Fonte: Folha de Sâo Paulo
São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009
Editoriais
editoriais@uol.com.br
A lição do Enem
MUITO SE pode debater sobre méritos e deméritos de rankings feitos a partir de avaliações como o Enem, do ensino médio. A despeito disso, tais comparações instigam a reflexão sobre fatores que fazem algumas escolas emergirem da mediocridade que caracteriza o ensino básico no Brasil.
Tome-se o colégio Engenheiro Juarez Wanderley, de São José dos Campos, primeiro colocado no Estado de São Paulo. Escola privada "sui generis", que não cobra mensalidade dos alunos por ser mantida pelo Instituto Embraer de Educação e Pesquisa, teve média superior à de estabelecimentos de elite da capital. E conta só com estudantes oriundos da rede pública.
A primeira lição a extrair desse exemplo é óbvia: há talento nas escolas municipais e estaduais. Mas ele acaba em boa medida dissipado na falta de ambiente propício ao florescimento intelectual, numa faixa etária -dos 15 aos 17 anos- decisiva. Quando os jovens encontram professores motivados, exigentes e bem remunerados, instalações adequadas e uma pedagogia sólida, os resultados aparecem.
Pode-se por certo contra-argumentar que tal desempenho só surge quando a escola consegue capturar a nata da rede pública. A escola do Vale do Paraíba recebe cerca de 5.000 candidatos para apenas 200 vagas.
Alunos tão selecionados podem não ser representativos, do ponto de vista socioeconômico, da clientela típica das escolas oficiais. Mas quantos outros com alto potencial terminam privados, a cada ano, da chance de desenvolver essa capacidade?
Sem embargo da tarefa primordial de melhorar o ensino público como um todo, é preciso, paralelamente, multiplicar experiências como a de São José. O que hoje são raros redutos de excelência deveria transformar-se numa rede de escolas com densidade suficiente para recrutar todos os jovens promissores, sem distinção de classe ou origem.
QUESTÕES:
1-Qual a tese do editorial da Folha?
2-Você concorda com a afirmação: "Há talentos nas escolas municipais"? Se concorda, o que deve ser feito para aproveitá-los melhor?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Os resultados do Enem-como interpretá-los?
2-Escreva uma narrativa em primeira pessoa em que o narrador-personagem conta como conseguiu vencer os obstáculos e entrar em universidade pública, tendo feito o ensino médio em uma escola estadual com diversas deficiências. Ele não foi beneficiado por cota social ou racial.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
DECOLAR MENOS COM O NOSSO DINHEIRO
Fonte: Folha de Sâo Paulo
São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Hora de aterrissar
Câmara só cumpre obrigação, tardiamente, ao estabelecer limites óbvios contra a farra nas passagens aéreas
A CÂMARA dos Deputados, enfim, decidiu restringir o uso de bilhetes aéreos na Casa. Os líderes partidários resolveram ontem, por unanimidade, que as passagens só poderão ser emitidas em nome do deputado ou de assessor credenciado -neste caso, mediante autorização da Mesa Diretora.
Foram extintas as cotas suplementares de passagens a que tinham direito membros da Mesa e líderes partidários. Estabeleceu-se, ainda, a necessidade de autorização, mediante justificativa, para a emissão de bilhetes internacionais, viagens que agora deverão estar relacionadas à atividade parlamentar. Acaba o acúmulo de créditos: o que não for utilizado em um ano retorna para a Câmara.
A simples enumeração dessas mudanças despertará espanto no cidadão que porventura não tenha acompanhado todos os escândalos recentes no Congresso. Afinal, é quase inacreditável que representantes eleitos não respeitassem padrões tão óbvios de conduta ao lançarem mão de verbas destinadas, estritamente, a viabilizar o exercício da função.
Acabar com a farra generalizada nas passagens aéreas -que bancou viagens, no Brasil e no exterior, de políticos em férias, parentes e amigos, alimentou um mercado paralelo de bilhetes e financiou até o deslocamento de um time inteiro de futebol- é apenas uma obrigação tardiamente cumprida pela Câmara.
É preciso mais para que os congressistas, que às vezes parecem em órbita numa dimensão paralela à da sociedade que representam, façam a aterrissagem. Nem se fale da anistia que a Mesa cogita aplicar a abusos aéreos do passado -do contrário, o Congresso correria o risco de ficar esvaziado também entre terça e quinta-feira. A Receita Federal, de todo modo, está convidada a vasculhar as contas de quem utilizava essas verbas, sobre as quais não incide imposto, como renda pessoal -que deve ser tributada.
Por falar em gastos ocultos, o salário (R$ 16.512) de um congressista é apenas parte do que ele consome em dinheiro público. Manter um senador, sem contar despesas coletivas da Casa, custa até R$ 120 mil por mês ao contribuinte; manter um deputado federal, até R$ 62 mil.
Providência básica seria franquear todo o fluxo desses recursos oblíquos, com as devidas justificativas, a escrutínio público imediato. Concessões nesse sentido têm ocorrido apenas mediante cobrança intensa da opinião pública. Ainda assim, redundam em ações e promessas parciais de prestação de contas, sujeitas a reviravoltas e burlas.
A informação sobre o uso das passagens, incluindo o trecho viajado pelo deputado federal ou seu assessor, só estará disponível na internet em 90 dias. A milhagem adquirida com as viagens constantes continuará sendo de uso pessoal do parlamentar -as brechas para, por exemplo, embarcar parentes à custa do erário não foram todas fechadas.
"Foi a lógica das coisas", disse o presidente da Câmara, Michel Temer, ao comentar suas idas e vindas na tentativa de restringir ao óbvio o uso das passagens: "Muitas vezes, você recua para avançar". E vice-versa.
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que o editorial defende?
2-Comente o título do texto.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma crônica que tenha como tema: Está na hora de a Câmara baixar a bola.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Um deputado pesa muito no bolso do contribuinte.
3-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem, um deputado, conta para um amigo, em forma de carta, a festa que ele faz na Câmara.
São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009
Editoriais
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Hora de aterrissar
Câmara só cumpre obrigação, tardiamente, ao estabelecer limites óbvios contra a farra nas passagens aéreas
A CÂMARA dos Deputados, enfim, decidiu restringir o uso de bilhetes aéreos na Casa. Os líderes partidários resolveram ontem, por unanimidade, que as passagens só poderão ser emitidas em nome do deputado ou de assessor credenciado -neste caso, mediante autorização da Mesa Diretora.
Foram extintas as cotas suplementares de passagens a que tinham direito membros da Mesa e líderes partidários. Estabeleceu-se, ainda, a necessidade de autorização, mediante justificativa, para a emissão de bilhetes internacionais, viagens que agora deverão estar relacionadas à atividade parlamentar. Acaba o acúmulo de créditos: o que não for utilizado em um ano retorna para a Câmara.
A simples enumeração dessas mudanças despertará espanto no cidadão que porventura não tenha acompanhado todos os escândalos recentes no Congresso. Afinal, é quase inacreditável que representantes eleitos não respeitassem padrões tão óbvios de conduta ao lançarem mão de verbas destinadas, estritamente, a viabilizar o exercício da função.
Acabar com a farra generalizada nas passagens aéreas -que bancou viagens, no Brasil e no exterior, de políticos em férias, parentes e amigos, alimentou um mercado paralelo de bilhetes e financiou até o deslocamento de um time inteiro de futebol- é apenas uma obrigação tardiamente cumprida pela Câmara.
É preciso mais para que os congressistas, que às vezes parecem em órbita numa dimensão paralela à da sociedade que representam, façam a aterrissagem. Nem se fale da anistia que a Mesa cogita aplicar a abusos aéreos do passado -do contrário, o Congresso correria o risco de ficar esvaziado também entre terça e quinta-feira. A Receita Federal, de todo modo, está convidada a vasculhar as contas de quem utilizava essas verbas, sobre as quais não incide imposto, como renda pessoal -que deve ser tributada.
Por falar em gastos ocultos, o salário (R$ 16.512) de um congressista é apenas parte do que ele consome em dinheiro público. Manter um senador, sem contar despesas coletivas da Casa, custa até R$ 120 mil por mês ao contribuinte; manter um deputado federal, até R$ 62 mil.
Providência básica seria franquear todo o fluxo desses recursos oblíquos, com as devidas justificativas, a escrutínio público imediato. Concessões nesse sentido têm ocorrido apenas mediante cobrança intensa da opinião pública. Ainda assim, redundam em ações e promessas parciais de prestação de contas, sujeitas a reviravoltas e burlas.
A informação sobre o uso das passagens, incluindo o trecho viajado pelo deputado federal ou seu assessor, só estará disponível na internet em 90 dias. A milhagem adquirida com as viagens constantes continuará sendo de uso pessoal do parlamentar -as brechas para, por exemplo, embarcar parentes à custa do erário não foram todas fechadas.
"Foi a lógica das coisas", disse o presidente da Câmara, Michel Temer, ao comentar suas idas e vindas na tentativa de restringir ao óbvio o uso das passagens: "Muitas vezes, você recua para avançar". E vice-versa.
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que o editorial defende?
2-Comente o título do texto.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma crônica que tenha como tema: Está na hora de a Câmara baixar a bola.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Um deputado pesa muito no bolso do contribuinte.
3-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem, um deputado, conta para um amigo, em forma de carta, a festa que ele faz na Câmara.
terça-feira, 28 de abril de 2009
O ASSUNTO É A GRIPE SUÍNA
Fonte: Folha de São Paulo
São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009
Editoriais
editoriais@uol.com.br
A gripe suína
Novo subtipo de vírus causa alerta planetário, porém cabe esperar por informação mais segura e não induzir pânico
UMA GRIPE de origem suína aparece como nova candidata a pandemia e causa apreensão pelo mundo. Tal apreensão ameaça degenerar em alarme, mas não há razões objetivas para tanto, nesta fase inicial de obtenção de informações sobre a doença, ainda pouco conhecida.
A Organização Mundial da Saúde declarou emergência de saúde pública internacional no sábado. Ontem, elevou o nível de alerta de 3 para 4, numa escala que vai até 6. Ainda assim, é cedo demais para traçar paralelos com a mais famosa das pandemias, a de 1916-1918, que vitimou 50 milhões de pessoas, segundo estimativas.
Epidemias de gripe surgem porque o vírus causador, o influenza, sofre mutações que o tornam mais transmissível e agressivo, ou facilitam a infecção entre espécies suscetíveis, como pássaros, porcos e humanos. Além disso, o crescimento exponencial das viagens de avião espalha doentes e portadores pelos continentes, multiplicando as oportunidades de contágio por todo o globo em questão de dias.
O vírus influenza de origem aviária, A/H5N1, tornou-se capaz de infectar humanos e, desde 2003, foi responsável por 421 casos confirmados e 257 mortes, em 15 países. A doença permaneceu, porém, mais restrita a quem tinha contato com as aves.
O vírus agora suspeito de causar mortes no México e casos não letais nos Estados Unidos, além de suspeitas sob investigação em muitas nações, foi identificado como subtipo A/H1N1. Ele contém elementos genéticos típicos de vírus aviários, suínos ou humanos. Transferiu-se de porcos para pessoas provavelmente por contato de criadores com a secreção nasal dos animais. Teme-se que o mesmo passe a ocorrer em escala maior entre seres humanos, que vivem em contato mais estreito.
Autoridades de saúde encontram-se na delicada posição de avaliar as necessárias medidas preventivas e de informação à população ante o risco de desencadear pânico desnecessário. Não é um equilíbrio fácil de manter, ao contrário. A precipitação pode conduzir a efeitos tão ou mais graves do que a esperada epidemia, se esta não se materializar com virulência.
Em 1976, recrutas de Nova Jersey (EUA) contraíram gripe de origem suína que se acreditava similar à de 1916-1918. O surgimento de casos suspeitos na Virgínia deslanchou uma vacinação em massa. No entanto, ela acabou suspensa após dez semanas, pois avolumavam-se complicações decorrentes da própria vacinação. Ao final, a gripe matou uma pessoa; os efeitos adversos da vacina vitimaram 25.
Mais recentemente, outra doença de origem viral, a Sars (síndrome respiratória aguda grave), galvanizou o planeta. De novembro de 2002 a agosto de 2003, 8.096 pessoas foram infectadas, segundo a OMS. Houve 774 mortes, mas não a pandemia apocalíptica que alguns previam.
O momento é de prontidão, não de pânico. Até que se confirmem o nexo causal do A/H1N1 com todas as mortes suspeitas e uma taxa alta de transmissão entre humanos, não há muito a fazer senão aguardar com serenidade as conclusões abalizadas dos epidemiologistas.
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que o editorial da "Folha" de hoje defende?
2-Você concorda com ela? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1- Escreva uma dissertação que tenha como tema A gripe suína.
2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um personagem que foi isolado em um hospital como se estivesse com gripe suína, mas que na verdade estava com outra doença.
3-Escreva uma carta argumentativa a um jornal ou a uma rede de TV criticando o sensacionalismo na cobertura da gripe suína.
São Paulo, terça-feira, 28 de abril de 2009
Editoriais
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A gripe suína
Novo subtipo de vírus causa alerta planetário, porém cabe esperar por informação mais segura e não induzir pânico
UMA GRIPE de origem suína aparece como nova candidata a pandemia e causa apreensão pelo mundo. Tal apreensão ameaça degenerar em alarme, mas não há razões objetivas para tanto, nesta fase inicial de obtenção de informações sobre a doença, ainda pouco conhecida.
A Organização Mundial da Saúde declarou emergência de saúde pública internacional no sábado. Ontem, elevou o nível de alerta de 3 para 4, numa escala que vai até 6. Ainda assim, é cedo demais para traçar paralelos com a mais famosa das pandemias, a de 1916-1918, que vitimou 50 milhões de pessoas, segundo estimativas.
Epidemias de gripe surgem porque o vírus causador, o influenza, sofre mutações que o tornam mais transmissível e agressivo, ou facilitam a infecção entre espécies suscetíveis, como pássaros, porcos e humanos. Além disso, o crescimento exponencial das viagens de avião espalha doentes e portadores pelos continentes, multiplicando as oportunidades de contágio por todo o globo em questão de dias.
O vírus influenza de origem aviária, A/H5N1, tornou-se capaz de infectar humanos e, desde 2003, foi responsável por 421 casos confirmados e 257 mortes, em 15 países. A doença permaneceu, porém, mais restrita a quem tinha contato com as aves.
O vírus agora suspeito de causar mortes no México e casos não letais nos Estados Unidos, além de suspeitas sob investigação em muitas nações, foi identificado como subtipo A/H1N1. Ele contém elementos genéticos típicos de vírus aviários, suínos ou humanos. Transferiu-se de porcos para pessoas provavelmente por contato de criadores com a secreção nasal dos animais. Teme-se que o mesmo passe a ocorrer em escala maior entre seres humanos, que vivem em contato mais estreito.
Autoridades de saúde encontram-se na delicada posição de avaliar as necessárias medidas preventivas e de informação à população ante o risco de desencadear pânico desnecessário. Não é um equilíbrio fácil de manter, ao contrário. A precipitação pode conduzir a efeitos tão ou mais graves do que a esperada epidemia, se esta não se materializar com virulência.
Em 1976, recrutas de Nova Jersey (EUA) contraíram gripe de origem suína que se acreditava similar à de 1916-1918. O surgimento de casos suspeitos na Virgínia deslanchou uma vacinação em massa. No entanto, ela acabou suspensa após dez semanas, pois avolumavam-se complicações decorrentes da própria vacinação. Ao final, a gripe matou uma pessoa; os efeitos adversos da vacina vitimaram 25.
Mais recentemente, outra doença de origem viral, a Sars (síndrome respiratória aguda grave), galvanizou o planeta. De novembro de 2002 a agosto de 2003, 8.096 pessoas foram infectadas, segundo a OMS. Houve 774 mortes, mas não a pandemia apocalíptica que alguns previam.
O momento é de prontidão, não de pânico. Até que se confirmem o nexo causal do A/H1N1 com todas as mortes suspeitas e uma taxa alta de transmissão entre humanos, não há muito a fazer senão aguardar com serenidade as conclusões abalizadas dos epidemiologistas.
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que o editorial da "Folha" de hoje defende?
2-Você concorda com ela? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1- Escreva uma dissertação que tenha como tema A gripe suína.
2-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um personagem que foi isolado em um hospital como se estivesse com gripe suína, mas que na verdade estava com outra doença.
3-Escreva uma carta argumentativa a um jornal ou a uma rede de TV criticando o sensacionalismo na cobertura da gripe suína.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
COTAS RACIAIS EM DISCUSSÃO
Fonte: Folha de São Paulo
São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009
Tribunais da raça
Critérios raciais para ampliar acesso a escolas públicas produzem situações absurdas e devem ser abandonados
MULTIPLICAM-SE os exemplos de distorções geradas pela adoção de critérios raciais para o ingresso nas universidades públicas.
Na sexta-feira, esta Folha noticiou que 25% das matrículas de alunos que passaram no vestibular da Universidade Federal de São Carlos por meio dessa política foram canceladas, após questionamentos. O critério adotado para concorrer às vagas na instituição utilizando cotas raciais é a autodeclaração -o candidato precisa se declarar negro, pardo ou descendente direto de negros (pai ou mãe). Aprovado, o aluno faz a matrícula automaticamente. Se surgir contestação, porém, precisa "provar" o que declarou.
Foi o que aconteceu com uma caloura do curso de imagem e som da UFSCar. A universidade não aceitou documentos apresentados pela aluna, que deveriam ter indicação de cor e ser reconhecidos pela Justiça. Não bastou registro em cartório com uma autodeclaração de que é parda. Mesmo com a apresentação de documentos e fotos de parentes, a estudante não conseguiu reverter a decisão, que, segundo a universidade, será discutida judicialmente.
Já na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, uma aluna disse que foi vítima de preconceito. A instituição, que destina parte de suas vagas para alunos cotistas, não considerou a estudante parda e retirou-lhe a vaga. A UFSM adotou um modelo de checagem para a reserva racial. O controle se baseia em entrevista feita por uma comissão que inclui professores, técnicos da universidade, estudantes e ativistas de organizações pró-direito dos negros: um autêntico e estapafúrdio tribunal racial.
Nas entrevistas, são feitas perguntas, como se a pessoa já se declarou negra ou parda em ocasiões anteriores ou se já foi vítima de preconceito. Segundo a caloura, como afirmou que nunca havia sofrido discriminação, foi excluída. Então a discriminamos nós, foi o sentido da resposta da banca racialista.
Outro vexame semelhante, talvez mais emblemático, ocorreu em 2007, na Universidade de Brasília (UnB). Dois gêmeos univitelinos tentaram ingressar na faculdade pelo sistema de cotas raciais. O comitê racial da instituição considerou um deles negro. O outro, não.
Todos esses casos são exemplos cristalinos da impossibilidade de categorizar pessoas segundo o parâmetro de raças -diferenciação que não encontra fundamento científico. Mais que isso: revelam a assombrosa banalização, em instituições de ensino superior, de tribunais raciais, uma prática segregacionista, ofensiva à democracia e estranha à história brasileira desde o fim da escravidão.
É possível ampliar o acesso de estratos tradicionalmente excluídos ao ensino superior de qualidade sem atropelar direitos fundamentais -e sem alimentar o monstro racialista. Para tanto, é preciso adotar, como único critério nacionalmente válido nas políticas de ação afirmativa, o fato, objetivo, de o vestibulando ser egresso de escola pública.
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que o editorial da Folha de hoje defende?
2-Você concorda com ela? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Cotas raciais: um problema a mais ou uma solução?
2-Escreva uma carta argumentativa ao ministro da Educação Fernando Haddad , pedindo para que seja mantido ou revogado o sistema de cotas raciais para ingresso nas universidades públicas.
3-Escreva uma narrativa em que o protagonista, que tinha um comportamento racista, passou a se declarar negro para ingressar na universidade.
São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009
Tribunais da raça
Critérios raciais para ampliar acesso a escolas públicas produzem situações absurdas e devem ser abandonados
MULTIPLICAM-SE os exemplos de distorções geradas pela adoção de critérios raciais para o ingresso nas universidades públicas.
Na sexta-feira, esta Folha noticiou que 25% das matrículas de alunos que passaram no vestibular da Universidade Federal de São Carlos por meio dessa política foram canceladas, após questionamentos. O critério adotado para concorrer às vagas na instituição utilizando cotas raciais é a autodeclaração -o candidato precisa se declarar negro, pardo ou descendente direto de negros (pai ou mãe). Aprovado, o aluno faz a matrícula automaticamente. Se surgir contestação, porém, precisa "provar" o que declarou.
Foi o que aconteceu com uma caloura do curso de imagem e som da UFSCar. A universidade não aceitou documentos apresentados pela aluna, que deveriam ter indicação de cor e ser reconhecidos pela Justiça. Não bastou registro em cartório com uma autodeclaração de que é parda. Mesmo com a apresentação de documentos e fotos de parentes, a estudante não conseguiu reverter a decisão, que, segundo a universidade, será discutida judicialmente.
Já na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, uma aluna disse que foi vítima de preconceito. A instituição, que destina parte de suas vagas para alunos cotistas, não considerou a estudante parda e retirou-lhe a vaga. A UFSM adotou um modelo de checagem para a reserva racial. O controle se baseia em entrevista feita por uma comissão que inclui professores, técnicos da universidade, estudantes e ativistas de organizações pró-direito dos negros: um autêntico e estapafúrdio tribunal racial.
Nas entrevistas, são feitas perguntas, como se a pessoa já se declarou negra ou parda em ocasiões anteriores ou se já foi vítima de preconceito. Segundo a caloura, como afirmou que nunca havia sofrido discriminação, foi excluída. Então a discriminamos nós, foi o sentido da resposta da banca racialista.
Outro vexame semelhante, talvez mais emblemático, ocorreu em 2007, na Universidade de Brasília (UnB). Dois gêmeos univitelinos tentaram ingressar na faculdade pelo sistema de cotas raciais. O comitê racial da instituição considerou um deles negro. O outro, não.
Todos esses casos são exemplos cristalinos da impossibilidade de categorizar pessoas segundo o parâmetro de raças -diferenciação que não encontra fundamento científico. Mais que isso: revelam a assombrosa banalização, em instituições de ensino superior, de tribunais raciais, uma prática segregacionista, ofensiva à democracia e estranha à história brasileira desde o fim da escravidão.
É possível ampliar o acesso de estratos tradicionalmente excluídos ao ensino superior de qualidade sem atropelar direitos fundamentais -e sem alimentar o monstro racialista. Para tanto, é preciso adotar, como único critério nacionalmente válido nas políticas de ação afirmativa, o fato, objetivo, de o vestibulando ser egresso de escola pública.
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que o editorial da Folha de hoje defende?
2-Você concorda com ela? Por quê?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Cotas raciais: um problema a mais ou uma solução?
2-Escreva uma carta argumentativa ao ministro da Educação Fernando Haddad , pedindo para que seja mantido ou revogado o sistema de cotas raciais para ingresso nas universidades públicas.
3-Escreva uma narrativa em que o protagonista, que tinha um comportamento racista, passou a se declarar negro para ingressar na universidade.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
FATO ESTRANHO
Fonte: Folha online
23/04/2009 - 20h47
Farmácia deu "remédio errado" para os 21 cavalos mortos antes de torneio
da BBC Brasil
Uma farmácia no Estado americano da Flórida admitiu nesta quinta-feira que preparou a dosagem incorreta de medicamentos para 21 cavalos de um time de polo que morreram pouco antes do início de um grande torneio, durante o final de semana.
A farmácia Franck's afirmou desejar cooperar totalmente com as investigações.
O estabelecimento diz que os medicamentos foram preparados "de acordo com as receitas recebidas de um veterinário".
Os cavalos, da equipe Lechuza Caracas, do empresário venezuelano Victor Vargas, valiam US$ 100 mil cada um (cerca de R$ 222 mil).
Sintomas
Eles apresentaram os primeiros sintomas, tonturas e desorientação, logo ao chegar no local de competição, o clube Wellington, no condado de Palm Beach.
Vários cavalos morreram no local, 14 ainda na noite de domingo. Outros sete morreram quando já estavam recebendo tratamento.
Veterinários suspeitam de eles tenham sofrido os efeitos de algum tipo de toxina, mas afirmam que podem ser necessários vários dias antes que a causa das mortes seja identificada.
O Departamento de Agricultura do Estado da Flórida e a polícia do Condado de Palm Beach estão investigando o caso.
Edema pulmonar
A equipe iria competir no Aberto de Polo dos Estados Unidos. Quando os animais estavam sendo retirados dos veículos que os transportavam até o clube, vários tropeçaram e caíram, já apresentando sinais de tontura.
Segundo o jornal local South Florida Sun-Sentinel, os cavalos mostravam sinais de edema pulmonar (acúmulo de fluidos no pulmão) e choque cardíaco, segundo depoimento do veterinário da clínica de equinos de Palm Beach, Scott Swerdlin.
"Não havia dor, eles estavam apenas desorientados", afirmou o veterinário.
Os corpos dos cavalos foram para a Faculdade de Veterinária da Universidade da Flórida para exames. Até o momento, os investigadores descartaram infecções ou doenças contagiosas, pois apenas os cavalos do Lechuza Caracas foram afetados.
A equipe compete em torneios de polo no mundo todo e, segundo uma declaração divulgada pelo time, todos estão "profundamente preocupados com a morte" dos animais.
"Nunca passamos por uma situação tão horrível como esta, nossos cavalos recebem o tratamento mais dedicado possível."
QUESTÃO:
1-Comente esse fato.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa policial tendo por base esse fato. Utilize narrador-personagem. O narrador-personagem pode ser um médico veterinário, o dono dos animais, um detetive.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: MEDICAMENTO, PARA PESSOAS OU ANIMAIS, TAMBÉM PODE MATAR.
3-Escreva uma carta a um amigo contando para ele sobre um remédio que lhe provocou reação estranha. A carta pode ser baseada em um fato real ou imaginário.
23/04/2009 - 20h47
Farmácia deu "remédio errado" para os 21 cavalos mortos antes de torneio
da BBC Brasil
Uma farmácia no Estado americano da Flórida admitiu nesta quinta-feira que preparou a dosagem incorreta de medicamentos para 21 cavalos de um time de polo que morreram pouco antes do início de um grande torneio, durante o final de semana.
A farmácia Franck's afirmou desejar cooperar totalmente com as investigações.
O estabelecimento diz que os medicamentos foram preparados "de acordo com as receitas recebidas de um veterinário".
Os cavalos, da equipe Lechuza Caracas, do empresário venezuelano Victor Vargas, valiam US$ 100 mil cada um (cerca de R$ 222 mil).
Sintomas
Eles apresentaram os primeiros sintomas, tonturas e desorientação, logo ao chegar no local de competição, o clube Wellington, no condado de Palm Beach.
Vários cavalos morreram no local, 14 ainda na noite de domingo. Outros sete morreram quando já estavam recebendo tratamento.
Veterinários suspeitam de eles tenham sofrido os efeitos de algum tipo de toxina, mas afirmam que podem ser necessários vários dias antes que a causa das mortes seja identificada.
O Departamento de Agricultura do Estado da Flórida e a polícia do Condado de Palm Beach estão investigando o caso.
Edema pulmonar
A equipe iria competir no Aberto de Polo dos Estados Unidos. Quando os animais estavam sendo retirados dos veículos que os transportavam até o clube, vários tropeçaram e caíram, já apresentando sinais de tontura.
Segundo o jornal local South Florida Sun-Sentinel, os cavalos mostravam sinais de edema pulmonar (acúmulo de fluidos no pulmão) e choque cardíaco, segundo depoimento do veterinário da clínica de equinos de Palm Beach, Scott Swerdlin.
"Não havia dor, eles estavam apenas desorientados", afirmou o veterinário.
Os corpos dos cavalos foram para a Faculdade de Veterinária da Universidade da Flórida para exames. Até o momento, os investigadores descartaram infecções ou doenças contagiosas, pois apenas os cavalos do Lechuza Caracas foram afetados.
A equipe compete em torneios de polo no mundo todo e, segundo uma declaração divulgada pelo time, todos estão "profundamente preocupados com a morte" dos animais.
"Nunca passamos por uma situação tão horrível como esta, nossos cavalos recebem o tratamento mais dedicado possível."
QUESTÃO:
1-Comente esse fato.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa policial tendo por base esse fato. Utilize narrador-personagem. O narrador-personagem pode ser um médico veterinário, o dono dos animais, um detetive.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: MEDICAMENTO, PARA PESSOAS OU ANIMAIS, TAMBÉM PODE MATAR.
3-Escreva uma carta a um amigo contando para ele sobre um remédio que lhe provocou reação estranha. A carta pode ser baseada em um fato real ou imaginário.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
FAÇA UMA AUTOLEITURA
Autoleitura é ler e interpretar o próprio comportamento.
Depois da autoleitura, escreva:
1-Uma dissertação que tenha como tema: Uma análise da adolescência vivenciando-a na própria pele. Pela natureza do tema, você poderá utilizar , se quiser, a primeira pessoa do singular.
2-Uma narração que tenha como narrador-personagem e protagonista um(a) adolescente extremamente consumista ou, ao contrário, um(a) adolescente que guarda praticamente toda a mesada que recebe e tem horror de gastar.
3-Uma crônica observando o comportamento de alguns adultos em relação aos adolescentes.
4-Escreva um auto-retrato.
Depois da autoleitura, escreva:
1-Uma dissertação que tenha como tema: Uma análise da adolescência vivenciando-a na própria pele. Pela natureza do tema, você poderá utilizar , se quiser, a primeira pessoa do singular.
2-Uma narração que tenha como narrador-personagem e protagonista um(a) adolescente extremamente consumista ou, ao contrário, um(a) adolescente que guarda praticamente toda a mesada que recebe e tem horror de gastar.
3-Uma crônica observando o comportamento de alguns adultos em relação aos adolescentes.
4-Escreva um auto-retrato.
terça-feira, 21 de abril de 2009
FAÇA UMA LEITURA DESTE FILME
ISTA
curta-metragem
Direção de Lourenço Favari, com Favari Filho.
QUESTÕES:
1-Explique o título do filme: ISTA.
2-Qual o tema do filme? Comente.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa com base no filme Ista.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A mentalidade Ista que prevalece nos dias de hoje.
3-Escreva uma carta ao diretor do filme comentando sobre ele.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
DOIS PONTOS: Assista e comente.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
Escreva uma dissertação a partir de um dos dois temas comentados no vídeo DOIS PONTOS de hoje. Dê um título à sua redação.
Jaime Leitão
O TEMA É FUTEBOL
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Dentinho, Chicão, Ronaldo e Diego festejam ao final da partida
Fonte: Folha de São Paulo
São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009
No mata-mata, Corinthians se vinga
Depois de longa seca contra o São Paulo em pontos corridos, time vence 2 vezes nas semifinais do Paulista e vai à final
Ronaldo brilha em Morumbi dominado pelos torcedores do rival, e time, agora com a vantagem do empate, encara o Santos na decisão
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre o Brasileiro de 2003 e a primeira fase do Paulista de 2009, o Corinthians só venceu o São Paulo uma vez em 16 confrontos. Ontem, no estádio do Morumbi, o time do Parque São Jorge ganhou do rival por 2 a 0, como já havia triunfado no domingo anterior, quando marcou 2 a 1 no Pacaembu.
Duas vitórias em uma semana que colocaram o time na final do Estadual, ante o Santos e com a vantagem do empate.
E que pelo caráter decisivo diferem bastante da seca anterior contra o São Paulo e dão um sabor especial para o único time ainda invicto do Estadual.
O Corinthians foi 100% diante do rival no primeiro mata-mata após quase seis anos de massacre são-paulino -venceu o time do Morumbi uma só vez em 16 jogos, todos válidos por fases classificatórias do Paulista ou pelo Campeonato Brasileiro de pontos corridos.
Ontem, na partida em que teve o goleiro Rogério, com o tornozelo quebrado, apenas como torcedor no Morumbi, o destaque foi o atacante Ronaldo. Após um primeiro tempo discreto, ele deu o passe para Jorge Henrique chutar na trave e Douglas fazer o primeiro gol. Depois, correu como nos bons tempos para fazer o segundo.
O triunfo trouxe reações raras nos últimos tempos para o São Paulo em casa. Após sofrer dois gols em dois minutos, a torcida soltou gritos de "queremos raça" em protesto.
Depois, com o Corinthians soberano no gramado, os torcedores alvinegros ensaiaram gritos de olé a cada toque na bola de sua equipe para coroar o fato de eliminar os rivais fora de casa e em absoluta minoria.
No final, outra cena inusitada. Ronaldo, já um corintiano típico, se dirigiu à pequena fatia da torcida visitante para comemorar a vaga.
E, como numa autêntica decisão, os corintianos não foram para o vestiário e ficaram no campo para as entrevistas.
Ao São Paulo sobraram lamentações. O revés -o terceiro seguido- igualou uma trinca de derrotas que o time não sofria desde outubro de 2007.
Sem conseguir conquistar um título estadual desde 2005, o São Paulo volta a ser eliminado da competição em uma semifinal como no ano passado. Em 2008, a equipe acabou saindo quando caiu nos dois confrontos contra o Palmeiras.
Já o Corinthians volta a disputar uma final de Paulista após seis anos de ausência. A última vez foi em 2003, quando conquistou o campeonato em cima do próprio São Paulo. Já o Santos tenta seu terceiro título estadual em quatro anos.
QUESTÕES:
1-O que o futebol representa para você?
2-Além do futebol, quais os outros esportes que o tocam?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que conte a história de um personagem que não encara as derrotas do seu time de forma natural, mas tendo reações as mais inesperadas.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: É BOM O BRASIL SER CONHECIDO MUNDIALMENTE COMO O PAÍS DO FUTEBOL?
3-Escreva uma carta a um amigo comentando sobre futebol.
domingo, 19 de abril de 2009
ALIMENTOS EM EXTINÇÃO
Fonte: Revista Isto É
22-04-2009
Comportamento
Salvem a marmelada!
Entidade relaciona os alimentos que correm risco de desaparecer no mundo. O Brasil tem 13 representantes na lista
Gustavo de Almeida
Cheeseburger, hot-dog e milkshake; spaghetti, roast-beef e petit gateau; kafta e strudel. Milhões de brasileiros talvez nunca tenham falado os idiomas aos quais pertencem essas palavras, mas, certamente, já consumiram vários desses alimentos. Enquanto isso, pratos que representam as raízes do País parecem estrangeirismos na própria terra. E é exatamente pelo desconhecimento e baixo consumo que correm risco de desaparecer dos cardápios. Dão pouco lucro e, para agravar, exigem colheitas mais complexas. São, por isso, alimentos em extinção.
Há instituições e pessoas preocupadas com isso e trabalhando para que pratos típicos e ditos "locais" não sumam das mesas. O movimento internacional Slow Food - uma associação sem fins lucrativos fundada em 1986, na Itália - catalogou 750 alimentos ameaçados no mundo, num compêndio chamado Arca do Gosto, dos quais 13 são brasileiros. Todos são tão escassos que até os restaurantes especializados - como Navegador, no Rio de Janeiro, e Tordesilhas, em São Paulo - têm dificuldade para mantêlos no cardápio.
Na Bahia, a experiência com o umbu pode ser um modelo para outros produtos. A fruta persiste graças ao trabalho da Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopecuc). A gerente comercial da Coopecuc, Jussara Dantas, acredita que em um prazo de cinco anos haverá flores e frutas em muitas das 16 mil mudas já plantadas nos três municípios. "Estamos fazendo um trabalho ambiental com a produção de mudas de umbuzeiros", diz Jussara. Por fim, mas não menos importante: esses alimentos ameaçados de extinção são deliciosos.
QUESTÕES:
1-Qual é a importância desses alimentos para os países em que eles existem?
2-Por que eles correm sério risco de extinção?
3-Quais os alimentos são essenciais para você, sem os quais você não conseguiria viver?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A relação dos alimentos com a cultura e a tradição de um país.
2-Escreva uma narração que tenha como narrador-personagem alguém que fica desesperado por não encontrar para comprar mais determinado alimento. O conflito gira em torno desse fato.
3-Escreva uma carta a um amigo que mora em outro estado perguntando se onde ele mora existe um alimento que você não encontra mais na sua cidade e por que ele é tão importante para você, solicitando-lhe que lhe envie o mesmo por correio.
sábado, 18 de abril de 2009
DISCUTINDO O USO DA INTERNET
Fonte: Revista Veja
Retirado do blog www.arquivoetc.blogspot.com
Sábado, Abril 18, 2009
Lya Luft
Internet, o bem e o mal
"É triste que um meio de comunicação, pesquisa,
lazer e descobertas como a internet seja
usado tantas vezes para fins tão negativos"
Com suas maravilhas e armadilhas, a internet faz parte de meu cotidiano há muitos anos: fui dos primeiros escritores brasileiros a usar computador. Com ele, a cada manhã começa meu dia de trabalho, buscas e descobertas, pesquisa e comunicação. A internet, que isola os misantropos avessos aos afetos, une os que gostariam de estar juntos ou partilham as mesmas ideias, mas também serve para toda sorte de fins destrutivos, que vão da calúnia política à vingança pessoal.
Talvez seja uma falha, mas nem tenho site: gosto da minha privacidade, num mundo que adora os holofotes e quer ser filmado, fotografado, estar em youtube e orkut, visto por webcams ou celulares indiscretos, por vezes perversos. De um lado, o vulgar: ditas celebridades curtem viver e morrer em cena, e fazem questão de mostrar, se possível, as entranhas. Exibem-se bundas e peitos, detalhes picantes (em geral desinteressantes) da vida pessoal, frivolidades, histeria ou maledicências. De outro lado, o grave. Exemplo: rapazes filmam num celular oculto cenas pessoais com suas namoradas ou amigas e as espalham via internet; com fotografias inocentes, criam-se imagens maldosas que acabam num youtube ou orkut, para alegria dos mentalmente maldotados. É bem triste que um meio de comunicação, pesquisa, lazer e descobertas como a internet seja usado tantas vezes para fins tão negativos.
Ter um blog me cansaria: leio os de jornalistas cuja opinião vai me interessar no curso do dia e dos acontecimentos mais singulares. Mas um blog meu seria extremamente sem graça, então dispenso disso a mim mesma e meus leitores. Alguém estranhou que eu não estivesse no Orkut, no qual, por um tempo, houve, entre outras mil coisas, duas tribos: os que me amavam e os que me detestavam. Visitar um lugar assim me cansaria mortalmente, e o tédio é um de meus inimigos. Minha alegria está em curtir meus amores, os lugares que me encantam ou abrigam, os livros e a música, e a natureza. Incluo entre meus prazeres as melhores coisas que internet e televisão proporcionam. (Excluam-se programas que divulgam o patético convívio numa casa-jaula humana. Se ainda não foram filmados usando o vaso sanitário, aguardem.)
Nos questionamentos sobre crianças e adolescentes que lidam com os meios eletrônicos, tenho uma sugestão: dar-lhes discernimento para que possam entender e escolher. Continua, porém, o drama da involuntária, muitas vezes nem sabida, exposição de pessoas desavisadas à maledicência e à calúnia, à invasão não consentida da privacidade pelas câmeras, às montagens sobre fotos banais, às informações falsas que alguns julgam engraçadas – toda sorte de maldade de que as vítimas não podem se defender. Tais indignidades jamais seriam feitas em público, ou assinadas embaixo: florescem na sombra da covardia e da mediocridade, do desrespeito e de poucas luzes intelectuais.
Se é ingenuidade ou desinformação mandar via internet textos apócrifos de Clarice, Drummond ou Borges, inventar uma falsa despedida de García Márquez anunciando que está à beira da morte ou atribuir a Fernando Pessoa versinhos derramados, é cretino e mau denegrir pessoas que nem sabem o que lhes está acontecendo. Já existe uma instrumentação legal para caçar e punir pedófilos que tentam assassinar moralmente menores de idade. Agora, urge que se crie um equivalente para casos como os que acabo de citar, pois causam dor a quem não merece nem pode se explicar. E que ele seja muito eficaz: para que gente indefesa não tenha exibidas, por desaviso e inexperiência, intimidades próprias; nem se escrachem, por malignidade e deficiência mental, intimidades alheias.
Dois defeitos são inatos e incorrigíveis no ser humano, e de ambos nos livre o destino: burrice e mau caráter. O uso doentio de um instrumento tão fantástico quanto a internet, quando não é psicopatia, é uma conjunção desses dois melancólicos atributos.
QUESTÕES:
1-Como a escritora Lya Luft se posiciona em relação à Internet?
2-Você concorda com ela? Justifique.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Crie uma narrativa que tenha como tema a Internet. Escreva o texto em primeira pessoa, com narrador-personagem.
2-Crie uma dissertação que enfoque "o uso doentio de um instrumento tão fantástico quanto a Internet", a partir das palavras de Lya Luft.
3-Crie uma crônica que tenha como tema: O que significa viver sem acesso à Internet nos dias de hoje?
4-Escreva um poema ou uma crônica que tenha como tema o Orkut.
Retirado do blog www.arquivoetc.blogspot.com
Sábado, Abril 18, 2009
Lya Luft
Internet, o bem e o mal
"É triste que um meio de comunicação, pesquisa,
lazer e descobertas como a internet seja
usado tantas vezes para fins tão negativos"
Com suas maravilhas e armadilhas, a internet faz parte de meu cotidiano há muitos anos: fui dos primeiros escritores brasileiros a usar computador. Com ele, a cada manhã começa meu dia de trabalho, buscas e descobertas, pesquisa e comunicação. A internet, que isola os misantropos avessos aos afetos, une os que gostariam de estar juntos ou partilham as mesmas ideias, mas também serve para toda sorte de fins destrutivos, que vão da calúnia política à vingança pessoal.
Talvez seja uma falha, mas nem tenho site: gosto da minha privacidade, num mundo que adora os holofotes e quer ser filmado, fotografado, estar em youtube e orkut, visto por webcams ou celulares indiscretos, por vezes perversos. De um lado, o vulgar: ditas celebridades curtem viver e morrer em cena, e fazem questão de mostrar, se possível, as entranhas. Exibem-se bundas e peitos, detalhes picantes (em geral desinteressantes) da vida pessoal, frivolidades, histeria ou maledicências. De outro lado, o grave. Exemplo: rapazes filmam num celular oculto cenas pessoais com suas namoradas ou amigas e as espalham via internet; com fotografias inocentes, criam-se imagens maldosas que acabam num youtube ou orkut, para alegria dos mentalmente maldotados. É bem triste que um meio de comunicação, pesquisa, lazer e descobertas como a internet seja usado tantas vezes para fins tão negativos.
Ter um blog me cansaria: leio os de jornalistas cuja opinião vai me interessar no curso do dia e dos acontecimentos mais singulares. Mas um blog meu seria extremamente sem graça, então dispenso disso a mim mesma e meus leitores. Alguém estranhou que eu não estivesse no Orkut, no qual, por um tempo, houve, entre outras mil coisas, duas tribos: os que me amavam e os que me detestavam. Visitar um lugar assim me cansaria mortalmente, e o tédio é um de meus inimigos. Minha alegria está em curtir meus amores, os lugares que me encantam ou abrigam, os livros e a música, e a natureza. Incluo entre meus prazeres as melhores coisas que internet e televisão proporcionam. (Excluam-se programas que divulgam o patético convívio numa casa-jaula humana. Se ainda não foram filmados usando o vaso sanitário, aguardem.)
Nos questionamentos sobre crianças e adolescentes que lidam com os meios eletrônicos, tenho uma sugestão: dar-lhes discernimento para que possam entender e escolher. Continua, porém, o drama da involuntária, muitas vezes nem sabida, exposição de pessoas desavisadas à maledicência e à calúnia, à invasão não consentida da privacidade pelas câmeras, às montagens sobre fotos banais, às informações falsas que alguns julgam engraçadas – toda sorte de maldade de que as vítimas não podem se defender. Tais indignidades jamais seriam feitas em público, ou assinadas embaixo: florescem na sombra da covardia e da mediocridade, do desrespeito e de poucas luzes intelectuais.
Se é ingenuidade ou desinformação mandar via internet textos apócrifos de Clarice, Drummond ou Borges, inventar uma falsa despedida de García Márquez anunciando que está à beira da morte ou atribuir a Fernando Pessoa versinhos derramados, é cretino e mau denegrir pessoas que nem sabem o que lhes está acontecendo. Já existe uma instrumentação legal para caçar e punir pedófilos que tentam assassinar moralmente menores de idade. Agora, urge que se crie um equivalente para casos como os que acabo de citar, pois causam dor a quem não merece nem pode se explicar. E que ele seja muito eficaz: para que gente indefesa não tenha exibidas, por desaviso e inexperiência, intimidades próprias; nem se escrachem, por malignidade e deficiência mental, intimidades alheias.
Dois defeitos são inatos e incorrigíveis no ser humano, e de ambos nos livre o destino: burrice e mau caráter. O uso doentio de um instrumento tão fantástico quanto a internet, quando não é psicopatia, é uma conjunção desses dois melancólicos atributos.
QUESTÕES:
1-Como a escritora Lya Luft se posiciona em relação à Internet?
2-Você concorda com ela? Justifique.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Crie uma narrativa que tenha como tema a Internet. Escreva o texto em primeira pessoa, com narrador-personagem.
2-Crie uma dissertação que enfoque "o uso doentio de um instrumento tão fantástico quanto a Internet", a partir das palavras de Lya Luft.
3-Crie uma crônica que tenha como tema: O que significa viver sem acesso à Internet nos dias de hoje?
4-Escreva um poema ou uma crônica que tenha como tema o Orkut.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
LEIA ESTE CARTUM
quinta-feira, 16 de abril de 2009
SEXTO PAÍS DA EUROPA REJEITA MILHO TRANSGÊNICO
Revista Viverde
Data: 15/4/2009
Alemanha diz NÃO ao milho geneticamente modificado
Bruxelas (Bélgica) — País é o sexto da Europa a banir o cultivo da variedade. Ministra da Agricultura afirma que MON810 é - ameaça à natureza-.
Uma ameaça à natureza. Foi assim que a ministra da Agricultura da Alemanha, Ilse Aigner, justificou nesta terça-feira (14/4) a decisão de banir do país o milho transgênico MON810, da Monsanto. A ministra enfatizou que a decisão é científica, não política. A Alemanha é o sexto país da União Européia a banir o cultivo dessa variedade de milho geneticamente modificado, única atualmente cultivada comercialmente na região, principalmente para ração animal.
Além da Alemanha, cinco outros países europeus baniram o plantio desse milho da Monsanto: França, Grécia, Áustria, Hungria e Luxemburgo.
Enquanto a Europa fecha suas portas ao milho da Monsanto, baseando-se em dados científicos, o Brasil ignora os riscos cada vez mais evidentes. Em fevereiro de 2009, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o milho MON810, apesar da farta documentação apresentada que revelam os riscos que essa variedade representa ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
- Todo governo que examinar seriamente os riscos ambientais associados com o plantio do milho MON810 chegará à mesma conclusão. Em vez de tentar forçar países a levantar as proibições impostas, a Comissão Européia deveria enfrentar a realidade dos fatos científicos e não conceder novas autorizações para o milho transgênico da Monsanto - afirmou Márta Vetier, da campanha de transgênicos do Greenpeace na União Européia.
- Isso é uma clara tendência na Europa, a Alemanha é o sexto país a banir transgênicos. Lá, a resistência dos consumidores é um grande fator de infuência, enquanto aqui, a maioria ainda está distante deste debate - afirma Rafael Cruz, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace Brasil.
MERENDA
No último dia 18 de março, o vereador João Alfredo Telles (PSOL), de Fortaleza, apresentou projeto de lei que determina prioridade aos produtos orgânicos na compra de alimentos para a merenda escolar das crianças da rede municipal de ensino da capital cearense. O projeto está sendo agora avaliado pela Comissão de Legislação, Justiça e Cidadania da Câmara de Vereadores de Fortaleza.
Segundo o vereador, o projeto -segue uma diretriz da agricultura orgânica, que é o desenvolvimento local, social e econômico sustentáveis - Além de Fortaleza, Porto Alegre já conta com um projeto que proíbe transgênicos na merenda escolar municipal tramitando em sua Câmara Municipal, apresentado pelo vereador e ex-secretário de Meio Ambiente do município, Beto Moesch.
O projeto do vereador João Alfredo é um enorme passo para a saúde das crianças de Fortaleza e para a proteção do meio ambiente, e surge em meio à importante discussão sobre a segurança alimentar dos transgênicos", afirma Rafael Cruz.
A proposta, porém, encontrará desafios, principalmente no que diz respeito à identificação dos alimentos transgênicos. O projeto de lei prevê que - a administração pública municipal de Fortaleza regulamentará o levantamento dos produtos transgênicos então utilizados e o prazo para a sua substituição - por produtos orgânicos. O problema é que a rotulagem de alimentos transgênicos no Brasil não é respeitada pelas empresas, apesar de ser exigida por lei.
Esta identificação do que é ou não transgênico tem sido feita, nos últimos anos, somente por determinação judicial, após investigação. Foi o que aconteceu com algumas marcas de óleo de soja das empresas Bunge e Cargill, no início de 2008.
Em março deste ano, o Ministério Público Federal determinou que a empresa Bunge, em sua filial no Mato Grosso (MT), também rotule seus alimentos transgênicos, conforme previsto em lei.
Fonte: site Green Peace
Greenpeace Brasil - Todos os direitos reservados - All rights reserved.
QUESTÕES:
1-Você concorda com a decisão dos seis países europeus que rejeitaram o milho geneticamente modificado da Monsanto? Justifique.
2-Comente o projeto do vereador João Alfredo (PSOL) proibindo o uso de alimentos transgênicos na merenda escolar nas escolas municipais de Fortaleza.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que tenha como tema um profundo desequilíbrio do ecossistema provocado pela produção de alimentos geneticamente modificados. O narrador-personagem é um agrônomo que se vê diante da responsabilidade de remediar a situação e diminuir o tamanho do desastre.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Alimentos geneticamente modificados: esse é o caminho da agricultura do futuro?
3-Escreva uma carta a um jornal criticando a produção indiscriminada de alimentos transgênicos.
Data: 15/4/2009
Alemanha diz NÃO ao milho geneticamente modificado
Bruxelas (Bélgica) — País é o sexto da Europa a banir o cultivo da variedade. Ministra da Agricultura afirma que MON810 é - ameaça à natureza-.
Uma ameaça à natureza. Foi assim que a ministra da Agricultura da Alemanha, Ilse Aigner, justificou nesta terça-feira (14/4) a decisão de banir do país o milho transgênico MON810, da Monsanto. A ministra enfatizou que a decisão é científica, não política. A Alemanha é o sexto país da União Européia a banir o cultivo dessa variedade de milho geneticamente modificado, única atualmente cultivada comercialmente na região, principalmente para ração animal.
Além da Alemanha, cinco outros países europeus baniram o plantio desse milho da Monsanto: França, Grécia, Áustria, Hungria e Luxemburgo.
Enquanto a Europa fecha suas portas ao milho da Monsanto, baseando-se em dados científicos, o Brasil ignora os riscos cada vez mais evidentes. Em fevereiro de 2009, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o milho MON810, apesar da farta documentação apresentada que revelam os riscos que essa variedade representa ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
- Todo governo que examinar seriamente os riscos ambientais associados com o plantio do milho MON810 chegará à mesma conclusão. Em vez de tentar forçar países a levantar as proibições impostas, a Comissão Européia deveria enfrentar a realidade dos fatos científicos e não conceder novas autorizações para o milho transgênico da Monsanto - afirmou Márta Vetier, da campanha de transgênicos do Greenpeace na União Européia.
- Isso é uma clara tendência na Europa, a Alemanha é o sexto país a banir transgênicos. Lá, a resistência dos consumidores é um grande fator de infuência, enquanto aqui, a maioria ainda está distante deste debate - afirma Rafael Cruz, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace Brasil.
MERENDA
No último dia 18 de março, o vereador João Alfredo Telles (PSOL), de Fortaleza, apresentou projeto de lei que determina prioridade aos produtos orgânicos na compra de alimentos para a merenda escolar das crianças da rede municipal de ensino da capital cearense. O projeto está sendo agora avaliado pela Comissão de Legislação, Justiça e Cidadania da Câmara de Vereadores de Fortaleza.
Segundo o vereador, o projeto -segue uma diretriz da agricultura orgânica, que é o desenvolvimento local, social e econômico sustentáveis - Além de Fortaleza, Porto Alegre já conta com um projeto que proíbe transgênicos na merenda escolar municipal tramitando em sua Câmara Municipal, apresentado pelo vereador e ex-secretário de Meio Ambiente do município, Beto Moesch.
O projeto do vereador João Alfredo é um enorme passo para a saúde das crianças de Fortaleza e para a proteção do meio ambiente, e surge em meio à importante discussão sobre a segurança alimentar dos transgênicos", afirma Rafael Cruz.
A proposta, porém, encontrará desafios, principalmente no que diz respeito à identificação dos alimentos transgênicos. O projeto de lei prevê que - a administração pública municipal de Fortaleza regulamentará o levantamento dos produtos transgênicos então utilizados e o prazo para a sua substituição - por produtos orgânicos. O problema é que a rotulagem de alimentos transgênicos no Brasil não é respeitada pelas empresas, apesar de ser exigida por lei.
Esta identificação do que é ou não transgênico tem sido feita, nos últimos anos, somente por determinação judicial, após investigação. Foi o que aconteceu com algumas marcas de óleo de soja das empresas Bunge e Cargill, no início de 2008.
Em março deste ano, o Ministério Público Federal determinou que a empresa Bunge, em sua filial no Mato Grosso (MT), também rotule seus alimentos transgênicos, conforme previsto em lei.
Fonte: site Green Peace
Greenpeace Brasil - Todos os direitos reservados - All rights reserved.
QUESTÕES:
1-Você concorda com a decisão dos seis países europeus que rejeitaram o milho geneticamente modificado da Monsanto? Justifique.
2-Comente o projeto do vereador João Alfredo (PSOL) proibindo o uso de alimentos transgênicos na merenda escolar nas escolas municipais de Fortaleza.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que tenha como tema um profundo desequilíbrio do ecossistema provocado pela produção de alimentos geneticamente modificados. O narrador-personagem é um agrônomo que se vê diante da responsabilidade de remediar a situação e diminuir o tamanho do desastre.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Alimentos geneticamente modificados: esse é o caminho da agricultura do futuro?
3-Escreva uma carta a um jornal criticando a produção indiscriminada de alimentos transgênicos.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
QUASE SÓ DÁ VÍRUS E SPAM
FOLHA INFORMÁTICA
São Paulo, quarta-feira, 15 de abril de 2009
INDESEJADOS: 97,3% DO CORREIO ELETRÔNICO É SPAM
Estudo da Microsoft aponta que a grande maioria dos e-mails são mensagens indesejadas, ou spams. Eles carregam ataques de phishing, anexos maliciosos e propaganda não solicitada. Nunca responda a esses e-mails e fique atento quando for clicar em um link que chegue na sua caixa postal eletrônica. Até computadores de amigos contaminados podem ser usados para espalhar links que levam a ameaças.
QUESTÕES:
1-Como espantar os spans?
2-O seu computador já foi contaminado alguma vez por você ter clicado em um link com vírus?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Será possível um dia navegar na Net sem a ameaça constante de vírus cada vez mais sofisticados?
2-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta como a sua vida entrou em parafuso depois que detectou um vírus no computador. Pode criar até uma narrativa fantástica.
3-Escreva uma carta argumentativa contando a um amigo como um vírus que entrou no seu computador lhe deu ideia para criar um software que está começando a lhe dar lucro.
São Paulo, quarta-feira, 15 de abril de 2009
INDESEJADOS: 97,3% DO CORREIO ELETRÔNICO É SPAM
Estudo da Microsoft aponta que a grande maioria dos e-mails são mensagens indesejadas, ou spams. Eles carregam ataques de phishing, anexos maliciosos e propaganda não solicitada. Nunca responda a esses e-mails e fique atento quando for clicar em um link que chegue na sua caixa postal eletrônica. Até computadores de amigos contaminados podem ser usados para espalhar links que levam a ameaças.
QUESTÕES:
1-Como espantar os spans?
2-O seu computador já foi contaminado alguma vez por você ter clicado em um link com vírus?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Será possível um dia navegar na Net sem a ameaça constante de vírus cada vez mais sofisticados?
2-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta como a sua vida entrou em parafuso depois que detectou um vírus no computador. Pode criar até uma narrativa fantástica.
3-Escreva uma carta argumentativa contando a um amigo como um vírus que entrou no seu computador lhe deu ideia para criar um software que está começando a lhe dar lucro.
terça-feira, 14 de abril de 2009
LEIA O TEXTO DE JOSÉ ARBEX Jr.
O Circo Imundo de Horrores
por José Arbex Jr.
Bombas de fósforo branco israelenses queimam palestinos em Gaza; balas perdidas executam crianças no Rio; guerras civis assassinam dezenas de milhares de seres humanos em Darfur. Em todo o planeta, desigualdades sociais produzem o inimaginável: 1 bilhão de seres humanos vive abaixo do nível de miséria, vítima da fome, da subnutrição e das epidemias que se alastram sem encontrar resistência nos corpos ressecados e combalidos.
Mais de 30 mil crianças morrem por dia, em todo o mundo, como resultado de doenças associadas à subnutrição, segundo estatísticas divulgadas pela ONU. Isso equivale, diariamente, a dez vezes o número total de vítimas do atentado contra o World Trade Center, considerado pela mídia "o maior atentado terrorista da história". Cerca de 38 milhões de refugiados de guerra abarrotam os campos miseráveis da ONU, à espera diária de uma dose mínima de alimentos e remédios, mas destituídos de esperança no futuro. Vegetam, apenas. O novo dado sinistro: os refugiados agora são também produzidos por crescentes desastres ambientais, que ameaçam expulsar milhões de seus locais de origem.
Enquanto isso, um único banqueiro espertalhão dá um golpe de 50 bilhões de dólares em Nova York; restaurantes em São Paulo cobram milhares de reais por uma garrafa de vinho; as diárias de hotéis em Dubai, novo paraíso dos "ricos e famosos", superam os 20 mil dólares; um jovem jogador de futebol que, até ontem, brincava com os amigos nas praias de Santos paga agora, só de multa, a soma de 1 milhão de dólares, valor considerado normal no circuito bilionário do futebol europeu. Ah, sim, e os astros de Hollywood ganham 20 milhões de dólares para participar da dose cotidiana da indústria da hipnose que torna a vida mais suportável. E nunca se gastou tanto em armas, drogas e entretenimento - das megaproduções cinematográficas às copas e olimpíadas mundiais.
(Por vezes, o delírio dos atores de Hollywood atinge tal proporção que eles passam a assumir na "vida real" o papel que lhes é reservado na tela. Logo após o ataque dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003, o brutalhão Bruce Willys, especializado em interpretar héroi de filmes de guerra, chegou a oferecer 1 milhão de dólares a quem oferecesse pistas sobre o paradeiro de Saddam Hussein. Pobre idiota!)
A opulência do mundo espetacular é a contrapartida necessária à miséria do mundo "normal", das pessoas comuns e anônimas que jamais alcançarão seus quinze minutos de fama. É necessário circo, muito circo, mesmo quando não há pão. É o circo que embrutece, hipnotiza, atiça o desejo, mobiliza a libido, prepara o animal para a guerra, naturaliza o absurdo. É normal que a herdeira Paris Hilton gaste milhões em festas, viagens e orgias na companhia de amigas como Britney Spears, tanto quanto é desejável participar desse mundo frenético de brilhos e festas. É razoável que modelos ganhem milhões para exibir o corpo em passarelas. E, por que não, é justo que um piloto ganhe fábulas para cometer a proeza de andar cada vez mais rapidamente para chegar ao mesmo lugar de onde saiu. Resta ao comum dos mortais consumir as fofocas divulgadas por programas e revistas especializadas, projetando em seus ídolos os desejos que não pode realizar aqui fora, no monótono e ridículo mundinho real.
No mundo do circo, o palco colorido e devidamente iluminado - não importa se é o estúdio televisivo ou a página impecavelmente diagramada de um jornal -, com tudo arrumado e colocado em seus devidos lugares, eliminados o caos e a desordem do mundo real, é possível ao apresentador , ao artista, à personalidade, ao especialista proclamar aproximadamente qualquer absurdo, que tudo passa no ritmo frenético do videoclipe: das "armas cirúrgicas que não matam seres humanos" ao "vale tudo por dinheiro", dos "terroristas palestinos" cujo crime é lutar em defesa de sua própria terra ao "tapinha que não dói", das festas suntuosas às favelas miseráveis tudo é mostrado em seqüências planas, "naturais", como se a vida fosse isso mesmo: um amontoado sucessivo de cenas cujo sentido é dado pelos ícones midiáticos que tudo explicam e nos acalmam.
Os ícones do novo mundo circense midiático ocupam os lugares que antigamente eram propriedade dos deuses do Olimpo. São eles que explicam o mundo, iluminam o que merece aparecer, jogam à obscuridade o dejeto, o lixo, o resto. A cantora Madonna tinha consciência disso quando, ao declarar publicamente o seu desejo pelo então relativamente desconhecido ator espanhol Antônio Banderas, afirmou que, apenas com essa declaração, havia dado a ele um presente que valia milhões de dólares. De fato, ungido pelo olhar da multimilionária máquina Madonna, Banderas foi rapidamente "capturado" pelo Olimpo Hollywood e hoje faz parte da engrenagem. Atrás do sonho, um garoto de 14 anos sai clandestinamente de seu país, na África, passa três dias sem comer nem beber nos porões de um navio animado pelo sonho de chegar ao Brasil e virar estrela de futebol.
Barack Obama é o mais novo pop star. Seu sorriso, a ginga de seu corpo e a sua história de vida enchem de confiança os miseráveis dos Estados Unidos, dos vários continentes e até alguns palestinos em Gaza. Mas há um limite para tudo isso. As engrenagens da barbárie continuam em ação, e o mundo se encaminha para um esgotamento. O circo pode adiar a explosão, mas não resolve a crise. É impossível saber quando se dará o ponto de basta, isto é, o momento em que o processo de desagregação da humanidade atingirá o seu ponto de ruptura. Mas ele acontecerá, inevitavelmente. Não é infinita a quantidade de horror que a humanidade pode suportar.
José Arbex Jr. é jornalista.
Fonte: Edição impressa da Caros Amigos - número 144 - março de 2009
Retirado do site www.viomundo.com.br
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que José Arbex Jr. defende em seu texto? Você concorda com ela? Justifique.
2-Comente a afirmação: "Barack Obama é o mais novo pop star."
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema a questão:
Como fazer cessar o circo imundo de horrores?
2-Escreva uma narração que tenha como narrador-personagem um homem que sempre viveu em um mundo fechado, restrito, na condição de intelectual, e que, por uma determinada circunstância, se vê diante do mundo real, com o todo o terror que ele exibe.
3-Escreva uma carta argumentativa ao presidente norte-americano Barack Obama comentando os seus primeiros três meses de mandato.
4-Escreva uma carta argumentativa a José Arbex Jr. fazendo algumas críticas ao seu texto.
5-Escreva uma letra de música ou um poema que tenha como tema: O circo dos horrores.
por José Arbex Jr.
Bombas de fósforo branco israelenses queimam palestinos em Gaza; balas perdidas executam crianças no Rio; guerras civis assassinam dezenas de milhares de seres humanos em Darfur. Em todo o planeta, desigualdades sociais produzem o inimaginável: 1 bilhão de seres humanos vive abaixo do nível de miséria, vítima da fome, da subnutrição e das epidemias que se alastram sem encontrar resistência nos corpos ressecados e combalidos.
Mais de 30 mil crianças morrem por dia, em todo o mundo, como resultado de doenças associadas à subnutrição, segundo estatísticas divulgadas pela ONU. Isso equivale, diariamente, a dez vezes o número total de vítimas do atentado contra o World Trade Center, considerado pela mídia "o maior atentado terrorista da história". Cerca de 38 milhões de refugiados de guerra abarrotam os campos miseráveis da ONU, à espera diária de uma dose mínima de alimentos e remédios, mas destituídos de esperança no futuro. Vegetam, apenas. O novo dado sinistro: os refugiados agora são também produzidos por crescentes desastres ambientais, que ameaçam expulsar milhões de seus locais de origem.
Enquanto isso, um único banqueiro espertalhão dá um golpe de 50 bilhões de dólares em Nova York; restaurantes em São Paulo cobram milhares de reais por uma garrafa de vinho; as diárias de hotéis em Dubai, novo paraíso dos "ricos e famosos", superam os 20 mil dólares; um jovem jogador de futebol que, até ontem, brincava com os amigos nas praias de Santos paga agora, só de multa, a soma de 1 milhão de dólares, valor considerado normal no circuito bilionário do futebol europeu. Ah, sim, e os astros de Hollywood ganham 20 milhões de dólares para participar da dose cotidiana da indústria da hipnose que torna a vida mais suportável. E nunca se gastou tanto em armas, drogas e entretenimento - das megaproduções cinematográficas às copas e olimpíadas mundiais.
(Por vezes, o delírio dos atores de Hollywood atinge tal proporção que eles passam a assumir na "vida real" o papel que lhes é reservado na tela. Logo após o ataque dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003, o brutalhão Bruce Willys, especializado em interpretar héroi de filmes de guerra, chegou a oferecer 1 milhão de dólares a quem oferecesse pistas sobre o paradeiro de Saddam Hussein. Pobre idiota!)
A opulência do mundo espetacular é a contrapartida necessária à miséria do mundo "normal", das pessoas comuns e anônimas que jamais alcançarão seus quinze minutos de fama. É necessário circo, muito circo, mesmo quando não há pão. É o circo que embrutece, hipnotiza, atiça o desejo, mobiliza a libido, prepara o animal para a guerra, naturaliza o absurdo. É normal que a herdeira Paris Hilton gaste milhões em festas, viagens e orgias na companhia de amigas como Britney Spears, tanto quanto é desejável participar desse mundo frenético de brilhos e festas. É razoável que modelos ganhem milhões para exibir o corpo em passarelas. E, por que não, é justo que um piloto ganhe fábulas para cometer a proeza de andar cada vez mais rapidamente para chegar ao mesmo lugar de onde saiu. Resta ao comum dos mortais consumir as fofocas divulgadas por programas e revistas especializadas, projetando em seus ídolos os desejos que não pode realizar aqui fora, no monótono e ridículo mundinho real.
No mundo do circo, o palco colorido e devidamente iluminado - não importa se é o estúdio televisivo ou a página impecavelmente diagramada de um jornal -, com tudo arrumado e colocado em seus devidos lugares, eliminados o caos e a desordem do mundo real, é possível ao apresentador , ao artista, à personalidade, ao especialista proclamar aproximadamente qualquer absurdo, que tudo passa no ritmo frenético do videoclipe: das "armas cirúrgicas que não matam seres humanos" ao "vale tudo por dinheiro", dos "terroristas palestinos" cujo crime é lutar em defesa de sua própria terra ao "tapinha que não dói", das festas suntuosas às favelas miseráveis tudo é mostrado em seqüências planas, "naturais", como se a vida fosse isso mesmo: um amontoado sucessivo de cenas cujo sentido é dado pelos ícones midiáticos que tudo explicam e nos acalmam.
Os ícones do novo mundo circense midiático ocupam os lugares que antigamente eram propriedade dos deuses do Olimpo. São eles que explicam o mundo, iluminam o que merece aparecer, jogam à obscuridade o dejeto, o lixo, o resto. A cantora Madonna tinha consciência disso quando, ao declarar publicamente o seu desejo pelo então relativamente desconhecido ator espanhol Antônio Banderas, afirmou que, apenas com essa declaração, havia dado a ele um presente que valia milhões de dólares. De fato, ungido pelo olhar da multimilionária máquina Madonna, Banderas foi rapidamente "capturado" pelo Olimpo Hollywood e hoje faz parte da engrenagem. Atrás do sonho, um garoto de 14 anos sai clandestinamente de seu país, na África, passa três dias sem comer nem beber nos porões de um navio animado pelo sonho de chegar ao Brasil e virar estrela de futebol.
Barack Obama é o mais novo pop star. Seu sorriso, a ginga de seu corpo e a sua história de vida enchem de confiança os miseráveis dos Estados Unidos, dos vários continentes e até alguns palestinos em Gaza. Mas há um limite para tudo isso. As engrenagens da barbárie continuam em ação, e o mundo se encaminha para um esgotamento. O circo pode adiar a explosão, mas não resolve a crise. É impossível saber quando se dará o ponto de basta, isto é, o momento em que o processo de desagregação da humanidade atingirá o seu ponto de ruptura. Mas ele acontecerá, inevitavelmente. Não é infinita a quantidade de horror que a humanidade pode suportar.
José Arbex Jr. é jornalista.
Fonte: Edição impressa da Caros Amigos - número 144 - março de 2009
Retirado do site www.viomundo.com.br
QUESTÕES:
1-Qual é a tese que José Arbex Jr. defende em seu texto? Você concorda com ela? Justifique.
2-Comente a afirmação: "Barack Obama é o mais novo pop star."
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema a questão:
Como fazer cessar o circo imundo de horrores?
2-Escreva uma narração que tenha como narrador-personagem um homem que sempre viveu em um mundo fechado, restrito, na condição de intelectual, e que, por uma determinada circunstância, se vê diante do mundo real, com o todo o terror que ele exibe.
3-Escreva uma carta argumentativa ao presidente norte-americano Barack Obama comentando os seus primeiros três meses de mandato.
4-Escreva uma carta argumentativa a José Arbex Jr. fazendo algumas críticas ao seu texto.
5-Escreva uma letra de música ou um poema que tenha como tema: O circo dos horrores.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
É MUITO LIXO
Estado de S.Paulo Jornal da Tarde Portal Estadao
Segunda-feira, 13 abril de 2009 CIDADE
Coleta de lixo recorde na Represa de Guarapiranga
Lixeiros do local bateram a marca histórica em fevereiro: mil sacos de lixo em um mês. Agora vão ganhar novos barcos
DANIEL GONZALES, daniel.gonzales@grupoestado.com.br
Em fevereiro os lixeiros do principal manancial da cidade, a Represa de Guarapiranga (zona sul), bateram o recorde histórico no volume de sujeira retirada da água. Foram perto de mil sacos em um único mês - e de só 28 dias - , na enorme extensão do reservatório, área que equivale a 2.600 campos de futebol.
Até o final deste mês, o ‘cata-bagulho’ aquático vai ganhar o reforço de dois novos barcos, que já estão atracados na represa. Eles aguardam uma autorização da Marinha.
O trabalho dos garis é difícil e artesanal. A bordo de um pequeno barco, são três os homens responsáveis por recolher, com as mãos, o máximo que conseguem do lixo que se acumula nas margens da represa, responsável pelo abastecimento de água de 4 milhões de pessoas (20% da região metropolitana).
A Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) decidiu investir em uma equipe de limpeza própria, criando a operação Defesa das Águas, porque o grande volume de sujeira estava quase todos os meses entupindo os dutos de captação de água para tratamento e distribuição. Desde que a iniciativa está em funcionamento, há dois anos, já foram retirados de Guarapiranga um volume equivalente a 1,1 milhão de litros de resíduos, o que representa 11 mil sacos grandes de lixo, cada um com 100 litros.
“Éramos obrigados, quase mensalmente, a recorrer a mergulhadores para desentupir os canos e assegurar o fluxo de água”, conta Alexandre Bueno, da Sabesp, um dos encarregados das operações na represa.
As bombas, automatizadas, sugavam a sujeira para dentro do sistema. “Agora, com a coleta de lixo em nove pontos da represa, que mapeamos, não é necessário mais fazer isso frequentemente”. Neste ano, nenhuma ação subaquática foi necessária.
Mesmo assim, perto da torre de captação, já foram retirados 273 sacos de lixo neste ano. Com as chuvas fortes de fevereiro o problema piorou. Os cinco afluentes de Guarapiranga trouxeram mais lixo dos bairros próximos, onde vivem 800 mil pessoas, e aumentou a quantidade de ‘ilhas’ de sujeira no reservatório, construído artificialmente em 1908.
A proliferação das plantas aquáticas, os aguapés, incentivada pelo calor, também contribui para reter mais lixo entre as raízes - e o cheiro da água ficou bem pior. Foi o que notaram os frequentadores das praias ao longo da Avenida Robert Kennedy. “A água cheira forte e a gente vê mesmo muito lixo boiando. O pessoal também não colabora e joga muito resto de comida e embalagens”, diz Kelly Yunes de Oliveira, de 23 anos, que costuma levar os filhos à represa nos fins de semana.
Reforço
Os dois novos barcos de coleta de lixo são do tipo balsa (casco chato), munidos com esteiras e pás para recolha e rolagem da sujeira e posterior separação para reciclagem. Um deles tem um inédito canhão de água para desagregar o material aderido às plantas. Cada um custou R$ 200 mil . Apelidadas de ‘cata-lixo’, as embarcações são únicas no País. Um protótipo já foi testado com sucesso no Rio Pinheiros. Cada barco tem capacidade para armazenar 6 toneladas de lixo e com o casco plano consegue chegar mais perto das margens.
Por um acordo com a Prefeitura, todo o lixo coletado pela Sabesp é disposto na Marina Santa Clara, um galpão abandonado onde os caminhões do governo municipal coletam e levam o material para reciclar. A Sabesp trabalha em um processo de identificação da propriedade do edifício, para pleitear sua desapropriação e, depois, transferência à empresa estadual.
QUESTÔES:
1-Comente a notícia acima.
2-Quais as consequências do lixo para a saúde da população, já que as águas da represa abastecem grande parte da população de São Paulo?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa em que o protagonista suja a cidade sem a menor cerimônia e ainda acha que está certo.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Água contaminada pelos detritos: Um problema sério.
3-Escreva uma carta a um jornal reclamando da sujeira acumulada em um rio, um riacho, um córrego ou em um terreno próximo à sua casa. Pode ser um fato real ou imaginário.
domingo, 12 de abril de 2009
NOVAS LEIS PARA OS ÍNDIOS
Foto retirada do site www.fiocruz.br
ESTADAO.COM.BR
12 de Abril de 2009
Novo estatuto retira de índios a condição de inimputáveis
Pela proposta, Justiça terá de avaliar se acusado de cometer crime tem noção da ilegalidade do ato
Felipe Recondo, BRASÍLIA
Uma mudança na legislação bancada pelo governo permitirá que a Justiça puna os índios que cometem crimes com o mesmo rigor com que são julgados os demais brasileiros. O texto do novo estatuto dos povos indígenas, que substituirá a legislação de 1973, será fechado no fim deste mês e define que os índios não são inimputáveis e têm plena capacidade para compreender o significado de seus atos. Para condená-los, a Justiça precisará avaliar se o ato praticado está de acordo com os usos e costumes da comunidade indígena a que pertence e se o índio tinha consciência de que cometia uma ilegalidade.
O novo texto corrige uma incongruência da legislação brasileira. O estatuto dos povos indígenas, que vigora desde 1973, diz que o índio é inimputável, ou seja, que não pode ser punido por seus atos porque não teria condições de saber o que é certo ou errado. A Constituição de 1988, por outro lado, diz que os indígenas podem ir à Justiça defender seus interesses. Poderiam, portanto, ser punidos também por seus atos. A divergência entre as normas criou situações antagônicas no Judiciário. Em alguns casos, os índios ficavam impunes; em outros, mesmo sem a perfeita noção de que haviam cometido um crime, eram julgados com o mesmo rigor que o não-índio.
Para evitar decisões que se choquem, o novo texto exigirá a produção de um laudo antropológico que determinará até que ponto aquele índio sabe que a conduta praticada é criminosa e para investigar se o ato está ou não de acordo com os valores culturais de seu povo. Essas informações serão consideradas pelo juiz na hora de dar o veredicto. Se o ato praticado for ao encontro de seus valores culturais e costumes da comunidade a que pertence, o índio não será punido. Caso contrário, será julgado como qualquer brasileiro. Além disso, a Justiça poderá livrar o índio que já tiver sido punido por sua comunidade.
CIDADÃO
O propósito central do novo estatuto é superar a ideia de que o índio pode ser tratado como "um débil mental", como traduziu um integrante do governo, e colocá-lo no mesmo patamar que qualquer cidadão. "A lei não vai mais tratar o índio como inferior, incapaz, mas como cidadão brasileiro com direitos e deveres, respeitados seus usos e costumes", disse o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira. "O índio tem a capacidade de entender o que é certo ou errado, mas isso deve ser analisado de uma forma nova pela Justiça", acrescentou o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay.
De acordo com o texto, que precisa ser aprovado pelo Congresso, cabe somente aos juízes federais decidir sobre as disputas que envolverem direitos indígenas. E, quando forem julgar um índio acusado de algum crime, deverão obrigatoriamente pedir uma perícia antropológica para saber se o acusado tinha ou não consciência de que o ato era ilegal - isso nem sempre é feito hoje. Os índios, por sua vez, terão direito a um intérprete, para que se defendam com mais desenvoltura em sua própria língua.
A proposta pode tirar da Funai a incumbência de defender os índios perante o Judiciário. O Ministério da Justiça entende que, com o fim da tutela, não cabe a um órgão do Executivo fazer a defesa pessoal dos indígenas. Como qualquer brasileiro, os índios seriam representados pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público - a saída da Funai encontra resistência entre índios e dentro do próprio órgão e, por isso, esse ponto ainda vai passar por uma discussão mais aprofundada.
HÁ 18 ANOS
Um projeto de atualização do estatuto dos povos indígenas, de autoria do hoje senador Aloizio Mercadante (PT-SP), tramita no Congresso há 18 anos. Em 1994, um texto alternativo foi aprovado, mas um recurso apresentado pelo PSDB acabou por deixá-lo parado na Mesa da Câmara desde então. De lá para cá, vários outros projetos foram apresentados para alterar pontos da legislação, como o tratamento penal dos índios, possibilidade de exploração de recursos minerais e hídricos em terras indígenas e mudanças na forma de demarcação. Nenhum avançou.
A um ano e meio das eleições de 2010, o grande desafio do governo e das organizações indígenas é garantir que o novo esforço por um estatuto atualizado não acabe também parado na Câmara. O presidente da Funai diz acreditar na aprovação do texto, especialmente por ser uma proposta construída em consenso entre governo, líderes indígenas e sociedade civil.
"Nós avaliamos que estamos num momento de amadurecimento. Por muito tempo, o governo ia para um lado, o movimento indígena ia para outro e a sociedade civil ia para um terceiro lugar. Temos hoje um ambiente favorável para recuperar a ideia de um novo estatuto, de um documento que seja de entendimento entre os povos, governo e sociedade civil", disse Meira.
NOVA VIDA LEGAL
CRIMES
O novo estatuto - O índio é capaz de distinguir o certo do errado e deve ser responsabilizado por crimes que cometa. Os juízes deverão providenciar perícia antropológica. O índio que praticar ato em virtude de seus valores culturais será isento de pena
Estatuto de 1973 - O estatuto de 1973, que ainda está em vigor, deixa o índio sob a tutela do Estado e determina que os indígenas são inimputáveis. Isso significa, na prática, que não podem ser punidos pelos crimes que eventualmente cometam
Como é hoje - Os juízes não seguem regra predefinida. Alguns pedem que um laudo antropológico para saber se o indígena tem noção do ato que cometeu. Outros o punem como um criminoso qualquer, independentemente dos valores culturais
MINERAÇÃO
O novo estatuto - É permitida a mineração em terras indígenas. Empresas poderão pesquisar e explorar recursos minerais, desde que tenham assentimento dos índios. Para isso, deverão pagar contrapartidas aos povos e compensar eventuais danos
Estatuto de 1973 - Pelo estatuto de 1973, a exploração "das riquezas do solo" cabe somente aos índios. A autorização para exploração de recursos do subsolo estava condicionada ao prévio "entendimento com o órgão de assistência ao índio"
Como é hoje - A exploração de riquezas minerais em terras indígenas por empresas é proibida. A Constituição permite a pesquisa e lavra nessas áreas, mas condiciona a exploração à aprovação de uma lei específica. A legislação nunca foi votada
CULTURA
O novo estatuto - Pelo novo estatuto, o Estado deverá preservar, proteger, valorizar, difundir
e fazer respeitar a organização social das comunidades indígenas brasileiras, incluindo os costumes, as línguas, as crenças e as tradições das tribos
Estatuto de 1973 - O estatuto de 1973 dizia que era dever do Estado preservar a cultura dos indígenas e "integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional". Os índios considerados primitivos pelo estatuto deveriam ser civilizados
Como é hoje - A Constituição aprovada em 1988 reconhece aos índios "sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições" e define que o Estado deve proteger as manifestações culturais dos povos indígenas.
QUESTÕES:
1-Você concorda com a nova lei que punirá os índios que cometerem crimes da mesma forma que são punidos os brasileiros em geral?
2-Você considera correta a decisão de os mineradores poderem explorar as terras indígenas se os mesmos concordarem?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema a frase: Preservar a cultura indígena é diferente de c onsiderar o índio inimputável quando comete um crime.
2-Escreva um poema que tenha como tema o índio.
3-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um fazendeiro que tinha prazer em matar índios. Trabalhe bem o conflito.
sábado, 11 de abril de 2009
FUMANTES CERCADOS
Revista Veja
retirado do www.arquivoetc.blogspot.com
Sexta-feira, Abril 10, 2009
Cigarro A guerra total contra o fumo
O cerco total aos fumantes
O estado de São Paulo aprova a lei antifumo mais restritiva do país. É um grande passo para tentar apagar o cigarro da vida moderna
Sandra Brasil
SEM ABRIGO Em São Paulo, não poderá mais haver fumódromos dentro das empresas. Quem quiser dar suas baforadas terá de fazê-lo ao ar livre
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Exclusivo on-line
• Na página de saúde, reportagens sobre os males do tabagismo
A vida de quem fuma só piora no Brasil e no mundo. Mas agora, em São Paulo, fumar virou um inferno. Daqui para a frente, será proibido acender cigarros, cachimbos e charutos em qualquer ambiente coletivo fechado em todo o estado. Isso significa que: 1) restaurantes não poderão mais ter alas para fumantes; 2) bares terão de aposentar seus cinzeiros; 3) hotéis passarão a fiscalizar seus hóspedes; e 4) empresas serão obrigadas a fechar as acinzentadas salinhas conhecidas como fumódromos. Quem quiser dar suas tragadas só poderá fazê-lo em casa, no carro ou ao ar livre. A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto alto e sem paredes, como marquises, serão vetados ao tabaco. Os empresários que não se adequarem à lei em noventa dias poderão ser multados em até 3,2 milhões de reais. É para deixar qualquer um sem fôlego. A nova regra foi uma iniciativa do governador José Serra, do PSDB, o maior expoente da luta contra o fumo no país. Quando esteve no Ministério da Saúde, Serra (que não esconde de ninguém que detesta o cheiro de cigarro) baniu a propaganda de tabaco da televisão e obrigou os fabricantes a expor nos maços imagens chocantes, que mostram os malefícios do hábito.
À frente do governo paulista, Serra já havia tomado medidas domésticas contra a fumaça. Em 2007, ele não apenas acabou com os fumódromos do Palácio dos Bandeirantes como baniu o tabaco de toda a área interna e externa do local, incluindo jardim e estacionamento. Quem quer fumar um cigarro precisa andar 500 metros, cruzar o portão e sair para a rua. "Quando chove é pior, porque a gente precisa usar o guarda-chuva para chegar lá", conta Ricardo Meyer, funcionário da Casa Civil do governo. "Ficou tão difícil fumar que até decidi parar", diz ele. Nem mesmo o vice-governador de Serra, Alberto Goldman, conseguiu escapar da restrição. Quando ele quer degustar seus charutos, também precisa deixar o Palácio. O atual ministro da Saúde, José Gomes Temporão, aprova a iniciativa paulista. "A fumaça que sai da ponta do cigarro contém, em média, o triplo de nicotina e monóxido de carbono e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante", diz. Por esse raciocínio, é mais do que justo que quem quiser acender um cigarro deva fazê-lo longe de quem não fuma.
XÔ, FUMAÇA
Serra, que nunca suportou o cheiro de cigarro, respira aliviado
O fim dos fumódromos fechados, um dos principais desdobramentos da lei, não será uma novidade completa para as empresas de São Paulo. Alguns edifícios comerciais já adotam o sistema que prevê o ambiente completamente livre de tabaco. Eles colocam os fumantes da porta para fora, literalmente. A publicitária Ana Maria Castelo Branco (35 anos, onze deles fumando) trabalha em um desses prédios. Quando quer fumar, desce 22 andares de elevador para matar a vontade em um espaço aberto ao lado do prédio. "Fumo logo uns três cigarros, porque não sei a que horas vou poder fazer isso novamente", diz ela. O fumódromo usado por ela, apesar de aberto, tem uma cobertura para abrigar as pessoas do sol e da chuva, o que é vetado pela nova lei paulista. "Achei um exagero proibir o fumo até debaixo de toldos e marquises. Torço para que isso seja corrigido na regulamentação. Senão, vou fumar onde? Dentro do carro?", queixa-se Ana Maria.
Quem considera a lei exagerada deve saber que São Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial. Em Londres, desde 2007 não se pode fumar em espaços fechados, como pubs, cafés, restaurantes e escritórios. Lá, também foram extintos os fumódromos. Em Nova York, já é proibido fumar em lugares fechados desde 2003. No estado americano da Califórnia, a lei é ainda mais dura. Há mais de um ano é vetado fumar dentro dos carros se um dos passageiros tiver menos de 18 anos. Na cidade de Belmont, também na Califórnia, a restrição chega aos lares. Não se podem acender cigarros em apartamentos que dividam chão, teto ou parede com outros. Os fumantes americanos têm outro problema com que se preocupar: eles pagam, em média, 25% a mais pelo plano de saúde, já que o cigarro está associado a um sem-número de doenças. O caso mais radical é o do Butão, pequeno país espremido entre a Índia e a China, que simplesmente baniu a venda de tabaco em 2004. A brasa do tabagismo está se apagando mundo afora. E a maioria não fumante não quer deixar que ela seja reavivada.
QUESTÕES:
1-Você é favorável a esse cerco que o governo do Estado de Sâo Paulo está fazendo em relação aos fumantes? Justifique.
2-Muitos fumantes consideram essa medida autoritária, antidemocrática. Comente essa visão.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Fumar é um direito?
2-Escreva uma carta a um fumante, amigo ou parente, pedindo para que pare de insistir nesse vício.
3-Escreva uma narrativa em que um fumante conta o seu drama de não conseguir deixar de fumar e também de ser perseguido em praticamente todos os lugares.
retirado do www.arquivoetc.blogspot.com
Sexta-feira, Abril 10, 2009
Cigarro A guerra total contra o fumo
O cerco total aos fumantes
O estado de São Paulo aprova a lei antifumo mais restritiva do país. É um grande passo para tentar apagar o cigarro da vida moderna
Sandra Brasil
SEM ABRIGO Em São Paulo, não poderá mais haver fumódromos dentro das empresas. Quem quiser dar suas baforadas terá de fazê-lo ao ar livre
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• Na página de saúde, reportagens sobre os males do tabagismo
A vida de quem fuma só piora no Brasil e no mundo. Mas agora, em São Paulo, fumar virou um inferno. Daqui para a frente, será proibido acender cigarros, cachimbos e charutos em qualquer ambiente coletivo fechado em todo o estado. Isso significa que: 1) restaurantes não poderão mais ter alas para fumantes; 2) bares terão de aposentar seus cinzeiros; 3) hotéis passarão a fiscalizar seus hóspedes; e 4) empresas serão obrigadas a fechar as acinzentadas salinhas conhecidas como fumódromos. Quem quiser dar suas tragadas só poderá fazê-lo em casa, no carro ou ao ar livre. A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto alto e sem paredes, como marquises, serão vetados ao tabaco. Os empresários que não se adequarem à lei em noventa dias poderão ser multados em até 3,2 milhões de reais. É para deixar qualquer um sem fôlego. A nova regra foi uma iniciativa do governador José Serra, do PSDB, o maior expoente da luta contra o fumo no país. Quando esteve no Ministério da Saúde, Serra (que não esconde de ninguém que detesta o cheiro de cigarro) baniu a propaganda de tabaco da televisão e obrigou os fabricantes a expor nos maços imagens chocantes, que mostram os malefícios do hábito.
À frente do governo paulista, Serra já havia tomado medidas domésticas contra a fumaça. Em 2007, ele não apenas acabou com os fumódromos do Palácio dos Bandeirantes como baniu o tabaco de toda a área interna e externa do local, incluindo jardim e estacionamento. Quem quer fumar um cigarro precisa andar 500 metros, cruzar o portão e sair para a rua. "Quando chove é pior, porque a gente precisa usar o guarda-chuva para chegar lá", conta Ricardo Meyer, funcionário da Casa Civil do governo. "Ficou tão difícil fumar que até decidi parar", diz ele. Nem mesmo o vice-governador de Serra, Alberto Goldman, conseguiu escapar da restrição. Quando ele quer degustar seus charutos, também precisa deixar o Palácio. O atual ministro da Saúde, José Gomes Temporão, aprova a iniciativa paulista. "A fumaça que sai da ponta do cigarro contém, em média, o triplo de nicotina e monóxido de carbono e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante", diz. Por esse raciocínio, é mais do que justo que quem quiser acender um cigarro deva fazê-lo longe de quem não fuma.
XÔ, FUMAÇA
Serra, que nunca suportou o cheiro de cigarro, respira aliviado
O fim dos fumódromos fechados, um dos principais desdobramentos da lei, não será uma novidade completa para as empresas de São Paulo. Alguns edifícios comerciais já adotam o sistema que prevê o ambiente completamente livre de tabaco. Eles colocam os fumantes da porta para fora, literalmente. A publicitária Ana Maria Castelo Branco (35 anos, onze deles fumando) trabalha em um desses prédios. Quando quer fumar, desce 22 andares de elevador para matar a vontade em um espaço aberto ao lado do prédio. "Fumo logo uns três cigarros, porque não sei a que horas vou poder fazer isso novamente", diz ela. O fumódromo usado por ela, apesar de aberto, tem uma cobertura para abrigar as pessoas do sol e da chuva, o que é vetado pela nova lei paulista. "Achei um exagero proibir o fumo até debaixo de toldos e marquises. Torço para que isso seja corrigido na regulamentação. Senão, vou fumar onde? Dentro do carro?", queixa-se Ana Maria.
Quem considera a lei exagerada deve saber que São Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial. Em Londres, desde 2007 não se pode fumar em espaços fechados, como pubs, cafés, restaurantes e escritórios. Lá, também foram extintos os fumódromos. Em Nova York, já é proibido fumar em lugares fechados desde 2003. No estado americano da Califórnia, a lei é ainda mais dura. Há mais de um ano é vetado fumar dentro dos carros se um dos passageiros tiver menos de 18 anos. Na cidade de Belmont, também na Califórnia, a restrição chega aos lares. Não se podem acender cigarros em apartamentos que dividam chão, teto ou parede com outros. Os fumantes americanos têm outro problema com que se preocupar: eles pagam, em média, 25% a mais pelo plano de saúde, já que o cigarro está associado a um sem-número de doenças. O caso mais radical é o do Butão, pequeno país espremido entre a Índia e a China, que simplesmente baniu a venda de tabaco em 2004. A brasa do tabagismo está se apagando mundo afora. E a maioria não fumante não quer deixar que ela seja reavivada.
QUESTÕES:
1-Você é favorável a esse cerco que o governo do Estado de Sâo Paulo está fazendo em relação aos fumantes? Justifique.
2-Muitos fumantes consideram essa medida autoritária, antidemocrática. Comente essa visão.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Fumar é um direito?
2-Escreva uma carta a um fumante, amigo ou parente, pedindo para que pare de insistir nesse vício.
3-Escreva uma narrativa em que um fumante conta o seu drama de não conseguir deixar de fumar e também de ser perseguido em praticamente todos os lugares.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
COMEU 51 PIMENTAS EM DOIS MINUTOS
Sexta-feira, 10 de abril de 2009
Folha de Sâo Paulo
da France Presse, em Jorhat (Índia)
Com o objetivo declarado de entrar no "Guiness Book", o livro dos recordes, como "a mulher mais picante do mundo", uma jovem indiana de 26 anos comeu 51 pimentas vermelhas em apenas dois minutos, sem derramar uma única lágrima, anunciaram nesta sexta-feira os organizadores da prova.
Anandita Dutta Tamuly realizou a façanha em público na localidade de Jorhat, 300 km a leste de Guwahati, a capital do Estado de Assam, no nordeste da Índia.
O famoso chef britânico Gordon Ramsey, que participava de um programa culinário em Jorhat, assistiu à performance da jovem.
"Em apenas dois minutos, Anandita comeu 51 pimentas vermelhas sem derramar uma única lágrima. Ela também esfregou seus olhos com as sementes de 25 pimentas durante um minuto", relatou Atul Lahkar, um dos organizadores da prova, para a agência de notícias France Presse.
As pimentas vermelhas utilizadas, uma variedade local chamada "bhut jolokia", são muito utilizados em Assam, e constam no "Guiness Book" como as mais picantes do mundo.
Anandita Tamuly contou que passou a gostar das pimentas com apenas cinco anos.
"Tinha uma inflamação na língua. Minha mãe aplicou uma pasta de pimentas para curar a infecção, e adorei o gosto", explicou.
QUESTÕES:
1-Como você analisa a proeza dessa jovem indiana?
2-Como você encara os recordes que aparecem todos os anos no Guinness Book?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta as suas tentativas fracassadas para entrar para o Guiness.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Vale a pena se arriscar para entrar no Guinness?
3-Escreva uma carta a um amigo perguntando ao mesmo o que ele pensa sobre algo que você vai fazer com o objetivo de ir para o Guiness.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
PANE NO SPEEDY
Telefônica tem até o fim da tarde de hoje para explicar pane no Speedy
Publicidade
da Folha Online
A Telefônica terá até o final da tarde de hoje para responder a notificação do Procon-SP, feita na tarde de ontem (8), afirma a assessoria de imprensa do órgão de defesa do consumidor.
O Procon-SP questionou a empresa sobre a extensão do problema do serviço de conexão à internet, o Speedy --que teve uma pane que persiste desde a última segunda-feira (6)--, quantas pessoas foram prejudicadas e o motivo da falha.
O órgão já foi contatado por vários usuários do Speedy, interessados em saber quais seriam seus direitos diante da falta do serviço.
Todos os assinantes que foram prejudicados pelos problemas no serviço podem pedir o abatimento na mensalidade proporcional ao tempo que ficaram sem conexão, explica o Procon-SP.
A Telefônica liderou pelo terceiro ano consecutivo o ranking de reclamações fundamentadas pelo Procon em 2008 na cidade de São Paulo. A empresa de telefonia recebeu 3.615 reclamações. Ao todo, 2.839 empresas foram alvos de 27.747 reclamações fundamentadas no ano passado.
Falha no serviço
Os problemas no serviço de internet da Telefônica começaram a ser relatados na noite da última segunda-feira (6), quando a central de assinantes do UOL afirma ter recebido as primeiras queixas.
Com centenas de reclamações, a Telefônica chegou a informar que na terça-feira (7) "foram detectadas dificuldades de navegação entre clientes do serviço". "A empresa mobilizou suas equipes para normalizar a contradizer sua situação no menor prazo possível, o que, efetivamente, ocorreu na noite da terça-feira", informou.
Ontem, a empresa disse, em nota enviada à imprensa, que não existia "nenhum tipo de problema generalizado para acesso ao Speedy".
A Telefônica chegou a contradizer sua central de atendimento ao cliente, que, ouvida pela Folha Online, confirmou problemas de conexão em todo o Estado de São Paulo.
QUESTÕES:
1-Quais as consequências de uma pane como essa que ocorreu com o Speedy?
2-Uma pane na Internet afeta muito você? Justifique.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narração em que o narrador-personagem depende do Speedy para trabalhar e ficou várias vezes na mão devido a panes no serviço. Trabalhe bem o conflito.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema a questão: Internet: Há riscos de um apagão na Internet de grandes proporções?
3-Escreva uma carta ao presidente da Telefônica no Brasil reclamando da pane no serviço do Speedy.
Publicidade
da Folha Online
A Telefônica terá até o final da tarde de hoje para responder a notificação do Procon-SP, feita na tarde de ontem (8), afirma a assessoria de imprensa do órgão de defesa do consumidor.
O Procon-SP questionou a empresa sobre a extensão do problema do serviço de conexão à internet, o Speedy --que teve uma pane que persiste desde a última segunda-feira (6)--, quantas pessoas foram prejudicadas e o motivo da falha.
O órgão já foi contatado por vários usuários do Speedy, interessados em saber quais seriam seus direitos diante da falta do serviço.
Todos os assinantes que foram prejudicados pelos problemas no serviço podem pedir o abatimento na mensalidade proporcional ao tempo que ficaram sem conexão, explica o Procon-SP.
A Telefônica liderou pelo terceiro ano consecutivo o ranking de reclamações fundamentadas pelo Procon em 2008 na cidade de São Paulo. A empresa de telefonia recebeu 3.615 reclamações. Ao todo, 2.839 empresas foram alvos de 27.747 reclamações fundamentadas no ano passado.
Falha no serviço
Os problemas no serviço de internet da Telefônica começaram a ser relatados na noite da última segunda-feira (6), quando a central de assinantes do UOL afirma ter recebido as primeiras queixas.
Com centenas de reclamações, a Telefônica chegou a informar que na terça-feira (7) "foram detectadas dificuldades de navegação entre clientes do serviço". "A empresa mobilizou suas equipes para normalizar a contradizer sua situação no menor prazo possível, o que, efetivamente, ocorreu na noite da terça-feira", informou.
Ontem, a empresa disse, em nota enviada à imprensa, que não existia "nenhum tipo de problema generalizado para acesso ao Speedy".
A Telefônica chegou a contradizer sua central de atendimento ao cliente, que, ouvida pela Folha Online, confirmou problemas de conexão em todo o Estado de São Paulo.
QUESTÕES:
1-Quais as consequências de uma pane como essa que ocorreu com o Speedy?
2-Uma pane na Internet afeta muito você? Justifique.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narração em que o narrador-personagem depende do Speedy para trabalhar e ficou várias vezes na mão devido a panes no serviço. Trabalhe bem o conflito.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema a questão: Internet: Há riscos de um apagão na Internet de grandes proporções?
3-Escreva uma carta ao presidente da Telefônica no Brasil reclamando da pane no serviço do Speedy.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
LEIA E INTERPRETE ESTA TELA DE PORTINARI
QUESTÕES:
1-Leia e interprete a tela "Criança Morta", de Cândido Portinari, considerado o maior pintor brasileiro de todos os tempos.
2-Pintada há mais de cinco décadas, esta tela ainda pode ser considerada atual? Justifique.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Miséria em suas muitas formas no Brasil de hoje.
2-Escreva uma narração que tenha como personagens retirantes do Nordeste que vêm para São Paulo tentar uma vida melhor.
3-Escreva um poema a partir da tela de Cândido Portinari.
domingo, 5 de abril de 2009
FAÇA A SUA LEITURA DA REUNIÃO DO G20
Foto dos participantes do G20
Folha de São Paulo
Folha corrida
São Paulo, domingo, 05 de abril de 2009
20 vezes G20
Veja quais foram as principais notícias da reunião em Londres
1.
John Stillwell/France Presse
Da esquerda para direita: 1ª FILEIRA, 1-Lee Myung-bak (Coreia do Sul), 2-Nicolas Sarkozy, (França), 3-Abdullah bin Aziz Al-Saud (Arábia Saudita), 4-Hu Jintao (China), 5-Gordon Brown (Reino Unido), 6-Elizabeth 2ª (Reino Unido), 7-Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), 8-Susilo Bambang Yudhoyono (Indonésia), 9-Felipe Calderón (México), 10-Cristina Kirchner (Argentina), 11-Dmitri Medvedev (Rússia); 2ª FILEIRA, 12-Kevin Rudd (Austrália), 13-Stephen Harper (Canadá), 14-Angela Merkel (Alemanha), 15-José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha), 16-Jan Peter Balkenende (Holanda), 17-Kgalema Motlanthe (África do Sul), 18-Barack Obama (Estados Unidos), 19-Tayyip Erdogan (Turquia), 20-Manmohan Singh (Índia), 21-José Manuel Barroso (Comissão Europeia), 22-Meles Zenawi (Etiópia); 3ª FILEIRA, 23-Dominique Strauss-Kahn (FMI), 24-Ban Ki-moon (ONU), 25-Pascal Lamy (OMC), 26-Abhisit Vejjajiva (Tailândia), 27-Taro Aso (Japão), 28-Silvio Berlusconi (Itália), 29-Mirek Topolanek (UE/República Tcheca), 30-Mario Draghi (Fórum de Estabilidade Financeira), 31-Robert Zoellick (Banco Mundial)
2.
Criado em 1999, o G20 é um grupo que reúne os ministros da economia e os presidentes do bancos centrais de 19 países - Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia- mais a União Europeia.
3.
Na reunião de Londres, também participaram Espanha, Holanda, República Tcheca (presidente da UE), Etiópia (da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África) e Tailândia (da Associação de Nações do Sudeste Asiático).
4.
Os países do G20 representam quase 90% do PIB do planeta. Neles, vivem dois terços da população mundial.
5.
No encontro, líderes dos países participantes lançaram pacote de US$ 1,1 trilhão para socorrer a economia global.
6.
US$ 1,1 tri equivale ao PIB da Índia, a 12ª maior economia do mundo ou a 28 vezes a fortuna de Bill Gates, o homem mais rico do planeta.
7.
O anúncio gerou otimismo em bolsas ao redor do mundo. Com alta de 4,19 pontos, a Bovespa atingiu, na quinta-feira, seu melhor nível em seis meses.
8.
O pacote anunciado soma-se aos US$ 5 trilhões que, de acordo com a cúpula, já foram prometidos ou colocados de fato na economia global.
9.
Antes da cúpula, Michelle Obama encontrou Sarah Brown, mulher do primeiro ministro britânico. Segundo o "The Guardian", cada uma gastou US$ 450 para se vestir. O look "barato", segundo o jornal britânico, seria reação aos tempos de crise.
10.
E Michelle Obama quebrou o protocolo ao encostar na rainha Elizabeth -não é permitido tocá-la. Michelle abraçou a rainha, que, apesar de aparentar desconforto inicialmente, retribuiu, passando o braço em volta da cintura da primeira-dama dos EUA.
11.
No primeiro dia de reunião, o chef-celebridade inglês Jamie Oliver ficou a cargo de preparar o jantar para os líderes integrantes da cúpula. No cardápio, de inspiração rústica, salmão com vetais de entrada, e carneiro com batatas, cogumelos e molho de menta de prato principal.
12.
"Meu chapa, eu adoro esse cara!"
"É o político mais popular da Terra"
Obama
"É o político há muito tempo no cargo mais popular da Terra"
Premiê da Austrália, Kevin Rudd
"É porque ele é boa-pinta"
Obama
13.
Restaurar o crescimento econômico e o mercado de trabalho e buscar uma recuperação sustentável para os países afetados pela crise são alguns dos pontos principais do documento final da reunião.
14.
Reforçar as instituições financeiras e a vigilância sobre movimentações, para detectar riscos, também foram medidas citadas.
15.
Outro ponto de destaque é o estímulo ao comércio internacional, com o intuito de evitar medidas protecionistas.
16.
"Você não acha chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?", brincou Lula, sobre primeiro empréstimo do país ao órgão.
17.
O valor do empréstimo, que deverá ser usado para socorrer países da América Latina, não foi divulgado.
18.
No primeiro dia da reunião, um homem morreu em protesto contra o G20.
19.
Dois dias depois, a polícia afirmou que Ian Tomlinson, 47, voltava para casa após o trabalho quando teve ataque cardíaco e morreu. Não era manifestante.
20.
No fim da cúpula, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou que o G20 se encontrará de novo em setembro, em NY.
QUESTÕES:
As vinte principais notícias sobre o G20, reunião de cúpula com os líderes dos 20 países mais ricos do mundo, que ocorreu em Londres na semana passada, levam a algumas leituras.
1-Comente o que Barack Obama falou sobre Lula, na notícia 12.
2-Comente o texto 4.
3-Comente a afirmação de Lula no texto 16.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O G 20 e a crise econÔmica mundial.
2-Escreva uma carta a um jornal comentando o encontro do G 20.
3-Escreva uma narração que mostre a trajetória de um militante antes, durante e depois do protesto em Londres, no dia do início da reunião de Cúpula.
sábado, 4 de abril de 2009
COMO LIDAR COM PESSOAS INSUPORTÁVEIS
ISTO É-8-4-2009
Dicas de psicólogos para conviver com gente capaz de fazer qualquer um perder a cabeça.
Verônica Mambrini
Ilustrações Fernando Brum
MIMADOS
Como identificar: são narcisistas, teatrais, dependentes e superficiais. Conseguem o que querem explorando sentimentos como pena e culpa
O que podem causar: sugam o tempo da vítima, provocam desgaste emocional e até prejuízos financeiros. O que fazer: imponha limites e não se perturbe com as lamentações.
Algumas pessoas parecem ter o dom de enlouquecer os outros. Em menor ou maior grau, são capazes de tornar a convivência difícil, até insuportável. Pode ser o chefe autoritário que controla cada passo do funcionário, o amigo que não perde uma chance de reclamar da vida ou o parente que aparece para uma visita e consegue destruir móveis e bibelôs. O fato é que tipos como esses são mais comuns do que se supõe. Mas a forma como as pessoas reagem a eles não. Há quem consiga se defender. Há quem recorra à terapia para superar os traumas do convívio. Com a bagagem dos casos colecionados em consultório, especialistas ensinam a lidar com esses “indivíduos-problema”.
O psicólogo americano Paul Hauck é um exemplo. Há quatro décadas ele estuda os comportamentos neuróticos. Em maio, lança o livro Como lidar com pessoas que te deixam louco. Nele, o terapeuta com mais de 15 obras publicadas decifrou cinco “personalidades” capazes de fazer alguém perder a razão – os controladores, os fracassados, os mimados, os bullies e os desleixados/maníacos por limpeza (leia quadros). “Quando você não constrange quem age de forma irritante e perturbadora, está tolerando esse comportamento”, disse Hauck à ISTOÉ. “Nós só somos tratados do jeito que permitimos.” Segundo o psicólogo, muitas vezes, quem o procura no consultório é a pessoa errada – ou seja, a vítima. “Vários que estão aqui vêm porque os que realmente deveriam estar não aceitam tratamento”, confirma a terapeuta de casais Ana Maria Fonseca Zampieri, de São Paulo.
Os grupos mais perigosos são os bullies e os controladores. “Eles podem recorrer à força física e não se importam com as consequências”, analisa Hauck. “Evite-os a todo custo, a não ser que você seja forte o suficiente para se defender.” A dor aumenta e as consequências psicológicas agravam se o agressor é alguém muito próximo. Foi o que aconteceu com a carioca Luiza Leme. Seu ex -marido a vigiava constantemente. Lia e-mails, mexia em objetos pessoais, violava sua privacidade. “Eu queria dar uma de boa samaritana”, reconhece. “Hoje, sei que limite é saudável”, diz Luiza, que só melhorou quando decidiu terminar o relacionamento.
O bully, valentão que intimida os colegas de escola, tem seu paralelo entre adultos. A designer paulistana Cris Rocha, 30 anos, passou maus bocados nas mãos de um. Ela assumiu algumas contas de um amigo em dificuldades financeiras, como a internet banda larga do rapaz, pois os dois tinham criado um site em conjunto. “Mas ele se tornou grosseiro e começou a fazer cobranças e acusações”, lembra Cris. Depois de dois anos de agressões verbais, a designer criou coragem para se afastar. “A forma de argumentar dele fazia eu me sentir muito mal”, lembra. “Só com ajuda de amigas percebi que o errado era ele.” É importante identificar se as acusações têm fundamento. “Não deixe que os bullies o convençam de que você está sempre errado ou que é um idiota”, aconselha Hauck.
Fracassados, mimados e maníacos por limpeza (ou bagunça, no extremo oposto) causam menos danos, mas nem por isso devem ser ignorados. “Pequenos traumas podem se tornar crônicos”, afirma a terapeuta Ana Maria. A professora de inglês Andréa Oliveira, 25 anos, cometeu outro erro comum: deu brechas demais a um mimado. “Eu me proponho a ajudar os amigos, mas eles abusam”, reconhece. Depois de reconciliar um casal de conhecidos, eles passaram a convocá- la a cada desentendimento, até que ela se recusou a intermediar. “Por causa disso, minha amiga ficou um mês sem falar comigo”, diz. Essa é a estratégia dos mimados: esperneiam, batem o pé, fazem bico. A recomendação da psicanalista Léa Michaan, da Universidade de São Paulo (USP), é deixar claro que ninguém tem obrigação de fazer favores. “Dizer o que pensa, mesmo que seja num tom de brincadeira, é fundamental”, afirma.
Quem convive com pessoas problemáticas também corre o risco de se deixar contagiar, especialmente pelos fracassados, que sabotam a própria felicidade. A estudante paulista Fernanda Espinosa, 25 anos, terminou um noivado depois de sofrer muito ao lado de um. “Com a convivência, percebi que ele era uma pessoa negativa”, conta. O ex-noivo passava os fins de semana dormindo ou vendo tevê, e arrastava a moça com ele. “Vivia cheia de olheiras, de tanto dormir. Estava muito mal”, afirma a estudante. Uma categoria à parte é a dos muito bagunceiros ou pessoas com mania de limpeza, que não são comportamentos ruins por si só, mas podem tornar a convivência irritante. O publicitário paulista Leandro Monteiro, 37 anos, teve de tolerar durante anos os hábitos da mãe. “Hoje em dia acho o máximo poder fazer gestos corriqueiros como atender o telefone ou abrir a geladeira sem ter de lavar as mãos antes!”, explica Leandro, que, casado há quatro anos, pode fazer a bagunça que tiver vontade.
Em muitos casos, é possível tentar a convivência com essa turma de personalidade difícil. “Pois sem conflito não há mudança”, afirma a consultora de carreira Maria da Luz Calegari. Há várias táticas para aprender a lidar com eles e, principalmente, para se fazer respeitar. Se ainda assim elas falharem, é melhor evitá-los. Quando não for possível riscá-los da lista de contatos, como no caso de um chefe tirano, por exemplo, o segredo é abstrair. “É preciso não dar tanta importância aos ataques”, diz Léa Michaan. Afinal, ninguém está totalmente imune a deslizes. Nem a pessoas insuportáveis.
QUESTÕES:
1-Comente a matéria da Isto É.
2-Na sua opinião, com qual tipo descrito no texto é difícil de conviver?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um tipo insuportável descrito na matéria da Isto É. Use narrador-onisciente, em 3a pessoa.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A difícil arte da convivência.
3-Escreva uma carta a uma pessoa insuportável, tentando delicdamente dar uns toques para que ela melhore o seu comportamento.
Dicas de psicólogos para conviver com gente capaz de fazer qualquer um perder a cabeça.
Verônica Mambrini
Ilustrações Fernando Brum
MIMADOS
Como identificar: são narcisistas, teatrais, dependentes e superficiais. Conseguem o que querem explorando sentimentos como pena e culpa
O que podem causar: sugam o tempo da vítima, provocam desgaste emocional e até prejuízos financeiros. O que fazer: imponha limites e não se perturbe com as lamentações.
Algumas pessoas parecem ter o dom de enlouquecer os outros. Em menor ou maior grau, são capazes de tornar a convivência difícil, até insuportável. Pode ser o chefe autoritário que controla cada passo do funcionário, o amigo que não perde uma chance de reclamar da vida ou o parente que aparece para uma visita e consegue destruir móveis e bibelôs. O fato é que tipos como esses são mais comuns do que se supõe. Mas a forma como as pessoas reagem a eles não. Há quem consiga se defender. Há quem recorra à terapia para superar os traumas do convívio. Com a bagagem dos casos colecionados em consultório, especialistas ensinam a lidar com esses “indivíduos-problema”.
O psicólogo americano Paul Hauck é um exemplo. Há quatro décadas ele estuda os comportamentos neuróticos. Em maio, lança o livro Como lidar com pessoas que te deixam louco. Nele, o terapeuta com mais de 15 obras publicadas decifrou cinco “personalidades” capazes de fazer alguém perder a razão – os controladores, os fracassados, os mimados, os bullies e os desleixados/maníacos por limpeza (leia quadros). “Quando você não constrange quem age de forma irritante e perturbadora, está tolerando esse comportamento”, disse Hauck à ISTOÉ. “Nós só somos tratados do jeito que permitimos.” Segundo o psicólogo, muitas vezes, quem o procura no consultório é a pessoa errada – ou seja, a vítima. “Vários que estão aqui vêm porque os que realmente deveriam estar não aceitam tratamento”, confirma a terapeuta de casais Ana Maria Fonseca Zampieri, de São Paulo.
Os grupos mais perigosos são os bullies e os controladores. “Eles podem recorrer à força física e não se importam com as consequências”, analisa Hauck. “Evite-os a todo custo, a não ser que você seja forte o suficiente para se defender.” A dor aumenta e as consequências psicológicas agravam se o agressor é alguém muito próximo. Foi o que aconteceu com a carioca Luiza Leme. Seu ex -marido a vigiava constantemente. Lia e-mails, mexia em objetos pessoais, violava sua privacidade. “Eu queria dar uma de boa samaritana”, reconhece. “Hoje, sei que limite é saudável”, diz Luiza, que só melhorou quando decidiu terminar o relacionamento.
O bully, valentão que intimida os colegas de escola, tem seu paralelo entre adultos. A designer paulistana Cris Rocha, 30 anos, passou maus bocados nas mãos de um. Ela assumiu algumas contas de um amigo em dificuldades financeiras, como a internet banda larga do rapaz, pois os dois tinham criado um site em conjunto. “Mas ele se tornou grosseiro e começou a fazer cobranças e acusações”, lembra Cris. Depois de dois anos de agressões verbais, a designer criou coragem para se afastar. “A forma de argumentar dele fazia eu me sentir muito mal”, lembra. “Só com ajuda de amigas percebi que o errado era ele.” É importante identificar se as acusações têm fundamento. “Não deixe que os bullies o convençam de que você está sempre errado ou que é um idiota”, aconselha Hauck.
Fracassados, mimados e maníacos por limpeza (ou bagunça, no extremo oposto) causam menos danos, mas nem por isso devem ser ignorados. “Pequenos traumas podem se tornar crônicos”, afirma a terapeuta Ana Maria. A professora de inglês Andréa Oliveira, 25 anos, cometeu outro erro comum: deu brechas demais a um mimado. “Eu me proponho a ajudar os amigos, mas eles abusam”, reconhece. Depois de reconciliar um casal de conhecidos, eles passaram a convocá- la a cada desentendimento, até que ela se recusou a intermediar. “Por causa disso, minha amiga ficou um mês sem falar comigo”, diz. Essa é a estratégia dos mimados: esperneiam, batem o pé, fazem bico. A recomendação da psicanalista Léa Michaan, da Universidade de São Paulo (USP), é deixar claro que ninguém tem obrigação de fazer favores. “Dizer o que pensa, mesmo que seja num tom de brincadeira, é fundamental”, afirma.
Quem convive com pessoas problemáticas também corre o risco de se deixar contagiar, especialmente pelos fracassados, que sabotam a própria felicidade. A estudante paulista Fernanda Espinosa, 25 anos, terminou um noivado depois de sofrer muito ao lado de um. “Com a convivência, percebi que ele era uma pessoa negativa”, conta. O ex-noivo passava os fins de semana dormindo ou vendo tevê, e arrastava a moça com ele. “Vivia cheia de olheiras, de tanto dormir. Estava muito mal”, afirma a estudante. Uma categoria à parte é a dos muito bagunceiros ou pessoas com mania de limpeza, que não são comportamentos ruins por si só, mas podem tornar a convivência irritante. O publicitário paulista Leandro Monteiro, 37 anos, teve de tolerar durante anos os hábitos da mãe. “Hoje em dia acho o máximo poder fazer gestos corriqueiros como atender o telefone ou abrir a geladeira sem ter de lavar as mãos antes!”, explica Leandro, que, casado há quatro anos, pode fazer a bagunça que tiver vontade.
Em muitos casos, é possível tentar a convivência com essa turma de personalidade difícil. “Pois sem conflito não há mudança”, afirma a consultora de carreira Maria da Luz Calegari. Há várias táticas para aprender a lidar com eles e, principalmente, para se fazer respeitar. Se ainda assim elas falharem, é melhor evitá-los. Quando não for possível riscá-los da lista de contatos, como no caso de um chefe tirano, por exemplo, o segredo é abstrair. “É preciso não dar tanta importância aos ataques”, diz Léa Michaan. Afinal, ninguém está totalmente imune a deslizes. Nem a pessoas insuportáveis.
QUESTÕES:
1-Comente a matéria da Isto É.
2-Na sua opinião, com qual tipo descrito no texto é difícil de conviver?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um tipo insuportável descrito na matéria da Isto É. Use narrador-onisciente, em 3a pessoa.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A difícil arte da convivência.
3-Escreva uma carta a uma pessoa insuportável, tentando delicdamente dar uns toques para que ela melhore o seu comportamento.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
ESTE CARTUM É DO MESMO SALÃO VIRTUAL
Cartum de Yutiy Kosobukin- Ucrânia
QUESTÔES:
1-Faça uma leitura crítica desse cartum.
2-O que representa o carro para as populações dos países mais pobres?
3-Dá para imaginar uma civilização sem carros?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta o seu drama por ter comprado um carro sem ter a mínima condição de arcar com as prestações.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema a pergunta: Para onde o carro, como é concebido hoje, conduz o planeta?
3-Escreva uma crônica que tenha como título: Um Landau foi a minha ruína.
LEIA E INTERPRETE ESTE CARTUM
Cartum de Yang Shushan- China
QUESTÕES:
1-Relacione este cartum com o aquecimento global.
2-É possível imaginar uma civilização com carros ecologicamente corretos? De que maneira?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um carro ecologicamente correto, ilhado por milhões de carros poluentes. Pense numa fábula, que tenha os carros como personagens. Nâo se esqueça da moral da história.
2-Escreva uma propaganda institucional criticando o carro e o que ele representa em termos de destruição do meio ambiente, conclamando as pessoas a buscar uma convivência com a natureza mais saudável, tirando do carro o seu protagonismo.
3-Escreva um poema que tenha como título: O carro do futuro.
SALÃO INTERNACIONAL DE HUMOR VIRTUAL
www.irancartoon.com
Cartum de Yaser Ahmad-Síria
O tema do salão que está acontecendo na web é o carro.
QUESTÃO:
1-Leia e interprete esse texto não-verbal, o cartum.
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O carro: de ídolo a vilão.
2-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem, apesar de ser um milionário, conseguiu viver bem sem ter um carro.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
LEIA E INTERPRETE O CARTUM
Cartum do cartunista iraniano Kambiz Derambakhsh
QUESTÕES:
1-Faça uma leitura do cartum.
2-Por que se trata de um cartum e não de uma charge?
PROPOSTAS TEMÁTICAS:
1-Escreva uma narração que tenha como protagonista alguém que viva como o homem dentro do barco, retratado no cartum.
2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Um homem, as suas ilhas e o seus naufrágios.
3-Escreva uma carta a uma pessoa pedindo a ela que o ajude a sair de uma situação de isolamento.
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