terça-feira, 31 de março de 2009

O AUMENTO NO PREÇO DOS CIGARROS

Folha de São Paulo
São Paulo, terça-feira, 31 de março de 2009

Consumo de cigarros cairá, diz especialista
Para Drauzio Varella, aumento de tributos e de preços nos países sempre costuma levar a uma redução nas vendas do produto

Na opinião do consultor tributário Clóvis Panzarini, a elevação do IPI para cigarros vai estimular o contrabando e derrubar a arrecadação

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento de 20% a 25% nos preços de cigarros devido ao aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) deve reduzir o consumo do produto no Brasil num período de três a seis meses, na avaliação de médicos especializados em tratamento de tabagismo.
Drauzio Varella, médico cancerologista, diz que está comprovado pela Organização Mundial da Saúde que, toda vez que sobem os impostos e, como consequência, os preços dos cigarros, cai o consumo.
"A cada dólar mais caro no preço do cigarro, diminui a compra. E, no Brasil, o preço do cigarro é ridiculamente baixo. Com certeza, o aumento no preço vai atingir os fumantes, especialmente os que têm menor poder aquisitivo e também os adolescentes", diz Varella.
O preço médio do maço de cigarro nos EUA é de US$ 5 (R$ 11,60). Na Europa, 3,50 (R$ 10,70) e no Brasil, R$ 3,40, segundo fabricantes. O preço dos cigarros da Philip Morris vai de R$ 2,40 a R$ 4,75 o maço ou a caixinha com 20 unidades.
Para Jaqueline Issa, diretora do Núcleo Antitabagismo da área de Cardiologia do Instituto do Coração (Hospital das Clínicas), o aumento do preço do cigarro é "a medida mais eficaz de redução de consumo". "E isso é visível em três a seis meses. Medidas desse tipo foram tomadas no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia."
Na década de 90, segundo ela, a OMS estabeleceu três premissas para desestimular o consumo de cigarros: aumento de preço, proibição de fumo em ambiente fechado e em transporte coletivo e fim das propagandas de cigarros. "No Brasil, só faltava a alta de preços", diz.
Segundo ela, a alta do preço vai pesar no bolso e vai estimular a procura por tratamentos de tabagismo. "E o governo terá de fazer a lição de casa, que é criar mecanismos para melhorar o tratamento do tabagismo pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. A demanda por tratamentos deve subir uns 20%."

Contrabando
Na avaliação do consultor tributário Clóvis Panzarini, o aumento do preço de cigarro deve estimular o contrabando.
"Quanto maior a carga tributária, maior o prêmio pela fraude. O vício é inelástico ao preço. O fumante vai economizar em despesas essenciais, como no leitinho das crianças, e continuar comprando cigarro. Se aumenta o contrabando, o governo pode até arrecadar menos do que antes de mexer no imposto", diz. No ano passado, a arrecadação de IPI do setor de cigarros foi de R$ 3,21 bilhões. E, em 2007, de R$ 2,8 bilhões.
Para fabricantes de cigarros, elevar o IPI de cigarros deve resultar na migração do consumo de caixinha para maço, que tem alíquota de IPI menor. A caixinha é tributada em R$ 0,92, e o maço, em R$ 0,62, segundo Guilherme Athia, diretor de assuntos corporativos da Philip Morris Brasil. Segundo ele, IPI, ICMS, PIS e Cofins representam cerca de 60% do preço do cigarro. "O que vai acontecer é uma redução na arrecadação."
Para Athia, o governo deveria mudar o sistema de tributação para o que existe nos Estados Unidos e no Japão, países que adotam um valor específico de tributação para qualquer categoria de cigarro. No Brasil, há seis categorias de cigarro, com tributações diferentes ", afirma.
Anderson Albuquerque, advogado de fabricantes de cigarros, afirma que o aumento na carga tributária vai "beneficiar mais uma vez algumas empresas [Philip Morris e Souza Cruz] em detrimento de outras, podendo até gerar demissão em massa no setor". "Se vamos tributar mais o cigarro por ser uma atividade contrária aos bons costumes, o Estado deveria banir de uma vez por todas essa atividade e não criar legislações que prejudicam as empresas nacionais", afirma Albuquerque.

QUESTÃO:

1-Qual a sua opinião sobre o aumento dos tributos dos cigarros, que provocará remarcação no preço dos mesmos?

PROSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como pergunta: Aumentar o tributo dos cigarros levará a uma diminuição do consumo?

2-Escreva uma carta argumentativa a um dos nomes citados no texto, criticando a posição do mesmo em relação à decisão do governo de elevar os impostos do cigarro.

3-Escreva uma narrativa que tenha o cigarro como elemento desencadeador do conflito.

segunda-feira, 30 de março de 2009

PRODUÇÃO E CONSUMO ALTERNATIVOS

New York Times- Folha de São Paulo


São Paulo, segunda-feira, 30 de março de 2009

Óleo de cozinha substitui diesel em carros britânicos

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Pequenos comerciantes vendem combustível verde em seus quintais
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Por ELISABETH ROSENTHAL

NUNEATON, Reino Unido - Como fez frequentemente nos últimos 18 meses, Andy Roost dirigiu seu Peugeot 205 a diesel até uma fazenda, onde placas apontavam um caminho para "ovos" e outro para "óleo". Ele abriu a tampa do tanque para que Colin Friedlos, o proprietário, despejasse três galões de óleo de cozinha usado -tingido de verde para indicar um benefício ambiental- no tanque de combustível do carro.
Friedlos opera uma das centenas de pequenas fábricas no Reino Unido que estão processando e muitas vezes vendendo a motoristas particulares óleo de cozinha usado, que pode ser despejado diretamente em carros a diesel sem qualquer modificação. No ano passado, quando o preço do petróleo chegou a US$ 147 o barril, várias grandes companhias da Europa e dos EUA foram incentivadas a montar fábricas para coletar e refinar óleo de cozinha usado, transformando-o em biodiesel. A recessão global e a queda acentuada dos preços do petróleo hoje mataram muitas dessas grandes refinarias. Mas as menores e mais simples como a de Friedlos estão avançando para preencher a lacuna com seu produto "direto ao tanque", sendo inundadas por ofertas de óleo grátis de restaurantes.
Alguns comerciantes britânicos oferecem abastecimento em quintais e celeiros de subúrbio. Outros -como John Nicholson, fundador de uma pequena empresa no País de Gales- fornecem garrafas de combustível verde para carros na porta da casa de centenas de clientes, como se fossem um "leiteiro veicular".
O óleo de cozinha usado atraiu crescente atenção nos últimos anos como uma alternativa mais limpa e barata aos combustíveis fósseis para veículos. Em muitos países, o óleo é coletado pelas empresas e refinado em uma espécie de diesel. Algumas cidades o usam em ônibus ou peruas municipais especialmente modificados. E alguns ambientalistas experimentaram individualmente filtrar o óleo e usá-lo como combustível.
No Reino Unido, porém, a abordagem "direto ao tanque" está ganhando popularidade e atraindo pessoas como Roost. O óleo, segundo ele, é "bom para o meio ambiente e mais barato que o diesel, mesmo agora que os preços caíram". Custa R$ 2,89 o litro, cerca de 10% menos que o diesel -e cerca de um terço menos do que o diesel custava no pico dos preços no ano passado. Mas o óleo de cozinha usado não vai eliminar a necessidade de postos de gasolina, nem inverter a mudança climática, segundo especialistas em transportes.
"Não se pode comer batatas fritas suficientes" para servir todos os carros que rodam no Ocidente, disse Peder Jensen, especialista em transporte da Agência Ambiental Europeia. No máximo, segundo ele, o óleo de cozinha poderia substituir uma pequena porcentagem do consumo de diesel. Mas, ressaltou, é um dos muitos pequenos ajustes que, somados, podem ter um efeito importante na redução das emissões de gases do efeito estufa.
Jensen disse que o combustível de óleo de cozinha é "factível" para motores a diesel -Rudolf Diesel previu que seu motor, patenteado na década de 1890, funcionaria com ele- e que, "de um ponto de vista ambiental, é uma boa ideia pegar esse lixo e torná-lo útil". As principais barreiras ao uso generalizado do óleo de cozinha, segundo Jensen, são "estruturais", como a falta de padrões de processamento do combustível e a adaptação dos veículos para funcionar com ele. Outros discordam. Stewart Johnson, gerente de engenharia e meio ambiente da Volkswagen nos EUA, acha que colocar óleo vegetal cru nos carros é "uma má ideia" que ele não recomenda. A qualidade inconsistente do óleo de cozinha significa que "ele contém muitas impurezas e pode ser viscoso demais", especialmente para os motores a diesel mais novos e complexos, que têm sistemas de injeção de combustível.
Nada disso parece afetar Nicholson, o empresário galês. Ele disse que usou óleo vegetal de cozinha no carro da família pela primeira vez há oito anos, quando os postos de combustível fecharam por causa de uma crise de combustíveis. Durante alguns anos ele experimentou diversas técnicas e começou o Bio-Power, grupo para ajudar pequenos produtores como ele. "As pessoas dizem: 'Não tenho opção além do posto de gasolina comum, e eles só vendem combustível fóssil'", disse Nicholson. "Precisamos pensar diferente. Isto desafia o status quo."

QUESTÔES:

1-Utilizar óleo de cozinha e outros combustíveis alternativos em veículos pode ser o prenúncio de uma revolução nos hábitos de consumo?

2-Comente as principais ideias do artigo.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta sobre a descoberta que fez de um combustível totalmente inusitado e os resultados que obteve com ele. Nâo deixe de colocar conflito no texto.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: AS PEQUENAS SOLUÇÔES PODEM TRAZER GRANDES RESULTADOS. A utilização de combustíveis alternativos deve ser colocada como um dos exemplos dentro do texto.

3-Escreva uma carta argumentativa a um jornal defendendo a utilização de formas menos predadoras e menos dispendiosas de produção e consumo.

domingo, 29 de março de 2009

OS MISTÉRIOS DO UNIVERSO


A matéria escura
Foto retirada do site www.guia.heu.nom.br


Folha de São Paulo
29-03-2009
+ Marcelo Gleiser

Misteriosos vazios cósmicos

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O que se sabe sobre a energia escura é pouco e muito estranho
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Já se vão 11 anos desde que o cosmo tornou-se mais misterioso do que nunca. Tudo começou em 1929, quando o astrônomo americano Edwin Hubble descobriu que o Universo está em expansão, com o espaço entre as galáxias crescendo como se fosse uma tira elástica. Para concluir isso, Hubble mediu a luz emitida por galáxias distantes e analisou suas propriedades, comparando-a com a luz emitida por objetos mais próximos.
Essa comparação é muito útil: existe um efeito, chamado efeito Doppler, que diz que, quando uma fonte de luz se afasta ou se aproxima do observador (ou o observador dela, dá no mesmo), a luz é distorcida: se o objeto se afasta, a luz é desviada para tons avermelhados; se o objeto se aproxima, para tons azulados. Hubble mostrou que a maioria absoluta das galáxias mostra um desvio para o vermelho, concluindo que elas estão se afastando, com velocidades proporcionais à distância entre elas. A taxa de expansão cósmica depende da quantidade de matéria (e energia) no Universo: quanto mais matéria, mais lenta a expansão. No caso de a quantidade total de matéria estar acima de um valor crítico, vence a gravidade, e o Universo acabaria caindo sobre si mesmo. Observações atuais mostram que o cosmo existe bem em torno desse valor crítico. Nesse caso, a expansão continuaria para sempre. Ao menos assim se pensava até 1998. Cada geração enfrenta os seus mistérios e desafios. Assim caminha a ciência, de mistério em mistério. Mas esse de agora é dos bons. Em 1998, dois grupos de astrônomos mediram a luz emitida por objetos muito distantes, estrelas que explodiram bilhões de anos atrás. Essas estrelas, chamadas supernovas, são como fogos de artifício cósmicos. Usando técnicas semelhantes às de Hubble (mas com telescópios e instrumentos de análise muito mais sofisticados), os astrônomos concluíram algo muito estranho: as estrelas parecem brilhar com luz mais fraca do que o esperado. Como o efeito Doppler conecta o brilho da estrela com sua velocidade, é possível concluir que a luz mais fraca se deve a uma expansão mais rápida: em torno de 5 bilhões de anos atrás, o Universo resolveu acelerar a sua expansão. Como muitos leitores já devem ter ouvido, a conjectura mais popular é de que essa aceleração cósmica -a tira elástica esticando mais rápido- se deve a uma nova forma de material, a chamada energia escura. O problema é que se sabe muito pouco desse material. E o que se sabe é muito estranho. Diferentemente dos átomos que compõem a matéria comum, a energia escura não é formada por partículas de matéria. Supostamente, ela é uma nova substância que permeia todo o cosmo. Dada essa excentricidade, é saudável procurar explicações menos revolucionárias. Uma delas é que vivemos numa região com pouca matéria, um vazio cósmico. Nesse caso, a taxa de expansão cósmica ao nosso redor seria mais rápida. A existência desses vazios não é novidade; as galáxias estão distribuídas pelo Universo de forma irregular. Mas, na média, tudo se passa como se o cosmo fosse igual em todos os lugares. Esse é o "princípio cosmológico", uma adaptação do princípio copernicano. Quando Copérnico sugeriu que a Terra não era o centro do cosmo, nós nos tornamos mais mundanos, nossa posição, pouco especial. A ideia de que vivemos num enorme vazio (de 1 bilhão de anos-luz de raio) nos remete de volta a um local especial. Aparentemente, esse enorme vazio é pouco provável. Mas vazios menores, como numa esponja, em princípio podem surtir o efeito desejado. Qualquer que seja a solução do mistério da energia escura, aprenderemos muito com ela.
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MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo"

QUESTÕES:

1-O que você entendeu do texto do físico Marcelo Gleiser?

2-A cosmologia o atrai? Justifique.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que se passe numa região cósmica totalmente inusitada e estranha.

2-Escreva uma dissertação a partir da afirmação: Quanto mais se descobre sobre os mistérios do universo, mais se percebe que se sabe muito pouco em relação a ele.

3-Escreva uma carta a Marcelo Gleiser pedindo a ele que esclarece algumas dúvidas suas sobre este texto ou sobre algum outro tema ligado à cosmologia.

4-Escreva um poema que tenha como tema o universo e os seus mistérios.

5-Escreva uma narrativa com narrador-personagem contando como começou em você a nascer um alvoroço ligado aos mistérios da vida e do universo.

sábado, 28 de março de 2009

A PRISÃO E A SOLTURA DA DONA DA DASLU




Folhade São Paulo

São Paulo, sábado, 28 de março de 2009

Mônica Bergamo


Faxina
Embora numa cela isolada, Eliana Tranchesi recebeu solidariedade de uma detenta da África do Sul que cumpre pena de 21 anos de prisão por tráfico internacional de drogas na penitenciária feminina do Carandiru. Com pena da dona da Daslu, a moça ajudou na limpeza da cela.

PRESENTE
A solidariedade inesperada comoveu Joyce Roysen, advogada de Eliana, que decidiu ajudar também na defesa da moça ao descobrir que ela não tinha advogado no Brasil. "As presas viram a Eliana como uma mulher doente, mãe, que trabalha. Ninguém a agrediu nem a hostilizou", diz.

PLANTÃO MÉDICO
Já advogados de outras detentas do Carandiru acompanharam com atenção o caso da dona da Daslu. Na manhã de ontem, diziam a jornalistas na porta da detenção que, se a empresária conseguisse um habeas corpus por motivo de saúde (ela faz tratamento contra câncer no pulmão e nos ossos), eles também tentariam o recurso para suas clientes. Segundo um deles, muitas das presas têm pressão alta, diabetes e até câncer.

DIAS DE SOL
Antes de ser presa, Eliana anunciava o plano de abrir mais duas lojas em capitais do Brasil, além da já anunciada no Rio de Janeiro. Uma delas seria em Brasília; a outra, em Belo Horizonte ou Porto Alegre.

QUESTÕES:

1-Comente a prisão e a condenação da dona da Daslu Eliana Tranchesi a 94 anos de prisão e a sua soltura um dia depois.

2-O que pesou mais na soltura de Eliana: a sua doença ou a condição financeira?

3-Você acha que, com a soltura de Eliana, outras presas com doenças graves também deveriam ser soltas?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narração que tenha como personagem central mulher de classe alta que cometia uma série de crimes e não acreditava que um dia seria presa.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Justiça pode ter dois pesos e duas medidas?

3-Escreva uma carta a um amigo que mora nos Estados Unidos perguntando a ele como funciona a Justiça de lá e contando como é a Justiça aqui.

sexta-feira, 27 de março de 2009

A PROEZA DE UM GAROTO

Jornal da Tarde


Sexta-feira, 27 março de 2009


Garoto de 8 anos salva menina de 7 de sequestro


Parece coisa de cinema. Um menino francês, de oito anos de idade, conseguiu salvar a amiga, de sete anos, de um sequestro, na última sexta-feira.

A notícia, que foi divulgada apenas ontem, ganhou espaço nos principais jornais.

De acordo com a polícia da cidade de Plaisir, no oeste de Paris, a ação heroica do menino começou quando ele viu a colega sendo arrastada para dentro do carro do sequestrador. Logo, correu para o local e o atingiu com socos e pontapés. Em seguida, o garoto deu uma rasteira no criminoso. Então, a menina conseguiu fugir.

O episódio ocorreu quando a garota participava de uma corrida em sua escola, formada por vários prédios. O sequestrador ofereceu balas a ela, mas a menina não aceitou, e em seguida foi empurrada para dentro de um carro.

“Tudo isso aconteceu em meio à ação do menino e a gritos, que alertaram os outros alunos, e obrigaram o homem a fugir”, afirmou, admirada, a delegada Heloise Gresy.

A polícia está à procura do sequestrador, que segundo um retrato falado, seria um homem de tipo europeu, cerca de 1,70 m, cabelos grisalhos e bigode.

“Os coleguinhas da menina agiram muito bem”, elogiou Catherine Verdier, diretora da escola, que determinou que a orientadora preste aconselhamento psicológico aos estudantes.

QUESTÃO:

1-Comente a façanha do garoto de oito anos que salvou a sua colega de sete anos de um sequestro.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem é o garoto de oito anos contando
como salvou a sua colega. Detalhe bem os fatos.

2-Escreva uma carta , assumindo a identidade do pai ou da mãe da garota, agradecendo ao menino por ter salvo a sua filha e exaltando a coragem do garoto.

quinta-feira, 26 de março de 2009

LEIA A POLÍTICA BRASILEIRA

QUESTÔES:

1-Por tudo que você tem lido e acompanhado sobre a política brasileira hoje, escândalos, denúncias as mais variadas, quais são as suas conclusões da noss política em 2009?

2-Como se definiria um bom político?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O QUE É FAZER POLÍTICA?

2-Escreva uma carta a um político criticando a sua maneira de agir.

3-Escreva uma narração que se passe em um país em que praticamente não há corrupção,
mas lembre-se que em toda narrativa deve haver um conflito. Utilize narrador-personagem.

quarta-feira, 25 de março de 2009

CONTRA A VIOLÊNCIA NO FUTEBOL



Folha de São Paulo
São Paulo, quarta-feira, 25 de março de 2009

TENDÊNCIAS/DEBATES

Cadastro de torcedores não é solução
MARTIN CURI


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O cadastro de torcedores tende a criminalizar os espectadores e transmite mensagem estigmatizante: esses sujeitos são perigosos
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O GOVERNO brasileiro anunciou recentemente, por meio do ministro do Esporte, Orlando Silva, a alteração do Estatuto do Torcedor. Os pontos centrais são três novas medidas: 1) a exigência de certos laudos de segurança para liberar o uso dos estádios; 2) uma tipificação legal de crimes esportivos; e 3) um cadastro nacional de torcedores. Essas alterações visam garantir um maior nível de segurança nos estádios do Brasil.
A maioria dessas medidas coloca o torcedor como um perigo potencial, que deve ser dominado, em vez de entender um evento de massa como uma ocasião de insegurança, na qual esse espectador deve ser protegido. O cadastro nacional de torcedores tende a criminalizar os espectadores, da mesma maneira como os Jecrims nos estádios (Juizado Especial Criminal), as grades, a vigilância e os circuitos de vídeo. Essas medidas transmitem uma mensagem estigmatizante: esses sujeitos que vão aos estádios são perigosos. Além disso, o cadastro de torcedores invade a privacidade dos indivíduos. Por causa de alguns poucos violentos, todos os espectadores devem sofrer tal exposição?
Enquanto isso, o problema, penso, é outro. Eventos de massa -não só eventos esportivos, mas também de música e religiosos, entre outros- são situações de insegurança latente e requerem medidas especiais. A primeira e mais importante refere-se à arquitetura do local, que deve ser segura, limpa e capaz de acomodar o fluxo das multidões que se formam. Como os incidentes da Fonte Nova (Bahia) e outros mais recentes em São Paulo demonstraram, isso ainda não é assegurado no Brasil.
A segunda medida necessária é um corpo de agentes de segurança qualificados e treinados para a configuração que os grandes eventos apresentam. Com o Gepe (Grupo Especial de Policiamento em Estádios), no Rio de Janeiro, já se tem boas experiências. Mas seria ainda melhor ter agentes civis, em vez de policiais, para diminuir os sinais agressivos ao público. Finalmente, é necessária uma entidade nacional, com pontos de atendimento locais, dotados de assistentes sociais profissionais, que crie um elo entre torcedores e instituições como governo, polícia, federações de esporte e clubes.
Essa entidade deveria atender as necessidades de torcedores, divulgar o conteúdo do Estatuto do Torcedor, que é plenamente desconhecido, e garantir um melhor fluxo de informações aos presentes. A ausência dessa entidade é, a meu ver, a grande lacuna do Estatuto do Torcedor.
Como já disse o major Marcelo Pessoa, ex-comandante do Gepe, é necessário tratar os torcedores com dignidade, pois são cidadãos, também consumidores, e não criminosos que devem ser fichados). Experiências na Europa mostram que o cadastro leva a uma pulverização das torcidas e as torna ainda menos controláveis. Melhor é um atendimento que reconheça as suas necessidades. Por isso a maioria dos países europeus não faz uso de um cadastro nacional e nem este é uma exigência da Fifa, como declarado pelo Ministério do Esporte. É apenas, em vista da experiência europeia, uma medida perdulária e inútil.
Além disso, é preciso ter cuidado para não destruir a rica cultura dos torcedores brasileiros, que transformam os jogos, com suas canções e bandeiras, naqueles espetáculos coloridos e emocionantes aos quais fomos acostumados. Na Inglaterra, onde não há mais torcidas organizadas e todos são obrigados a assistir aos jogos sentados, o relato mais comum é de que não há mais a bela "atmosfera" do futebol, apenas um espetáculo mercantilizado e pasteurizado do ponto de vista dos ditos "torcedores".
Esse não me parece um bom exemplo a ser seguido. Corremos, assim, o risco de produzir os mesmos "estádios-caixões" ingleses, a prosseguir a atual escalada de regularizações, proibições e sistemas de vigilância, em detrimento da democratização do espetáculo esportivo e da oferta das informações fundamentais para que os eventos evoluam de forma segura.

MARTIN CURI é mestre em sociologia pela Universidade de Hagen (Alemanha) e pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Esporte e Sociedade da UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói, RJ.

QUESTÕES:

1-Você concorda com o autor de que a criação de um cadastro de torcedores não é uma boa ideia para conter a violência nos estádios de futebol por estigmatizá-los, tratando-os como criminosos?

2-Qual seria a medida mais eficaz para diminuir a violência?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narração que tenha como personagem principal um torcedor violento, que age nos estádios provocando briga. Desenvolva-a em primeira ou terceira pessoa.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS ESTRAGA A BELEZA DO ESPETÁCULO.

3-Escreva uma carta a um amigo seu , que adora brigar em estádios e torce para o mesmo time que o seu, pedindo a ele que no próximo jogo tenha uma atitude civilizada, pare de criar encrenca.

4-Escreva um poema que tenha como tema o Futebol.

terça-feira, 24 de março de 2009

FAÇA UMA LEITURA DO TEMPO



QUESTÕES:

1-O que é o tempo para você?

2-A partir desse vídeo, reflita sobre a relatividade do tempo.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que se passe em um minuto. O texto deverá ter entre 10 e 15 linhas.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Como decifrar esse enigma que é o tempo?

3-Escreva uma carta a um amigo, bem organizado, pedindo-lhe dicas de como usar melhor o tempo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

ENTRE O TECLADO E A CANETA



(Foto de Jaime Leitão)


Folha de São Paulo
Folhateen
São Paulo, segunda-feira, 23 de março de 2009

comportamento

Escrevendo torto por linhas certas
Jovens da era digital contestam a utilidade de se escrever à mão; os efeitos começam a aparecer na caligrafia



Verônica Charatz não entendia a própria letra, quando escrevia

DÉBORA YURI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um teclado na mão vale mais do que mil canetas no estojo? Simone Janovich, 17, acha que sim. Ela leva seu laptop para a escola todos os dias.
"Prefiro escrever no computador. Tenho facilidade para digitar, e fica mais organizado", diz ela, que acha mais fácil estudar "fazendo tudo no laptop".
"Tiro dúvidas com meus amigos pelo MSN, trocamos e-mails sobre anotações de aulas, falo on-line com os professores. O computador também poupa um pouco os dedos. Chega de calos!", continua ela, que só escreve à mão quando necessário -em geral, durante provas escolares e aulas de redação.
Como Simone, muitos jovens sentem-se mais à vontade digitando do que redigindo à mão.
Seria o prenúncio do fim da letra manual? A atual geração não escreve em agenda e diário, mas em blog; comunica-se por meios eletrônicos, com mensagens de texto por celular, MSN, Orkut, Twitter ou e-mail.

Caligrafia para quê?
Educadores relutam em apostar na extinção da caligrafia, mas admitem o desinteresse e a diminuição da prática.
"A escrita é um recurso que jamais vai acabar, é como os livros, que não vão sumir, embora muita gente hoje leia mais na internet. Só se aprende a escrever escrevendo e só se aprende a ler lendo. O mundo totalmente informatizado não é para essa nem para as próximas gerações", diz a psicopedagoga Lígia Fleury, do Colégio Renascença.
Muitos jovens questionam a importância de escrever à mão, diz Lígia. "Quando um aluno fala que não precisa disso, eu respondo que nem sempre ele terá um computador à disposição, que ninguém fica conectado 24 horas por dia. Tem que saber escrever manualmente."
No Renascença, os alunos podem levar laptops para a sala de aula, com uma restrição: nada de entrar na web. Nesse cenário, o maior vilão é o corretor ortográfico, criticado por educadores mais conservadores.
"Eu oriento os meus alunos, digo que essa ferramenta serve para chamar a atenção para um erro e ensinar o correto. Não pode ser usada como um ato mecânico de corrigir. Existe espaço para o computador e para o caderno na escola", diz Lígia.
Outra adepta da moda de trocar pesados cadernos por um computador portátil é Marjorie Sterenberg, 16. "O meu laptop é como um caderno com todos os meus cadernos e com muito mais recursos. É mais prático anotar as aulas assim. Se você escreve errado, deleta, não precisa apagar ou riscar tudo", diz.
Marjorie admite que tem dificuldade para escrever à mão. "Eu estudava numa escola britânica onde todos os alunos tinham laptop desde a oitava série. Minha letra não é muito boa, não treinei caligrafia", conta ela, que sonha com provas digitalizadas e se preocupa com a redação do vestibular.
Rafael Elkabets, 16, só troca o computador pelo papel quando é obrigado. "No futuro, vou precisar mais do computador do que de caligrafia. Mas eu sempre me esforço para fazer letras bonitinhas nas redações", diz.
Para a psicopedagoga Raquel Caruso, diretora da Edac (Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico), o computador ajuda a camuflar falhas.
"Algumas crianças têm dificuldade na escrita manual e, quando conhecem o computador, esses problemas desaparecem. É preciso ter uma escrita que seja compreensível para os outros. Depois que isso estiver sedimentado, pode-se usar o computador sempre."
Essa geração não escreve menos, ao contrário -só não escreve mais à mão, compara Débora Vaz, diretora da Escola Castenheiras. "O [escritor] Mário Prata falou uma vez que essa geração escreve muito mais do que as anteriores. No meu tempo, era impensável um jovem ficar quatro horas seguidas lendo e escrevendo."

QUESTÕES:

1-Comente as afirmações da psicopedagoga Lígia Fleury sobre o futuro da escrita e do livro.

2-Você consegue imaginar um mundo sem canetas, lápis e papel à disposição para escrever e fazer anotações?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que mostre o protagonista em dificuldade porque praticamente nunca escreveu à mão e de repente se vê numa situação desesperadora: um apagão no sistema deixa por muitos dias ele e os seus colegas sem computador e celular.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Perder o contato com a escrita à mão é perder um pouco o contato com a própria identidade.

3-Escreva uma carta a um amigo convidando-o a sair, já que ele se comunica com os amigos praticamente só utilizando o computador e o celular.

domingo, 22 de março de 2009

REFLITA SOBRE A ÁGUA




VAMOS SALVAR A ÁGUA
JAIME LEITÃO

Sem água, não existimos. Muitas pessoas ainda não pensaram seriamente nisso. Está demorando para cair a ficha. Quando um telescópio da Nasa fotografa um planeta, a primeira busca é pela água. Qualquer sinal de sua presença significa que em algum período remoto provavelmente houve vida por lá.
jaime@jpjornal.com.br
As indústrias , no Brasil e em todos os outros países industrializados, lançaram toneladas de detritos nos mananciais como se a água fosse blindada, à prova de lixo químico e orgânico. Trataram a água como se costuma tratar o pior dos inimigos. E a água é a grande mãe, nunca poderia ser esquecida porque ela é a protagonista na trama de vida.
As pessoas em geral, sem ter a consciência da sua escassez, que vem aumentando cada vez mais, desperdiçam-na como podem: lavando carros, calçadas, deixando a torneira aberta sem a mínima preocupação de que ela irá acabar um dia. Servem-se da água como se dissessem: -Você é minha. Eu a uso como bem entender. A arrogância humana, seja de empresários irresponsáveis, de indivíduos sem consciência ou do Poder Público em muitos lugares, foram transformando a água, antes limpa e pura, em água contaminada, impura, e cada vez mais em falta.
Parece que os governos finalmente acordaram para o problema. Demorou! Em Istambul, na Turquia, especialistas de vários países estão reunidos para racionalizar o uso da água, garantindo-a no futuro , com dois grandes problemas a enfrentar: o aquecimento global e a poluição.
No Brasil, há na Constituição uma lei que regulamenta o uso da água, bem detalhada. Só que leis no Brasil não são na maioria cumpridas. Se fossem, os rios da nossa região não estariam quase todos contaminados, com os poucos peixes que restaram da matança promovida pela nossa maravilhosa “civilização”.
Sou totalmente favorável à realização de simpósios, fóruns de discussão que busquem formas de agir em defesa da água, mas é necessário vencer os entraves burocráticos para que se avance nesse sentido. A água não irá ficar esperando eternamente as nossas ações para salvá-la, que nunca chegam.
No Brasil, populações do Nordeste e também do Sul vêm sofrendo com a seca há muito tempo. Quase nada se fez de concreto para levar a água até elas. A água não pede discurso, ela quer transparência e atitude. Hoje, Dia Mundial da Água, antes de tomarmos os nossos copos d`água, olhemos para ela com reverência, para que possamos a partir de hoje tratá-la com a atenção e os cuidados que ela merece.
Bom domingo.
Com um brinde à água, fazendo tintim com os nossos copos d´água.

QUESTÕES:

1-Segundo especialistas,se continuarmos nesse ritmo de uso e de desperdício da água, daqui a vinte anos anos metade da humanidade não terá acesso à água em suas casas.
a-O que isso significa?
b-O que pode ser feito para evitar essa catástrofe?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A ESCASSEZ DA ÁGUA- Causas e consequências.

2-Escreva uma narração em que o personagem principal tenta conseguir água para a sua família no ano de 2030. Apesar de todos os recursos financeiros que possui, a sua luta é inglória.

3-Escreva uma carta a um amigo aconselhando-a a desperdiçar menos água e pedindo a ele que alerte outros amigos a agir da mesma maneira.

4-Escreva um poema que tenha como tema: A água.

LEIA ESTA CRÔNICA

Folha de São Paulo
São Paulo, domingo, 22 de março de 2009


DANUZA LEÃO

Felicidade pega

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Existem pessoas que nascem de baixo-astral, sempre se queixando de tudo, só falando de problemas
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FÁCIL não é, mas existem maneiras de procurar a felicidade. A primeira coisa -e a mais importante- é tentar só ter como amigos gente com a vocação da felicidade. É claro que às vezes eles passam por problemas, e devemos ser solidários nesses momentos. Mas existem pessoas que nascem de baixo-astral, sempre se queixando de tudo, só falando de problemas e tristezas. Se você conviver muito com pessoas assim, pode saber que vai ficar mal. Aliás, gente assim só gosta de se dar com pessoas como elas; quem, nascido com o DNA lá em baixo, vai suportar ser amiga de quem é feliz, otimista, que vive rindo e achando a vida boa?
E não falo só de amigos: se o seu tintureiro se queixa o tempo todo da vida, o professor de ginástica só conta desgraças, a faxineira, as doenças dela e da família inteira, troque, mesmo com dó e piedade. Você tem que se defender, e uma das maneiras é se afastar, fugir, não chegar nem perto.
Eu tive uma empregada que era excelente, e apesar de só se queixar e me contar histórias trágicas (e antigas) -como morreu a avó há 50 anos, a sobrinha que tinha um filho que estava preso, a irmã que pesava 110 quilos e era diabética (tudo com riqueza de detalhes)-, fiquei com ela durante anos, já que era uma ótima profissional. Mas um dia não deu mais. Fiz das tripas coração e a demiti, com todas as vantagens da lei e muitas outras, para me livrar da culpa. Mas fiquei pensando: será que ela vai encontrar outro emprego? E se não encontrasse, a culpa seria toda minha, que deveria ter sido mais paciente e tolerante, sabendo que a vida dela não era fácil etc. etc. Mas sabe aquele dia em que não dá mais?
Pois não deu; assumir minha culpa não foi fácil, mas o que era para ser feito foi feito.
Aí veio uma outra, que não deu muito pé, e antes que laços de amizade se fizessem, dispensei. E aí veio a terceira, e minha vida mudou. Em primeiro lugar, ela é uma pessoa de altíssimo astral. Bem casada, feliz com o marido, e com um sorriso -quando não uma gargalhada- o tempo todo. Quando ela veio pela primeira vez conversar comigo, me chamou logo de Danuza, não de dona Danuza. Como desde que me entendo por gente as empregadas chamam as patroas de dona, achei um pouco estranho, mas não tive nenhuma condição de pedir que ela me chamasse de dona. Afinal, isso não tem nada a ver comigo. E assim fomos indo: Danuza pra cá, Vanúzia (é o nome dela) pra lá, e a vida correndo não só bem, como cada vez melhor. Ela me elogia, diz que o cabelo novo ficou ótimo, e me confessou que adora Clodovil, Agnaldo Timóteo e não perde um show de Fagner, sua grande paixão. Tudo isso me faz rir, e de repente percebi que estava rindo o dia inteiro.
Ontem ela estava na área passando roupa, e de repente ouvi um som estranho. Fui ver e era ela, com o ferro na mão, cantando; cantando alto uma música que nunca ouvi, provavelmente do repertório de Alcione, e quando cheguei à área ela me abriu um grande sorriso e perguntou "quer um chazinho gelado? Você quase não toma água, e água faz bem, vou pegar um copinho para você". Largou o ferro e me trouxe um chá bem gelado, e eu vi o quanto eu era feliz de ter uma pessoa assim perto de mim. Uma empregada que canta e que na hora de ir embora me manda um beijo; tem coisa melhor?
Vanúzia vai levar um susto quando ler esta coluna; é capaz até de mandar emoldurar, mas ela merece, pela felicidade que me dá.
E descobri que felicidade e tristeza são tão contagiantes quanto o sarampo.

QUESTÕES:

1-Você concorda com Danuza Leão quando ela afirma em sua crônica que a mais importante forma de conquistar a felicidade é: "é tentar só ter como amigos gente com vocação para a felicidade.?" Mas isso é possível?

2-Comente a conclusão do texto em que ela diz: "Descobri que felicidade e tristeza são tão contagiantes quanto o sarampo."

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o protagonista é uma pessoa que reclama de tudo e de todos. Desenvolva bem o conflito. Utilize narrador-onisciente, em terceira pessoa.

2-Escreva uma dissertação ou uma crônica que tenha como tema a pergunta: O que é a felicidade?

3-Escreva um anúncio institucional combatendo o baixo-astral.

4-Escreva uma carta a um amigo, sem usar o seu nome verdadeiro , pedindo que reclame menos da vida porque está difícil aguentar conviver com ele dessa maneira.

5-Escreva um poema que tenha como tema: A Felicidade. Evite os clichês e procure utilizar uma linguagem metafórica, conotativa, poética.

sábado, 21 de março de 2009

PETROBRAS COBRA ALTO DO CONSUMIDOR

Folha de São Paulo
São Paulo, sábado, 21 de março de 2009


Petrobras diz que só reduz gasolina após recuperar perda
Empresa afirma que vendeu seus produtos com defasagem durante o pico do petróleo

Diretor admite que combustíveis estão mais caros no Brasil do que no exterior; consultorias estimam sobrepreço de até 30%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, reconheceu ontem que a estatal recupera atualmente perdas que acumulou no ano passado por não alinhar seus preços aos do mercado internacional e disse que só haverá uma redução dos valores que cobra pela gasolina e pelo diesel após recompor tal prejuízo.
"Estamos recuperando alguma coisa que tivemos de prejuízo porque a nossa política não é a de repassar [a alta do preço do petróleo] no curto prazo", afirmou o executivo, admitindo que a gasolina e o diesel são mais caros hoje no Brasil do que no exterior.
Costa afirmou ainda que, no ano passado, quando o petróleo bateu em US$ 147 o barril, a Petrobras vendia seus produtos com defasagem e acumulou perdas.
"Agora, estamos em um processo de recuperação. Na hora em que tivermos essa recuperação, vamos fazer o ajuste de preço [dos combustíveis]."
Segundo o executivo, os reajustes de 10% da gasolina e de 15% do diesel em maio de 2008 não foram suficientes para compensar a defasagem em relação aos altos preços internacionais até o terceiro trimestre do ano passado e em todo o período que ficou sem aumentos -entre 2005 e maio de 2008.
Desde outubro do ano passado, diz, as cotações do petróleo começaram a cair com força e a Petrobras atualmente pratica preços mais elevados do que no exterior. "Mas isso está dentro da nossa política de não repassar automaticamente os preços internacionais, de ajustar no longo prazo."
Em 2008, o petróleo sofreu desvalorização de 53,5% em Nova York. Desde o pico de US$ 147, em julho, até ontem, quando o barril fechou a US$ 51,06, o produto acumula queda de 65%.

Alta de 44%
Costa lembrou ainda que nos últimos dias o barril do petróleo está em alta, o que é um ingrediente a mais a ser analisado num possível ajuste de preço.
Desde o piso alcançado neste ano -de US$ 35,40, em janeiro-, o petróleo apresenta valorização de 44%.
Mesmo reconhecendo que os preços dos combustíveis estão mais altos no Brasil, Costa não quis dizer qual é a diferença nem dimensionar a perda acumulada pela empresa que está sendo recuperada.
Pelos cálculos de consultorias, a Petrobras vende atualmente em suas refinarias a gasolina entre 20% e 30% acima das cotações internacionais de referência. Segundo a Petrobras, o litro da gasolina custa, desde maio do ano passado, R$ 1,10 nas refinarias, sem impostos. O do diesel sai por R$ 1,33, também sem tributos.
Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar nesta semana que uma queda do preço da gasolina teria de ser discutida com a Petrobras -para evitar perdas à companhia e a redução da contribuição da estatal ao superávit primário-, o diretor disse que "não há interferência política" na definição dos preços.

QUESTÕES:

1-O preço internacional do petróleo sofreu uma queda significativa nos últimos tempos, mas a Petrobras mantém os preços da gasolina e do óleo diesel entre os mais altos do mundo. A justificativa da estatal é que, assim que recuperar as perdas, abaixará os preços. Dá para acreditar nisso?

2-Pelo texto, você conclui que o presidente tem autonomia para decidir o preço dos combustíveis ou quem decide é a Petrobras?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que tenha como protagonista um homem que foi preso por comprar gasolina no Paraguai, por ser mais barata.

2-Escreva uma dissertação a partir da questão: Pagamos muito caro pela gasolina e pelo óleo diesel, sem que haja razão para isso. Como explicar esse fato?

3-Escreva uma carta ao presidente da república pedindo a ele que interfira junto a Petrobras para que abaixe o preço do litro do óleo diesel. Assuma a identidade de um motorista de caminhão, que não está conseguindo pagar pelo preço do combustível nem aumentar o preço do carreto para compensar os gastos por causa da crise.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O PEIXE-ROBÔ



Foto Reuters

Folha on-line
20/03/2009
Cientistas desenvolvem peixe-robô que identifica poluição

da Reuters, em Londres

Pesquisadores britânicos desenvolveram modelos de peixe-robô para serem lançados ao mar na parte norte da Espanha, a fim de que eles detectem áreas poluídas.

Se nos próximos anos a emissão de dados dos cinco primeiros peixes robóticos tiver sucesso, a equipe de cientistas espera que eles sejam usados em rios, lagos e mares em todas as partes do mundo.

Peixe robótico tem conexão Wi-Fi e foi criado para identificar focos perigosos de poluição, em uma profundidade de até 1,5 metro
Cada peixe-robô custou US$ 29 mil. Eles imitam os movimentos dos animais reais, e são equipados com sensores químicos para "farejar" focos perigosos de poluição --como, por exemplo, vazamentos de óleo provenientes de navios-- e transmitir os dados por intermédio da tecnologia Wi-Fi.

Ao contrário de outros criados antes, que geralmente precisavam de controle remoto para funcionamento, os peixes-robôs feitos pelos cientistas britânicos são habilitados para navegação independente da interação humana.

Rory Doyle, um dos cientistas responsáveis pelo trabalho, disse que há boas razões para o desenvolvimento do robô, que funciona como um mini-submarino convencional.

Segundo os cientistas, o peixe robótico vai a uma profundidade marítima de até 1,5 metro.

QUESTÕES:

1-Você acredita que a invenção do peixe-robô vá contribuir para combater a poluição no mar e em rios?

2-O que falta para que a poluição seja combatida de fato em rios e no mar?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa que tenha como título: O Peixe-robô. Pode ser uma espécie de uma fábula, mostrando as dificuldades do peixe-robô para combater a poluição.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema a afirmação : Identificar a poluição sem combatê-la não traz nenhum resultado.

3-Escreva uma carta a um amigo contando a ele a sua ideia para combater a poluição em determinado lugar, usando um método simples e barato. Não se esqueça da interlocução.

4-Escreva uma narração em que o protagonista seja um robô que acabou de ser eleito presidente da república. A ação transcorre daqui a cem anos, em 2109.

5-Escreva um poema que tenha como tema os robôs.

quinta-feira, 19 de março de 2009

ESCÂNDALO NO SENADO



Alguns cargos de diretor muito estranhos descobertos no Senado, entre os 181 diretores: Diretor de Redação da Ordem do Dia, Diretor de Apoio Aeroportuário, Diretor da Subsecretaria de Anais, Diretor da Coordenação de Rádio de Ondas Curtas, Diretor de Visitação, Diretor de Autógrafos.

Outro fato muito estranho: Em janeiro, mês de recesso no Senado, pagaram hora-extra para 3.883 servidores, num total de R$ 6,2 milhões. O Senado possui 6.500 servidores, entre comissionados e concursados, para servir a 82 senadores.

Mais um absurdo: O presidente do Senado José Sarney está sendo acusado de manter seguranças do Senado guardando propriedades suas no Maranhão. O fato de serem particulares já é grave. Só que há um detalhe mais horripilante; Sarney é senador pelo Amapá e não pelo Maranhão.

QUESTÕES:

1-Como você analisa o escândalo do Senado?

2-Você acredita que o Senado passará por um processo de moralização ou ficará tudo na mesma? Justifique.

3-Você sabe quem paga a conta por despesas tão altas com senadores, diretores e servidores? Diga quem paga, com todas as letras.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma carta argumentativa ao presidente do Senado, José Sarney, exigindo que ele promova a moralização do Senado Federal, com a máxima urgência, convocando para isso uma auditoria isenta.

2-Escreva uma narrativa em que um diretor do Senado, que ocupava um cargo de nome estranho, conte tudo que viveu lá dentro e que não era divulgado pela imprensa. Trata-se de um texto de ficção, mas qualquer semelhança com a realidade pode não ser mera coincidência.

3-Escreva uma dissertação que tenha como tema: "O Senado vale tanto quanto recebe?"

quarta-feira, 18 de março de 2009

SÃO PAULO SUBMERSA


Foto de José Patrício/AE

Manchete do Jornal da Tarde de hoje:

"A Capital Está Preparada Para Enfrentar as Enchentes"

Essa foi a declaração feita pelo prefeito Gilberto Kassab, ao lançar o Programa Antienchente, em 10 de novembro de 2008.

São Paulo ficou ilhada em inúmeros trechos, durante horas, na última terça-feira, dia 17. Houve cerca de 90 pontos de alagamento, carros submersos, pessoas passando mal e sendo socorridas pelos bombeiros com botes salva-vida. A cidade parada. Esse foi o quadro durante horas na capital.

QUESTÕES:

1-Comente a declaração do prefeito de São Paulo que virou manchete.

2-O que deveria ser feito para evitar que as enchentes continuem ocorrendo e deixando grande parte da população ilhada?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A DEMAGOGIA DOS POLÍTICOS.

2-Escreva uma carta ao prefeito de Sâo Paulo Gilberto Kassab contestando a afirmação dele de que "Sâo Paulo está preparada para enfrentar as enchentes."

3- Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conte o seu drama de ter ficado horas preso no seu carro em uma avenida inundada em São Paulo, quase morrendo afogado. Enfoque também o desespero de algumas outras pessoas que estão próximas a ele.

terça-feira, 17 de março de 2009

O PAPA CONTRA A CAMISINHA


´
QUESTÕES:

1-Comente o vídeo acima.

2-~Você concorda com as idéias do Papa Bento XVI? Justifique.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação a partir da colocação do Papa Bento XVI afirmando que a distribuição de preservativos só agrava o problema na África, onde já morreram milhões de pessoas vítimas da doença.

2-Escreva uma carta a um jornal criticando as ideias do Papa Bento XVI condenando o uso de preservativos.

3-Escreva uma narrativa em que o protagonista contraiu Aids por não usar preservativo nas relações. Utilize narrador-onisciente.

4-Escreva uma crônica que defenda a abstinência sexual antes do casamento. Pode ser um texto sério, se você concordar com o papa, ou irônico, se você discordar dele.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O FORA VIRTUAL


Imagem do blo www.1.bp.blogspot.com



Folha de Sâo Paulo- Folhateen

São Paulo, segunda-feira, 16 de março de 2009


comportamento

Pé na bunda on-line
Na hora de terminar namoro, adolescentes apelam para ferramentas da internet e evitam o cara a cara

Eduardo Anizelli/Folha Imagem

ANDERSON SANTIAGO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Marcar um encontro amoroso pela internet hoje não é novidade diante de tantas ferramentas virtuais que facilitam a vida social, como o Orkut, o Twitter, o Facebook e os já velhos conhecidos programas de e-mail e de mensagens instantâneas.
E, já que tudo pode se iniciar com um simples contato via web, por que seria diferente na hora de terminar um namoro?
Uma pesquisa da loja virtual de presentes Lovehearts (lovehearts.com) confirmou que a nova geração está mesmo usando a internet também para dar um fora (ou levar um).
Jovens de até 30 anos responderam a um questionário on-line sobre como lidam com seus relacionamentos no mundo virtual.
O resultado mostrou que 20% da galera entre 22 e 30 anos já fizeram uso de algum mecanismo virtual para terminar um relacionamento.
Já entre os menores de 21, o número é ainda maior: 48% já deram ou levaram um pé na bunda on-line.
Apesar de informal, a pesquisa revelou a tendência de que a internet, aliada à força que têm as comunidades virtuais, está transformando o modo de os jovens se relacionarem não apenas quando querem conhecer gente nova ou começar um namoro. A facilidade com que se pode dispensar alguém virtualmente sem ter de enfrentar todo aquele "gelo" do momento agora faz parte da dinâmica da fase mais difícil da relação.

Conversa de oito horas
Raquel Faila, 23, tinha um relacionamento de idas e vindas, em que a proximidade era mantida por meio da internet.
"Como a gente sempre tinha pouco tempo para se ver, MSN e e-mails faziam parte do nosso namoro", diz.
Só que a internet acabou se tornando o único meio de interação do casal, até que eles decidiram se encontrar pessoalmente com mais frequência.
"Nossos encontros ao vivo não eram legais. O resultado: terminamos tudo pela internet, numa conversa que durou mais de oito horas. Foi a primeira vez que discutimos a relação daquele jeito, em mais de cinco anos."
Com Ariane Almeida, 14, foi diferente. Depois de ver uma suspeita de traição no perfil do namorado no Orkut, ela terminou tudo via MSN.
"A gente estava junto há quatro meses e, depois das férias, eu não aguentei ver que ele estava com outra. Terminei tudo pela internet mesmo, foi mais rápido e fácil."
Analisando as diferenças entre a internet e o cara a cara, na hora de dar ou receber um pé na bunda, ela não hesita.
"Se eu for dar um fora, prefiro que seja pela internet, assim não preciso ficar sabendo o que o outro está sentindo ou pensando. Já se eu for tomar um, é melhor que seja pessoalmente, assim eu posso me defender."
Renato Pinhel, 21, já esteve no papel de vítima. Assim que viajou para fazer intercâmbio, numa conversa via webcam, foi surpreendido com um fora.
"Achei que isso poderia ter sido feito por telefone ou ao vivo, antes da viagem. Eu fiquei totalmente sem reação, não sabia se quebrava a tela do computador ou se pegava o primeiro avião de volta para o Brasil."
Sobre a dolorida forma virtual de se terminar um relacionamento, comenta: "Foi muito insensível. Cruel mesmo".
Depois de um mês "ficando" a sério, Aline de Matos, 18, decidiu levar o novo namorado para conhecer sua família, durante a festa de Ano Novo.
"Não sei o que aconteceu, se ele não gostou da minha família, mas, no mesmo dia, ele terminou comigo por MSN."
Aline ficou desnorteada. "Foi muito desagradável. Por que ele não mostrou consideração e veio terminar tudo pessoalmente antes?"

Fugindo da hora difícil
Antonio Carlos Pereira, psicólogo e professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), considera terminar um namoro pela internet uma forma de evitar o enfrentamento.
"Isso é prático. As pessoas procuram soluções fáceis em que se comprometam pouco."
Magdalena Ramos, terapeuta na área da família e professora da PUC-SP, confirma a tendência: "Como os adolescentes querem escapar cada vez mais de situações difíceis e necessárias, eles vão se utilizar da internet para tudo, expressando o mínimo de sentimentos".
As consequências podem não ser boas para ambas as partes. Ramos diz que, apesar do alívio de não ter de lidar com as reações da outra pessoa, quem dá o fora perde por não se permitir saber o que poderia sentir, de fato, com a ruptura.
De acordo com Pereira, mais complicado é para quem recebe a notícia do fim. "Numa relação a dois, tem de existir o espaço para a pessoa soltar seus sentimentos. Na situação on-line, não há isso."
Se, naquele momento de raiva, a internet for a primeira alternativa que vier à cabeça na hora de pôr um fim na relação, uma conversa frente a frente pode deixar ambas as partes mais tranquilas.
"Terminar um namoro só pela internet é extremamente impessoal e frio. Se houver uma conversa depois, talvez a situação possa ficar mais clara", diz Pereira.
"Não podemos nos esquecer de que a melhor forma de lidar com nossas emoções é a real, não a virtual", completa.

QUESTÕES:

1-Como você encara a ruptura de um namoro utilizando uma ferramenta da Internet?

2-O mundo virtual está invadindo demais o mundo real?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narração cujo protagonista seja uma garota que recebeu um fora do namorado pela Internet. Utilize narrador-personagem ou narrador-onisciente.

2-Escreva uma carta (não vale e-mail) reclamando do namorado(a) por ter encerrado o namoro de forma virtual.

3-Escreva uma dissertação que tenha como o tema: O mundo virtual não substitui o real.

domingo, 15 de março de 2009

O PERIGO DOS ANABOLIZANTES



Estado de S.Paulo Jornal da Tarde Portal Estadao


Domingo, 15 março de 2009

Uso de anabolizante triplica
Levantamento do Cebrid indica que 1,2 milhão de jovens em 108 cidades,
inclusive a capital, fazem uso de esteroides, injetáveis ou em pílulas

FERNANDA ARANDA, fernanda.aranda@grupoestado.com.br

Não foi a maconha, o crack ou a cocaína. O anabolizante é a droga que mais ganhou espaço entre os jovens, mostra levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid). O uso de esteroides, injetável ou em pílulas, triplicou na população. O crescimento fez a ciência destinar mais pesquisas sobre a substância que aumenta os músculos e coloca em risco à saúde. Os novos resultados revelam até mesmo ligação do produto com a violência.

Em 2001, 540 mil brasileiros admitiram o uso das chamadas ‘bombas’, número que passou para 1,2 milhão nos últimos dados do Cebrid, colhidos em 108 cidades com mais de 200 mil habitantes, incluindo São Paulo. Isso indica que quase 1% de todos habitantes do País está sujeito a ser mais violento, já que estudo apresentado semana passada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de SP (USP) atestou que o anabolizante estimula a agressividade, além de diminuir a capacidade do cérebro de inibir comportamentos tidos como inapropriados (leia mais ao lado).

“O trabalho foi feito em camundongos, que têm sistema genético muito parecido com o dos humanos”, explica a pesquisadora Silvana Chiavegatto, orientadora da pesquisa. “Na região do córtex (frente do cérebro), responsável por inibir a postura agressiva, os danos causados pelo uso do anabolizante foram de 66%.”

Não é apenas o dano cerebral que induz a violência. A maior parte dos usuários desta droga está reunida em academias, em frente ao espelho puxando ferro, em busca de uma aparência musculosa, conseguida em pouco tempo com ajuda dos esteroides. A força trazida pela nova forma tem impacto direto nas atitudes. Quem era “mirradinho” passar a ser o “fortão”. A autoconfiança e a nova ideia de poder incentivam as brigas, explica a farmacêutica do Cebrid, Solange Aparecida Nappo. “Apesar de não ser uma droga que provoca dependência química, entrevistamos 60 meninos usuários, de 16 a 24 anos, e todos apresentavam os sinais clássicos do vício”, conta Solange. “Eles reduziam todo repertório de vida à malhação, só falavam de academia, competiam para ver quem tinha o bíceps maior, ficavam afastados da família e amigos e suportavam qualquer sequela para atingir o objetivo de ficarem maiores.”

A dependência psicológica do anabolizante, que é acompanhada de uma obsessão pela aparência, tem um nome. É o “Complexo de Adônis”, deus grego que representa a beleza masculina. Mas o usuário de esteroide é um Adônis doente, impotente, infértil, com saco escrotal reduzido ao tamanho de uma azeitona e à beira de um colapso no coração, como evidenciou trabalho científico do Instituto Dante Pazzanese. Foram estudados seis jovens que enfartaram antes dos 30. Em comum, todos eram usuários das ‘bombas’.

“É um produto altamente perigoso, que provoca danos cardíacos e câncer no testículo e fígado. Mata, aleija e causa danos irreversíveis”, ressalta o cardiologista Nabil Gorayeb. “O anabolizante precisa ser combatido como o tráfico de drogas”, afirma o médico.

Era para ser um medicamento, vendido com receita controlada, e prescrito para casos raros de falência muscular, em especial idosos. “O padrão estético provocou um aumento assustador do uso indiscriminado. Um mercado negro foi constituído para uma indústria que movimenta milhares de dólares”, diz o fisiologista da Unifesp Daniel Venâncio.

QUESTÕES:

1-A partir da leitura da matéria, responda: Por que aumentou tanto o uso de anabolizantes entre os jovens?

2-O que é o "Complexo de Adônis"?

3-Será que os usuários de anabolizantes têm consciência do perigo que eles representam para a saúde?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Anabolizantes: A força efêmera e a fraqueza permanente.

2-Escreva uma crônica que responda à pergunta: Vale a pena usar as chamadas "bombas" para ganhar músculos?

3-Escreva uma narrativa em que o protagonista era usuário das "bombas". Conte as consequência da utilização dela para a saúde do personagem. Utilize narrador-onisciente.

4-Escreva uma carta argumentativa a um amigo relatando por que passou a usar anabolizantes , aconselhando o amigo a não fazer o mesmo.

5-Crie uma charge e uma tira que tenham como tema os anabolizantes.

sábado, 14 de março de 2009

DEZ PROPOSTAS TEMÁTICAS

1-O número de bibliotecas e de livrarias no país é muito pequeno em relação aos países desenvolvidos e mesmo em relação a outros países da América Latina, como a Argentina e o Chile. Escreva uma dissertação que tenha como tema: A importância da leitura como fator de transformação social.

2-A manchete da Folha de Sâo Paulo de hoje traz: "Indústrias de SP fecham 237 mil vagas em 5 meses". Escreva um texto argumentativo que não exceda vinte linhas, analisando o que isso representa e quais consequências que poderão advir desse fato.

3-Durante a semana, a ONU(Organização das Nações Unidas) afirmou em encontro da Comissão de Narcóticos das Nações Unidas que pretende eliminar o uso de drogas no mundo até 2019. Escreva uma dissertação opinando sobre o tema. A questão é: É possível eliminar o uso de drogas? De que maneira?

4-É possível explicar o comportamento do jovem alemão que esta semana matou 16 pessoas, a maioria alunos e professores da escola em que estudou? E seria possível evitar a tragédia? Disserte sobre o tema.

5-Escreva uma narrativa que tenha como título: O Inimigo. O narrador deve ser onisciente, em terceira pessoa.

6-Escreva uma narrativa que transcorra no ano de 2029 e que se passe em uma metrópole brasileira. Utilize narrador-personagem.

7-Escreva uma narrativa que tenha como tema o Bullying, que é a prática violenta, tanto física quanto psicológica, contra colegas de trabalho e de escola. O narrador-personagem conta como foi vítima de bullying e a maneira que encontrou para se livrar dele.

8-Escreva uma dissertação que tenha como tema: "Como evitar o bullying?"

9-Escreva uma carta argumentativa a um jornal abordando um tema de interesse da comunidade.

10-Escreva um poema que tenha como tema O Espelho.

sexta-feira, 13 de março de 2009

A VIOLÊNCIA EM QUESTÃO



Cartaz de campanha contra a violência da Secretaria de Saúde do Maranhão

Estado de S.Paulo Jornal da Tarde Portal Estadao
Sexta-feira, 13 março de 2009
CIDADE

Bairros reagem contra arrastões em condomínios
Conselhos de Segurança planejam mais cursos para porteiros, fazem pressão para que a polícia prenda suspeitos e cobram participação de moradores

CAMILLA HADDAD, camilla.haddad@grupoestado.com.br

A onda de arrastões em prédios de classe média da capital provocou a mobilização nos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). Com medo de novos ataques das quadrilhas, presidentes das entidades têm organizado reuniões extras, entregado cartilhas de segurança aos moradores e funcionários e já pensam em formar mais grupos de porteiros para serem treinados pela PM.

Desde janeiro, foram registrados sete casos de arrastão na cidade. Os mais recentes ocorreram no último final de semana, na Rua Coronel Oscar Porto, no Paraíso, zona sul, e na Rua Rangel Pestana, no Brás, região central. O presidente do Conseg do Paraíso, Douglas Melhem Filho, afirmou que no prédio onde ele mora, a empresa responsável pela parte de segurança foi chamada para fazer um “aprimoramento” nos equipamentos, entre eles as câmeras.

Com a orientação do conselho, pedidos como esse têm sido comuns em outros edifícios do bairro.

Segundo Melhem Filho, o assalto na Oscar Porto não chegou a ser surpresa. “Já era uma preocupação nossa e agora ficou pior. Vamos discutir nas reuniões”, diz. Outra política adotada no Paraíso é manter um sistema interativo - com conversas diárias com a Polícia Civil para cobrar a prisão de suspeitos. No dia do crime, oito assaltantes foram detidos, mas dois conseguiram fugir. Para o presidente do Conseg, os moradores têm de se tornar guardiães de seus condomínios, sendo fundamentais na educação de porteiros. “No meu prédio, se aparecer um fiscal da Receita Federal com crachá, não entra”, garante. “E isso é resultado do trabalhos dos moradores com funcionários.”

José Luis Bráz Leme, presidente do Conseg da Consolação, afirma que a pauta da próxima reunião, dia 31 deste mês, é arrastão em condomínios. “Estamos preocupados e existe, sim, uma mobilização. Nossa região pega a Avenida Paulista, Higienópolis e Vila Buarque, onde há muitos prédios”, diz. Segundo Leme, os síndicos serão orientados com mais frequência. “Infelizmente as pessoas estão preocupadas com o dia a dia e se tornam desatentas”, afirma.

No chamado ‘trabalho de formiguinha’, no Conseg da Lapa, a presidente Maria Vargas mantém um “programa de segurança condominial”. Em sua rotina diária, ela distribui cartilhas com dicas aos moradores. “Fiz 5 mil e já distribuí cerca de 2 mil exemplares.” Agora, ela quer reeditar o encarte com orientações sobre arrastões. “É preciso adaptar a cartilha”, diz

Também está nos planos de Maria convocar moradores para uma reunião. “As pessoas que moram em prédio não conhecem seus vizinhos, e isso tem de mudar, têm de trocar informações. Depois acontece algo e a culpa é sempre do porteiro”, rebate. No próximo encontro, um coronel da PM na região irá conversar com os moradores.

Aumentar o número de porteiros treinados é uma das metas de Sérgio Lucon, presidente do Conseg Monções, na região do 96º Distrito Policial (Brooklin), zona sul. “É muito fácil entrar num condomínio. É preciso uma conscientização para minimizar isso”, diz. Segundo Lucon, no final do ano passado, grupos de porteiros de prédios da região foram treinados no 12º Batalhão (Aeroporto). “Mas tem síndico que prefere não mandar (para o curso) para não ficar sem o funcionário”, diz.

Nos Jardins, a presidente do Conseg, Maria Thereza Cabral, diz que já ganhou até prêmio por treinamento de porteiros. “Pretendemos fazer um novo nesse mesmo esquema. São quatro noites de curso.”

CRONOLOGIA

11/01/2009
Um prédio na Alameda Lorena, nos Jardins, é alvo de arrastão

10/01/2009
Ladrões entram em um condomínio de casas na zona norte

08/01/2009
Um prédio na Rua João Annes, na Lapa, zona oeste, é invadido

21/02/2009
Três apartamentos de um prédio na Rua Piauí, em Higienópolis, região central, são roubados

02/03/2009
Um prédio na Rua Piracuama, em Perdizes, na zona oeste, é invadido. Um dos bandidos é morto em suposto tiroteio

10/03/2009
Dois prédios são invadidos na mesma noite: um na Rua Coronel Oscar Porto, no Paraíso, e outro na Rua Rangel Pestana, Brás

DICAS

Ao contratar funcionários para os prédios, é preciso pedir a ficha criminal da pessoa, duas referências de antigos empregos e uma apresentação de cursos

Se câmeras estiveram quebradas, de nada vai adiantar o trabalho dos funcionários. É necessária uma observação constante dos equipamentos

Ao entrar e sair do prédio, tanto porteiro quanto moradores devem verificar se não há estranhos ou suspeitos nas proximidades

Ao abrir a porta da garagem, o porteiro deve observar se há pessoas suspeitas no carro. Já os moradores devem abaixar o vidro e se identificar. Outra dica é nunca deixar chaves na portaria

Listas com telefones de emergência devem ser fixadas em pontos estratégicos do condomínio

Muita atenção com os controles remotos de garagem colocados no espelho superior do carro. Eles podem ser furtados

O morador deve descer para receber encomendas ou prestadores de serviços. Se não puder acompanhar o visitante na saída, deve avisar a portaria

Porteiro não pode liberar um visitante, mesmo conhecido, sem cadastro no prédio e o aval do morador. Até os empregados domésticos devem ser cadastrados

AS FALHAS

A hora de retirar o lixo do prédio rua é uma dos mais delicadas. É comum o portão da garagem permanecer aberto, o que pode facilitar um ataque de bandidos. O ideal é que todo o lixo seja colocado em um carrinho e retirado em poucas viagens, sempre com outro funcionário dando apoio ao faxineiro

A falta de portarias para visitantes e moradores é uma falha comum em condomínios. O correto é que o prédio tenha entradas separadas, com gaiolas. Em caso de pânico, um dos portões é bloqueado e a pessoa fica ‘presa’

É comum nos prédios as câmeras de segurança estarem voltadas apenas para a portaria, quando deveriam focalizar também a rua. As cercas elétricas também devem ser altas

A ARQUITETURA

Arbustos costumam atrapalhar a visão do porteiro. Na maioria das vezes, as plantas crescem nas grades do imóvel e impedem que o funcionário tenha uma visão panorâmica da rua. Árvores de grande porte também não são recomendadas nos condomínios. Elas devem ser podadas e, se estiverem na rua, a Prefeitura deve ser chamada

Portarias recuadas também não são indicadas. O porteiro acaba isolado naquele espaço e perde a noção do que ocorre em volta do prédio. Muitas vezes, o funcionário tem dificuldade em enxergar quem está do lado de fora e deseja entrar no edifício

A abertura do portão da garagem deve ser feita em dez segundos no máximo. Porém, alguns imóveis deixam a garagem aberta por mais tempo, o que pode causar a invasão de uma quadrilha. Esse portões também devem ter o sistema gaiola, com mais de uma grade para o carro passar.

QUESTÕES:

1-Os Conselhos de Segurança (Consegs), que existem em alguns bairros de São Paulo e de cidades interior, conseguirão diminuir a violência que a cada dia está maior?

2-Você se sente seguro na cidade onde mora?

3-Qual a responsabilidade do poder público no crescimento da violência?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narração em que o protagonista foi vítima de um assalto ou sequestro relâmpago.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A VIOLÊNCIA NO BRASIL ESTÁ BANALIZADA. COMO COMBATÊ-LA?

3-Escreva uma carta a uma autoridade exigindo providências contra a violência.

4-Escreva um anúncio institucional conclamando a sociedade a combater a violência.

5-Escreva um texto dissertativo com base na afirmação do cartaz acima.

quinta-feira, 12 de março de 2009

O DIREITO DE RECLAMAR

Estado de S.Paulo Jornal da Tarde Portal Estadao


Quinta-feira, 12 março de 2009
ECONOMIA

Telefonia é a maior queixa dos leitores
Entre as cinco primeiras empresas estão quatro do setor de telefonia fixa e móvel


Mudou o ano, mas os problemas da maioria dos leitores da coluna Advogado de Defesa continuam parecidos: entre os cinco primeiros colocados no levantamento, quatro são empresas de telefonia fixa ou celular. A Telefônica encabeça a lista com 53 cartas de reclamação. Em segundo lugar vem a Net com 21 cartas. Na sequência, em terceiro e quarto lugares respectivamente, vêm duas empresas de telefonia móvel: TIM (17 cartas) e Claro (15 cartas). E em quinto lugar está a Vivo, com 12 cartas, dividindo a posição com as empresas Fiat e Samsung, que também tiveram 12 cartas cada uma.Os dados são referentes ao período de 21 de dezembro de 2008 a 20 de janeiro deste ano e todas as empresas de telefonia citadas responderam no prazo.

Os dados da coluna do JT refletem as queixas dos consumidores Brasil afora, uma vez que no banco de dados do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça - composto por dados de Procons de todo o País - o setor também é um dos mais reclamados.

As principais queixas dos clientes das empresas de telefonia são sobre problemas com contratos, falhas na prestação de serviços e no atendimento, cobrança indevida, dificuldade para cancelar linha, problemas com serviços de internet e erro na cobrança ou dificuldade para entender valor cobrado nas faturas.

Sem resposta

Há, porém, empresas que recebem poucas reclamações de consumidores e, mesmo assim, não respondem nenhuma das cartas enviadas no período, deixando os consumidores a ver navios. É o caso de Ford (4 cartas), Gol (3), Saraiva (4) e Wal-Mart (7). A GM deixou de responder 45% das 11 cartas recebidas e a Nokia deixou sem resposta 43% das 7 reclamações enviadas por clientes da marca.
QUESTÕES:
1-Comente esta matéria.

2-Na sua opinião, por que as empresas de telefonia lideram as reclamações dos leitores e consumidores?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o protagonista é um consumidor vítima dos péssimos serviços de uma empresa.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: O cliente nem sempre tem a sua razão reconhecida pela empresa.

3-Escreva uma carta a um diretor de uma empresa reclamando do serviço.

4-Crie uma tira sobre o tema.

5-Escreva uma crônica reclamando do assédio telefônico de algumas empresas através do serviço de telemarketing.

quarta-feira, 11 de março de 2009

A HORA E A VEZ DOS SUPERPORTÁTEIS



Folha Informática

São Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2009


Poder na mão
Aparelhos móveis ganham potência e ajudam mercado a enfrentar a crise, que mostra seus efeitos até no maior palco internacional para a tecnologia, a Cebit, que terminou domingo na Alemanha

FELIPE MAIA
ENVIADO ESPECIAL A HANNOVER

Netbooks e smartphones são a salvação de uma lavoura em crise. O cenário ficou evidente durante a Cebit, maior evento de tecnologia do mundo, que acabou no domingo passado, em Hannover, na Alemanha, e também mostrou que sofre os efeitos dos dramas que afetam a economia mundial.
Com 1.545 expositores a menos em relação a 2008, a feira viu brilhar a área dos equipamentos superportáteis. Pequenos, mas com a capacidade de conectar seus usuários ao mundo, esses aparelhos despontam como os encarregados da tentativa de segurar os índices de crescimento dos mercados de celulares e micros em 2009.
Os netbooks começam a reduzir a diferença de potência em relação aos irmãos mais velhos, os notebooks. As vendas desse produto devem crescer cerca de 80% neste ano, de acordo com o instituto Gartner.
Fabricantes de smartphones apostam em armazenamento, principalmente no que se refere a mídias digitais, como música e vídeo. E a tela sensível ao toque, popularizada pelo iPhone, da Apple, virou regra.

O jornalista FELIPE MAIA viajou a convite da Hannover Fairs do Brasil

QUESTÕES:

1-Analise o título da reportagem: O poder na mão.

2-Como explicar que, em plena crise econômica mundial, os netbooks e os smartphones façam tanto sucesso?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem seja viciado em smartphones ou netbooks. Trabalhe o conflito.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: É possível viver hoje sem os equipamentos superportáteis que vêm surgindo no mercado?

3-Escreva uma carta a um amigo relatando a sua emoção por ter ganho do seu pai o primeiro smartphone.

terça-feira, 10 de março de 2009

A DECISÃO SENSATA DE OBAMA


Células-tronco embrionárias.

Folha de São Paulo

São Paulo, terça-feira, 10 de março de 2009


Obama promete não interferir na ciência
Ao derrubar restrição ao estudo de células-tronco, presidente diz que baseará sua política em pesquisas reconhecidas

Democrata assina ordem que "proíbe" uso de critérios ideológicos na distribuição de verba e na escolha de nomes para cargos técnicos

Larry Downing/Reuters

Barack Obama cumprimenta o deputado parapléglico Jim Langevin após assinar ordem executiva sobre célular-tronco na Casa Branca

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Na sequência de canetadas com as quais vem revertendo as posições mais polêmicas de seu antecessor, o presidente Barack Obama assinou ordem executiva que derruba decisão de George W. Bush que proibia fundos federais de serem usados em novas pesquisas com células-tronco embrionárias, implantada em 2001.
A proibição era um dos símbolos da Era Bush e vinha sendo criticada amplamente pela comunidade científica. O republicano se alinhava a grupos religiosos ao impedir que dinheiro público fosse usado nesse tipo de pesquisa, que em geral destrói embriões descartados em clínicas de fertilização, prática considerada semelhante ao aborto pelos críticos.
As células-tronco embrionárias são capazes de se transformar praticamente em qualquer tipo de tecido humano. A maior parte da comunidade científica defende que a pesquisa pode vir a ajudar em tratamentos para diabetes, doenças degenerativas como mal de Parkinson e, nas hipóteses mais otimistas, reverter paralisia por lesão na medula espinhal.
"Muitas pessoas cuidadosas e decentes têm conflitos ou se opõem fortemente a esse tipo de pesquisa. Eu entendo suas preocupações, e nós devemos respeitar seu ponto de vista", disse Obama, ao assinar a ordem, sob aplausos, para então afirmar: "Mas nós devemos tomar decisões científicas baseadas em fato, não ideologia".
No mesmo ato, Obama reforçou sua posição contra pesquisas com clonagem reprodutiva, já proibida nos EUA: "Vamos assegurar que nosso governo nunca abra a porta para o uso de clonagem para reprodução humana. Isso é perigoso, profundamente errado e não tem lugar em nossa sociedade".
Assinou ainda ordem executiva que restaura o que chamou de "integridade científica". Pela determinação, decisões do governo dos EUA relacionadas a fundos para pesquisas ou contratações no setor não podem levar em conta ideologia ou orientação religiosa -outra crítica constante à administração Bush era quanto à politização do uso dessas verbas.
O sucessor do republicano não detalhou, no entanto, como fará para evitar que esse tipo de discriminação aconteça em sua gestão ou mesmo para que não ocorra discriminação reversa -que as verbas agora passem a ser destinadas apenas a cientistas vistos como progressistas.
Ao anunciar a suspensão do veto, uma de suas promessas de campanha, Obama lembrou um dos militantes mais conhecidos da chamada causa embrionária, o ator Christopher Reeve (1952-2004), famoso pelo papel-título na cinessérie "Super-Homem", que ficou paralítico após queda de cavalo.
A ação foi aplaudida por militantes como o ator Michael J. Fox, paciente de Parkinson, e Nancy Reagan. "Devemos fazer tudo em nosso poder para achar cura para essas doenças -e logo", disse a ex-primeira-dama, mulher do republicano Ronald Reagan (1981-1989).
A oposição foi igualmente acalorada. Para Christopher Smith, deputado federal republicano por Nova Jersey, Obama é o "presidente do aborto". Em protesto em frente à Casa Branca, ele se uniu a um grupo chamado "Mães dos Flocos de Neve", termo usado para bebês nascidos a partir de embriões descartados por clínicas.

QUESTÕES:

1-Como você analisa a decisão do presidente norte-americano Barack Obama de derrubar o veto do governo Bush à utilização de verbas federais em pesquisas com células-tronco embrionárias?

2-A ciência deve se basear em dogmas religiosos para desenvolver as suas pesquisas?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma narrativa em que o protagonista foi salvo pela utilização de células-tronco embrionárias no seu tratamento. Evidencie o conflito que ocorreu antes de se chegar ao desfecho.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: Por que impedir pesquisas com células-tronco embrionárias?

segunda-feira, 9 de março de 2009

COMO EVITAR "PAGAR MICO" ?


Foto retirada do site www.rodrigostoledo.com.br
Folha de Sâo Paulo
Folhateen
São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

comportamento

Ai que mico!
Adolescentes contam quais são as coisas que seus pais fazem e que os deixam sem graça


JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ter vergonha de atitudes dos pais é algo por que todo mundo já passou.
Blogs e comunidades on-line estão repletos de queixas de jovens envergonhados. Personagens de desenhos animados que satirizam a vida cotidiana habitualmente fazem graça com o fenômeno.
Bart e Lisa Simpson, por exemplo, costumam ser vítimas dos foras dados por seus pais. E nem os próprios pais escapam. Se você perguntar aos seus, eles provavelmente terão uma boa história para contar sobre o dia em que seus avós quase os mataram de vergonha.
O maior incômodo para muitos adolescentes, como Andreas Cícero, 17, acontece quando os pais resolvem contar, na frente dos amigos, episódios da época em que ele era uma criança. "Eles contam histórias do meu passado negro", diz, conformado e com humor.
Para desespero dos jovens, os relatos podem ainda vir acompanhados de fotos ou vídeos. Esse é o temor de Nataly Mendes, 17. Quando sua mãe engata uma animada conversa com seu namorado, Lucas Previero, 16, vem a preocupação.
"Acabam surgindo histórias de quando eu era pequena. Ainda bem que nunca tiveram a ideia de mostrar os vídeos", conta, aliviada.
Lucas, que adora jogar futebol, também já passou por algumas situações constrangedoras, como quando o "paizão" resolveu dar aquela força durante um jogo. "Eu não estava jogando bem e ele ficava na arquibancada gritando para me incentivar."
Para os dois namorados, no entanto, o que mais causa constrangimento é quando os pais falam sobre sexo na frente de outras pessoas. A mãe de Nataly costuma comentar que conversa com a filha sobre o assunto. Já o pai de Lucas costuma lhe fazer perguntas sobre sexo na presença de amigos. E os dois morrem de vergonha.

Apelidos e recados
Mônica Ribeiro, 15, sofre com os recadinhos que sua mãe, que também é usuária do Orkut, deixa em sua página.
Eles vão desde lembretes para que ela não se esqueça de afazeres diários a broncas em garotos mais assanhados.
Certa vez, um pretendente quatro anos mais velho postou uma cantada no perfil de Mônica. Sua mãe logo lhe mandou uma resposta pelo site: "Pare de falar com minha filha, ela é uma criança", conta a adolescente, rindo.
Fazer ou dizer coisas que sugiram que os filhos ainda são crianças fazem parte da lista de reclamações.
Frases como "Te carreguei no colo" ou "Você nem saiu das fraldas ainda" acabam com o dia de qualquer adolescente.
Apelidos carinhosos depois de uma certa idade também não são muito bem aceitos.
A estudante Amanda Rangel, por exemplo, ganhou de sua avó o apelido fofo de Zuzu quando era pequena. Hoje com 15 anos, Amanda não sabe onde se enfiar quando a matriarca da família resolve chamá-la dessa forma em público.
"Uma vez eu estava experimentando roupas em uma loja lotada e ela disse, bem alto: "Ai Zuzu, essa é bonitinha'". Amanda quis se esconder no provador e por lá ficar.
O estudante Pedro Andrade, 16, também não gosta quando recebe mimos ou ouve gracinhas na frente dos amigos.
"Tá saindo com alguém?" ou "Muitas garotas?" são perguntas frequentes da mãe, que, segundo Pedro, "tira uma de mulherengo" com ele.
Segundo Pedro, certas vezes os pais querem se enturmar, mas exageram e acabam dando vexame. Falar gírias, alugar os amigos dos filhos e dançar em festas são alguns dos comportamentos que podem deixar os jovens sem graça.
Levar broncas na frente dos amigos sempre deixa a estudante Stephany Avelino, 16, bastante envergonhada.
Embora os pais não percebam, o momento também é bastante desagradável para os amigos. "Às vezes você vai na casa de alguém e os pais começam a brigar com os filhos. Dá vontade de sumir", afirma.

Sem querer
Priscilla Ferreira, 14, no entanto, acha que muitos adolescentes não se importam com as "corujices" ou foras dos pais. "É muito relativo. Eu, por exemplo, não vejo problema." Ela acredita que o embaraço diminua à medida que a idade aumenta. Até um ano atrás, ela ficava sem graça quando sua mãe interferia em suas roupas, por exemplo. "Acho que é pior quando a gente é mais nova."
Seis anos mais velha, Natalia Gimenez, 20, também não liga tanto para esses episódios como acontecia há alguns anos. "Fico menos encanada."
Para o psicólogo e professor da PUC de São Paulo Ari Rehfeld, os jovens ficam constrangidos com mais frequência, pois "estão no processo de construção de identidade e estão mais suscetíveis a julgamentos, especialmente na frente de seu grupo".
Buscar na escola ou nas festas, pedir satisfações e cobrar deveres por vezes deixam os filhos vermelhos de vergonha. "Há certos casos em que os jovens sentem-se mal por não conseguirem lidar com suas limitações e responsabilizam os pais. Mas será que há algo errado em receber ajuda deles?", pergunta o psicólogo.
Os pais, por outro lado, subestimam as reclamações em alguns momentos porque não lembram mais do que passaram. "Eles esqueceram de sua vivência como adolescente."
Na maior parte dos casos, explica Rehfeld, "o que mais incomoda o filho é ter sua intimidade revelada, sem que ele tenha participado dessa decisão".
Quando passam da conta, a melhor saída ainda é a conversa. Bater um papo com seus "velhos" pode mostrar a eles até onde ir sem deixar ninguém encabulado.

QUESTÕES:

1-Você se lembra de uma situação em que você "pagou o maior mico" em razão de algo que o seu pai ou a sua mãe falou?

2-Foi fácil assimilar "esse mico'?

3-Qual é a melhor forma de evitar esses constrangimentos?

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva una narrativa em primeira pessoa em que o narrador-personagem conta o maior mico por que passou, por causa de algo que a sua mãe ou o seu pai falou, e as consequências dele para o protagonista.


2-Escreva uma crônica ou uma dissertação que tenha como tema: Como sofrer o mínimo possível com os micos.

3-Escreva uma carta ao seu pai ou a sua mãe, ou a ambos, pedindo para que não façam mais você "pagar mico' diante dos amigos.

domingo, 8 de março de 2009

BOLSA-HABITAÇÃO


Casa popular


Estado de S.Paulo Jornal da Tarde Portal Estadao


Domingo, 8 março de 2009
OPINIÃO


Sobra retórica e falta objetividade


No comportamento do governo federal a respeito do problema habitacional tem sobrado retórica, com promessas bombásticas que não conseguem disfarçar seu fundo eleitoral, e faltado objetividade e realismo. O resultado é que até agora, apesar de todo o barulho feito para chamar a atenção da população para planos habitacionais voltados para as faixas de renda baixa e média, o que existe de concreto é pouco.

A primeira previsão do governo era construir 200 mil moradias, número que em pouco tempo mais do que dobrou, passando para 500 mil. Em três de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurava que em dez dias os ministros Dilma Rousseff, da Casa Civil, Guido Mantega, da Fazenda, e Márcio Fortes, das Cidades, deveriam apresentar-lhe “um plano para construir 500 mil casas neste país, além das casas que a Caixa já constrói”. Três semanas depois, às vésperas do carnaval, o número de casas a serem construídas até o fim do atual governo simplesmente dobrou, chegando a 1 milhão.

Na sua mais recente manifestação sobre o problema, o governo foi ainda mais ambicioso. Além de construir 1 milhão de moradias até 2010, ele pretende subsidiar quase inteiramente a compra da casa própria para os mutuários mais pobres. Deverá haver financiamentos com prestações entre R$ 15 e R$ 20 para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395). Por isso, o plano já está sendo chamado de Bolsa-Habitação.

Em princípio, planos como esse são bem-vistos por muitos economistas e empresários, porque, além de seu aspecto social, eles constituem a seu ver uma indicação de que o governo está preocupado em enfrentar a crise, já que estímulos à construção civil ajudam a reduzir o desemprego.

Ninguém em sã consciência pode ser contra medidas tão generosas. O grande problema é saber se elas são viáveis. Nem se sabe, por exemplo, se haverá mão de obra qualificada para construir tantas casas em tão pouco tempo. Mas a grande dificuldade a ser superada é a dos recursos necessários para executar tal plano, já que só os do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) são claramente insuficientes. Por isso, o governo quer que os governadores eliminem ou reduzam a cobrança do ICMS sobre material de construção. Por que fariam isso se os dividendos políticos do plano ficariam com o governo federal, e se alguns deles são potenciais candidatos à Presidência? Mesmo que fizessem, ainda seriam necessários mais recursos para tornar realidade o Bolsa-Habitação. De onde eles viriam? Enquanto essas perguntas não tiverem respostas satisfatórias - e dificilmente as terão -, o plano habitacional do governo federal ficará no terreno das boas - e politicamente motivadas - intenções.

QUESTÕES:

1-Explique o título do editorial do Jornal da Tarde de hoje: Sobra retórica e falta objetividade?

2-A já conhecida como Bolsa-Habitação tem um apelo eleitoral forte? Justifique.

PROPOSTAS TEMÁTICAS:

1-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A Habitação no Brasil: problema de difícil solução.

2-Escreva uma narrativa em que o protagonista mora em uma casa de um Plano de Habitação, muito precária. Trabalhe bem o conflito.

3-Escreva uma carta ao presidente da república pedindo que o Bolsa-Habitação possibilite ao missivista finalmente ter a sua casa própria. E que seja boa.

4-Escreva uma tira que aborde o problema da habitação.