quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

ESCÂNDALO NA CÂMARA


Foto: Agência Brasil
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Pressionado por escândalo do castelo, corregedor deve renunciar ao cargo na Câmara


RENATA GIRALDI
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O comando nacional do DEM pressiona o corregedor-geral da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG), a renunciar ao cargo ainda nesta quinta-feira depois das acusações de que não declarou à Justiça Eleitoral um castelo estimado em US$ 25 milhões. Paralelamente, a Folha Online apurou que a cúpula do partido também quer levar o caso para o conselho de ética da legenda e expulsar Moreira dos quadros do DEM. As denúncias contra o deputado e suas atitudes anteriores provocaram a ira dos deputados do partido.

O presidente nacional da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), o líder da bancada na Casa, deputado Ronaldo Caiado (GO), e o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), elaboram uma nota em tom crítico contra Moreira. Nela, o DEM deverá ressaltar sua preocupação com a ética e o cumprimento dos deveres públicos.

A Folha Online apurou que as denúncias envolvendo o deputado de Minas Gerais foram a gota d'água na relação dele com o partido. Moreira é apontado como um parlamentar que não segue as orientações da legenda nem obedece às determinações votadas pelo colegiado.

A irritação de Maia, Caiado e ACM Neto foram ampliadas na segunda-feira (2) quando Moreira insistiu em lançar-se como candidato avulso ao cargo de corregedor da Câmara. Anteriormente, o partido havia promovido uma disputa interna entre os deputados Vic Pires (PA), João Oliveira (TO) e Jorge Maluly (SP) --vencida por Pires.

O parlamentar acabou indicado pelo DEM na chapa encabeçada pelo peemedebista Michel Temer (SP) para o cargo de corregedor. Mas Moreira não aceitou, lançou-se independente e conquistou a vitória com o apoio de mais de 200 deputados.

Para os integrantes do DEM, a atitude contraria uma tradição do partido que é ter uma posição única e clara, sem dissidências. Porém, Moreira tem como hábito contrariar este costume do partido.

Pressão

Indignados com essa atitude e mais as denúncias de que Moreira deixou de declarar à Justiça Eleitoral a posse do castelo no interior de Minas Gerais, o comando do DEM estuda meios legais para pressionar o deputado a deixar da Corregedoria Geral da Câmara.

Em entrevista concedida hoje, Moreira disse que construiu o castelo entre 1982 e 1990, mas só veio a eleger-se para a Câmara em 1991 --quando teria declarado o imóvel à Justiça. Em 1993, Moreira disse que repassado o imóvel para os filhos Leonardo e Júlio Moreira, por isso o bem não consta na sua declaração de renda.

O deputado, no entanto, negou a disposição de renunciar ao cargo --mesmo com a pressão do partido. O democrata argumenta que não tem motivos para renunciar porque é inocente das acusações.

QUESTÕES:

1-Você considera aceitável a desculpa do deputado de ter repassado para os filhos o castelo há muito tempo, e que por isso ele não consta da sua declaração de rende?

2-Você nunca estranhou as declarações de renda e de bens de alguns políticos? Diga o motivo.

Propostas Temáticas:

1-Escreva uma carta argumentativa ao deputado Edmar Moreira, exigindo uma explicação dele por não ter declarado ser proprietário de um castelo que vale 25 milhões de dólares. Este tema abre espaço para a ironia.
Aproveite.

2-Escreva uma dissertação que tenha como tema: A palavra político muitas vezes remete à ideia de castelo.

3-Escreva uma narrativa em que o protagonista é um ex-deputado morando em um castelo mal-assombrado. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Utilize narrador-onisciente e o discurso indireto livre.

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