segunda-feira, 19 de abril de 2010

EM DISCUSSÃO O BULLYING

O QUE É BULLYING?

O que diferencia uma "zoada" do bullying é a intenção daquele que provoca um colega de magoá-lo e a repetição desse comportamento ao longo do tempo. No bullying sempre existe uma clara diferença entre o mais forte e o mais fraco, que tem dificuldade de quebrar essa relação de poder desigual.
COMPORTAMENTO

Eu tenho a força
Entenda o que pensam os jovens que praticam bullying e aterrorizam os colegas mais fracos



Em São Paulo, jovem debochava da origem de uma colega para maltratá-la

TARSO ARAUJO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mariana, 21, tinha 15 anos quando maltratou sistematicamente, e sem dó, uma colega de escola, nova em sua turma.
Ela se tornou a protagonista de uma perseguição preconceituosa em relação à origem da menina, recém-chegada da região Norte. "A gente fazia várias piadinhas sobre o Estado dela, falávamos para ela voltar para lá, fazíamos desenhos dela na lousa com uma faixa de Miss Rondônia", diz.
A vítima ia para o banheiro chorar e pedia aos pais, por telefone, para voltar para casa.
Toda essa perseguição porque, segundo Mariana, a menina era "puxa-saco" de uma professora que todos odiavam.
"Para mim, [persegui-la] era um mecanismo de defesa."
O motivo apontado pela estudante é apenas um entre os vários que levam jovens a praticar bullying, segundo especialistas e os próprios agressores.
Outras causas comuns são a inveja e o medo de perder popularidade, que fizeram Nathalia, 14, viver seu momento de vilã.
"Eu me achava a última bolacha do pacote. Aí entrou uma menina no colégio, alta, com corpo bonito e olhos claros. Os meninos olhavam para ela. Eu me senti ameaçada."
Primeiro, Nathalia criou um perfil de Orkut para espalhar boatos sobre a vida sexual da menina, dizendo que ela era "uma biscate". Logo depois começaram as agressões verbais, na própria escola.
"Ela começou a mostrar tristeza, abaixava a cabeça quando passava. Aí é que a gente ria mesmo", diz Nathalia, que considera a adesão dos colegas rindo outra causa importante de bullying.
"Se as pessoas não rissem, a gente não faria, porque fazemos para aparecer."

Cena de cinema
Por exemplo: Marcos, 15, e alguns amigos partiram para o bullying violento depois que a turma se divertiu por meses com eles zoando um colega, apelidado (por eles) de "Caquinha", em plena sala de aula.
"Nem todo o mundo fazia [o bullying], mas todo o mundo participava rindo", diz. O filme "Tropa de Elite", diz Marcos, inspirou o grupo a ser mais agressivo.
O colega agredido parou de sair da sala na hora do recreio, depois de ser alvejado com pedaços de melancia no pátio.
Marcos e os amigos iam atrás do menino sozinho na sala, cobriam sua cabeça com um saco de supermercado e lhe davam tapas no rosto e na cabeça.
"Uma vez ele chorou muito e repensei um pouquinho o que fazia: passei a dar só na cabeça."
Hoje, dois anos depois, ele considera esse comportamento "imbecil e vergonhoso". E diz que não pratica mais o bullying. "Quando a gente envelhece, perde um pouco a graça", diz.
Nathalia trilhou o mesmo caminho após a escola dar uma aula sobre bullying.
"Achava graça em fazer mal aos outros, me rebaixava tentando mostrar superioridade. Eu era ridícula. Só pensava na minha alegria, nunca na dos outros."

Fonte: Folha de São Paulo
Folhateen-19-04-2010

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Relato: Eu já pratiquei bullying.

2-Relato: Eu já fui vítima de bullying.

3-Narração: O narrador-personagem conta como sofreu com bullying na escola em que estudava.

4-Dissertação: A violência do bullying.

5-Crônica: Bullying é crueldade.

6-Carta a um ex-colega desculpando-se por ter atormentado a vida do seu interlocutor praticando bullying quando estavam na mesma classe.

7-Carta a um ex-colega expondo a sua mágoa por ter sido vítima de bullying praticado por ele quando estudavam na mesma classe.

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