Editorial do Estado de S.Paulo-3-2-2009
A CRISE E O EXEMPLO DA CHINA
Se há uma lição de grande valia para os economistas legada por John Maynard Keynes é a de que uma recessão se combate com investimentos na infraestrutura, o que exige a redução de gastos de custeio dos governos.
O governo brasileiro fingiu que entendia o ensinamento ao criar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que até agora não acelerou nada e não se fez acompanhar de nenhuma redução de gastos de custeio, que, por enquanto, está apenas em discussão.
O governo da China fez a escolha certa ao dar alta prioridade à melhoria da infraestrutura no país, como mostrou o artigo de Keith Bladsher, do The New York Times, que reproduzimos em nossa edição de ontem (B8).
A China começou a se desenvolver voltando sua economia para o mercado externo, produzindo bens de alta tecnologia com boa qualidade, o que permitiu um salto das exportações do país. Os investimentos para os Jogos Olímpicos do ano passado contribuíram para dar mais impulso à economia chinesa.
No entanto, a China não escapou dos efeitos da crise internacional, principalmente no quarto trimestre do ano passado, que reduziu o crescimento do seu PIB a 9% em 2008, ante 13% no ano anterior.
Até agora esse crescimento havia permitido que a população rural, extremamente pobre, migrasse para os grandes centros urbanos. O governo chinês percebeu o grande perigo da redução da atividade econômica em face de uma massa de assalariados imbuída de grandes esperanças para o futuro com sua inclusão na economia urbana.
Por isso iniciou um formidável programa de investimentos com o objetivo de revitalizar a economia do interior do país, com prioridade para a construção de ferrovias modernas destinadas ao transporte de passageiros, com alta velocidade, ao mesmo tempo que se constroem outras ferrovias destinadas apenas ao transporte de mercadorias.
No Brasil, é desanimadora a lentidão com que caminham o projeto do trem-bala São Paulo-Rio, a ampliação dos aeroportos, a modernização de estradas de rodagem e a reequipagem dos portos, enquanto a China não só ataca esses projetos com decisão, como também soube incluir neles o emprego de mão-de-obra não especializada e estimular os governos regionais a investirem.
Com uma infraestrutura do Primeiro Mundo, a China vai sair da crise com uma capacidade de concorrência internacional ainda maior.
Questões:
1-Qual a tese que o editorial defende?
2-Você concorda com ela? Justifique.
PROPOSTAS:
1-Escreva uma dissertação que tenha como base a afirmação : Sem investimento em infraestrutura, não existe crescimento sustentável.
2-Escreva uma narrativa que tenha como personagem principal um prefeito que só investe em obras que aparecem , que lhe garantem votos e quase não investe em infraestrutura.
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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