PROFESSORAS OU MONSTROS?
JAIME LEITÃO
Imagens terríveis foram exibidas ontem no Jornal Hoje, da Rede Globo. Professoras de uma creche em São José do Rio Preto apareceram agredindo várias crianças, entre um e dois anos, com sopapos, empurrões e outras modalidades de violência. As três professoras, flagradas na câmera que permaneceu instalada lá durante vinte dias, devido a denúncias de funcionários, foram demitidas por justa causa, mas precisam receber punições mais severas, já que agiram como monstros não como professoras.
Crianças ficam em creche para brincar, ser bem tratadas, bem alimentadas, preenchendo o vazio representado pela ausência dos pais, que estão trabalhando e confiaram à creche a guarda de seus filhos. A diretora, que afirmou desconhecer as cenas de tortura lá ocorridas, pecou pelo menos por omissão e também não pode ser isentada de responsabilidade.
É comum pessoas sem nenhuma formação pedagógica para lidar com crianças alugar casas ou mesmo utilizar imóveis de sua propriedade para transformar em creches ou em casas de repouso para idosos. Só que o foco primeiro não deve ser o lucro, mas o cuidado com seres humanos que estão sob os cuidados dessas pessoas.
É necessário fiscalizar as creches, sejam privadas ou públicas, para verificar a higiene, a qualidade dos alimentos e, principalmente, o tratamento que as crianças recebem. Volta e meia vemos cenas de crianças sendo agredidas por babás na própria casa, idosos abandonados em camas de asilos, em condições terríveis. De que adianta termos um Estatuto do Idoso e um da Criança e do Adolescente, com garantias de respeito a ambos, se na prática isso não é muitas vezes seguido?
Há creches e casas de idosos que funcionam sem autorização. Cada administração municipal tem a obrigação de investigar e monitorar quantas são essas casas e como são administradas. Denunciar maus-tratos também é dever de todo cidadão.
Saber que crianças e idosos são tratados com a maior negligência é motivo de sobra para cobrar das autoridades providências urgentes. Quando crianças não são colocadas em creches, por falta de vagas nas públicas, ou de recursos, nas particulares, ficam à mercê de irmãos mais velhos ou de padrastos que são capazes de cometer violência dentro de casa.
As imagens de São José do Rio Preto deveriam servir de alerta para que cenas cruéis como essa nunca mais se repitam. E se as “professoras” permanecerem impunes, isso representará um estímulo para que novas monstruosidades aconteçam.
Uma sociedade perversa é aquela que não combate a monstruosidade de seus membros na raiz. As crianças agredidas de São José do Rio Preto necessitam de atendimento psicológico que minimize o trauma que sofreram. É tão perverso agredir as crianças quanto negar a elas retaguarda em forma de tratamento.
Propostas temáticas:
1-Dissertação: Para cuidar de crianças em uma creche, é necessário ter formação.
2-Dissertação: Por que a educação pública no Brasil deixa tanto a desejar?
3-Narração: O narrador-personagem é a mãe de uma das crianças que era espancada em uma creche.
4-Crônica: Crianças ainda são muito maltratadas neste país.
5-Dissertação: Para tratar de idosos em uma clínica ou casa de repouso, é necessário ter formação.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
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