passaram a ter um filho por ano, de modo que a filharada, de três já passou para sete, sem contar o novo que já está na barriga.
Esse procedimento se generaliza. Um médico que atende num hospital público aqui do Rio, declarou na televisão que uma jovem senhora, depois de sucessivos partos, teve que amarrar as trompas. Com medo de morrer, aceitou a sugestão do médico, mas lamentou: "É pena, porque vou perder os R$ 150 do Bolsa Família". Pois é, ter filhos se tornou, no Brasil do Lula, um modo fácil de aumentar a renda familiar.
Em breve, o número de carentes duplicará e o dispêndio com o programa, também.
O Brasil precisa urgentemente de um estadista.
QUESTÕES:

1-Comente o título do artigo de Ferreira Gullar e as ideias que ele traz.

2-Você concorda com Ferreira Gullar quanto ele afirma que : "O Brasil precisa urgentemente de um estadista?" Se a resposta for positiva, qual seria o perfil desse estadista?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema a pergunta: O que distingue um estadista de um governante medíocre?

2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um homem pobreplanejouesde pequeno ser presidente da república. Trabalhe bem o conflito e não se esqueça que os personagens são ficcionais, ainda que baseados em personagens reais.

3-Escreva uma crônica que tenha como título: Um labirinto chamado Brasil.

A DESMORALIZAÇÃO DO SENADO

Fonte: Folha de São Paulo
5-7-2009
+(p)olítica

Senado ladeira abaixo
Aliança entre o coronelismo e grupos emergentes aventureiros dilui chance de punição à corrupção

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Anestesiada a polaridade entre o que somos e aquilo que deveríamos ser, tudo se iguala por baixo; nessa toada, seremos uma sociedade de classe média média, mixa
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JOSÉ ARTHUR GIANNOTTI
COLUNISTA DA FOLHA

Não se trata de mais um caso exemplificando a costumeira corrupção das instituições políticas, ainda que em proporções nunca vistas. É preciso atentar para o caráter específico desta crise do Senado e o perigo que ela traz para a democracia brasileira.
Desde a Antiguidade os filósofos têm refletido sobre a difícil relação entre moralidade e política. Alguns costumam identificar entre elas uma zona cinzenta, quando se torna difícil discriminar se tal ato é moral ou imoral. Somente o tempo, depois que as consequências da ação se solidificaram, permite avaliação final.
Na medida em que a verdadeira política chega a inventar novas formas de vida, é o sucesso ou insucesso da nova iniciativa que termina servindo de critério. Até quando, por exemplo, se devem aturar os desmandos do rei? Quando é legítimo pegar armas contra ele?
Obviamente esses casos são raros e, para que a exceção não destrua a normalidade do jogo político, existe um balanceamento que compensa o ato amoral: se ele for pego e causar escândalo, o amoralista se converte em transgressor e, portanto, deve ser punido. Noutras palavras, o político inovador assume riscos quando pretende que sua ação se converta num ato original.
Ao emperrar esse processo de punição, a política tende para a imoralidade. Como isso está operando no jogo político brasileiro? Costurou-se uma aliança muito especial entre o velho coronelismo e grupos emergentes aventureiros, que embota a oposição entre aliados e adversários, todos os protagonistas sendo jogados no mesmo caldeirão. Se todos estão mais ou menos comprometidos, diminuem sensivelmente os riscos da punição prevista.

Perpetuação
Os velhos coronéis não estavam acima da lei porque eram a lei. Nada mais natural, portanto, que seus familiares e afilhados participassem das benesses do poder. A partir do momento em que se reforça o Estado de Direito, o nepotismo precisa ser secreto, fora das luzes da opinião pública. Mas isso só é possível se o arco de alianças calar importantes parcelas das oposições.
Ele começou a ser tecido já no governo de Fernando Henrique Cardoso, com a aliança entre PFL e PSDB, quando a esquerda social-democrata veio para o centro, mas se aprofundou e se intensificou com o governo Lula. O PT veio para o centro, carreando novos afilhados para os focos de poder.
Não só aumenta a quantidade de políticos iniciantes, mas igualmente membros dos partidos aliados, líderes sociais e sindicais passam a morder os fundos públicos em nome de uma nova política social.
Seja no "mensalão", seja no "senadão", sempre notamos o exercício de práticas ilegais submersas, que somente vêm à tona quando a aliança se fende, ou porque as benesses foram mal distribuídas, prometidas e não cumpridas, ou ainda porque parte da burocracia se vê preterida.
O prato está feito para a imprensa, que, fazendo notícia do deslize, trata de pôr a boca no trombone. O que resta da opinião pública toma partido, mas não é por isso que as transgressões são devidamente punidas.
A oposição chia. Mas uma parte, não podendo chocar-se com a grande aliança porque está parcialmente comprometida no conluio ou depende do poder central para realizar suas obras, eleva o tom de seu discurso, mas termina topando uma punição simbólica.
Outra, à margem do aparelho do Estado, grita mais alto, mas lhe falta base social para forçar o processo punitivo. Elegem-se, então, bodes expiatórios, a imprensa se regozija, mas logo passa para outro escândalo, e os políticos tratam então de cuidar de seus respectivos jardins.
E o presidente da República, sempre de olho na lisura do caldeirão da aliança, quando pode nega a fenda, pois nada sabe ou nada viu, mas, quando é obrigado a reconhecê-la, é para diminuir a gravidade da transgressão. Aloprados ou um ex-presidente e senador trino não podem ser julgados pelo mesmo padrão moral aplicado ao comum dos mortais.

Caldeirão do bem e do mal
Como é possível que um presidente da República deixe de encarnar os parâmetros da moralidade? A etiqueta que o cerca, essa pequena ética, não serve para ressaltar sua soberania, sua capacidade de estar além do jogo das partes e assim decidir em nome da nação como ela deveria ser?
Houve tempos em que se pensava que o rei tinha dois corpos, aquele natural, onde morava, e aquele outro assentado no Parlamento. Quando o primeiro deixava de corresponder às normas do segundo, nada era mais legítimo do que lhe cortar a cabeça.
No Brasil, os interesses políticos do presidente se costuraram de tal modo, foram de tal modo cozidos, que toda alteridade importante passou a fazer parte do caldeirão do poder. Se o bem e o mal foram nele jogados, nada mais natural que o próprio presidente da República dispense a dignidade normativa de seu cargo. E, sendo o chefe leniente, todos os subordinados estão autorizados a sê-lo ainda mais.
Macunaíma chegou ao poder. Manteve, em termos gerais, a tão criticada política econômica desenhada nos governos anteriores; navegou sobranceiro nas ondas da bonança internacional e equilibrou assistencialismo necessário e devoção ao capital financeiro.
Mas, sobretudo, passou a representar a aspiração geral da sociedade brasileira no sentido de integrar as massas numa sociedade de consumo, mas deixando à margem os ideais de justiça social duradoura e consciência de si.
Anestesiada a polaridade entre aquilo que somos e aquilo que deveríamos ser, a sociedade inteira passa a ser igualada por baixo. Na toada desse processo, seremos uma sociedade de classe média média, mixa.
Como resistir a tudo isso?
Por enquanto, deixando de votar em político carimbado, em particular recusando a aliança espúria entre o político que tem votos e o suplente que financia a eleição.
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JOSÉ ARTHUR GIANNOTTI é professor emérito da USP e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Escreve na seção "Autores", do Mais!.

QUESTÕES:

1-Comente o título do artigo de José Arthur Gianotti.

2-Comente o artigo.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A DESMORALIZAÇÃO DO SENADO E O PERIGO QUE ISSO REPRESNTA.

2-Escreva uma carta ao presidente do senado José Sarney argumentando que ele deve pedir licença do cargo o quanto antes.

3-Escreva uma narrativa em que um senador descobre uma porta secreta dentro do Senado que leva a um local tenebroso. Utilize o recurso da narrativa fantástica para desenvolver o texto. Quanto mais tenebroso melhor!

sábado, 4 de julho de 2009

CHICO BUARQUE FALA SOBRE O SEU ÚLTIMO ROMANCE NA FLIP 2009



QUESTÕES:

1-Comente a fala de Chico Buarque, cuja presença causou até tumulto em Paraty, pelo grande número de pessoas que queria ter acesso ao espaço em que ele se encontrava.

2-Como você avalia Chico Buarque como escritor e compositor?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Chico Buarque resiste ao tempo e ao modismo.

2-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem descobre , depois de ouvir Chico Buarque, que as músicas que ele costumava ouvir antes não chegavam nem aos pés das compostas por Chico e entra em conflito em função disso. Cite na narrativa quais as músicas que ele mais escutava antes e como foi possível ocorrer essa mudança de visão.

A CHINA VISTA POR DENTRO- FLIP 2009


O escritor chinês Ma Jian remexeu em uma ferida delicada da história recente da China: o massacre da Praça da Paz Celestial, que completa vinte anos em 2009. Já a jornalista Xinran foi buscar cicatrizes mais antigas: seu livro mais recente, Testemunhas da China, traz relatos de sobreviventes da revolução cultural liderada por Mao Tse-tung, que matou em torno de um milhão de pessoas entre 1966 e 1976. Num caso como noutro, estão expostos os pontos cegos da nação que deve liderar a economia do século XXI.
(Dados do vídeo da Flip)

QUESTÕES:

1-Comente o vídeo e as falas do escritor e da jornalista.

2-Como você vê a China nos dias de hoje?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um chinês contando o seu drama depois de ter sobrevivido ao massacre da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A China conseguirá neste século conciliar um regime fechado com uma economia cada vez mais aberta e em expansão?

RICHARD DAWKINS: PRESENÇA POLÊMICA NA FLIP



A 7a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) termina amanhã. O biólogo evolucionista queniano, também com nacionalidade britânica, Richard Dawkins é uma das presenças mais significativas e polêmicas no evento. É autor dos livros: "Deus, um delírio" e "Deus, uma ilusão."
Aqui, parte da sua entrevista, que transcorreu ontem na mesa 5 em Paraty.

QUESTÕES:
1-Você já leu alguma obra de Dawkins? Quais? Comente o seu parecer.

2-Comente as ideias expressas por Dawkins no vídeo.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que um cientista ateu passa a acreditar em Deus a partir de um fato que ocorre em sua vida.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Acreditar em Deus é uma ilusão?

3-Escreva uma carta argumentativa a Richard Dawakins criticando as suas ideias ou concordando com o que ele afirma.

LEIA E INTERPRETE A CHARGE DO AMARILDO



Fontes: A Gazeta, do Espírito Santo
www.acharge.com.br

QUESTÕES:

1-Qual é a sua primeira leitura da charge? Coloque tudo que vier à cabeça, sem censura.

2-Interprete-a.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Com base na charge, escreva uma dissertação que tenha como título: A MECÂNICA DO PODER.

2-Escreva uma narrativa que tenha como personagem central um velho político, de quase cem anos, que se recusa a deixar o poder, apesar das pressões que sofre da opinião pública. A história deve se passar em um país imaginário.

3-Escreva uma carta arggumentativa a um dos três personagens da charge, criticando-os pelo papel que vêm desempenhando na crise do Senado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

LEIA E INTERPRETE A CHARGE



Fonte: www.cartoon.ru, o maior site de charges e cartuns do mundo, com um arquivo de milhares de imagens.

QUESTÕES:

1-Faça uma prmeira leitura da charge.

2-Compare a pobreza dos dois personagens presentes nela.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

Escreva uma narrativa, uma crônica ou uma dissertação tomando por base a charge acima.