sábado, 6 de fevereiro de 2010

BOLSAS EM QUEDA

A ECONOMIA TREME
JAIME LEITÃO

O terreno no qual está assentada a economia mundial é muito fofo e treme ao menor sinal de instabilidade em qualquer ponto do planeta. Não existe economia sólida a ponto de não sofrer abalos. Bastou os especuladores lançarem no mercado dúvidas sobre as economias da Grécia, da Espanha e de Portugal, que as principais Bolsas do planeta caíram sensivelmente na quinta-feira e ontem. E isso provocou um pânico geral.
Depois de uma pneumonia, como foi a crise econômica de 2009, qualquer tosse ou resfriado assusta e já contamina todo o sistema. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) não fugiu à regra e sofreu com quedas fortes nas suas ações, principalmente na quinta, quando caiu 4,73%.
Outro fator desencadeador dessa turbulência generalizada foram informações desencontradas sobre as taxas de emprego nos Estados Unidos. A economia norte-americana dá uma tremida, o reflexo chega rápido aqui e a outros países conectados com investidores internacionais que, quando sentem que a crise está no ar, deixam de investir nas economias consideradas saudáveis, como a nossa.
Ainda não dá para avaliar o tamanho da perda para as empresas nacionais, mas ela não foi pequena. Se irá continuar a crescer, tudo dependerá do movimento do mercado de ações nos próximos dias e semanas.
O pavor gerado pela possibilidade de os governos da Grécia, Portugal e Espanha não cumprirem os seus compromissos de austeridade fiscal causa uma sensação de insegurança que respinga em todos os países.
Para piorar um pouco a situação, o anúncio da inflação de janeiro, bem maior do que a dezembro de 2009, coloca o Banco Central em alerta e aguçando a sua voracidade para aumentar os juros. Com o aumento dos mesmos, que também poderá ocorrer nos principais países da Europa, o crescimento econômico global sofrerá uma freada imprópria, já que a fase indicava aceleração. Desacelerar de repente, sem usar cinto de segurança, pode provocar acidentes com ferimentos graves de difícil cicatrização.
A economia se parece o clima deste verão, sujeita à instabilidade, com trovoadas e inundações, em diversos lugares. Ainda é necessário avaliar o que pesará mais, o período de poucas nuvens ou de chuvas que derrubam árvores, encostas e soterram casas e moradores.
O momento não é de pessimismo nem de otimismo inconseqüente, mas de acompanhamento atento dos próximos passos e movimentos das Bolsas, torcendo para que a especulação não tome o lugar do bom senso e não provoque estragos que poderão ser evitados.
As Bolsas precisam de fôlego, não dá para se manter com tão pouco ar, o que sufocará os investimentos e impedirá o crescimento dos negócios e do emprego. Com retração no mercado, tudo retrai: os empregos, os salários, as oportunidades. Que a semana comece com ânimo novo, não com o desânimo dos últimos dias.

Propostas temáticas:

1-Dissertação: A economia mundial em estado de alerta.

2-Narração: O narrador-personagem conta como ficou a sua vida depois da crise econômica de 2009, após ter perdido milhões de reais em ações na Bolsa.

3-Crônica: Outra crise de novo? Ou será a mesma?

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