quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
A XENOFOBIA NA EUROPA
BRASILEIRA BARBARIZADA NA SUÍÇA
JAIME LEITÃO
O fato bárbaro aconteceu domingo à noite, em Dubendorf, a menos de três quilômetros de Zurique ,na Suíça, mas só agora está sendo noticiado. Estou ainda chocado de ter lido a notícia há alguns minutos no blog do Noblat: www.noblat.com.br, que relata a violência e a tortura que três skinheads neonazistas impuseram à brasileira Paula Oliveira, advogada, que trabalha no maior conglomerado econômico da Dinamarca , A P Moeller/Maersk, líder mundial em transporte marítimo de contêineres, na filial de Zurique.
Um dos agressores possuía o símbolo nazista, uma suástica tatuada atrás da cabeça. Paula foi espancada e torturada, tendo braços pernas, barriga e as costas retalhados pelos fanáticos com estiletes. No final da sessão de tortura, gravaram nas suas duas coxas a sigla SVP-Shcheiz Volks Partei- Partido do Povo Suíço. Seminua e bastante ferida, passando mal, a brasileira ligou para o seu namorado suíço, que foi socorrê-la e levá-la a um hospital. Lá ela sofreu aborto de duas filhas de quem estava grávida há três meses.
Esses nenonazistas são membros desse que é o maior partido político da Suíça, mas está dividido em relação a permitir ou não que os trabalhadores imigrantes da União Européia continuem circulando livremente pelo país. No mesmo domingo em que foi atacada, havia ocorrido o plebiscito que deu ganho para a permanência dos trabalhadores estrangeiros, mas os que perderam não se conformam com a ideia.
Essa facção de extrema direita do partido, na campanha pela expulsão dos imigrantes, exibiu um cartaz em várias cidades da Suíça ,que mostra três corvos, representando os imigrantes, bicando um pedaço de carne, que tem o formato do mapa daquele país. O texto dizia: “Passe livre para todos? Não” .Os skinheads descobriram que Paula era estrangeira ao perceber que ela falava em português no celular com a sua mãe que mora em Recife.
A intolerância na Europa, com a atual crise econômica, chegou a um ponto insustentável. Novos crimes bárbaros como esse deverão ocorrer infelizmente. O absurdo é o governo suíço não garantir a segurança dos estrangeiros e também é muito estranho o maior partido da Suíça aceitar como membros radicais violentos, que não aceitam a democracia e a vontade da maioria, já que 59,6% da população votaram a favor do acordo que garante o livre trânsito de trabalhadores estrangeiros. Mas há uma parcela significativa de pessoas que apoiam atos como esse, que destroem a vida de uma jovem que, depois desse crime bárbaro, dificilmente terá estrutura para continuar a sua vida e a sua carreira naquele país de primeiro mundo, considerado modelo em quase todos os sentidos. Que modelo é esse? Os bárbaros do primeiro mundo não são menos bárbaros do que nós. Quando estive na Europa, presenciei algumas cenas de violência que não vi aqui.
(Este meu artigo foi publicado hoje no Jornal Cidade de Rio Claro e no Jornal de Piracicaba).
QUESTÕES:
1-O que é xenofobia?
2-Na sua opinião, os trabalhadores imigrantes têm alguma culpa pela atual crise econômica mundial?
3-Você concorda com a minha afirmação: "Os bárbaros do primeiro mundo não são menos bárbaros do que nós"?
PROPOSTAS:
1-Escreva uma narrativa em que o narrador-personagem conta como foi humilhado como imigrante na época em que viveu em uma país da Europa.
2-Escreva uma narrativa que tenha como tema: A intolerância contra estrangeiros na Europa.
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